25 de outubro de 2007

ESCUDERIA FREI GIL TRI-VENCE EM POMBAL


Para os lados do Colégio de Bustos, a curiosidade em pesquisar os insondáveis desígnios da “face oculta” do sol continua a aguçar o engenho e arte dos profes e alunos.
Postal-electrónico de mão amiga ‘reclamava’ a querer dizer – há prémios conquistados por Bustos.
É verdade.
Consultando http://www.ipsb.info/noticia/ ou em http://www.ipsb.info/, o primeiro prémio é dedicado a Telmo Domingues, autor da notícia IPSB - 1º lugar nos três escalões! aqui ao divulgar o recente êxito absoluto alcançado pela “Escuderia Frei Gil” na ‘competição nacional de carrinhos solares’ realizada em Pombal.
Conquistaram “Galardões Eco-Escolas, os professores André, Manuel Fernando, Rita Gonçalves e as suas equipas”. Os parabéns aos 'discípulos' do padre Himalaya.
MAIS UMA BANDEIRA ECOLÓGICA
Mas, no mesmo dia 19 passado, o Colégio de Bustos tem mais uma bandeira hasteada – e esta deverá estar levantada durante a sucessão das 24H00 solares – pois alcançou o carimbo de “Escola Ecológica”, “mais uma vez conquistada graças ao esforço colectivo na recolha e reciclagem de resíduos, na poupança energética e poupança de água ao longo do ano”.
Desejo que o produto da pedagogia ambiental ensinado no colégio não seja bloqueado ou atirado ao esquecimento à saída dos portões.

...
CENTRAL FOTO-VOLTAICA
A dedicação do Colégio ao estudo de parte da radiação solar, induz que uma central foto-voltaica poderia ser instalada cá na terra.
Se não interferir com os superiores interesses do progresso, blá, blá, blá…
sérgio micaelo ferreira

23 de outubro de 2007

FIACOBA: ABERTURA COM GALA!

A polémica vai boa. Muito boa.
Pois quem é o pai, pois quem é a mãe, pois quem é a tia do mais novo e brilhante Elefante Branco do concelho? Pois houve convite ou não houve convite? O presente autarca Mário convidou, ou não, o antigo autarca Gala? Pois se não houve convite é porque o actual autarca quer apagar a história, diz o antigo autarca que, na sua incomensurável indignação, confessa: “Até fui multado pelo Tribunal de Contas por ter dado ordens para pagar uma factura do Espaço Inovação sem ter sido visada pelo Tribunal.”

Ora toma! O homem, para sua honra e glória, até cometeu ilegalidades e agora pagam-lhe com quê? Com desprezo e indiferença! Com silêncio! Nem sequer lhe oferecem um ingresso na FIACOBA?!

A ingratidão é coisa velha, tal qual a vaidade e o orgulho bacoco. Por aí não inovam eles. Pois! Mas é o que temos, como relata o Jornal de Notícias, aqui.

A IGREJA DO CORGO - uma obra com assinatura do Engº Manuel Ferreira dos Santos Pato

HINO À RAZÃO

Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa.
.
Por ti, é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece
E a flor do heroísmo medra e viça.
.
Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre clarões;
E os que olham o futuro e cismam, mudos,
.
Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
Com a devida vénia, in Antero de Quental, Sonetos Completos, livros de bolso europa-américa, lb299.

22 de outubro de 2007

AUSÊNCIAS PRESENTES - 1ª BIENAL DA FIACOBA/2007

A XXII FIACOB (Feira Industrial, Agrícola e Comercial da Bairrada – Oliveira do Bairro) ou a 1ª Bienal FIACOBA teve inauguração a preceito, mas as ausências de Acílio Gala e de Fernando Silva marcaram presença nas conversas à margem do protocolo. É certo que o anterior presidente da Câmara, ao escrever a sua carta-postal(?)/carta-electrónica(?) “Fiacoba de qualidade e excelência. Alguns recados e sugestões”[1], marcara o seu lugar na hierarquia dos responsáveis máximos pela execução de um empreendimento que poderá constituir mais uma avenida de acesso ao desenvolvimento do concelho.

Esta ‘carta’ de Acílio Gala foi o ás de trunfo do evento inaugural e, comentando a posteriori, poderá dizer-se que anunciava a sua ausência, - mas sem perder o direito de usar a palavra.

Entretanto, as (não)ausências suscitam dúvidas, Acílio Gala e Fernando Silva foram convidados dentro das normas protocolares e optaram pela auto-exclusão? Ou foram intencionalmente excluídos da lista de convidados para não ofuscar a propaganda eleitoral?

Nas andanças ou evolução da FIACOBA, a introdução da ‘Mostra de Gastronomia e Vinhos da Bairrada’ veio atrair mais visitantes. A esta realização será justo referir o seu promotor – Elísio Albuquerque.

A 1ª Bienal FIACOB/2007 iclui a modalidade do Hipismo (provas de salto de obstáculos) e logo no calendário nacional. Representa uma significativa mais-valia, já que Aveiro não deve andar longe de ser o distrito com maior número de equídeos registados.


