31 de março de 2006

'BIBLIOTECA' SAI DA ABCB

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Apesar do Palacete mostrar estado de degradação preocupante e de não se vislumbrar a necessária intervenção de obras de conservação e manutenção, mesmo assim, a Direcção da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos (ABCB) pretende candidatar-se a projectos de alargamento da rede de prestação de serviços sociais. Para tal, necessita do espaço onde se encontra instalada extinta Biblioteca Fixa nº 26 da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).
Há vontade política da vereadora da cultura para vagar aquele espaço, segundo informou o Presidente da Direcção da ABCB, João Oliveira, na Assembleia-Geral.
Entretanto, fonte não oficiosa adianta que o senhor presidente da Junta da Freguesia anda a procurar local que possa receber a ex-biblioteca. NB pode informar em primeira mão que este senhor autarca sondou a hipótese do pólo de leitura vir a ocupar a loja localizada a poente da igreja, que se encontra com escritos para arrendamento.
Nesse local ou outro, será desejável que a solução seja provisória.

De concreto, apenas se sabe que o novo espaço do pólo será dotado de serviço da internete.
Como é de norma.

ABCB BENEMÉRITA DA CÂMARA MUNICIPAL?

A ABCB cede gratuitamente o espaço onde está instalado o serviço do pólo de leitura, além disso suporta o pagamento do consumo da energia eléctrica que é da responsabilidade da Câmara Municipal, segundo declarou Leontina Novo na entrevista orientada por Belino Costa:
“… Através do Protocolo, a Câmara assume: os encargos da manutenção, pagamento dos honorários do encarregado da Biblioteca (seleccionado pela Fundação Calouste Gulbenkian), e os portes de correio respeitantes ao envio dos postais-aviso aos leitores da Biblioteca, sendo os referidos postais fornecidos pela Fundação Calouste Gulbenkian.” …
(7 Março 2005
* Bustos – do passado e do presente http://bustos.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_03.html)

Assiste o direito de Bustos ter o seu Pólo de Leitura polivalente, funcional e atraente?

sérgio micaelo ferreira

30 de março de 2006

BIBLIOTECA - RODA FORA

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Do confronto entre dois ofícios da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos (ABCB) ressalta à vista a exclusão da “Biblioteca Fixa nº 26”[1].

Antes da biblioteca assentar arraiais na ABCB, o aluguer das instalações era suportado por alguns carolas com destaque para a Comissão de Melhoramentos/60 durante os primeiros anos e para o Dr. Assis Francisco Rei que suportou do o pagamento durante vários anos.

Hoje, a ABCB luta com falta de espaço para instalar – com qualidade – serviços para a qual está vocacionada. Ora a ex-biblioteca (actual Pólo de Leitura) é tutelada pela Câmara Municipal, daí ter chegado o momento de alertar o executivo municipal para que olhe para uma estrutura esquecida[2] e até progressivamente desactivada[3] durante os anteriores mandatos. Assiste a Bustos o direito de ter um espaço específico dedicado à rede municipal de leitura.

Para quando instalações próprias do Pólo de Leitura de Bustos?
...

[1] Na sequência da criação da Biblioteca Municipal, a “biblioteca” de Bustos passou a ser tutelada pela Câmara Municipal.
[2] A Biblioteca Municipal que apoio tem dado ao Pólo de Bustos?
[3] Até o serviço de internet foi retirado pela autarquia freguesa.

sérgio micaelo ferreira

29 de março de 2006

FABRIQUEIRA & JUNTA FECHAM

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Em dado momento de bóia com «colegas», foi servida a notícia - não oficial - da participação da Junta de Freguesia de Bustos no fechamento da estrutura destinada às Obras Sociais da Paróquia. Consta que a autarquia local oferta materiais.
Também a Igreja está a necessitar de obras de conservação e não se vislumbra fumo branco. Entretanto a degradação avança, em segredo.
[A União Desportiva de Bustos viu o muro nascente ser derrubado em consequência da ventania que assolou há dias. As obras de restauração começaram pouco tempo depois. Registe-se]
sérgio micaelo ferreira.

24 de março de 2006

BUSTOS? ... NÃO EXISTE

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De vez em quando a sinalética de e para Bustos vem à baila. Pelas mais variadas razões. Até dá jeito quando se está na oposição.
A falta da informação da A17 para Bustos - via Ouca - já vem do tempo do consulado da dupla Acílio Gala-Manuel Pereira. E alertas houve, qb.

A SOTELHA meteu-se a caminho e colmatou a atávica falha da(s) autarquia(s).
Bustos foi conhecido pelo Centro Recreativo de Instrução e Beneficência, Frangos à Heitor de Carvalho, leia-se Pompeu dos Frangos, Ti’Maria, ‘Piri-Piri’, ‘18 de Fevereiro’, Cortejo dos Reis Magos, Gavetas&Canecas, pelos Maximianos Grangeias (carreiros), pela pujante lavoura, pela extinta-biblioteca nº 26 (paulatinamente transformada em vulgar armazém de livros), ‘Bustos em Cuecas’, etc ...
Actualmente, parece ser claro a SOTELHA ser mais conhecida que Bustos, faltando apenas o reconhecimento oficial, de resto um pormenor de somenos importância. Oficiosamente, a sinalética (na gravura) mostra a evidência da SOTELHA ter absorvido o nome de Bustos. Hoje, a partir da saída da A17 (Fontão) basta seguir a informação das placas da SOTELHA. Um bem-haja àquela empresa cerâmica por mais um serviço cívico prestado à comunidade em benefício dos transeuntes que procuram Bustos.
Já a sinalética para o Cabeço de Bustos aposta junto ao Adro (da Igreja Velha) é um desenrascanço artesanal. Que resulta.
sérgio micaelo ferreira

23 de março de 2006

CIMEIRA CAMARÁRIA

Todos os concelhos da Grande Área Metropolitana de Aveiro (GAMA) vão aplicar tarifas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) durante o primeiro semestre do ano. A decisão foi tomada num encontro de autarcas da região que decorreu em Oliveira do Bairro.
Leia a notícia aqui , onde também poderá encontrar o comunicado final da reunião.

