Ao passar ontem pela estrada da beira mar que liga Sanxenxo a O Grove, deparei-me com o Grupo Folclórico da Associación Cultural "Lembranzas", de Portonovo, aqui na região marítima das Rias Baixas.
Ia só e não hesitei em parar. A malta era toda muito jovem e seguia a pé, rufando tambores e tocando gaitas-de-foles; as/os dançarinos já tinham passado, todos e muito povo, com destino à abertura oficial da 8ª Feira de Produtos Galegos, na Praia Montalvo - Arra, concello de Portonovo e que ocorre no 1º fim de semana de Agosto.
Claro que fui à informal abertura da pequena feira, instalada num enorme pavilhão de toldo. Ainda por cima não tive de aturar nenhum autarca corta-fitas, que os não havia por lá. Ou então "tem pai que é cego"!
Conversei com a malta nova do Lembranzas, todos eles bem vestidos nos tradicionais trajes de gala, o que fiz ainda antes de ir para a longa fila comprar 2 dos muitos e diferenciados tiquetes, cada um deles destinado a tudo o que era marisco, incluindo os recorrentes mexillones, pulpo à feira, sardinas e bebes para todos os gostos, em especial o Albariño da região. O vinho da região domina sobre a cerveja e só vi meia dúzia de jovens agarrados aos tradicionais copos de plástico da dita.
Isto diz tudo sobre a defesa dum chão que se quer rente à terra, como repetia Eugénio de Andrade. E como a gaivota é.
Tal qual o grande poeta galego Laxeiro, que “Facendo debuxo ou pintura”, é um poeta da terra: “pinta côas colores da terra, recrea as formas sinuosas ou crebadas da terra, mostra a densidade e forza da terra, imortaliza os costumes nacidos na terra perpetuados mais tarde nuns homes e mulleres que son terra.
Ia só e não hesitei em parar. A malta era toda muito jovem e seguia a pé, rufando tambores e tocando gaitas-de-foles; as/os dançarinos já tinham passado, todos e muito povo, com destino à abertura oficial da 8ª Feira de Produtos Galegos, na Praia Montalvo - Arra, concello de Portonovo e que ocorre no 1º fim de semana de Agosto.
Claro que fui à informal abertura da pequena feira, instalada num enorme pavilhão de toldo. Ainda por cima não tive de aturar nenhum autarca corta-fitas, que os não havia por lá. Ou então "tem pai que é cego"!
Conversei com a malta nova do Lembranzas, todos eles bem vestidos nos tradicionais trajes de gala, o que fiz ainda antes de ir para a longa fila comprar 2 dos muitos e diferenciados tiquetes, cada um deles destinado a tudo o que era marisco, incluindo os recorrentes mexillones, pulpo à feira, sardinas e bebes para todos os gostos, em especial o Albariño da região. O vinho da região domina sobre a cerveja e só vi meia dúzia de jovens agarrados aos tradicionais copos de plástico da dita.
Isto diz tudo sobre a defesa dum chão que se quer rente à terra, como repetia Eugénio de Andrade. E como a gaivota é.
Tal qual o grande poeta galego Laxeiro, que “Facendo debuxo ou pintura”, é um poeta da terra: “pinta côas colores da terra, recrea as formas sinuosas ou crebadas da terra, mostra a densidade e forza da terra, imortaliza os costumes nacidos na terra perpetuados mais tarde nuns homes e mulleres que son terra.
RENTE À TERRA.” (*)
*
Ena! Os simpáticos Lembranzas tinham actuado o año passado perto de Coimbra, numa terra muito bonita à beira do rio Mondego e cujo nome não recordavam, mas os marcou profundamente de tão deslumbrante que era. Tanto insisti, à medida que ia fotografando o grupo no interior do pavilhão, que uma jovenzita disse qualquer coisa como piqueniños e que aquela aldeia portuguesa era muito linda.
Finalmente, achei!! Então não era mesmo do Portugal dos Pequeninos que eles estavam a falar! Foi lá que actuaram e se deliciaram a entrar nas casitas pequenas da infância do nosso contentamento.
*
Vivida esta comungada alegria, esperei a bem esperar na fila dos tiquetes ou tarjetas.