Ao fim de um percurso de alternância PSD/CDS/PSD ao longo de mais de duas décadas, a Feira tem o seu sítio.
São devidos parabéns. Agora mãos à obra para que o dinheiro dos contribuintes não seja aplicado em materiais para pintar… um “elefante branco”.

Em dia de vestir o fato de inauguração, algumas personalidades prescindiram do uso do convite e adquiriram o bilhete de ingresso no recinto. Registe-se.
sérgio micaelo ferreira


[1] in Jornal da Bairrada de 17 do corrente.

20 de outubro de 2007

INAUGURAÇÃO DA FIACOBA


É hoje inaugurada, pelas 19 horas, a 22ª edição da Feira Industrial, Agrícola e Comercial da Bairrada (FIACOBA), que decorre de 20 a 28 de Outubro, no recém construído «Espaço Inovação», cerca de 45 mil metros de área, situados na zona industrial de Vila Verde.
O certame, que passará a ser bianual, conta com a participação de mais de 150 expositores e a presença de das” grandes empresas do concelho”. A FIACOBA inclui também um variado cartaz de espectáculos cabendo o concerto de abertura, hoje à noite, aos portuenses GNR.
José Cid, Mickael Carreira, Quim Barreiros, Xutos e Pontapés, Pedro Abrunhosa e Paulo Gonzo são alguns dos nomes anunciados (ver cartaz).

Os Cantares de Bustos apresentam-se às 21h30 de domingo, dia 21, fazendo a primeira parte de José Cid.

A feira funcionará das 15h às 24h00, e os principais concertos estão marcados para as 22h00. O preço dos bilhetes oscila entre os 5 Euros, dias 21, 24, 26 e 27 de Outubro, e a surpreendente quantia de 1 Euro nos restantes dias da feira. O bilhete geral custa 20€ e está disponível no site da Tickteline, nas lojas Abreu, Worten , Fnac, na Câmara Municipal e no Espaço Inovação.

18 de outubro de 2007

LÁ NA PALHAÇA...


Ao que se pode deduzir, a escolha das cores com que foram pintadas as escolas do concelho dependeu de uma decisão local, a nivel da Junta de Freguesia. O executivo municipal terá delegado tal competência. Assim se explica que a escola da Palhaça esteja pintada de rosa ( na foto) e a de Bustos de azul.

- Viva a liberdade de escolha! - gritam uns.

- Abaixo a libertinagem! - exclamam outros.

Mas, pelo menos na Palhaça, todos estão de acordo: "A escola está como nova!"

15 de outubro de 2007

UMA QUESTÃO DE IGNORÂNCIA


Quando, pela primeira vez, passei em frente da recém-pintada Escola Primária, tive a estranha sensação que o edifício não estava lá. Esvaíra-se na atmosfera!
O dia estava de um azul resplandecente e ainda que conduzisse o automóvel a velocidade moderada passei sem dar conta de minha velha escola. O edifício diluíra-se no azul do céu. Tive que parar o carro e voltar para trás. Fui certificar-me se a escola continuava no seu lugar. E ela estava lá. Triste, ofendida e amargurada! Logo percebi porquê. Um edifício emblemático, um símbolo de educação e conhecimento, uma obra de arquitectura, orgulhoso exemplar de uma época, não suporta ser vítima da mais rude ignorância.


Só a ignorância é capaz de tanto atrevimento. O ignorante não receia, não questiona, não pondera a razoabilidade das suas opções. Actua na inconsciência dos seus actos e na convicção da sua infalibilidade. Não tem crises existenciais porque tem uma levíssima noção da sua própria existência e resume toda e qualquer problemática à insipiência do seu conhecimento. Gosta porque lhe apetece, está a favor, porque é melhor. Quando discorda, o que raro, é porque não.
Todo o conhecimento do ignorante se resume a dois ou três provérbios e meia dúzia de máximas, que não compreende muito bem, mas que repete sempre que tem a necessidade de dizer qualquer coisa, que é como quem diz, quando precisa de se ouvir.
O ignorante perante um edifício escolar de 1934 não pensa na história da construção ou na sua simbologia, não questiona linhas arquitectónicas nem pormenores decorativos, esquece a época porque é incapaz de naquelas paredes encontrar sinais dos primeiros construtores, das gerações que o antecederam e lhe legaram tal património. Ele desconhece a existência de pigmentos nada sabe da história das cores, pelo que considera o “rosa velho”, a cor tradicional de tantos edifícios antigos, como um mero equívoco, assim como a nova camisola do Benfica. E o facto do azul não constar da nossa palete de cores tradicionais nada significa, até porque, deduz alegremente o ignorante, uma escola que começou por ser masculina está mesmo a pedir um azul, tipo rapaz, tipo Futebol Clube do Porto, tipo CDS, tipo azul…
O ignorante é incapaz de detectar a influência da Arte Deco no desenho das antigas janelas de madeira, na sua quadrícula, mas conhece e admira o brilho e as linhas direitas do alumínio, até porque o Deco joga bem longe, lá no Barcelona… E por aí adiante, segundo a lógica da batata.