22 de março de 2006

DIA DE FREI GIL NO COLÉGIO

No próximo dia 31 de Março, o Instituto de Promoção Social da Bairrada, de Bustos, vai levar a cabo as comemorações alusivas ao dia do seu grande benemérito, Frei Gil, com o seguinte programa:
8.30 horas - Aula normal. 10 horas - Concentração do IPSB. 10.30 horas - Celebração Eucarística no IPSB. 11.30 horas - Romagem ao cemitério. 12.30 horas - Almoço-convívio no IPSB. 14 horas - Tarde Recreativa.

19 de março de 2006

PARA A HISTÓRIA DOS CORREIOS



Comemora-se este ano o 50º aniversário da inauguração das “novas instalações da estação do Correio de Bustos”. O edifício, que continua em utilização, foi construído em terreno oferecido pela população aos CTT, sob a égide da Junta de Freguesia. No dia da inauguração, 4 de Agosto de 1956, a Administração-geral dos CTT distribuiu um desdobrável para assinalar esta importante realização (a 60ª do plano de instalação e reinstalação de pequenas estações de província) e prestar homenagem ao povo de Bustos. É o texto desse documento que mais abaixo divulgamos, seguido pelo extracto de algumas actas da Junta de Freguesia versando o assunto.

INAUGURAÇÃO DAS NOVAS INSTALAÇÕES DOS CORREIOS (1956)

O edifício da estação dos CTT de Bustos foi construído pela Junta de Freguesia de 1931 (visto os serviços funcionarem num barracão com muito más condições para o público) e doado à Administração Geral por deliberação da mesma junta em 1932.
Em 1952 ao encarar-se a automatização telefónica de Aveiro e sua região verificou-se que o edifício, demasiado pequeno, não permitia a modernização do serviço telefónico. A Administração Geral pediu então à Junta de Freguesia a sua colaboração no sentido de se obter terreno para a ampliação da estação. A Junta ofereceu logo as suas diligências e em 1953 constituiu numa comissão destinada a angariar fundos para a compra do terreno – 313m2 – que foi adquirido no mesmo ano e doado aos CTT em 1954. Para as obras a fazer aproveitaram-se ao máximo as paredes-mestras do antigo edifício que foi ampliado e interiormente adaptado às novas necessidades dos serviços.
A capacidade do prédio está duplicada e o arquitecto Vasco Leone dos serviços de edifícios e mobiliário dos CTT, projectou uma estação graciosa e moderna, com fachada nova, por ter sido demolida a anterior para recuar o edifício, em virtude de assim o exigir o desafogo da estrada fronteira. As novas instalações comportam sala do público, dos serviços, do automático telefónico, de baterias, arquivo e arrecadação, no rés-do-chão, e residência do chefe com 8 divisões no 1º andar.
A construção foi pedida em Agosto de 1954 à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e autorizada pelo Governo em Novembro do mesmo ano. Em 1956, já quase pronto o edifício, foi-lhe acrescentado um muro de vedação do logradouro.
A freguesia de Bustos, do concelho de Oliveira do Bairro, na fértil e atraente região da Bairrada, fica servida com uma estação de correio ampliada e remodelada de tal forma que mais parece uma construção inteiramente nova o que altamente a valoriza.
A população de Bustos tem dado à Administração-Geral a melhor colaboração, de há muitos anos para cá. Em 1927, quando foi criada a Estação Telégrafo-postal de Bustos, foi uma comissão local, constituída pelos senhores Manuel Joaquim de Oliveira Sérgio, Dr. Manuel dos Santos Pato, Visconde de Bustos, Manuel Reis Pedreiras, Manuel Francisco Rei, Vitorino Reis Pedreiras, Manuel Francisco Domingues, Albano Tavares da Silva, Manuel Nunes Pardal e Herculano da Silva, que tomou a seu cargo a renda do edifício particular em que se instalaram os serviços e o primeiro deu ainda hospedagem ao encarregado da estação. Foram os mesmos senhores que promoveram em 1931 a aquisição do terreno onde se construiu a estação inaugurada em 1932. A Junta de Freguesia custeou durante alguns anos a despesa de uma condução de malas. Em 1938 a estação passou a regional. Em 1940 passou a ter rede telefónica que conta actualmente com 60 assinantes. Em 1946 foi estabelecida a distribuição postal domiciliária. Em 1950 o transporte de malas é motorizado. Agora vão os telefones ser automatizados.
A Administração Geral tem por seu lado correspondido ao interesse da população pelos serviços. Aliás é este o espirito que preside ao Plano de Instalação e Reinstalação de Pequenas Estações de Província, que conta já, com a de hoje, 60 realizações espalhadas por todo o país, com o valioso apoio de quem, nas pequenas localidades se interessa pelo progresso delas.
A Administração Geral dos CTT tem o maior prazer na abertura desta nova estação e deseja aproveitar a oportunidade para prestar as suas homenagens à benemérita Junta de Freguesia de Bustos e a todos quantos com ele, têm, em três décadas, contribuído para o desenvolvimento e a modernização do serviço do correio nesta região privilegiada.

4 de Agosto, 1956

OS CORREIOS NAS ACTAS DA JUNTA DE FREGUESIA

Extractos das actas da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Bustos

10. 02. 1929
Presentes na casa das sessões o Presidente José Joaquim Simões dos Louros e os vogais Silvestre da Silva Martins e Sebastião d’Oliveira Canão
...
Carecendo-se de casa para a instalação da estação do correio e telégrafo desta localidade e, não havendo mais, arrendou-se uma que precisa obras para ser adaptada para tal efeito, pelo que se põem as mesmas em arrematação, afixando-se para tal fim os competentes editais.
...
Lida a correspondência foi tomado conhecimento do ofício n.º 16 da estação dos correios e telégrafos de Bustos e como o que nele se oferece de malas para a condução do correio não satisfaz as justas aspirações do povo desta freguesia, deliberou-se oficiar ao Chefe dos correios e telégrafos de Aveiro, pedindo o estabelecimento de duas malas da estação do caminho de ferro de Oliveira do Bairro para a estação telégrafo - postal de Bustos, concorrendo esta Comissão Administrativa com a importância necessária para tal serviço.