A conselho dum irmão galego, escolhi cigalas na plancha, porque – sentenciou - era o marisco que mais sabia a mar. Uma garrafa dum Albariño fracote ajudou à festa, a custos que quase competiam com o excelente "Barrica" das Bodegas Aguiuncho. Onde fui às compras na véspera, pois claro. Ou pensam que tenho andado a dormir e a tostar ao sol galego?
*
As cigalas sabiam mesmo a mar e ajudou à minha festa um patrício de Aveiro, a viver em Amarante, 55 anos, aprendiz de médico, fez questão de realçar. Pedro Cunha anda por estas bandas há 20 anos, tem cara de não ter falhado nenhum e não hesitou em recomendar-me a melhor casa de marisco e linguado grelhado, o Meison Miró, em Portonovo. Como me recomendou as IX Xornadas Gastronómicas do Albariño, em Cambados, do outro lado da península d’O Grove e que perduram do 27 de xullo ó 19 de agosto, no Paseo da Calzada. E o festival da sardiña e do marisco na Villa de Portonovo, enquadrado nas Festas na Honra de San Roque e a Virxe do Carme, de 11 a 16, sendo 14 o dia da sardinha.
Ah! E não é que aproveitei para comprar um Queixo Tetilla (denominación de orixe), de Curtis, A Coruña!
A Galicia vale mesmo a pena!
oscardebustos
*
(*) "Laxeiro, o Poeta da Terra”, texto de Helena Villar Janeiro, grande poetisa galega dos nossos dias, publicado no El Correo Gallego/ Galicia Hoxe.
*
Mariscos na plancha: Cigalas - os nossos lagostins pequenos; Langostinos – gambas grandes; Zamburiñas – vieiras mais pequeñas; Brochetas – espetadas do mar com pimentos; Bogavante – lavagante; Langosta – Lagosta.Sem esquecer os saborosos pimentos padron: unos picam, otros non.
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Ena! Os simpáticos Lembranzas tinham actuado o año passado perto de Coimbra, numa terra muito bonita à beira do rio Mondego e cujo nome não recordavam, mas os marcou profundamente de tão deslumbrante que era. Tanto insisti, à medida que ia fotografando o grupo no interior do pavilhão, que uma jovenzita disse qualquer coisa como piqueniños e que aquela aldeia portuguesa era muito linda.
Finalmente, achei!! Então não era mesmo do Portugal dos Pequeninos que eles estavam a falar! Foi lá que actuaram e se deliciaram a entrar nas casitas pequenas da infância do nosso contentamento.
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Vivida esta comungada alegria, esperei a bem esperar na fila dos tiquetes ou tarjetas.
A conselho dum irmão galego, escolhi cigalas na plancha, porque – sentenciou - era o marisco que mais sabia a mar. Uma garrafa dum Albariño fracote ajudou à festa, a custos que quase competiam com o excelente "Barrica" das Bodegas Aguiuncho. Onde fui às compras na véspera, pois claro. Ou pensam que tenho andado a dormir e a tostar ao sol galego?
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As cigalas sabiam mesmo a mar e ajudou à minha festa um patrício de Aveiro, a viver em Amarante, 55 anos, aprendiz de médico, fez questão de realçar. Pedro Cunha anda por estas bandas há 20 anos, tem cara de não ter falhado nenhum e não hesitou em recomendar-me a melhor casa de marisco e linguado grelhado, o Meison Miró, em Portonovo. Como me recomendou as IX Xornadas Gastronómicas do Albariño, em Cambados, do outro lado da península d’O Grove e que perduram do 27 de xullo ó 19 de agosto, no Paseo da Calzada. E o festival da sardiña e do marisco na Villa de Portonovo, enquadrado nas Festas na Honra de San Roque e a Virxe do Carme, de 11 a 16, sendo 14 o dia da sardinha.
Ah! E não é que aproveitei para comprar um Queixo Tetilla (denominación de orixe), de Curtis, A Coruña!
A Galicia vale mesmo a pena!
oscardebustos
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(*) "Laxeiro, o Poeta da Terra”, texto de Helena Villar Janeiro, grande poetisa galega dos nossos dias, publicado no El Correo Gallego/ Galicia Hoxe.
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Mariscos na plancha: Cigalas - os nossos lagostins pequenos; Langostinos – gambas grandes; Zamburiñas – vieiras mais pequeñas; Brochetas – espetadas do mar com pimentos; Bogavante – lavagante; Langosta – Lagosta.Sem esquecer os saborosos pimentos padron: unos picam, otros non.
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