Em muitos Municípios há posturas determinando que os edifícios sejam pintados nas suas cores originais/tradicionais, sendo as construções mais antigas obrigadas a respeitar não só a cor, como também a traça e o tipo de materiais. Pelos vistos uma tão comum exigência, mesmo em Portugal, não se aplica no nosso concelho. Por aqui o património anda a saque da santa ignorância, que para muitos é bendita. Mas esses são os que andam de coluna dobrada, vivendo na subserviência dos chefes, os que tudo sabem só porque tudo mandam.

Belino Costa

11 de outubro de 2007

Busto(s) em documento de 1376

Sérgio Ferreira pôs-me na mão a transcrição de um documento de grande interesse historiográfico. É um aforamento datado de 23 de Dezembro de 1376, da chancelaria de D. Afonso IV, coligido sob o nº 163 no vol. II da obra em 3 vols. Chancelarias Portuguesas que A. H. de Oliveira Marques orientou e foi publicada pelo Instituto Nacional de Investigação Científica em 1990-1992. Tem vivo interesse porque cita Covões, Busto(s) e Mesa(s), entre vários outros topónimos vizinhos destes, documentando-os portanto como existentes já no século XIV. Foi Dinis Ramos - nascido nos Covões - quem informou Sérgio, que foi lê-lo numa biblioteca pública e agora, ao dar-me dele conhecimento, me convida a comentá-lo.

Convite irrecusável, pois nos traz esta grande novidade!

A mim interessou-me desde logo, mas o documento interessa igualmente aos estudiosos das diversas localidades citadas no texto ao demonstrar que essas localidades já eram habitadas em 1376. Suponho que pela redondeza nenhnm estudioso tivera na mão uma prova documental que lhe permitisse recuar até ao século XIV. Traz-nos, creio eu, novidade estreme!

Agradeço-a em primeiro lugar por me permitir classificar mais correctamente a carta régia de 1425 (conforme faço na pág. 29 do meu livro Bustos do Passado). Já não é a mais antiga referência que se conhece ao topónimo que identifica Bustos, pois podemos situá-la agora com segurança bastante mais atrás.

Permite-nos também registar um conjunto de dados interessantes. Além de Covões, Bustos e Mesas, naquela data já existiam como povoados: Sumel (Samel?), mamoa (Mamarrosa?), vale da Pedra (Fornos?, Penedos?) e ssoreens (Sorães). Estes topónimos surgem no documento como termos, ou seja, limites das propriedades aforadas, sendo de realçar que se estendiam, decerto em contínuo, no espaço balizado pelos povoados e sítios indicados.

A identificação de Mamarrosa, nomeada no texto como «mamoa Jusãao», é suficientemente credível mas requer aqui um esclarecimento. Apoia a tese de que o topónimo derivou da existência no local de uma mamoa, monumento funerário megalítico então decerto ainda não raso (ou seja, demolido: mamoa-rasa = Mamarrosa). É o que sustenta Armor Pires Mota no livro que dedicou àquela freguesia. Por outro lado, adverte-se que o termo medieval Jusão - tal como, por exemplo, se diz «a jusante» - significava apenas a direcção «para baixo», no caso, da mamoa. O «vale da Pedra» ou a «pedra de Sentiz» adjacentes apontam para a actualmente designada zona dos Fornos (que recebeu esta designação dada a abundância de pedra calcária que ali permitiu a instalação de fornos de cal).

Entre os dados mais interessantes contidos no aforamento, devem citar-se os géneros em paga a fazer pelos foreiros: pão, vinho, linho, legumes, cebolas e alhos, capão e ovos. Pede-se-lhes que lavrem («arronpam e aproffeytem») os terrenos, a inculcar que ainda deveriam ser muitas por ali as maranhas florestais.

Última nota. Este documento de 23 de Dezembro de 1376 demonstra que na extensão aforada os habitantes se dedicavam à pastorícia e à agricultura. O topónimo antigo «Busto» poderia ter servido para designar uma pastagem, de acordo com um dos significados do termo, isto em concordância com uma interpretação da Doutora Maria Alegria F. Marques (ver meu livro acima citado). Posteriormente, a multiplicação de outras pastagens, porventura mais pequenas, teria originado o plural «Bustos». Mas são deduções no ar, quando a história se constrói apenas com base em documentos…

Arsénio Mota

CHANCELARIA DE D. AFONSO IV

[163]

Aforamento de hũu herdamento no Çomdoiro termo de camtanhede E d outro no val da pedra a vicemte dominguez e a francisco dominguez e a outros nomeados ect