27.07.1930

Lido o expediente, tomou-se conhecimento do ofício da Comissão constituída pelos senhores Visconde de Bustos, Doutor Manuel dos Santos Pato, Manuel Joaquim de Oliveira Sérgio, Herculano da Silva, Manuel Reis Pedreiras, Vitorino Reis Pedreiras, Manuel Francisco Domingues, Manuel Francisco Rei e Manuel Nunes Pardal, pelo qual ofício aquela Comissão vem comunicar que, tendo adquirido ao Senhor Herculano da Silva um terreno no sítio de Bustos, a confrontar a norte com João Nunes Ferreira, do lado sul com Jacinto dos santos, do nascente com o vendedor e do poente com a estrada distrital antiga n.º setenta e cinco para nele ser construído o edifício para a estação telégrafo – postal, para este mesmo efeito vem a citada Comissão ofertar aquele terreno a esta Junta sem quaisquer encargos, oferta esta que, reconhecidamente se aceita, deliberando esta Comissão Administrativa considerar beneméritos aqueles referidos senhores e autorizar o Presidente desta Comissão Administrativa, José Joaquim Simões dos Louros, a representar os vogais para o efeito de aceitar a doação do citado terreno por documento público e autorizar também o mesmo Presidente a ordenar o pagamento ao Notário, das despesas com o documento.

José Joaquim Simões dos Louros
Silvestre da Silva Martins
Sebastião d’ Oliveira Canão

13.02.1938
Foi ainda mais deliberado oficiar ao Excelentíssimo Chefe das Finanças do Concelho de Oliveira do Bairro para que se digne passar certidão da matriz predial urbana do prédio onde está instalada a Estação Telégrafo-postal desta freguesia, a fim de se satisfazer o solicitado pela Ex.ma Direcção-Geral dos Correios Telégrafos e Telefones.

10.12.1939
Como esta Junta fosse atenda ao pedido que fez a Digníssima Administração Geral dos Correios Telégrafos, deliberou oficiar aos Senhores beneméritos que compraram o terreno para fazer o Edifício dos Correios Telégrafos, convidando-os para uma reunião para darem o seu parecer a fim de cedência do dito Edifício à Administração Geral.

06.06.1954
Por lapso não foi passado em sessão de Dezembro a nomeação duma comissão organizadora de fundos para a compra do terreno e remodelação de um muro junto ao Edifício dos C.T.T. para ampliação do mesmo. Esta Junta resolveu esta nomeação visto a já nomeada não aceitar esta missiva. Fica composta pelos seguintes senhores: Presidente: Manuel Simões Ferreira J.or, Tesoureiro: Manuel Simões da Cruz, secretário: Manuel Simões Luzio. O terreno a comprar é para oferecer gratuitamente aos C.T.T.

05.12.1954
Compareceram nesta sessão os senhores Manuel Simões Ferreira J.or, Manuel Simões da Cruz e Manuel Simões Luzio, respectivamente presidente e vogais da comissão encarregada por esta Junta em sua sessão de seis de Junho do corrente ano a qual cumpriu a missão confiada, a apresentarem a esta Junta as contas de receita e despesa para o que foram nomeados, sendo a receita de cinquenta e cinco mil quinhentos e treze escudos e dez centavos e a despesa de igual valor.

(Recolha de Sérgio Ferreira)

16 de março de 2006

ESCÂNDALO NO CENTRO DE SAÚDE

O Centro de Saúde de Oliveira do Bairro tem uma extensão em Bustos onde é médico o Dr. Fernando Vieira que é também proprietário de um Centro Médico na Palhaça onde exerce e explora comercialmente a actividade médica.

Daí não viria mal ao mundo. O problema, o escândalo, é que quando está a trabalhar para o Estado, sendo pago pelo Serviço Nacional de Saúde, o Dr. Fernando Vieira usa esse lugar para canalizar clientes para o Centro Médico que explora na Palhaça. E fá-lo abertamente, sem o mínimo respeito pelos doentes ou pela nobre profissão de médico.

Escutámos vários testemunhos – se aqui não adiantamos nomes fazemo-lo apenas para proteger as nossas fontes – todos eles contando a mesma história. Quando manda fazer análises o Doutor Fernando Vieira faz questão em ordenar: “Vais à Palhaça fazer as análises.”
Bem pode o doente dizer que não tem transporte, que é um transtorno ir para tão longe quando pode fazer as análises no Sobreiro porque o médico não se comove. Faz da ida à Palhaça uma obrigação e já chegou a responder: “Não tens transporte, vai a pé!”


Houve quem tivesse desrespeitado tal ordem tendo aparecido com análises feitas no Sobreiro. Pois bem, ao ver o envelope com a identificação do laboratório que trabalha para o Centro Médico de Bustos o Dr. Fernando Vieira nem o abriu, mandando o paciente ir fazer novas análises, “desta vez no sítio certo”.

O meio é pequeno e quem precisa frequentemente de médico receia levantar a voz, mas é tempo de denunciar a falta de ética, a ausência de respeito pelos doentes, o abuso de posição, a pouca vergonha.

É também para isso que serve o “Notícias de Bustos”

Belino Costa

15 de março de 2006

12º ENCONTRO DE COROS DA BAIRRADA

Numa organização conjunta do Orfeão de Bustos e do Orfeão do Paraíso Social de Aguada de Baixo, vai realizar-se, nos próximos dias 25 de Março e 1 de Abril o XII Encontro de Coros da Bairrada, com início agendado para as 21.00 horas.
Assim, a primeira parte do Encontro de Coros da Bairrada acontecerá em Aguada de Baixo. O espectáculo acontecerá, no Salão da Junta de Freguesia de Aguada de Baixo. Além do Orfeão anfitrião, participarão o Coro Misto do Orfeão de Águeda, o Orfeão de Barrô, o Grupo Coral Jovem da Arcel e o Orfeão da Casa do Povo do Troviscal.

