A reunião foi convocada por Alcides Freitas, Arsénio Mota, Graciano Lusio, João M. Oliveira, Licínio Mota e Sérgio Ferreira. Teve por base o pequeno texto resultante do diálogo que os seis tiveram no passado dia 15 de Setembro, texto esse que continha «Ideias para um arranjo urbanístico do Centro de Bustos» cujo debate então se entendeu que deveria ser partilhado por mais alargado número de Bustuenses.
Na reunião estiveram presentes dezanove conterrâneos. Além dos seis acima referidos, foram: Adélio R. Pedreiras, Alberto Martins, Assis Rei, Carlos Aires, Clara Guitas, Dina Costa, Emília Aires, Fernando Lusio, Jó Duarte, Jorge Micaelo, Mário R. Pedreiras, Miguel Barbosa e Ulisses Crespo. A todos foi distribuído o texto da reunião anterior, vendo-se afixada na parede uma vista aérea (foto em ampliação-painel) do Centro da Vila.
Alcides e Arsénio moderaram os trabalhos. Explicaram o sentido da reunião, esclarecendo que não teriam ali cabimento críticas a entidades públicas ou a personalidades, pois ninguém pretendia substituir-se a quem de direito ou criar embaraços. O nosso único desejo consistia em ajudar a encontrar as melhores soluções para a zona no próximo futuro, digamos uns vinte anos, pelo que importa ouvir amplamente as opiniões dos moradores – isto perante o marasmo, ou mesmo a decadência, que invade o Centro da Vila – para que um futuro Plano de Pormenor corresponda realmente ao sentir evidenciado. E a pensar na necessidade de tal Plano de Pormenor, Alcides referiu que precisávamos também de conhecer o PDM e, inclusive, de trazer até nós os autarcas e os seus técnicos para nos esclarecerem sobre as linhas mestras a que irá obedecer o Plano de Pormenor.
Seguiram-se as intervenções de todos os presentes (duas excepções: Emília Aires e Fernando Lusio). Prescindindo do seu registo uma por uma, passamos a resumi-las abarcando-as por temas. Salientou-se a importância decisiva do Plano Director e o cuidado a ter na preservação criteriosa do património construído.
Questões ligadas ao trânsito e às condições actuais das vias motivaram abundantes intervenções, no aspecto da segurança de peões e de quem usa bicicleta, tendo sido propostos limites de velocidade com barreiras no chão, radar (na Rua Jacinto dos Louros) ou policiamento, criação de sentidos únicos. Foi defendido o desvio do trânsito de camiões pesados para vias alternativas existentes ou a criar, considerando-se que é um milagre não haver mais atropelamentos. Lembrou-se que a Zona Industrial surgiu sem dispor de vias próprias.
Manifestou-se o interesse de que o futuro Plano de Pormenor contemple um crescimento populacional da freguesia (quase nulo desde há uns cinquenta anos) e uma envolvência próxima do Centro com suficientes aparcamentos entre zonas habitacionais e de comércio e serviços, além de outras condições para reter os moradores, reservando o Centro somente para peonagem ou pelo menos fazendo-o amigo do peão e da bicicleta. E que preveja também pelo menos uma praça ampla, arborizada, dignificadora da categoria de Vila, onde as cérceas dos novos prédios os limitem a dois andares.
Ficou expresso o interesse da comunidade para a possível aquisição pela autarquia do cinema e salão de baile com vista à instalação de associações locais, a dignificação de alguns espaços em desuso e a eventual criação de novas artérias desenhadas no sentido da expansão e do ordenamento. Outras aquisições, como a da casa na esquina da Rua da Picada com a Jacinto dos Louros, pairaram nas expectativas.
Foi enaltecido o valor atractivo da gastronomia e do património cultural geral no plano do turismo, alvitrando o papel que teria neste quadro, por exemplo, um museu etnográfico composto com as alfaias agrícolas (e roupas, etc.) que vão ficando esquecidas pelos cantos das velhas casas de lavoura e que poderiam ser reunidas com tal objectivo. Não foi esquecida ainda a próxima ampliação do cemitério e a conveniência de se encarar uma alternativa eficaz para o problema, recorrendo talvez a crematório.
Enfim, para além das observações feitas um pouco fora da questão central que nos reunia, foi expressa a vontade de proceder a uma nova reunião para alargar mais o debate deste assunto, dada a flagrante relevância que tem para o melhor desenvolvimento desta comunidade.
[Relator: Arsénio Mota]
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