(1) [D]Om Affonso pela graça de Deus Rey de Portugal e do Algarue A quantos esta carta virem ffaço ssaber que Gomez martjnz Priol de Cantanhede me enuyou dizer que el per mnha carta e per meu mandado e porque entendera que era meu seruyço que dera A fforo a vicente dominguez e a ssa molher Domjngas gil e a Martim bertolamei e a ssa molher Marinha annes e a Domingos dominguez essa molher Marinha annes hũu herdamento que eu ey no Çetidoyro E que outrossy dera A fforo a Steuam domiguez e a ssa molher Domjngas acença e a Pero dominguez e a ssa molher Marinha iohanes hũu meu herdamento que eu ey en nos Couões. E que outrossy dera A fforo a ffrancisco dominguez e a ssa molher Domjngas março hũu meu herdamento que eu ey no val da pedra.
E eu ueendo o que me enuyaua dizer. dou e outorgo a fforo pera todo senpre aos dictos vicente dominguez e aa dicta Domjngas gil sa mollher. e ao dicto Martin bertolameu e aa dicta Marinha annes sa molher e ao dicto Domjngos dominguez e aa dicta sa molher Marinha iohanes. o dicto meu herdamento que eu ey en no çeadoyro. e ao dicto Steuam dominguez e aa dicta Steuaninha mjguez ssa molher e ao dicto Bertolameu dominguez e aa dicta Domingas acença sa molher(2) E ao dicto Pero dominguez e aa dicta sa molher Marinha iohanes o dicto meu herdamento que eu ey en os Couçens E ao dicto ffrançisco dominguez e aa dicta Domjngas março sa molher o dicto meu herdamento que eu ey no ual da Pedra dos quaes herdamentos estes som os termhos. como partem com(3) Sumel e com mamoa Jusãao e pela pedra de Sentiz e com busto. e com a mesa e com ssoreens
per tal preito e sso condiçom que eles e seus ssucessores arronpam e aproffeytem os dictos herdamentos. E eles deuem dar a mim em cada hũu Ano e todos meu [sic]ssoscessores A oytaua parte do pam e do vinho e do linho e das legumhas que deus der nos dictos herdamentos E das cebolas e dos Alhos que uvenderm ou ffezerem rreste. deuvem me dar aoytaua parte. E deuem me dar oyto Alqueyres do pam meyado do monte na Eira por eiradiga e hũu Alqueyre de trijgo pera fugaça e hũu capom e dez ouos cada hũu. E eles deuem rresponder dos dictos herdamentos e fazer dereito de Montarcada e sse Algũu deles apelar deuem apelar pera o meu Almoxarife de Coimbra e do meu Almoxarife pera a mnha Corte.
E eles nom deuem os dictos herdamentos uvender nem dar nem alhear a caualeiro nem a dona nem a escudeiro nem a outro homem poderoso nem de Religiom senom aa tal pessoa que seia da ssa condiçom e que façam a mjm os dictos e a todos meus ssocessores assy como dicto he.
En testemunho desto dey aos sobredictos esta mnha carta.
Dada em Sanctarem vijnte e tres dias de Dezenbro. El Rey o mandou per ffernam gonçaluves cogomjnho seu vassalo e per Affonss eannes meu clerigo. Staço uycente a ffez Era de mil e trezentos e sseteenta e seis anos.
ffernam gonçaluez. Affonso annes

(1) À margem esquerda: «concertada» e «escripta». Riscado: «Estremadura».
(2) À margem: «menores».
(3) Letras riscadas.