O Orfeão de Bustos, o Coral Polifónico Cantate Jubilo, de Barrô, o Coral Magister da Mealhada, e o Orfeão da Associação Cultural de Recardães vão participar na segunda parte do mesmo encontro, no dia 01 de Abril, em Bustos, sendo responsável pela organização o Orfeão de Bustos. Este espectáculo ocorrerá na Igreja Paroquial de Bustos, que para o efeito tem uma acústica extraordinária.

Cerca de quatrocentos coralistas, distribuídos por nove grupos corais, sete maestros e duas maestrinas farão a festa que será mais um Encontro de Coros da Bairrada que, numa organização que se espera impecável por parte dos grupos co-organizadores, possa também, promover momentos dignos de dois grandes espectáculos, onde a música e a amizade pre- encherão as noites.
Também os apreciadores da música coral serão convidados a aquecer os improvisados auditórios de Aguada de Baixo e de Bustos e a apreciar a magnífica afinação polifónica conseguida, em tantas noites de ensaio, pelas vozes de tenores, sopranos, baixos e contraltos e pela dedicada habilidade e génio dos respectivos maestros e maestrinas que se apresentarão.
O programa dos concertos abrangerá um vasto período da história da música coral, passando pela interpretação de peças litúrgicas e profanas, clássicas e eruditas, bem como a música popular. Uma revolução no repertório tradicional, uma lufada de ar fresco, como se espera nos diversos reportórios, sem esquecer peças corais de autores portugueses contemporâneos, e espaço para a promoção e apresentação de temas bairradinos.
Como pano de fundo, teremos a oportunidade de ouvir o Hino da Bairrada - o velho hino com letra do Pde Acúrcio e música de Albano da Cruz.

Os encontros de coros da Bairrada são já uma tradição do que de melhor se faz ao nível do Canto Coral Polifónico, isto resultado do esforço dos diversos grupos corais na dinamização deste tipo de música, pese embora alguns deles com ainda alguma tenra idade e a quem se deve reconhecer um esforço desenvolvido nesta dinâmica cultural.
Uma aposta que deve ser desenvolvida de forma articulada, no sentido de promover e alargar o interesse à participação duma faixa de população mais jovem, como forma de sustentar um carácter mais jovial aos diversos grupos.
As entradas serão gratuitas, pelo que se espera que a Bairrada compareça e que assim dê força aos briosos executantes de todos os corais e logicamente, à organização deste encontro, reconhecendo todos que, “o homem se realiza também pela cultura, resolvidos os problemas de cama e mesa”.
O evento conta com os apoios oficiais da Câmara Municipal de Águeda, da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, das Juntas de Freguesia de Aguada de Baixo e de Bustos.

BIBLIOTECA GUARDA PRIMEIRAS EDIÇÕES

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BIBLIOTECA DE BUSTOS AGUARDA MUDANÇA

A imagem revela o teor de um ofício de 24.11.1960, emanado da Fundação Calouste Gulbenkian dirigido ao Secretário [Arsénio Mota] da Comissão de Melhoramentos/1960 a solicitar esclarecimentos conducentes à satisfação do pedido de instalação da Biblioteca Fixa que viria a ser inaugurada em 18 de Fevereiro/1961.
(INSTALAÇÃO DA BIBLIOTECA FIXA Nº 26 - ofício da FCG, 24.11.1960)
“Sem dúvida utilíssima a criação de uma Biblioteca Fixa da Fundação em Bustos.”, lê-se no início do ofício.
*
A ex-Biblioteca Fixa nº 26 foi desactivada pelo anterior executivo camarário. O corte da ligação da internete assim o atesta. Não se compreende que o serviço digital tenha sido desactivado no pólo de leitura.
Actualmente, a biblioteca pouco mais é do que um armazém de livros instalado em espaço acanhado, cedido pela ABC de Bustos. É chegado o momento de se estudar a solução para implantar uma estrutura adequada à nova dinâmica das bibliotecas.

sérgio micaelo ferreira
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14 de março de 2006

ALBERTO. UM TORNEIRO. UM MESTRE. UMA ESCOLA.


Viajava Bustos pelos anos de ’50.
Alberto Martins, natural de Aveiro, era um artista metalúrgico a desenvolver o processo de produção de fogareiros na então recém-criada fundição de Manuel Simões dos Santos (Manuel da Barroca[1]).
O Alberto Torneiro fazia parte de um lote de operários que contribuiu para dar projecção alargada à INF (Indústria Nacional de Ferramentas [2]), de Bustos, empresa localizada ali à entrada da Rua da Póvoa. As panelas de ferro continuam a ser badaladas.O trabalho de fundição era executado por verdadeiros autodidactas, contava-se entre eles Manuel de Oliveira Crespo que estava de saída, devido a desinteligências. É então que o Alberto «se atira» à criação dos diferentes moldes de fogareiros (de 0 a 6). [nota: Os modelos das panelas de ferro fundido estão classificados de 1 a 12].