10 de outubro de 2007

Centro da Vila em foco

Almoço no Barrilito em 6 de Outubro de 2007


A reunião foi convocada por Alcides Freitas, Arsénio Mota, Graciano Lusio, João M. Oliveira, Licínio Mota e Sérgio Ferreira. Teve por base o pequeno texto resultante do diálogo que os seis tiveram no passado dia 15 de Setembro, texto esse que continha «Ideias para um arranjo urbanístico do Centro de Bustos» cujo debate então se entendeu que deveria ser partilhado por mais alargado número de Bustuenses.
Na reunião estiveram presentes dezanove conterrâneos. Além dos seis acima referidos, foram: Adélio R. Pedreiras, Alberto Martins, Assis Rei, Carlos Aires, Clara Guitas, Dina Costa, Emília Aires, Fernando Lusio, Jó Duarte, Jorge Micaelo, Mário R. Pedreiras, Miguel Barbosa e Ulisses Crespo. A todos foi distribuído o texto da reunião anterior, vendo-se afixada na parede uma vista aérea (foto em ampliação-painel) do Centro da Vila.
Alcides e Arsénio moderaram os trabalhos. Explicaram o sentido da reunião, esclarecendo que não teriam ali cabimento críticas a entidades públicas ou a personalidades, pois ninguém pretendia substituir-se a quem de direito ou criar embaraços. O nosso único desejo consistia em ajudar a encontrar as melhores soluções para a zona no próximo futuro, digamos uns vinte anos, pelo que importa ouvir amplamente as opiniões dos moradores – isto perante o marasmo, ou mesmo a decadência, que invade o Centro da Vila – para que um futuro Plano de Pormenor corresponda realmente ao sentir evidenciado. E a pensar na necessidade de tal Plano de Pormenor, Alcides referiu que precisávamos também de conhecer o PDM e, inclusive, de trazer até nós os autarcas e os seus técnicos para nos esclarecerem sobre as linhas mestras a que irá obedecer o Plano de Pormenor.
Seguiram-se as intervenções de todos os presentes (duas excepções: Emília Aires e Fernando Lusio). Prescindindo do seu registo uma por uma, passamos a resumi-las abarcando-as por temas. Salientou-se a importância decisiva do Plano Director e o cuidado a ter na preservação criteriosa do património construído.
Questões ligadas ao trânsito e às condições actuais das vias motivaram abundantes intervenções, no aspecto da segurança de peões e de quem usa bicicleta, tendo sido propostos limites de velocidade com barreiras no chão, radar (na Rua Jacinto dos Louros) ou policiamento, criação de sentidos únicos. Foi defendido o desvio do trânsito de camiões pesados para vias alternativas existentes ou a criar, considerando-se que é um milagre não haver mais atropelamentos. Lembrou-se que a Zona Industrial surgiu sem dispor de vias próprias.
Manifestou-se o interesse de que o futuro Plano de Pormenor contemple um crescimento populacional da freguesia (quase nulo desde há uns cinquenta anos) e uma envolvência próxima do Centro com suficientes aparcamentos entre zonas habitacionais e de comércio e serviços, além de outras condições para reter os moradores, reservando o Centro somente para peonagem ou pelo menos fazendo-o amigo do peão e da bicicleta. E que preveja também pelo menos uma praça ampla, arborizada, dignificadora da categoria de Vila, onde as cérceas dos novos prédios os limitem a dois andares.
Ficou expresso o interesse da comunidade para a possível aquisição pela autarquia do cinema e salão de baile com vista à instalação de associações locais, a dignificação de alguns espaços em desuso e a eventual criação de novas artérias desenhadas no sentido da expansão e do ordenamento. Outras aquisições, como a da casa na esquina da Rua da Picada com a Jacinto dos Louros, pairaram nas expectativas.
Foi enaltecido o valor atractivo da gastronomia e do património cultural geral no plano do turismo, alvitrando o papel que teria neste quadro, por exemplo, um museu etnográfico composto com as alfaias agrícolas (e roupas, etc.) que vão ficando esquecidas pelos cantos das velhas casas de lavoura e que poderiam ser reunidas com tal objectivo. Não foi esquecida ainda a próxima ampliação do cemitério e a conveniência de se encarar uma alternativa eficaz para o problema, recorrendo talvez a crematório.
Enfim, para além das observações feitas um pouco fora da questão central que nos reunia, foi expressa a vontade de proceder a uma nova reunião para alargar mais o debate deste assunto, dada a flagrante relevância que tem para o melhor desenvolvimento desta comunidade.

[Relator: Arsénio Mota]

8 de outubro de 2007

50 ANOS!


50 anos depois Aveiro recordou a realização do 1º Congresso Republicano.

5 de outubro de 2007

VIVA A REPÚBLICA!

– Mandou-me procurar?
– Passe, cidadão !

*

Às 9H00 de 5 de Outubro 1910, da varanda dos Paços da Câmara Municipal de Lisboa, José Relvas, acompanhado por Eusébio Leão, Malva do Vale, Inocêncio Camacho, Marinha de Campos, José Barbosa e Ribeiro de Carvalho, proclama a República para a capital e o telégrafo proclama-a para o país, com excepção de Loures que se antecipara um dia.
Entretanto, a comitiva real que se tinha refugiado em Mafra, perante o êxito da revolução, embarcava à tarde em Ericeira no iate real Amélia rumo a Gibraltar e daí partia para Inglaterra.

Já a 4 de Outubro, também às 9H00, Paiva Couceiro, comandante das forças monárquicas, derrotado pelos revolucionários comandados pelo tenente Machado dos Santos, assina a rendição.
Em todo o golpe, a Carbonária desempenhara papel importante na organização da estrutura militarizada e na mobilização popular que ocorreu a engrossar as barricadas.
Foi vasto, notável e revolucionário o corpo legislativo construído no início da 1ª República que teve por alvo desenhar um país republicano, laico e democrático.
Logo no início, o regime republicano cortou com o passado, por exemplo, aboliu os privilégios de nascimento, foros de nobreza e extinguiu os títulos nobiliárquicos (do artº 3º da Constituição de 1911) . …
DAS PRIMEIRAS REFORMAS NO ENSINO[1],
O combate ao analfabetismo foi um dos alvos a perseguir pelo regime saído do 5 de Outubro, para que cada português se valorizasse pela educação. Para tentar alfabetizar, os republicanos

Criam o ensino infantil (entre os 4 e 7 anos);
- “o ensino primário elementar será obrigatório e gratuito”. (Artigo 11.º), (entre os 7 e 10 anos);
- novas escolas do ensino primário e técnico
- "escolas normais" destinadas a formar professores primários;
- Universidades de Lisboa e Porto (ficando o país com três universidades: Lisboa, Porto e Coimbra);
- escolas "móveis" para o ensino de adultos.
Aumentam o número de "bolsas de estudo" a alunos necessitados
Em grandes centros, para obviar a escassez de recursos financeiros, as populações – normalmente operários – criaram Centros Escolares Republicanos, que para além de alfabetizar, foram locais de iniciação da cidadania republicana, laica e democrática.
Os Centros Escolares Republicanos representam uma fortaleza de onde irradia a luz do conhecimento e da partilha solidária com raízes no ideal republicano do 5 de Outubro de 1910.

Viva a República!
sérgio micaelo ferreira
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[1] Alguma colheita de "Centro Republicano e Democrático de Fânzeres",
http://crdfanzeres.no.sapo.pt/index.html
"-mandou-me procurar?" ... "- passe, cidadão!" senha e contra-senha usada pelos revolucionários do 5 de Outubro [nota de srg]

REPUBLICANOS!

Clique na imagem para ler o jornal



3 de outubro de 2007

Em 1515 Moradores de Bustos pagavam em manteiga

Desencantar um documento, informação ou referência alusiva a Busto(s) é obra de persistência metódica dos exploradores nas suas longas incursões pelos alfarrábios. Arsénio Mota, que no seu livro ‘Bustos do Passado’[1] já «encaminhou» o leitor para a necessidade de pesquisar nos Livros da Ordem de Malta e em especial nos da Comenda de Ansemil, porque aí haverá talvez mais dados sobre a história de Busto(s), oferece agora ao NB uma preciosa referência sobre a história local. Trata-se da transcrição de um foral de 1518 relativo ao «concelho» de Mesas e à Comenda de Ansemil no qual se alude à nossa terra.
[1] Arsénio Mota, Bustos do Passado, Edição da Junta de Freguesia de Bustos, (capa com desenho de Emerenciano), 2000. [O livro encontrava-se à venda na ABCB, nota de NB]]
***
MESAS (Foral de Mesas 15/08/1515)
«Foral para o concelho da mesa da comenda dansemil de Rodes dado pelas Inquirições.

D. Manuel, etc.

Mostrasse pola dita particular Imquiriçam que assy no dito concelho e terra foi tirada que na dita terra nova mente sam feitas alguas mudanças e em novações no pagamento dos foros da dita terra sem embargo dos quais nos decraramos e mandamos que os ditos foros na dita terra sedeverem hy de pagar daqui adiante na forma seguinte visto a posse que sempre tiveram aaqual os mandamos ora tornar por ser assy justiça. / . Pagarssea na dita terra de toda nouidade que no dito concelho ouuver de nove h~um aos comendadores e senhorios dos ditos ditos. E pagarã majs de cada casal dous alqueires de trigo e h~um capam e h~um frangam e quinze Rs. em dir.º. E pagaram majs todollos moradores do lugar de busto do dito concelho duas meas de manteiga.

E decraramos que se alg~uns prazos ou concertos sam feitos a causa certa contra este costume antigo e contra vontade das partes os avemos por nenh~uns. E mandamos que tudo se torne como dantes estava aajeral paga sobredita nouuea com os outros foros e não doutª maneira.

E decraramos os montados e maninhos serem do dito concelho com os ditos foros sem aver hy outros foros nem tributos Reaes.

E a pena do foral he tal como anssemil

Dada em a nossa muy nobre e sempre leal cidade de lixboa aos quinze dias dagosto anno do nacimento de nosso Sñor Jesu X~po de mil e quinhentos e desoyto. Vai escrito o proprio original em duas folhas e nove Regras. E concertado e sobscrito por m~i fernã de pina.»


Do «Livro de Foraes Novos da Estremadura» F. 254,
Col. 2, do A. N. T. T. Transcrição literal.
-

NOTA: No Índice do Livro de Foraes não vem «mesa» em virtude de o concelho pertencer à Comenda de Ansemil. O foral menciona «mesa» e não Sorães talvez por, na altura, o encarregado pela administração se encontrar [a residir] na Mesa. Houve casos em que chegou a residir em Bustos

MAIOR É O HORIZONTE QUE SE ABARCA (Fernão Lopes)


1 de outubro de 2007

ENG.º MANUEL FERREIRA DOS SANTOS PATO - "UM EMPENHADO BAIRRISTA"

Eng. Manuel Ferreira dos Santos Pato (Néu Pato)
23/10/1924 – 1/10/2006

"É por mais evidente que o Eng. Pato foi, desde jovem, e continuou sendo, um empenhado bairrista. Lutou em vários campos de desenvolvimento e engrandecimento da sua Freguesia".
in Eng.º Neftali Sucena, Resenha do processo que tornou possível a construção de certo vulto, a Igreja de Bustos, quando à partida só se contava com a vontade férrea do Padre António Henriques Vidal, intervenção no V Fórum de Bustos, 2007.