O Alberto Martins ainda não tinha alcançado os trinta anos quando, para espanto dos mais velhos, introduziu na INF o fabrico das peças em série.
Entretanto o sistema mecânico da rega dá os primeiros passos, Manuel da Barroca não quer perder o comboio do negócio e a INF abre uma secção de vendas de material de irrigação. O Alberto é o vendedor escolhido para bater as Gafanhas e os Campos do Mondego, conseguindo um apreciável volume de vendas. O Alberto fica a conhecer a zona como a palma das mãos. Em cada cliente fazia um amigo. O dito “o Alberto Torneiro é mais conhecido que o papa” pecava por defeito. O êxito da sua actividade comercial estava alicerçado na qualidade do artigo e na pronta assistência técnica.
O Alberto pegou de estaca na sua terra de adopção, fez parte do elenco directivo da União Desportiva de Bustos[3]. Recorda com saudade a participação dos seus companheiros nos destinos da bola, entre eles contavam-se em destacado lugar, o Eduardo Santos (Eduardo dos Correios), Fernando Afonso, Abel Martins de Oliveira, Inocêncio Caldeira, Amândio Ferreira (O Menino Jesus')
Ao fim de trinta anos, Alberto Torneiro [4] deixa a Fundição, sai de Bustos e entrega-se ao voluntariado nos Bombeiros de Ílhavo, onde foi condutor durante anos até regressar novamente à nossa terra.
É um prazer partilhar a conversa do Alberto Torneiro com os amigos que o visitam.…
O Alberto Martins, aprendiz de mecânico na Bóia & Irmão, forjeiro e torneiro, sendo de fora-parte, é também uma figura que ajudou a construir o imaginário de Bustos.
***
[1] In Manuel da Barroca, http://bustos.blogs.sapo.pt/ Bustos - do Passado e do Presente abril 22, 2004
[2] A Fundição de Bustos (INF) merece que lhe escrevam as suas memórias.
[3] O Alberto contou vários episódios passados no Futebol que merecem ser registados. Józinho, é trabalho para ti ... Um acepipe...Em determinado jogo, o Necas Gueso [outra figura que atingiu nomeada no futebol] obrigou a desmarcar um golo já confirmado pelo árbitro ...
[4] No 25 de Abril/74, o Alberto estava com amigos que festejaram o acontecimento com manifestações bem «à radical». O mini-episódio virá a lume em data própria.
sérgio micaelo ferreira
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10 de março de 2006

BANDA DA MAMARROSA - ASSEMBLEIA GERAL/2006

OLIVEIRA DO BAIRRO - O FORAL NO CONCELHO

CASA DA CÂMARA - "NEM TUDO ESTÁ PERDIDO", André Chambel

Porque ainda nem tudo está perdido gostaríamos a implementação de algumas medidas tendentes à preservação da memória da antiga Casa de Câmara:
elaboração de plantas e alçados da antiga;
levantamento da planta do edificado da área envolvente (correspondente à Praça da República);
levantamento fotográfico exaustivo do imóvel (do interior e do exterior);
elementos a salvaguardar: painel toponímico do pano confinante com a antiga EN – 235, colocado no início do século XX, pelo ACP, e a notável escadaria de pedra, gasta por séculos de história.
Jornal da Bairrada, 09.03.2006, pgs 16.
...
A proposta de André Chambel traz solução à vista?

9 de março de 2006

CASA DA CÂMARA - CADEIA - CASA DA RÁDIO ou O FADO DA DEMOLIÇÂO

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“Todos sabemos também que Património:

Não são os monumentos e obras arquitectónicas

construídas a partir do séc. XX.”
In Acílio Gala, (Ainda) o caso da Casa da

Câmara, Jornal da Bairrada, 23.02.2006.

Levando à risca a norma transcrita, a Igreja de Bustos não chegará a ter estatuto de imóvel de Interesse Municipal porque foi construída em meados do séc. XX.
Bem, deixando os elementos atmosféricos com a sua pertinaz acção erosiva na igreja consagrada a São Lourenço, vamos mudar o azimute para o ping-pong partidário lá para as bandas da casa da câmara – cadeia – rádio de Oliveira do Bairro.

Foi necessário ter havido mudança de inquilinos das cadeiras em consequência das eleições autárquicas da sede do concelho para se ter percebido que a atribuição do estatuto (Interesse Municipal) estava pervertida por não ter havido discussão pública. Em bom rigor, era o q. b. suficiente para impor o regresso à estaca zero de todo o processo.
Acílio Gala chamou “vício de forma de mero carácter administrativo” ao silenciamento da voz do cidadão na discussão pública. [uma visita de estudo pelo mundo autárquico dos states talvez trouxesse na bagagem algumas ampolas estimulantes da vivência democrática].

Os mandatos de Acílio Gala deram para conhecer algum desvirtuamento da História.
Por exemplo, hipervalorizou a figura de D. Manuel I e excedeu a importância da carta de foral concedida à terra de Oliveira do Bairro[1].
Seguindo Américo Figueira, “Os forais manuelinos, contrariamente aos antigos que nos chegaram desde os primeiros anos da nossa monarquia, não eram uma legislação que favorecia os interesses das populações locais, mas tão-só um repositório de textos e tributos que os povos tinham de pagar”[2]

Mais, analisando a carta de foral, o «concelho, que não era», promovido por Acílio Gala não ultrapassa, compreende, grosso modo, o actual território da freguesia de Oliveira do Bairro.
Bustos, integrado na Mamarrosa/Sosa nem sequer estava ligado por estrada ou caminho à tal ‘terra de Oliveira do Bairro’.

Ainda hoje não está bem claro qual foi a benesse que a terra de Oliveira do Bairro recebeu de D. Manuel I, rei venturoso & merceeiro, para ter honras de espaço nobre com estátua.
Enfim, Acílio Gala contribuiu para desvirtuar a história local (da ‘terra de Oliveira do Bairro’)

Regressando à Casa da Câmara[3] - Cadeia - Casa da Rádio.

As responsabilidades de Acílio Gala não terão caído quando omitiu a discussão pública no processo de classificação da casa da câmara e cadeia?
Acílio Gala defende o ‘interesse público’ do edifício onde esteve instalada a Câmara. Descontando as transformações havidas junto às janelas, tenho dúvidas que o actual aspecto da estrutura seja semelhante à inicial. A actual telha “Marselha” da cobertura por certo não existia. O telhado teria (?) sido coberto por telha de meia cana, também conhecida pelo tipo “freira e frade”.

Já alvitrei que o polémico edifício ficasse registado para aboa memória em painel de azulejo, à semelhança do procedimento adoptado pelo Presidente da Junta de Freguesia de Bustos relativamente à capela de São João (‘do toledo’) e à 1ª casa da Junta localizada à entrada da Feira.
André Chambel[4] sugere um roteiro de medidas que muito pode contribuir para terminar a polémica em aperto de mão.
Entretanto, sugiro que os limites da implantação do actual imóvel sejam marcados no chão e que os materiais desmantelados sejam cartografados na hora. Não vá aparecer, durante a demolição, alguma reconstrução não anunciada.