*

Ao cair o 1º de Outubro 2007, NB assinala dois episódios do Engº Néu Pato e da estrénua ligação a Bustos.

ENGº PATO … UM EMPENHADO BAIRRISTA (ENG.º NEFTALI SUCENA) Hoje, quem circula pela estrada municipal nº 596 e alcança a fronteira do termo de Bustos no Sobreiro, não nota diferença na contiguidade na ligação entre a freguesia de Bustos e do Troviscal. Mas, nos finais da década de 50, a travessia na ribeira era demasiado estreita. Para forçar e antecipar o alargamento da garganta, a então e esquecida Comissão de Melhoramentos’60 intervém junto da sua autarquia, oferecendo os seus préstimos, o que vai «obrigar» a Junta de Freguesia a convocar uma sessão extraordinária.
Eis um excerto da acta:

“Foi esta convocação feita para deliberar o pedido do Sr. Dr. Jorge Nelson Simões Micaêlo, Engenheiro Manuel Pato e outros, para dar cumprimento ao alargamento numa via pública próximo ao limite entre Troviscal e Bustos, junto ao aqueduto da Feiteira. Visto estes senhores se comprometerem ao pagamento do terreno a expropriar, esta Junta deliberou fazer o alargamento que se efectua quando estiver pago todo o terreno a expropriar”
(da acta da sessão extraordinária da Junta de Freguesia de Bustos, em 18.12.1960)

O teor deste excerto foi apresentado ao Eng.º Néu Pato merecendo o comentário que na verdade o alargamento da estrada foi antecipado e que a Câmara Municipal comprou a faixa de terreno necessária ao alargamento da estrada. A acção da Comissão foi pressionar o poder.


A FORMATURA DO ENG.º NÉU PATO NO JORNAL DA BAIRRADA

Contou o Eng.º Néu Pato que não pretendia que a sua formatura fosse alvo de festejos, mas uma comissão organizadora pregou-lhe a partida e houve festa rija, com arcos e estrada atapetada de ervas aromáticas,.
O correspondente de Bustos, [seria o então P.e Gonçalves?] escreveria para o Jornal da Bairrada:
"DE BUSTOS

NOVO ENGENHEIRO

Concluiu no passado mês de Julho na Universidade do Porto o curso de engenharia
O nosso conterrâneo Sr. Manuel dos Santos Pato. Por esse facto o povo da freguesia caprichou em o receber festivamente, com as ruas engalanadas, ao som da banda de música da Mamarrosa e de foguetes a estralejar no ar.
A recepção teve lugar no dia 2[1] deste mês, cerca das 20H00.
O Homenageado. que foi aguardado no largo da Palhaça por todos os proprietàrios de automóveis da freguesia, organizando-se um longo cortejo, desceu ao longo da Sobreira onde foi vitoriado pelo povo que em grande número o aguardava.
Daí pàrtiu um cortejo, a pé, sempre acompanhado pelo povo e pela música da Mamarrosa até à Barreira, a casa de seus pais, onde se improvisava uma sessão de boas .vindas durante a qual usaram da palavra para enaltecer as qualidades do novo engenheiro e o saudar os Srs. Jorge Micaelo, António Vicente e Vitorino Reis Pedreiras, agradecendo o homenageado, no final, ao povo, a recepção prestada.
Teve lugar depois um copo de água oferecido pelos pais do Sr. Dr. Manuel dos Santos Pato e sua" Ex.ma Esposa a convidados e à comissão organizadora, que serviu de pretexto para novas manifestações de regosijo, enquanto noutras dependências da casa o povo era igualmente servido. [Ao povo foi-lhe oferecido a adega, …[2]]
A festa terminou com um baile realizado no Bustos Sonoro Cine, com entrada franca, durante o qual o Sr. Eng.º Pato poude mais uma vez apreciar quanto o povo de Bustos se associou e regozijou com a sua festa de formatura."
In Jornal da Bairrada, (Dos nossos Correspondestes - De Bustos), 30.08.1952, NB manteve o grafo)
extraído d0 projecto http://www.cm-aveiro.pt/bibria


Recolher episódios da vivência multifacetada do Eng.º Néu Pato e dos seus contemporâneos é fixar momentos áureos das terras de Bustos.

sérgio micaelo ferreira
...

[1] Mês de Agosto, 1952. O evento teve lugar ao domingo, logo seria o dia 3. [nota de srg, conforme referido noutro local]
[2] in Vitorino Reis Pedreiras, Memórias de Outros Tempos, 1995.

Mau político e bom Bustuense ou bom político e mau Bustuense?Opinião

Mau político e bom bustuense é realmente o meu enquadramento, convicto de que renuncio a ser um bom político mas claramente um mau bustuense.