O edifício será demolido. Ainda bem.
Pois não servirá para a implantação de um acanhado arquivo municipal.
Sérgio Micaelo Ferreira (rossio da póvoa)

[1] Na carta de foral de 6 de abril de 1514 não se encontra o termo “concelho”. Já no treslado datado de (1789) do Foral de Segadães (20.03.1516) está: … “ /A quantos esta nossa Carta de Foral da /da para sempre a terra, e Concelho de Se/gadães, virem …”
[2] (in Américo Figueira, Segadães – das origens ao foral manuelino, cadernos anata, Águeda, 2002)”.

[3] O desinteresse pelo edifício foi de tal ordem que também foi conhecido por “casa dos ratos”
[4] Consultar: “Nem tudo estará perdido”, Jornal da Bairrada, 09.03.2006, pg.s 16

6 de março de 2006

ARLINDO VICENTE - NOME DE ESCOLA?

Um extracto, pgs. 176
...
ARLINDO VICENTE - ARTISTA DA BAIRRADA
"A obra característica realizada pelo pintor do Troviscal encontra-se dispersa por alguns museus e diversas colecções particulares do país e do estrangeiro, sendo portanto de difícil acesso. Como averiguar, portanto, que obras deixou com ligações perceptíveis à Bairrada? À evidência, poderão referir-se dois desenhos de sua autoria (assinados Vicent): uma tricana estilizada na Costa Nova ou em Mira e uma cena de vindima (rapazes e raparigas, de cestos de uvas e dorna), ambos de 1928,que parecem evocar a Bairrada. Este último foi publicado em 1940, na revista «Bairrada nas Festas dos Centenários de Portugal», número único preparado para a Exposição do Mundo Português.
Outros quadros de Arlindo Vicente, por exemplo o desenho que retrata um par de campónios de meia idade, ostentam notórias marcas da sua região natal. Vendo bem, é possível que a Bairrada esteja presente com maior ou menos evidência, com maior ou menos presença-ausência, em muitas obras realizadas."
[Fim de reprodução]

Para consulta:
SUGESTÃO: Escola de Artes Arlindo Vicente no blogue BUSTOS - do passado e do presente, de maio 24, 2004
http://bustos.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_05.html

http://www.museusaopedro.jb.pt/arlindovicente/

UDB SEMANADA

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3 de março de 2006

MILTON ERRANTE COSTA - CALENDÁRIO DAS FALTAS "AO TREINO"

Milton Costa, assíduo animador do Centro Social das Terras de São João (do toledo), vai faltar aos “treinos”. Para conhecimento dos «colegas», NB [Sérgio Micaelo Ferreira]apresenta o calendário das peregrinações.



(CALENDÁRIO ATÉ OUTUBRO)


REUNIÕES INTERNACIONAIS:

Abril 5 – 6, 2006
(quarta e quinta-feira)
Madrid, Espanha
Reunião da Comissão Científica do 2nd FEMS Congress of European Microbiologists
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Abril 7 – 9, 2006
(sexta a domingo)
Delft, Holanda.
Reunião da Direcção da Federation of European Microbiological Societies (FEMS)
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Junho 4 – 6, 2006
(domingo a terça-feira)
Viena, Austria
Reunião da “European Life Sciences Forum (ELSF) on Research Infrastructures”
(Representante da FEMS)
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Setembro 13 – 16, 2006
(quarta-feira a sábado)
Riga, Letónia
Assembleia Geral da Federation of European Microbiological Societies (FEMS)
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PALESTRANTE CONVIDADO (CONGRESSOS):

Abril 26 – 29, 2006
(quarta-feira a sábado)
Barcelona, Espanha

The Microbe’s Contribution to Biology
Institute for Catalan Studies (National Academy of Catalonia)

Palestrante (convidado), Milton Costa, “Extremophiles, Then and Now”
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Julho 4 – 8, 2006
(terça-feira a sábado)
Madrid, Espanha

2nd FEMS Congress of European Microbiologists
Palestrante (convidado), Milton Costa “The role of trehalose and mannosylglycerate in osmotic adaptation of Thermus thermophilus”
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Agosto 20 – 25, 2006
(domingo a sexta-feira)
Viena, Áustria

International Symposium on Microbial Ecology (ISME-11)

Palestrante (convidado), Milton Costa “The bacteria of the Phylum Deinococcus/Thermus; phylogeny and physiology”

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Septembro 17 – 23, 2006
(domingo a sábado)
Brest, France

International Congress on Extremophiles 2006
Palestrante (convidado), Milton Costa “Salt stress responses in thermophilic bacteria”
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Nota Final: Nenhuma viagem ou estadia é paga por fundos portugueses

Despacho do gabinete do rossio da póvoa:
Marque-se um treino para que o «colega» Milton Errante Costa se explique porque não irá utilizar qualquer verba dos “fundos portugueses” para custear as suas saídas.

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2 de março de 2006

COMISSÃO PROMOTORA DAS COMEMORAÇõES DO CENTENÁRIO NATALÍCIO DE ARLINDO VICENTE (1906 - 2006)

Arlindo Augusto Pires Vicente, filho de Manuel António dos Santos Vicente e de Amélia da Silva Pires Vicente, nasceu a 5 de Março de 1906, no Troviscal, concelho de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro.

Após concluir a instrução primária no Troviscal e o ensino liceal em Aveiro, matriculou-se em Medicina, na Universidade de Coimbra, em 1926. Nessa cidade foi director artístico do jornal Pena, Lápis e Veneno, de que se publicou apenas o primeiro número, e organizou, em 1927, o 1º Salão de Arte dos Estudantes da Universidade de Coimbra. Em Lisboa, onde entretanto se matriculara na Faculdade de Direito (1927), Arlindo Vicente colaborou na organização do 1º Salão de Artistas Modernos Independentes, na casa Quintão, em 1930, e no 2º Salão de Independentes, em 1931. Em 1929, casou com Adélia Marques de Araújo Vicente, natural da Fogueira, do vizinho concelho de Anadia, a qual, licenciada em Farmácia, fundou no Troviscal a Farmácia Araújo Vicente, denominação que ainda hoje perdura. Em consequência do matrimónio, Arlindo veio a conseguir a transferência para Coimbra, em 1930, onde se licenciou em 1932, após o que iniciou a advocacia, abrindo consultórios no Troviscal e Anadia.

Em 1936 radicou-se definitivamente em Lisboa, onde participou na Exposição dos Artistas Modernos Independentes. Colaborou ainda no semanário Acção! e na Exposição do Mundo Português (1940). Mais tarde participou e dinamizou algumas das Exposições Gerais de Artes Plásticas, na Sociedade Nacional de Belas Artes (1946-1956), e participou, em 1957, na 55ª Exposição Anual no Salão de Primavera. Foi, nesse ano, proposto, pela oposição, como candidato a deputado para as eleições à Assembleia Nacional, pelo círculo de Lisboa.

A 20 de Abril de 1958 foi apresentada a sua candidatura à Presidência da República e a 8 de Maio o seu Manifesto Eleitoral. A 30 de Maio retirou a sua candidatura depois de estabelecer um acordo com o General Humberto Delgado. A 8 de Junho realizaram-se eleições, caracterizadas por fraude generalizada, tendo Américo Tomás sido dado como vencedor. Humberto Delgado exilou-se, abandonando para sempre o País.

A 30 de Setembro de 1961, em vésperas da campanha eleitoral para deputados, Arlindo Vicente foi preso. Após dez meses de injusto encarceramento, foi, em Julho de 1962, julgado como elemento perigoso, acusado de actos subversivos e condenado a uma pena de 20 meses de prisão correccional, suspensa durante 5 anos, com suspensão dos direitos políticos também por 5 anos.

Em 1963 participou no 59º Salão de Primavera na SNBA em Lisboa e no 1º Salão de Artistas de Aveiro. Em 1969 não faltou ao 2º Congresso Republicano em Aveiro, mas, em entrevista ao Diário de Lisboa, em 1970, admitiu trocar a advocacia pela pintura e organizou uma exposição individual na SNBA, participando ainda na Exposição de Arte Portuguesa dos séc. XIX e XX em Colecções Particulares. Em 1973, por motivos de saúde, cessa a sua actividade de advogado, passando a dedicar-se por inteiro à pintura, participando na Exposição 100 anos da Pintura Portuguesa no Casino da Póvoa do Varzim.

Em Abril de 1974 deu-se a queda do regime e Arlindo Vicente participou nas comemorações do 1º de Maio desse ano, pela primeira vez realizadas em liberdade após quase 50 anos de ditadura, a que com tantos sacrifícios sempre se opusera. Em Outubro desse ano, em entrevista ao Diário de Lisboa, admitiu regressar à vida política, o que não aconteceu. Na SNBA organizou mais uma exposição individual de Desenho e Pintura e participou na 1ª Exposição Colectiva, que teve lugar no Palácio dos Coruchéus, em 1975.

A 24 de Novembro de 1977, faleceu em Lisboa, com 71 anos de idade. Ao saber da notícia a Assembleia da República interrompeu a sessão para prestar homenagem ao cidadão e artista Arlindo Vicente.

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Em 1982, na exposição dos 100 anos de Artes Plásticas, no Salão Cultural da Câmara Municipal de Aveiro, foram expostas obras de Arlindo Vicente. Foi agraciado em 1983, a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.

Em 1990, promovida pela Ordem dos Advogados, foi realizada a 1ª Exposição Individual Póstuma, no Museu Soares dos Reis (Porto), e na Fundação Dionísio Pinheiro (Águeda).

Em 1993 o seu nome foi dado a uma avenida na freguesia de Marvila, em Lisboa, e a uma rua no Troviscal, Oliveira do Bairro. Em 1995, é uma rua na Quinta da Maia, em Coimbra, que recebe o nome do pintor, enquanto que na Casa da Cultura desta cidade, integradas na sessão de apresentação do volume 16 da Revista da História das Ideias, têm lugar uma evocação de Arlindo Vicente e a abertura duma exposição com trabalhos seus.

Na Galeria da Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, foi organizada uma exposição de Pintura e Desenho de Arlindo Vicente, em 1999.

Em Aveiro, a 5 de Outubro de 2003, foi aberto o Museu da República – Arlindo Vicente.

No Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, em Dezembro de 2005, na exposição, Um Tempo e Um Lugar – Dez exposições gerais de Artes Plásticas, foram incluídos cinco trabalhos seus.

Arlindo Vicente foi ainda ilustrador de alguns números da Presença, Vértice, Seara Nova, Labor, Revista Eva. O 3º volume das Obras de Ferreira de Castro abre com uma pintura sua. Retratou algumas grandes personalidades com quem conviveu – Adolfo Casais Monteiro, João Gaspar Simões, António Pedro, José Régio, Miguel Torga, entre outros – mas também figuras do povo, de que provinha, companheiros de prisão e familiares. Exerceu cargos directivos na Sociedade Nacional de Belas Artes. As suas facetas de pintor solidário e político empenhado encontram-se profusamente ilustradas na imprensa de grande circulação da época.

ARLINDO VICENTE - CENTÉSIMO ANIVERSÁRIO NATALÍCIO (5 de Março - Domingo)

LANÇAMENTO DAS COMEMORAÇÕES

Já no próximo dia 5 de Março (domingo) – o centésimo aniversário natalício do homenageado – terá lugar o lançamento das comemorações, no Troviscal, com o seguinte programa:

15:00 horas
– Descerramento de nova placa toponímica identificativa da Rua Arlindo Vicente, com a participação da Banda da União Filarmónica do Troviscal, no largo da Vila.

16:00 horas
– Apresentação do Programa das Comemorações e evocação do homenageado pelo Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem, na Escola de Artes da Bairrada.

– Breve apontamento musical com Joaquina Li, canto, e Jorge Li, piano.

17:00 horas
– Encerramento com intervenções de familiares do homenageado e autoridades.


A Comissão Promotora

BIBLIOGRAFIA

Arlindo Augusto Pires Vicente nasce a na freguesia do Troviscal. Em 1926, obedecendo a um forte desejo de seu pai, matricula-se em Medicina na Universidade de Coimbra, curso que acaba por trocar pelo de Direito, cuja licenciatura termina em Coimbra em 1932 após uma passagem pela Universidade de Lisboa. Inicia, então, a sua carreira de advocacia em Troviscal e Anadia.


Muito cedo começa a desenhar e a pintar. Aos 14 anos, ainda no Liceu de Aveiro, desenha a capa um livro do seu célebre reitor, o latinista, José Pereira Tavares. Foi director artístico do Quinzenário de caricatura, Pena, Lápis e Veneno (Coimbra, 1926). Participa, em 1927, com 16 obras no I Salão de arte dos estudantes da Universidade de Coimbra, e em 1930, na organização do I Salão dos Artistas Independentes em Lisboa. Em 1931 contribui com 12 quadros no II Salão de independentes. Durante década de trinta, entretanto radicado em Lisboa (1936), os seus desenhos são incluídos em prestigiosas publicações periódicas, tais como Presença, Diabo e Seara Nova; mais tarde, também na revista, Vértice.


Particularmente durante a década de 50, Arlindo Vicente defende nos tribunais de excepção, gratuitamente, vários opositores ao regime de Salazar, acusados de crimes políticos, contactando assim intimamente com os aspectos mais tenebrosos desse regime torcionário. Em 1957 é proposto pela oposição democrática como candidato a deputado à Assembleia Nacional pelo círculo de Lisboa. A 20 de Abril de 1958 é apresentada publicamente a sua candidatura à Presidência da República. Em 30 de Maio Arlindo Vicente retira a sua candidatura em favor de Humberto Delgado, celebrando um acordo de oposição ao regime. Em Setembro de 1961, nas vésperas da campanha eleitoral para as eleições de deputados, Arlindo Vicente é preso pela PIDE, e, só 10 meses mais tarde, indiciado como elemento perigoso, sendo condenado, sem provas, a vinte meses de prisão correccional e a cinco anos de suspensão de direitos políticos. Em Maio de 1969 participa no II Congresso Republicano, que tem lugar em Aveiro.


Embora exercendo advocacia, Arlindo Vicente continua a dedicar-se à pintura, e, em 1 de Junho de 1970, abre a sua exposição individual na Sociedade Nacional de Belas Artes. Em 15 de Novembro de 1974 abre nova exposição individual na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Arlindo Vicente vem a falecer em Lisboa a 24 de Novembro de 1977, tendo sido agraciado a título póstumo com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade em 1983.

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro decidiu associar-se ...


Decorrendo este ano o primeiro centenário do seu nascimento, a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro decidiu associar-se activa e empenhadamente às respectivas comemorações, que, em boa hora, uma comissão promotora decidiu levar a cabo.

1 de março de 2006

O 23º ANIVERSÁRIO DO ORFEÃO

Comemorou-se no passado dia 19 de Fevereiro o 23º aniversário da Associação Orfeão de Bustos. Embora já alguns meses antes se viessem a desenhar os contornos desta associação na mente de alguns bustuenses, foi em Fevereiro de 1983 que a mesma se formalizou como tal.
Desde então esta associação tem tido um papel determinante na dinâmica cultural, recreativa, desportiva e social. Neste momento tem em actividade permanente um Grupo Coral Polifónico, Grupo de Cantares Populares, Secção de Rastreio de Factores de Risco Cardiovasculares e Secção de Ginástica, oferecendo à população uma diversidade de actividades indispensáveis à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, tantas vezes condicionada quer por factores sociais quer de índole particular.
A Associação Orfeão de Bustos, hoje em busca de novos rumos para manter a sua firme presença na vida dos bustuenses, tem-se mantido atenta às necessidades locais. E por esse motivo fazem ainda parte do seu vasto “curriculum” oficinas de teatro, escola de música e organização de provas desportivas e secção de atletismo, as quais foram a seu tempo abandonadas em grande medida por falta de condições físicas.

Foi com o objectivo de fazer esta retrospectiva no tempo e assumir a responsabilidade e a honra de 23 anos de dinâmica vida desta associação, que a direcção preparou este ano pela primeira vez as comemorações do seu aniversário.
As comemorações começaram pelas 11 horas com Missa de Acção de Graças solenizada pelo grupo Coral Polifónico da associação, tendo o Sr. Padre Arlindo lembrado a todos os presentes o papel de relevo que esta associação tem desempenhado na vitalidade da freguesia de Bustos e homenageado todos quantos têm, há 23 anos, contribuído para que este projecto começado em 1983 se tenha mantido sempre actual.
De seguida rumou-se ao cemitério de Bustos para deposição de coroa de flores em homenagem a todos os associados já falecidos. Este acto simbólico teve como objectivo lembrar os apoiantes deste projecto que já partiram, mas também relembrar a todos os associados que o seu papel na vida da associação é intransmissível e a sua presença, acompanhamento e participação activa indispensáveis.

Foi de seguida feita a bênção da nova carrinha, a qual irá estar principalmente destinada a apoiar as saídas dos Cantares Populares, e a abertura da exposição “Assim se Faz História” pelo Sr Presidente da Câmara, Mário João Oliveira. Esta exposição foi acima de tudo uma mostra da já longa actividade da associação através de fotografia, instrumentos, projecção do último trabalho feito pelos Cantares Populares em etnografia com a colaboração da Dra. Clara Aires, e tantos outros testemunhos que se foram coleccionando ao longo desta estusiástica caminhada.
Para concluir, por volta das 17 horas, foi organizado um concerto com o grupo coral da associação e o grupo coral de Serzedo (Vila Nova de Gaia). Com o salão polivalente acalorado pela moldura humana presente, os grupos corais puderam exibir-se de forma memorável.

Foi sem dúvida um dia emocionante quer para a associação quer para a comunidade, em especial para todos quantos desde início estiveram a acompanhar directa ou indirectamente o percurso da associação. Deseja-se que esta colectividade armazene, com os eventos de sucesso, toda a energia e apoio de que precisa, para continuar a estar atenta às necessidades emergentes, e responder com iniciativas que vão de encontro ou, de preferência, superem as expectativas da população.

Regina Alves