Tomei o primeiro contacto com a página oficial da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro em data que já não me é possível determinar. A página passou a disponibilizar recentemente informação sobre a História, a origem da toponímia, património, artesanato e gastronomia entre outras do concelho, informações claramente pertinentes que visam mostrar o que de actrativo tem o nosso concelho.

Após uma análise relativamente superficial fiquei claramente consternado por notar a ausência do Palacete do Visconde de Bustos na descrição do património do concelho, património que possui características que atestam efectivamente a sua singularidade no concelho e sobretudo um património que não é só dos Bustuenses mas de todos os munícipes.

"Património

Oliveira do Bairro é dona de uma natureza ímpar, com as suas Cegonhas-branca na zona do Vale do Cértima. Vale a pena ver o espectáculo que estas aves dão, quer estejam a pairar no ar, quer estejam no ninho a cuidar das crias, quer estejam nas marinhas de arroz existentes a pescar. É também comum ver-se nas marinhas de arroz bandos de Cegonhas-branca juntamente com Garças-real, Garças-branca, Garças-vermelhas, como se estivessem todas numa “amena cavaqueira”. É óbvio que em tamanha concentração tem de haver segurança. E existe: Águias-sapeira e Milhafres-preto pairam no ar como se estivessem alerta aos predadores típicos destas aves. Aparte este espectáculo vivo, as marinhas de arroz, verdadeiros mantos verdejantes que ondulam ao sabor do vento, vinhas a perder de vista, matas e eucaliptais são outros actrativos na parte da natureza. Existe também vários parques de merendas espalhados pelo concelho, cada um com a sua beleza e história, sempre integrados na natureza circundante. Existe também, em especial em Oliveira do Bairro (freguesia) e Bustos lagoas feitas por antigas extracções de barro, hoje lindíssimas paisagens (quase) naturais. Como esta é uma zona de agricultores, existem espalhados pelo concelho vários moínhos de água que serviam para moer vários tipos de cereiais e lagares de azeite. A religião, fé e crença está muito presente no concelho e tem forma nas várias igrejas, capelas e alminhas que existem. Realce para a Igreja Matriz da Mamarrosa, datada do séc. XVII, e a Igreja Matriz de Oiã, datada do séc. XIX, com a sua talhada dourada. Pelourinhos e cruzeiros de várias épocas também são visíveis nos caminhos do concelho. Não esquecer o Museu de Arte Sacra de S. Pedro da Palhaça na antiga Igreja de S. Pedro da Palhaça, com um vasto espólio de Arte Sacra e Arquivo Histórico Regional, e também Museu de Etnomúsica da Bairrada no Troviscal, com sua colecção de instrumentos, partituras, gravações, documentação variadae depoimentos sempro com o elo da música a unir a Bairrada. " [1]

Contudo, são referenciadas no património logoas resultantes das antigas explorações de barro presentes quer em Oliveira do Bairro (freguesia) e em Bustos defenidas como "lindíssimas paisagens quase naturais."Pergunto-me de facto se o melhor cartão de visita de Bustos no que respeita a património serão de facto "as lindíssimas paisagens (quase) naturais" que estão notoriamente em estado de abandono, a aguardar requalificação e a oferecer um perigo constante, às crianças que por falta de piscina na freguesia elegem todos os anos as lagoas como local para realizarem os seus banhos.

Não me parece efectivamente que o Palacete seja considerado património pela Câmara Municipal, de facto a actuação da Câmara é de facto evidente, não aparece referenciado no património do concelho e o estado de degradação em que este se encontra é outro indicador.

Enquanto bustuense e munícipe a minha tristeza acompanha e cresce a par com a degradação do edifício. Tenho de facto pena que a singularidade da construcção, os belíssimos frescos que embelezam os tectos, e o tecto onde se encontra a biblioteca que carece urgentemente de um estudo à sua iconografia, não consigam sensibilizar a Câmara Municipal.

Contactei a Câmara Municipal comunicando através de e-mail a ausência do Palacete no património e é com grande pena que comunico o meu insucesso, pois nem vi que fosse incluido até à data na descrição do património nem tão pouco me foi dada qualquer resposta ao e-mail enviado.

Em destaque são referidas como património no site da Câmara Municipal as igrejas matrizes de Mamarrosa e Oiã, a igreja de Bustos apesar de ser de um período mais actual, é de facto uma construcção arrojada para a época, com um estilo arquitectónico invulgar e com decoração rica por também ela ser singular no concelho, refiro-me especificamente à fachada da igreja junto às portas e ao vitral lateral esquerdo da igreja, que também não aparece referenciada.

Sou portanto forçado a concluir que o património que temos em Bustos não aparece referenciado porque resulta de algo sintomático, o estado de degradação em que ambos os edifícios se encontram. Dou no entanto as minhas felicitações pessoais a todos aqueles que neste momento abraçaram o projecto de devolver a devida dignidade à igreja de Bustos e que estão a reunir a quantia necessária para a restauração da igreja.

Alberto José Rodrigues Martins
Coimbra, 1 de Outubro de 2007
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[1] Texto retirado do site da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro