30 de novembro de 2006

LEITÃO NA ADEGA DO TI'MANUEL JOAQUIM, pelo Comendador


GENTE DA NOSSA GENTE – 2

LEITÃO NA ADEGA DO TI’MANUEL JOAQUIM


Mensageiro“Estando os príncipes reunidos em círculo ...”
Sófocles, “Ajax”, Editorial Verbo, Biblioteca Básica Editora, livros RTP, 4


Foi no passado domingo, 26 de Novembro de 2006, na Adega do sempre recordado Manuel Joaquim dos Santos (Ferrador) que sob os auspícios do Dr. Óscar dos Santos, aconteceu uma singular reunião, onde, ao de leve, se debateu o “ACONTECER BUSTUENSE”.

O "ágape" esteve muito bem decorado, pois contou com as mãos dos experts em culinária, com destaque para o colega Dr. Aleixo, Mestre na preparação e grelhados do camarão tigre. A assadura do nobre leitão (de origem caseira, mas abatido conforme as normas divulgadas pelo diário oficial) contou com a participação de mão-de-obra americana: o experiente James Ray. Há a destacar a preciosa colaboração da Mãe do Óscar, Benilde Figueiredo, não deixando escapar o mais pormenor das minudências da culinária.

Para cumprir a palavra ADEGA, lá estavam os bons vinhos bem aconchegados, a decorar a sala de visitas – na boa tradição bairradina.

A cortar a fita do início da cerimónia, o Óscar submeteu a concurso a pinga da última colheita, produzida a partir de perlas oriundas do nosso chão. Corpo jovem, ainda tem virtualidades algo escondidas, certificou um 'escanção'. E lavrou a sentença: ‘merece ser bebido só por distintos colegas’. E avisou para não deixar azedar o vinho como aconteceu
com a colheita do ano anterior.
O Adélio Santos (Barroca) cumpriu com rigor a trincha do leitão e bafejou todas as travessas com uns cibos da apetecível costela.

A reunião de trabalho atingiu nível bastante elevado. A comida de excelência carimbou o repasto.

Há um adágio popular que aponta para que as coisas boas devem repetir-se. Assim, os ‘guardiões’ do cenáculo já planearam o próximo “ágape”com um prato da comida tradicional e será servida à mesa como no antigamente do antigo. Será a concretização de mais uma aspiração que vem adubar as nossas raízes. Tal e qual. "É isso manelzito".

Foi um encontro salutar. Foi um encontro para reforçar os laços da fraternidade.

AMÁLIA EM 78 ROTAÇõES
Para além do novo Audi ter sido molhado conforme o estatuto manda, houve uma surpresa. António Romão exibiu uma excelsa raridade. Era uma caixa muito antiga com uma “micro-grafonola”. Em silêncio reverencial, ouviu-se Amália Rodrigues cantar ‘é uma casa portuguesa’ e ‘confesso que te amei’ gravadas em discos de 78 rotações. Etiquetas Columbia e Melodia. Foi um momento sublime.

Provou-se uma hiper-reserva de aguardente vintenária/trintenátria? Do bagaço das Terras de Basto. “Uma delícia, ó Eng. Ruca!”. Tem de ser servida a conta-gotas, para que o sabor chegue longe. Provada a nova bagaceira, ela foi reprovada (chumbada) pelo técnico de experiência feito, Milton Costa. “Retiraram-lhe a çoleima”.

CIRCUITO DAS ADEGAS
Um destacado convidado – não Bustuense – propôs a organização do circuito das adegas do concelho. E adiantou, «teria de ser seleccionada e recuperada uma adega por cada freguesia” ou disse aldeia?. A proposta foi bem recebida. “Não era no intervalo dos bailes que a malta ia beber do pipo dos solteiros?” “Lembram-se do vinho branco do Mário Rei?” Bem, não me atrevo a divulgar o nome do proponente, porque teve o atrevimento de só dizer bem dos ‘distintos guardiões’.
...
Fora da crónica:
Está bem próximo o centenário do nascimento dum grande bustuense, Hilário Simõesda Costa, que alguns tentam esconder. Esta efeméride não pode ficar esquecida....

No entretanto, Bustos vai a caminho do centenário da sua emancipação como junta de freguesia e os seus próceres ainda não foram reconhecidos com qualquer monumento para recordar tão digna GESTA.

Ora pois.

ASSIM É BUSTOS E A SUA GENTE!?

Ulisses Oliveira Crespo, cronista da vila
(ilustração de sérgio micaelo ferreira)

30 NOVEMBRO * BUSTOS ACONTECE

UDB (30 de NOVEMBRO) - DIA DE HOMENAGENS


19H30 – Chegada das equipas da U.D.B. com as suas madrinhas
19H40 – Chegada das Velhas Guardas da U.D.B.
19H45 – Hastear as bandeiras ao som do Hino Nacional (participação dos Cantares Populares de Bustos) [NE]
19H50 – Chegada da Mascote e da Bola

19H55 – Homenagem Póstuma ao Dr. Manuel dos Santos Pato.

20H00 – Entrega de condecoração ao Secretário-Geral da Associação de Futebol de Aveiro, Fernando da Silva Vinagre.
20H05 – Condecoração a Mário Pedro Lemos (†) (funcionário da Associação de Futebol de Aveiro)
20H10 – Entrega de Condecoração ao vereador do Desporto e Cultura da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, António Marques Mota.
20H15 – Entrega de condecoração ao Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira.

20H25 – Descerrar a placa alusiva à remodelação do campo.

20H30 – Jogo entre veteranos U.D. BUSTOS x Anadia F. C.
Visite o BAR instalado na Tenda do Terraço.
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nota:
A festa foi animada pelo conjunto 'Potuguês Suave'. Uma delícia no mundo do 'jazz'. Fez interromper a conversa.
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[NE]- O programa apresentado foi elaborado a partir do original. O Hino Nacional foi cantado pelo grupo Coral do Orfeão de Bustos, que subiu ao meio superior da bancada donde se exibiu.

29 de novembro de 2006

OLIVEIRA DO BAIRRO SPORT CLUBE - ARMINDO TETO & OS FATOS DE TREINO


Ainda não rolaram muitos dias que Armindo Teto se despediu para entrar no chão da eternidade.

Para além de ter sido treinador campeão ao serviço do Oliveira do Bairro Sport Clube (OBSC), Armindo Teto deixou em Oliveira do Bairro boas recordações. Henrique Tomás, o Mago [1] Henrique, ou o Pai Tomás, assim o confirma.

Mas há um pormenor da passagem de Armindo Teto pelo OBSC que merece ser realçada...

A carecer de confirmação, os “Falcões do Cértima” foram o primeiro clube da região a equipar os jogadores com fatos de treino. A concepção foi de Armindo Teto, segundo o esboço do Mago Henrique. Os elásticos rematavam as aberturas. «A esposa do sr. Ernesto (que era cego), sr.ª D. Laura Micha, era a lavadeira do clube e como também era costureira, foi ela que fez os fatos de treino»... «teve muito que espanar» . Como complemento ao equipamento, também foram feitas trusses. O armazém ‘Hiperlã’ forneceu o rolo de flanela para a sua confecção. O certo é que veio trazer outra comodidade aos atletas.
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[1] ‘Mago’ e ‘Falcões do Cértima’ são dois termos criados pelo Dr. Fausto Barata, um dos Oliveirenses de primeira água. Só que o Mago passou a ser ignorado nas crónicas, a partir do momento em que num bate-papo com o Dr. Fausto Barata, sobre o futuro das colónias portuguesas, o Henrique Tomás defendeu a libertação das antigas colónias portuguesas.
...
sérgio micaelo ferreira
Em tempo.
1) Provavelmente já não deve haver qualquer exemplar deste vestuário. Contudo, a reprodução de uma cópia deste fato de treino ficaria bem na sala de troféus do clube. A memória também se faz com pequenos gestos.
2) A próxima eliminatória da taça da Federação Portuguesa de Porugal monta palco na catedral da Luz para o encontro S.L.Benfica - Oliveira do Bairro S.C. Até poderá haver surgir o milagre de haver a 2ª volta, assim os astros queiram.

28 de novembro de 2006

LEITÃO COM SABOR A BUSTOS


Sá Ferreira (de perfil) - exímio cortador do leitão (hoje até se corta à podoada) ; Agostinho Pires (principal do «Barrilito»), Milton Costa, o promotor e o defensor das relíquias pré-colombianias em vias de desaparecimento e Manuel Fabiano, responsável por trazer muitas alegrias à mesa.
Milton Costa, o defensor do leitão assado com a sapiência dos antigos, presta vassalagem ao saber de Manuel Fabiano (aprendiz do sogro), Jaime Pinto, Grabiel, Isaac Melo, Caldeira, Fernando Tavares e tantos outros. O cenáculo escutou com atenção e emoção.
Adélio (Barroca) sempre presente, Agostinho e Milton. A cabidela tinha de ser feita com sangue, pois claro. Ao fundo está a metade inferior de uma gravura evocativa do '5 de Outubro'. É uma síntese do momento libertador da teia brigantina.... Também esteve presente.
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Notas:
CORTEJO DE ASSADORES DE LEITÃO
Em cada canto de Bustos havia bons assadores de leitão. Sem pretender apresentar uma lista fechada. Aqui estão o nome de mais alguns: Mário Carapinho (também foi colega de Manuel Fabiano), Aurélio Melo, Lino Rei, Manuel Lagoa, Manuel da Cacilda, Emitério Peralta, Nil Pardal, Caldeira, João Bento da Cruz – (assou leitão quando emigrante na Venezuela)...
CASA SOCIAL APLICA REGRA DE MARKETING
Merece destaque uma habilidade do ‘marketing’ aplicado na célebre Adega Social do Sobreiro. O forno foi instalado atrás do balcão. O freguês mal entrava, a pituitária dava logo sinal do leitão assado. Recorda Álvaro Ferreira (Canadá) que a clientela aumentou a partir da instalação desse forno. [A Adega Social foi uma instituição conhecida e recomendada que atraía clientela dos mais diversos pontos. Merece ser recordada, assim o Álvaro esteja disposto a fazê-lo]

A Srª MARIA JÚLIA ACONSELHA
Antes de meter [o] molho dentro, enfia-se o pau que o há-de levar ao forno e dá-se umas picadelas com a faca nas ancas e no pescoço (sem furar a pele), para melhor ser absorvido
E , em tom de aviso: sobre a pele, só se passa a mão untada com molho e ao de leve. E o leitão ‘leva arame só nos pés’.[1]

[1] Informação recolhida a partir de um trabalho de pesquisa de Maria Clara Vasconcelos Aires dos Santos Guitas, “Acção Cultural de 24.06.2005, realizada na Sala da Assembleia de Freguesia e que foi dirigida aos alunos das Escolas de Bustos e da Quinta Nova.”

O meu obrigado.

sérgio micaelo ferreira

MILTON COSTA PROMOVE ENCONTRO COM A TRADIÇÃO

Há cerca de seis meses no “Barrilito”, em conversa com Manuel Simões Figueiredo (Fabiano), fiquei a saber que ele já não assava leitões. Imaginem a minha surpresa, já que eu sempre conheci Manuel Fabiano como sendo um dos mais conhecidos assadores de leitões de Bustos. Claro que não dei pela passagem veloz do tempo e nem pelo facto de ter nascido há quase 80 anos.

Dias depois, a meu pedido, Manuel Fabiano aceita, com satisfação, assar um leitão, na condição de ter origem caseira, para que os amigos pudessem recordar o antigo sabor desta especialidade.

Há cerca de um mês, sempre no “Barrilito”, apalavrei com Manuel Fabiano os preliminares tradicionais, necessários para assar o leitão (que acabaram por ser dois); marquei com o distinto Agostinho o almoço que teria lugar no Sábado. O 11 de Novembro foi o dia escolhido; fiz uma lista com algumas das “pessoas mais distintas de Bustos” que frequentam o “Barrilito” e, finalmente, encomendei os leitões a Manuel Fabiano.

“CABIDELA SEM SANGUE – NÃO É CABIDELA”
Mas havia um problema com a cabidela. É que o Sr. Manuel Fabiano, com receio da “Fiscalização”, (não sei qual), encomenda os leitões a um matadouro, mas este não entrega o sangue para fazer a cabidela.
“E cabidela sem sangue, não é cabidela”.
Uma curiosidade: a Srª Maria da Conceição Almeida Ferreira Santos Pato, esposa do Sr. Dr. Manuel dos Santos Pato, da Barreira, não optava pela cabidela. Aproveitava os miúdos para fazer um recheio.

“ROJÃO DO CARRO” FOI RECORDADO
O António Sá sugeriu que arranjasse leitões vivos e os mandasse matar a um amigo. Claro que não posso revelar o que fizemos depois. E nem quem os matou... no entanto, os leitões ilegais apareceram no Sobreiro e a matança, respeitando a tradição foi fotografada para a posteridade – até houve alusão à cerimónia do “rojão do carro”. (Declaro para efeitos judiciais que sou o único responsável pela encomenda e a chacina dos animaizinhos).
JAIME PINTO FALECEU
No dia 11 de manhã, tal como combinado, passei pelo “Barrilito” para me certificar do progresso do almoço e, logo à entrada da porta, apanho um choque. Lá estava afixado a morte do outro grande assador de leitões de Bustos, Jaime Dias dos Santos (Jaime Pinto) [1]. Disse-me o Sérgio Ferreira que em tempos, este homem foi sócio do Manuel Fabiano e que se mantiveram sempre amigos. Lembrei-me que lá se ia mais uma pessoa carismática de Bustos que ganhou fama com os leitões que assava na sua casa, no Caminho do Rio, hoje com o topónimo “Rua da Fonte”.

LÁGRIMAS PELO AMIGO E COLEGA JAIME PINTO
E parti para a casa do Manuel Fabiano. Os leitões já estavam assados.em forno aquecido com vides, condimentados a preceito e cosidos com fio carreto. Na presença do Sérgio Ferreira e do Comendador Ulisses Crespo conversámos um pouco. E ficámos a saber que, no dia anterior, Manuel Fabiano tinha celebrado o seu octogésimo aniversário, mas as lágrimas vieram-lhe aos olhos, não pela sua idade, mas pela morte do seu amigo, Jaime Pinto, companheiro de várias campanhas.

COINCIDÊNCIA INESQUECÍVEL
Foi por mero acaso eu ter organizado o almoço de leitão para o dia 11, já que não sabia que o Sr. Manuel Fabiano tinha feito anos no dia anterior. Foi uma coincidência inesquecível para mim e para os distintos amigos sentirmos a satisfação de ter à mesa o leitão da Bairrada assado à moda antiga com a supervisão de mestre. Convidado de honra, Manuel Fabiano, escusou-se a ir ao início do almoço, tendo aparecido mais tarde para alegria de todos. O que trouxe alegria a toda a distinta mesa mal compareceu.
O Sr. Manuel disse-nos que no mesmo dia iria a uma merenda de leitão, mas que ele era assado pelo Torres do Montouro.

OS DOIS ÚLTIMOS LEITÕES?
Segundo ficou percebido, os dois leitões servidos no histórico almoço do “Barrilito” terão sido os últimos que Manuel Fabiano assou para nós. Aliás, soubemos que a sua mulher, preparou e ajudou a assar os leitões (como sempre ajudou), porque o seu marido “já não pode”.


PROFESSOR ALIADO DA TRADIÇÃO
.Não nos devemos esquecer que existiram e felizmente ainda existem homens na nossa terra que assaram e assam leitões por encomenda e que o sabor deles nada tem a ver com os dos “MacDonald’s” da Mealhada (uma observação do Professor americano Richard Bowker, que conhecia bem o sabor dos leitões de Bustos).
“Hoje a tradição está a perder-se”.


‘LEITÃO DA BAIRRADA’ UMA RELÍQUIA DE ARTE MUITO ANTIGA
Assar o ‘leitão da Bairrada’ é uma arte praticada desde há muito. Bustos teve e tem grandes e afamados assadores: Para além de Manuel Fabiano, o seu sogro e mestre Isaac Melo, o Jaime Pinto, o Gabriel (no Sobreiro só era conhecido por Grabiel), Jaime Pinto, o Mudo da Póvoa, o Mário Pires (só o faz para amigos), o Fernando Tavares e outros que não conheço. O OsKr e o Jaime andam a tirar o tirocínio e já dão conta do recado.


QUASE SÓ PARA HOMENS...
Antigamente, nas grandes casas de lavoura, o leitão era assado com a prata casa. «Era trabalho quase só para homens», dizia a Sr.ª Maria Júlia.
Por informação recolhida, houve e há outras senhoras especializadas na assadura do famoso ex-libris da gastronomia portuguesa, como por exemplo, as Sras Celestina Tavares, com estabelecimento junto à ala poente da feira do Sobreiro e Lisete Micaelo Santos. A Sr.ª Maria dos Santos, viúva de Jaime Pinto, também dava uma grande ajuda.


O PESO E O MOLHO NO CAMINHO DO BOM LEITÃO
Infelizmente alguns assadores assam leitões grandes (dão para a semana toda) e modificam o molho. Conheço um que junta piri-piri, sabe-se porquê?
Como digo muitas vezes, não se pode melhorar aquilo que é perfeito e a Sra. Maria Júlia que sabe destas coisas, desde o tempo do seu Pai, deu-nos a receita.

Para uma carcaça de um leitão até 10Kg:
1 mão (corcovada), cheia de sal
1 mão (corcovada) cheia de alho
2 colheres de banha
2 colheres de pimenta
1 copo de vinho branco (e fez o reparo, “nunca deitar cerveja”)

O SABOR DO LEITÃO DA BAIRRADA ESTÁ SER ADULTERADO.
O LEITÃO DA BAIRRADA E O CONSUMIDOR MERECEM SER PROTEGIDOS.
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[1] irmão de Evaristo Pinto.

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Milton Costa

23 de novembro de 2006

'CASA' DA CÂMARA: camartelo vai a caminho das calendas?


Guarda-Gare: Painel de azulejo fabrica memória.
Hoje, os caminhos-de-ferro têm uma estação com novo risco arquitectónico implnatada no local da antiga. Um painel de azulejos faz um registo da existência da anterior.
A abandonada 'casa' da câmara e cadeia também poderia ficar recordada em mural. ...

Outro património cirurgicamente abatido
Em tempo não muito recuado, havia alguns carrascos (Quercus coccifera(?) localizados próximos da estrada em terreno destinado ao futuro Tribunal.
Estes arbustos de vegetação autóctone estavam a pedir que fossem preservados. bastava olhar para eles.
Pois quando se pretendia sugerir ao executivo que protegesse alguns carrascos, o espaço foi cirurgicamente rasoirado.
Lamento não ter entregue a petição em tempo oportuno. Com a energia possta a na defesa tardia do edifício da cadeia, posso deduzir , ou induzir(?) que o anterior executivo imediatamente aprovaria uma postura para proteger aqueles carrascos.

Camartelo para as calendas & dinheiro para a instalação da ex-biblioteca de Bustos?

Pelo andar da carruagem das petições, revogatórias. contra-revogatórias e demais impugnações, não será tão cedo que o costado do edifício irá levar umas arrochadas do camartelo.

Pelo menos vai sobrar tempo (e €iros) para que o actual executivo camarário possa resolver o problema da instalação da ex-biblioteca de Bustos criada por uns aventureiros do far-west do concelho, escondidos na capa de uma Comissão de Melhoramentos/1961.

sérgio micaelo ferreira

22 de novembro de 2006

UDB MAIS POBRE: Despediu-se um dos seus pilares

Assim é: JOÃO NUNES FERREIRA (O "João Tócó Boi") vai hoje a enterrar pelas 16 horas.
Tinha 83 anos e vivia no Cabeço. Todos nos lembramos dele como director da UDB nos tempos difíceis. Quantos anos não terá este nosso concidadão dedicado, de corpo e alma, à UDB?
Há umas semanas falei com o Mário Capão (Belenenses ferrenho), que me fez muitas e elogiosas referências ao João, que terá sido dos maiores, senão o maior, esteio da UDB no período da fusão dos "Canecas" e "Gavetas". Logo acordámos ir ao Cabeço falar com ele, de forma a poder registar a sua versão da história da UDB e recolher umas fotos alusivas que o nosso João certamente guardara desses tempos áureos.
Escassos dias depois, o Mário disse-me que o amigo João sofrera um ataque e fora hospitalizado. Não mais recuperou e o desenlace era esperado.
O João "Tócó Boi", que tão bem recordo da minha meninice, não chegou a ver o renovado Campo Dr. Santos Pato. Que pena!
Saiba a UDB saiba lembrá-lo como exemplo para os jovens atletas!
*
oscardebustos

21 de novembro de 2006

da importância do silêncio




Da importância do silêncio.

Os silêncios são tão diversos como aqueles que os procuram.
A aliança entre a solidão e o silêncio, hoje tão desprezados por quem habita os labirintos ruidosos, podem revestir diferentes geografias físicas ou sentimentais.
Silêncio e solidão podem ser uma necessidade de reencontro consigo próprio, uma espécie de face-a-face unilateral.
Momento de introspecção ou de meditação. Busca do essencial através da contemplação ou apenas um simples encontro com a poesia. Pois ela é, citando Eduardo Lourenço,

" o único céu portátil de que estamos certos".
MM.

CASA DA CÂMARA EM PAINEIS DE AZULEJO


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Por vezes, painéis de azulejo fazem recordar património construído.
Em Bustos, três construções do imaginário colectivo (a antiga capela-igreja; primeira capela de São João e a casa das sessões da Junta de Freguesia). estão recordadas em azulejo. Por analogia, a antiga casa da câmara também poderia ser lembrada através da azulejaria.
Mas o azulejo não impede que se faça levantamento exaustivo da construção em causa.
Outra solução, por exemplo, seria a deslocalização do edifício para um outro espaço, já que a actual área envolvente tal como está já sofreu profundas alterações.
sérgio micaelo ferreira
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Em tempo:
De um comentário recente: #Pela leitura da “Nota Justificativa” de O Presidente da Câmara, Acílio Domingues Gala, inserta no livro de Armor Pires Mota, ‘Em Busca da História Perdida’, edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, edição Setembro de 1977 [1997, conforme oportuna observação de «anónimo»], não se vislumbra uma frase alusiva à defesa da preservação da casa da câmara. O desleixo daquele espaço ficou patente após a saída da rádio local.] ,
A 'Nota Explicativa' está na secção Outrostextos [TEXTOS DISPERSOS]

20 de novembro de 2006

CAMARTELO PARA CASA DA CÂMARA


Defendendo a demolição, mas com a preservação das referências históricas.
A antiga Casa da Câmara não deve impedir a requalificação da EN 235, porque em termos arquitectónicos não vejo razões para preservar.

Nunca ninguém deu valor ao edifício até se falar em requalificação”.
(Óscar Santos, Litoral Centro, 15.03.2006)

CASA DA CÂMARA * CARLOS BRAGA DEFENDE PRESERVAÇÃO DO EDIFÍCIO


A Casa da Câmara, ou a memória agredida[1]

Carlos Braga
Mestre em História

O texto que Armor Pires Mota publicou na edição de 18 de Novembro de 2006 deste jornal, a rebater o professor catedrático Pedro Dias, leva-me a tecer algumas considerações sobre a mais que provável demolição da Casa da Câmara. Começo por referir que sou a favor da preservação do edifício.

Quando a polémica irrompeu no Jornal da Bairrada remeti-me ao silêncio. Fi-lo, porque outros mais conhecedores do que verdadeiramente estava em causa – e com os quais aprendi alguma coisa – saíram a terreiro. Refiro-me a pessoas como o Dr. Carlos Conceição ou o arquitecto e professor universitário Walter Rossa, que, a meu ver, exibem argumentos mais consistentes que os seus opositores.

Ao invés, os adeptos da demolição centram-se mais no futuro que no passado. Querem a avenida rasgada, sem empecilhos para o trânsito, e a casa é para eles um estorvo. Alegam que nem tudo o que é antigo é património (e têm razão) procurando colar esse raciocínio aos que estão no outro lado da barricada. Proclamam que o edifício não tem valor arquitectónico. Continuam a ter razão. As discordâncias surgem quando consideram ser património o que tem suficiente valor representativo e não reconhecem tal valor à antiga Casa da Câmara.

É natural haver opiniões diferentes, pois não são pacíficas as definições de objecto patrimonial e de monumento histórico, nem consensuais as interferências entre valor histórico e valor artístico. Mas não é por estarem em campos opostos que uns e outros gostam menos da cidade ou do concelho. Importa, pois, que se discutam ideias e não pessoas, o que nem sempre acontece. Bom seria que a decisão final viesse a resultar de convicções profundas, mesmo que discutíveis, e não de mesquinhos ajustes de contas políticos, como às vezes parece suceder.

Tenho para mim que a Casa da Câmara é representativa de uma época e tem suficiente valor simbólico. Património não é só qualidade, é também memória. Não é só valor artístico, é também valor histórico. O mérito do edifício não reside apenas em ter albergado a câmara concelhia e a cadeia. Isso também outros edifícios do género – e bastante modestos como este – albergaram por esse país fora. O que nem todos eles foram é o que este foi: uma casa de Câmara Nobre e Cadeia forte.

Como foi já explicado em textos que este jornal publicou, isso fez Oliveira do Bairro ganhar o direito a contar com um juiz de fora. No início do século XIX pouco mais de um quinto dos municípios portugueses se poderia orgulhar de tal feito. Por isso a memória do que foi a Casa da Câmara do nosso concelho é que lhe confere um valor único e expressivo.

Vejamos: o ser provavelmente o edifício mais antigo do concelho não sensibiliza as pessoas? O ser um símbolo do municipalismo, a atestar a importância de Oliveira do Bairro em tempos recuados, também não? Que outros vestígios sinalizam essa importância, na cidade e no concelho? É de crer que se tivesse valor arquitectónico a avenida seria rasgada e haveria soluções alternativas que preservassem o imóvel. Não será então possível encontrar uma solução que não mexa tanto com os sentimentos e a sensibilidade? Ou só conta o progresso a qualquer preço? O progresso digno desse nome não destrói os valores do passado. Sempre que possível, o novo deve coabitar harmoniosamente com o antigo.

Foi com argumentos como o do desinteresse estético que se (arrasaram os calabouços da Pide (em Lisboa, para em seu lugar se construírem condomínios de luxo. Infelizmente, a memória não dá lucro. Assim se desrespeitou a memória das vítimas. As catacumbas romanas são inestéticas? Talvez. Mas sem elas o cristianismo não teria a memória das catacumbas e das perseguições.

Foi com o argumento de se rasgar uma nova avenida que em a Aveiro, junto ao parque da cidade, se demoliu a casa de Homem Cristo, um valioso exemplar de Arte Nova, desenhado pelo arquitecto Silva Rocha. As avenidas e as rotundas são a marca do progresso que temos. Pena é que esse progresso, sem atender à sensibilidade e à memória, tudo decape, à força de picareta e camartelo. Apetece perguntar se os pelourinhos, cruzeiros, coretos ou até pequenas capelas, designadas por alminhas, que ainda temos, em muitos casos esteticamente irrelevantes, também devem ser destruídos.
Já nada nos espanta, quando sabemos que a casa onde Garrett[2] passou os últimos dias de vida não foi poupada, por terem prevalecido os interesses privados do seu proprietário, o actual ministro da Economia. O património está em perigo, ameaçado cada vez mais pelo envelhecimento e a degradação, pela ignorância, pelo abandono, por restauros abusivos, ou até por uma exagerada sensibilidade de quem detém o poder político face às pressões económicas de cada momento.

A questão é simples: discordo que se continuem a quebrar os últimos elos de ligação às nossas origens, que, em nome do progresso, não se respeite o passado que nos identifica e ao qual devemos permanecer fiéis. Quando assim acontece, apagam-se os trilhos que dão sentido à existência. Não se trata de só ver defeitos em tudo o que é inovador, como acontece com os que passam a vida a tropeçar nas armadilhas da tradição e a tentar torcer o pescoço ao progresso. Nada disso.

Do que se trata é de não deixar banir o que a tradição tem de melhor, incorporando isso no novo espaço renovado. O que no caso particular da Casa da Câmara divide as opiniões é o facto de uns não verem forma de se criar o novo sem derrubar o antigo; e de haver outros para quem nem sempre o velho é empecilho do novo, podendo até constituir-se como um suporte de imaginação inovadora.

A Câmara Municipal apresta-se para demolir o edifício, apoiada num Parecer encomendado a um estudioso de reconhecidos méritos no domínio da História da Arte. É lá com ela. Bom seria que tivesse em conta que o argumento da autoridade nem sempre colhe. Ninguém é isento de erros ou insusceptível de crítica. Como mostrou Armor Pires Mota, o Parecer sobre a Casa da Câmara assemelha-se a um recife de corais, onde num buraco encontramos uma afirmação imprecisa; noutro, topamos com uma asserção menos verdadeira; noutro ainda, deparamos com dúvidas e conclusões erróneas que uma leitura atenta dos documentos (e a história faz-se com documentos) teria evitado.

A Câmara Municipal devia reconhecer o interesse em se protegerem áreas características da cidade, mormente as que constituem marcos visuais importantes e as que têm um significado especial e simbólico para os seus utilizadores. É uma triste ironia ver um símbolo do municipalismo morrer nas barbas dos oliveirenses e no regaço da indiferença do próprio poder municipal. Em vez de preservar os lugares de memória, a Câmara promove festejos em honra da deusa amnésia que definitivamente os rasura.

[1]Com a devida vénia, NB edita o texto de Carlos Braga publicado em Jornal da Bairrada, 15.11.2006

[2] “Também no nosso concelho se anunciam crimes graves. Crimes bárbaros!”, Milton Costa, “A casa de Almeida Garrett” editada em Notícias de Bustos,29.12.05 - http://noticiasdebustos.blogspot.com/2005 [nota de sérgio micaelo ferreira]

SÓBUSTOS * ASSEMBLEIA-GERAL COM SÓCIOS HONORÁRIOS


CONVOCATÓRIA


Nos termos do nº 1 do artigo 29º da secção II do capítulo III dos estatutos da Sóbustos, Associação de Melhoramentos, Arte, Desporto, Cultura, Recreio e de Solidariedade Social, da Freguesia de Bustos e, nos termos das alínea c) do n° 2 do Artigo 28° da secção II do capítulo III dos estatutos de esta agremiação, convoco todos os associados para uma Assembleia-Geral Ordinária, a realizar no próximo dia 29/11/2006, pelas 19.00 HORAS, na sede social desta Instituição, sita no lugar do Sobreiro, freguesia de Bustos, Concelho de Oliveira do Bairro.

Esta Assembleia tem a seguinte ordem de trabalhos:


Ponto Um – Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2007.
Ponto Dois – Marcar data das eleições.
Ponto Três – Dar cumprimento ao Artigo 20° – n° 1, Secção I do capítulo III.
Ponto Quatro – Proposta para sócios honorários.
Ponto Cinco – Outros assuntos de interesse.

*

A Assembleia Geral reunirá à hora marcada na convocatória se estiver presente mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois com qualquer número de presentes, (nº 1 – Artigo 30º da Secção II do capítulo III).

Bustos, 09 de Novembro de 2006
O Presidente da Assembleia-Geral

Tel/Fax 234 754 176

Tel 234 754 448

Rua ManuelVieira

3770 - 017 BUSTOS

FOTO ÁLBUM: AVENIDA 25 DE ABRIL

17 de novembro de 2006

PERTO DE LONGE



"Na semana passada, atei os olhos no abandono da estação dos caminhos de ferro de Oliveira do Bairro. O que mais me espantou nesta viagem foi a distância real entre Aveiro e Oliveira do Bairro para quem lá vai de comboio. Não devia ser longe. Mas é.

Na mesma surtida, espantou-me ver como são curtos os caminhos entre as pessoas que se ocupam do saber, da educação, da cultura científica no futuro, da fala entre as gerações. Onde alguns me apontaram a distância de um abismo, vi como fica perto a porta da casa onde comungamos o privilégio de chamar pelos nomes os jovens que trabalham e se destacam nas escolas locais. Havia uma ponta de vaidade e orgulho na voz dos responsáveis do "Jornal da Bairrada" quando chamavam pelos melhores filhos da terra. É esse fio de voz que nos leva daqui até ao futuro. Os jornais locais são o fio em que nos equilibramos quando encetamos a nossa travessia de funâmbulos. Se cairmos nesse caminho, caímos em casa. Esse é o conforto que anseio ao procurar uma casa comum em Aveiro.

A ver passar os comboios em Oliveira do Bairro, liguei os quatro cantos da casa comum de Aveiro por comboio. Linha por linha."

Arselio Martins
[o aveiro; 16/11/2006]

3 -“REPÚBLICA”: UMA VISÃO DE BUSTOS

O artigo publicado no “República” de 6 de Junho de 1959 é um texto não assinado, mas que revela bem quanto o seu autor ficou sensibilizado e soube interpretar a dinâmica e os valores de uma geração de bustuenses que cultivou o bairrismo e o amor ao trabalho.

Depois de apresentar a freguesia de Bustos como a “mais próspera e progressiva do Concelho de Oliveira do Bairro” o articulista começa por se render ao bairrismo das suas gentes:
“Nunca o bairrismo dos seus habitantes, laboriosos e hospitaleiros se deixou de manifestar nos mais variados aspectos da vida local. Nunca os bons filhos da terra que se encontram na América do Norte e na Venezuela, ou espalhados pelos vastos territórios portugueses, deixaram de devotar ao seu torrão natal aquele amor e carinho que liga os homens à terra onde nasceram.”

Mais adiante o repórter confessa o seu reconhecimento por quem “fez do trabalho a sua coroa de glória”:
“Na nossa rápida visita a esta encantadora região – visita que nos ficou no coração, pela forma amável e hospitaleira como a sua laboriosa gente nos acolheu – vimos proprietários, possuidores de largos haveres, segundo nos informaram, trabalhando lado a lado com os seus jornaleiros. Dá a impressão que o Homem desta região fez do trabalho a sua coroa de glória, o seu único sonho, como diz um poeta, filho de Bustos e dedicado de alma e coração às coisas da sua terra:

Desse teu povo heróico,
Activo, forte e risonho,
Que moureja noite e dia
E que vive a arder num sonho.

Sim, sonho de engrandecimento, de progresso da terra e de melhores dias para todos os homens.”

Depois de enumerar “os bons estabelecimentos”, os progressos industriais, agrícolas, comerciais e outros, depois de destacar os nomes de beneméritos como o Dr. Manuel Santos Pato, Manuel Reis Pedreiras e Hilário Costa, o jornal enumera as grandes aspirações de então:
“Entre as diversas aspirações de Bustos queremos salientar a electrificação de todos os lugares da freguesia e a construção da estrada que a liga a Cantanhede e Mira. Além destas a construção de um posto de assistência social é obra que também se impõe.”
Termina em manifestação de confiança:
“Pelas reservas morais e energia incalculável da sua gente, e pela posição geográfica que ocupa, Bustos continuará a trilhar a senda do progresso. Será pelo esforço dos seus naturais que se tornará a grande vila do futuro.”

BC

16 de novembro de 2006

2-“REPÚBLICA”: MAIS DO QUE UM JORNAL, UM IDEAL



Durante a ditadura do Estado Novo os republicanos de Bustos encontraram várias formas de resistência e de afirmação dos valores democráticos ainda que sob a atenta vigilância da polícia política de Salazar. Um desses sinais, assumida declaração política, passava pela assinatura do jornal “República,” fundado por António José de Almeida. Mas a ligação com o jornal de Lisboa não passava por uma mera assinatura, assumia uma vertente de verdadeira militância republicana. É assim que alguns assinantes, entre os quais Mário Reis Pedreiras e Vitorino Reis Pedreiras, recebiam cartas do então director do jornal, Carvalhão Duarte, solicitando apoio. Em Fevereiro de 1958 escrevia Carvalhão Duarte:
“Prezadíssimo Amigo:
Com os meus melhores cumprimentos aqui volto a dar-lhe maçada, do que lhe peço muita desculpa. Mas nesta batalha em que nos empenhamos para fazer viver a “República” é para os amigos que temos de apelar.
Vai em breve a essa localidade o nosso redactor de publicidade, Sr. José Viegas. Com o maior interesse lhe peço o favor de o ajudar, apresentando-o mesmo aos nossos correligionários, de modo a que ele consiga arranjar o maior volume possível de anúncios.
Agradecendo tudo quanto possa fazer, com vivas saudações creia-me correligionário
Muito grato e amigo
Carvalhão Duarte.”

A ajuda na recolha de anúncios e assinantes, o apoio monetário para a compra da rotativa do jornal foram também uma forma de resistência à ditadura e de afirmação política de muitos bustuenses porque, tal como escrevia Carvalhão Duarte em carta de 12 de Maio de 1960, “não esmorece o nosso entusiasmo e desejo de vermos as instituições republicanas seguir os trilhos da Liberdade e da Democracia, por que seguem quase todas as nações do mundo.”

Mas o jornal não se limitava a pedir o apoio e colaboração dos assinantes, incentivava à celebração dos valores republicanos. E aquilo que a censura impedia que fosse publicado em letra de imprensa chegava a casa de alguns em papel de carta. Com data de Setembro de 1958 a missiva de Carvalhão Duarte lembrava a aproximação de mais um aniversário “da gloriosa revolução de 5 de Outubro” escrevendo:
“Em todos os momentos e em todas as circunstâncias tem este jornal feito da defesa da República, da Liberdade e da Democracia, a sua patriótica e permanente batalha. No meio das duras e imensas dificuldades que se lhe têm oposto este jornal jamais deixou de ser a tribuna, o lar, o forte elo de união e organização da família republicana democrática do País.
Compreendemos, por isso, ser nosso dever lembrar e pedir a quantos mantêm firme a sua confiança nas instituições e nos ideais triunfantes em 1910, que não deixem passar em silêncio a data de 5 de Outubro.
Muito ou pouco julgamos indispensável que alguma coisa se faça, como prova de que a consciência republicana não está indiferente, nem adormecida.”

Em resposta ao apelo do director do jornal os republicanos de Bustos reuniram-se em casa do Dr. Santos Pato, na Barreira, para organizarem os festejos. Mas tudo teve ficar por uma salva de morteiros lançada, clandestinamente, logo pela madrugada. Nesse ano, até os festejos do 5 de Outubro Salazar proibiu.
Assinar, ler e apoiar o “República” foi um acto de afirmação política, de orgulho republicano, de oposição à ditadura. Numa sociedade de partido único o jornal foi “o elo de união e organização da família republicana democrática.”

BC

15 de novembro de 2006

1-“REPÚBLICA”: A MORTE DE MANUEL REIS PEDREIRAS




Corria o ano de 1959. Na sequência das “eleições” presidenciais do ano anterior – quando ao regime não bastou a censura e a falta de liberdade, pois teve necessidade de recorrer à fraude eleitoral para impedir a vitória de Humberto Delgado – o Estado Novo intensificou a repressão. Nem a mais ténue oposição era tolerada. Até o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, apenas porque numa carta teceu fortes críticas ao regime, foi condenado ao exílio, de onde só regressou depois da morte de Salazar.

Vítima dessa onda repressiva também Manuel Reis Pedreiras, sob a acusação de ter distribuído propaganda política subversiva, esteve preso durante um mês nos cárceres da polícia política, em Coimbra.
“Mas como estava doente acabaram por o mandar para casa, diziam que ele estava arrumado. Ele veio para morrer…” (1)

E, na edição de 6 de Junho de 1959, o jornal “República” invocava o funeral do “ combatente cheio de optimismo e de fé nos princípios democráticos”. A notícia, inserida juntamente com uma reportagem de duas páginas e meia (texto e publicidade) dedicada a Bustos, dizia:


“O funeral do Sr. Manuel Reis Pedreiras, ocorrido, em Bustos, no dia 16 de Março último, foi uma grandiosa manifestação de pesar, tendo-se incorporado algumas centenas de pessoas de todas as camadas sociais vindas de toda a parte do distrito de Aveiro e de Coimbra, amigas e admiradoras do saudoso morto.
É que Manuel Reis Pedreiras soube cativar amizades e simpatias, tendo trilhado sempre o caminho da honra e do dever e mantido firme o seu ideal republicano. Era um combatente cheio de optimismo e de fé nos princípios democráticos. Socorria os pobres e estava presente em todas as causas justas. Motivo porque a sua morte foi muito sentida.
Foi mais um grande cidadão e republicano que desapareceu, e, invocando a sua memória, curvamo-nos respeitosamente.”

Foi tudo quanto a censura deixou passar.

BC

1- Amaral Reis Pedreiras em entrevista ao “NB”

ABC de Bst TEM ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

Assembleia-Geral Ordinária
Dia 30 de Novembro (quinta-feira);
19H00;
no Palacete do Visconde
****************
Associação de Beneficência e Cultura de Bustos

Instituição Particular de Solidariedade Social – cont. 501 322 230
Valências Socias: Creche, Jardim lnfâancia, ATL, Centro de Dia, Apoio Domiciliário

Convocatória

Dando cumprimento ao N.o 2 do artigo 29° da secção dois dos estatutos da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos e nos termos do Nº. 1 do artigo 28° e alínea C) do artigo 25° nos referidos estatutos, convoco todos os associados desta agremiação, para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no próximo dia 30 de Novembro/2006, pelas 19:00h, no Salão Polivalente desta Instituição, sito na Rua 18 de Fevereiro, freguesia de Bustos, concelho de Oliveira do Bairro.

Esta assembleia tem a seguinte Ordem de Trabalhos:

Ponto I - Análise, Discussão e Votação do Plano de Actividades e Orçamento Financeiro para o ano 2007;

Ponto II - Eleições;

Ponto III - Outros assuntos de interesse para a Associação
.

Se há hora marcada não for cumprido o estatuído no n. ° 4 do artigo 28°, a Assembleia reunirá com qualquer número de associados uma hora depois, conforme os Estatutos da Associação.

Bustos, 09 Novembro 2006
O Primeiro Secretário,
Paulo Jorge Ramalho Alves
*****************************
Telf.: 234 753 294
Fax 234 754 514
Sede: Apt. 34
R. 18 de Fevereiro
3770 - 904 BUSTOS

13 de novembro de 2006

MANUEL FABIANO: a Justa Homenagem


Em cada canto de Bustos errante houve insígnes assadores de leitão alimentado com couves e batatas produzidas com suor, prazer e afago do sol. Notícias de Bustos pretende divulgar o nome de artistas que, através da alquimia, conseguiram transmutar um descendente do [senhor] porco propriamente dito, numa iguaria de sabor e olhar doirado.
A imposição da actual macdonaldização[1] do leitão reflecte-se no aniquilamento do conhecimento empírico acumulado através da longa viagem da tradição.
Estivesse onde estivesse um oriundo de Bustos, havia, pelo menos um dia,leitão assado.
Venham daí o nome dos artesãos assadores de leitão - actuais e de outros tempos.
Manuel Simões Figueiredo (o Manuel Fabiano); Nil Pardal; Sá Ferreira, Jaime Dias dos Santos Júnior, «Jaime Pinto»; Gabriel; Isaac Melo, ... a lista é longa. Venham mais nomes, se ... aprouver.
sérgio micaelo ferreira

[1] este termo foi criado por Milton Costa a partir de uma observação de Richard Bower professor catedrático e presidente de conselho - Director, Western Kentuchy University, amigo de Bustos e colega do bula-bula.

MANUEL FABIANO: a Justa Homenagem


O almoço de sábado juntou no Barrilito os seus frequentadores habituais a pretexto de homenagear o Manuel Fabiano da Póvoa e com ele o leitão assado por bustuenses.
Bem a propósito, o Manuel foi um dos grandes assadores de leitão de Bustos e fazia anos; ou desfazia neles, não sei que diga.

O Milton tem lampejos que costumam escapar ao comum dos mortais: lembrou-se que existiram em Bustos 2 grandes assadores de leitão, justamente os grandes amigos Manuel Fabiano e Jaime Pinto, cujos bacorinhos serviram de repasto a muitas refeições dos seus tempos de jovem, sobretudo durante as férias que por cá passava.
Foi ele o promotor do brilhante evento, lembrando-nos que as RAÍZES de Bustos estão presentes nas mais variadas manifestações da vida da nossa Terra e das nossas Gentes.
*
Ironia das ironias, o Jaime Pinto acabara de falecer, que era tempo de ir ter com as meninas com quem tantas vezes subiu ao céu…
O Manuel Fabiano e o Jaime Pinto foram amigos inseparáveis durante a vida inteira. Foram sócios e desfizeram a sociedade, mas a sadia amizade perdurou; viveram e partilharam outras vidas mais gozosas, mas o companheirismo, esse, esteve sempre acima de supostas rivalidades e disputas. Quem os queria ver bastava ir a um sítio, que onde um estava o outro estava.
Quis o destino que o Jaime Pinto nos deixasse no dia do festejo dos anos do Amigo, que foi também o dia em que o Milton quis homenagear o leitão assado por conterrâneos no ocaso da vida.

Estavam lá todos os colegas do Barrilito, sem olhar a credos, posses ou estatuto e o dia foi também de discurso: a lembrar os dois Amigos inseparáveis, a lembrar outros Amigos que se foram; sobretudo, a lembrar que é preciso LEMBRAR as gentes de Bustos que duma forma ou doutra deixaram a sua marca no passeio da vida.

Apesar de debilitado, o Manuel Fabiano não faltou à chamada e foi lindo ver a alegria sentida naqueles olhitos já fragilizados. Alegria e tristeza, que o dia estava dividido naquele coração de homem bom.
O Amigo de sempre deixou-o agarrado à bengala, como que a sussurrar-lhe: não tarda voltaremos ao companheirismo de sempre. Vem daí que se faz tarde e Elas estão cá em cima á nossa espera. E, sabes, leitão é bicho que não falta por aqui, à espera das nossas mãos de mestres. Anda lá, vem daí, que a vida tem outras vidas…
*
oscardebustos

11 de novembro de 2006

11 NOVEMBRO 1918 - ARMISTÍCIO

.
......
GENTE DA NOSSA GENTE 1
...
"Sócrates. Por consequência, Hermógenes, a formação de um nome não parece, como tu julgas, obra de pouca monta nem de gente medíocre ou de um homem qualquer”
...

(Platão, Crátilo – Diálogo sobre a justeza dos nomes, Versão do grego, prefácio e notas pelo P.e Dias Palmeira, Livraria Sá da Costa Editora, 1ª edição, 1963)


MANUEL REIS PEDREIRAS & ANTÓNIO OLIVEIRA CRESPO PRISIONEIROS EM LA LYS


Relato de uma história, narrada por um dos seus protagonistas [1] na esplanada da Cervejaria Imperial, no Alto Mahé, em Lourenço Marques (Maputo).

Soavam os clarins a anunciar às nossas tropas que iriam participar com as forças aliadas na primeira Guerra Mundial em França. Do contingente faziam parte pessoas de Bustos. A saber, Manuel Simões Mota, Manuel António Martins, Manuel António Ferreira, Álvaro de Oliveira Canão, António de Oliveira Crespo e Manuel Reis Pedreiras os quais foram distribuídos por diversas companhias.

Acontece que, António de Oliveira Crespo e Manuel Reis Pedreiras, são destacados para La Lys, onde a 9 de Abril de 1918 teve lugar um cruento combate com as forças alemãs. As tropas portuguesas sofreram grandes baixas. Enquanto os que puderam, fugiram em debandada, o Manuel Reis Pedreiras e o António de Oliveira Crespo, foram feitos prisioneiros.

Ora, naqueles campos irregulares, lamacentos e escabrosos era impossível o acesso, quer a ambulâncias quer de qualquer carro ligeiro, o inimigo resolveu utilizar os prisioneiros como transporte humano dos seus feridos.

A guerra e o instinto de sobrevivência aguçam o valor e a astúcia dos homens, levando-os a cometer actos heróicos. Assim aconteceu com os nossos conterrâneos. Assim, o primeiro a ser submetido foi o António que, debilitado e faminto, além do fardo do inimigo, levava também o armamento e a marmita atestada de comida.

Durante o trajecto, o ingrato ferido, não cessou de golpear na cabeça o seu transporte e de o buzinar com "Durch deine schuld feizer', como quem diz, "é por tua culpa que estou aqui ferido". O Crespo, extenuado e irritado com a ingratidão da sua humana carga, perdeu a cabeça e, ao passar por uma ribeira com um pontiIhão formado por três troncos de árvore, lança o infame à ribeira.
A FUGA
Acto contínuo, liberta-o do armamento e víveres, abandona-o sem olhar para trás e parte em busca do companheiro. Caminha ao acaso, a fome e o medo são a sua única companhia. Pouco tempo depois, avista o Reis Pedreiras submetido ao mesmo suplício. Aproxima-se sorrateiramente e, com a arma em riste, ordena ao amigo que se alije da sua carga. O Manuel, ainda o tenta dissuadir do seu intento e fazer-lhe ver as consequências que daí poderiam advir. Inabalável, o Crespo, repetiu a ordem com cara de poucos amigos e, contundentemente, rematou, "É tempo de viver ou morrer, vamos optar pela primeira." Quando isto ouviu, o Reis Pedreiras, liberta-se do abominável fardo, apodera-se do seu armamento e provisões e encaminharam-se para o abrigo da mesma fatídica trincheira. Lá, enquanto saciam a fome, são surpreendidos pelo barulho dos blindados inimigos que inspeccionavam os terrenos circundantes juncados de cadáveres.

Os dois intrépidos camaradas, guiados pelo medo, lançam mãos das armas e correm tresloucados ao longo da trincheira disparando ao acaso simulando, deste modo, vários atiradores. Assim o supôs o inimigo que, receando um ataque do contingente, optou pela retirada.
Os dois camaradas, viram com júbilo a retirada do inimigo e congratularam-se pelo êxito da sua estratégia. Fortalecidos pelo êxito e com o moral em alta, deixaram a execrável trincheira tal bravos leões saídos da espessura da floresta.

"Oh, Crespo, acelera o passo! Não venham por aí os Teutões em nosso encalço”.

Longo foi o tempo que caminharam sem destino através de campos devastados pela guerra. Caminhavam resolutos em busca de libertação, animados com a esperança de encontrar os camaradas ou algum sítio onde pudessem descansar.

Como prémio da sua constância, tiveram a felicidade de serem interceptados por uma patrulha militar inglesa, comandada pelo tenente George Nelson Smith o qual lhes deu todo o apoio. Depois, foram levados para o acampamento português onde, após o expediente de rotina, relataram a sua epopeia.

Em Portugal, as famílias soçobravam com falta de notícias.
Quando as partes litigantes acordaram terminar a guerra, os audazes combatentes regressaram à sua terra na qual foram recebidos com festa, não pelo seu heroísmo ou pela extraordinária epopeia vivenciada, mas com a alegria de terem voltado com vida de tão sangrento conflito.

JORGE MICAELO (Dr.) AFILHADO DE MANUEL REIS PEDREIRAS
Manuel Reis Pedreiras, oriundo de família mais abastada, foi recebido com outros e melhores atavios. Algum tempo depois, a sua irmã Rosa, casada com António Simões Micaelo (António Simão) dava à luz um filho e convidou o Manuel para padrinho (no registo civil). Convite que prazenteiramente aceitou. Ao infante foi posto o nome de JORGE NELSON em homenagem ao comandante inglês do mesmo nome.

Eis, pois, explicada a origem de JORGE NELSON, de família SIMÕES MICAELO o qual viria a ser, dezenas de anos mais tarde, o primeiro médico formado em Bustos.

NOTA À MARGEM
Se este episódio tivesse ocorrido com militares de alta patente, em vez de obscuros soldados rasos, talvez tivessem sido condecorados. Todavia, na vida sempre houve "dois pesos e duas medidas" e o povo anónimo, faz a história, mas dela é excluído.
Estes tiveram a glória de contar a sua história a este modesto cronista que, aqui a relata em sua homenagem.

Em homenagem À GENTE DE BUSTOS.
Ulisses de Oliveira Crespo, cronista da vila.
[1] António Crespo, nota de altino

10 de novembro de 2006

DIA 11 - ASSOCIAÇÕES DE PAIS MAGUSTAM, ANGARIAM & CONVIVEM


Por vezes, as sociedades não prestam devida atenção aos futuros do Futuro.
Épocas e sítios há em que qualquer angariação de fundos destinadas a apoiar actividades didáctico-pedagógicas, a adquirir material ou a melhorar o bem-estar das crianças é vista com alguma desconfiança. 'Mais outro «pditório»!?'

Por mais carolice que os professores disponobilizem no exercício da sua profissão, a escola mais parece um depósito de crianças, a termo certo.

O investimento e a participação dos pais no desenvolvimento da massa cinzenta dos futuros parecem ser coisas esquisitas, próprias para entreter conversas de café.
...
Constatando várias carências nas escolas públicas de Bustos, as respectivas associações de pais projectaram a realização de um são martiniano magusto [dia 11] com o objectivo de angariar alguns €uros a serem aplicados nas escolas.


Os futuros reclamam apoio.
Serão atendidos.

Por certo o magustódromo vai encher.
...

ESCOLAS DE BUSTOS AGRUPAMENTAM-SE

As escolas públicas de Bustos estão inseridas no “Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro” que tomaram a responsabilidade de perseguir o lema educativo “crescer feliz, crescer com educação” durante o triénio 2004/07.


Pela oportunidade de mostrar Bustos, NB edita uma “nota de introdução” do “agrupamento” e a descrição genérica das instalações das escolas públicas de Bustos.
O bem elaborado painel do Agrupamento merece ser consultado ... e apoiado.
http://www.eb23-oliveira-bairro.rcts.pt/
Projecto Educativo 2004/2007


UMA INTRODUÇÂO
“O Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro corresponde à área geográfica das freguesias de Oliveira do Bairro, Bustos, Mamarrosa e Troviscal. Está sedeado na Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos Dr. Acácio de Azevedo, em Oliveira do Bairro. É constituído por 16 Estabelecimentos de Ensino, 10 Escolas do 1º CEB e 6 Jardins-de-infância, com uma população escolar aproximada de 1200 alunos, um corpo docente estimado em 130 professores/educadores e um corpo não docente com cerca de 45 funcionários.”

INSTALAÇÕES


JARDIM DE INFÂNCIA DE BUSTOS
O Jardim de Infância de Bustos pertence à rede pública e foi fundado em 4 de Janeiro de 1982, por decreto lei n.º 542/79 de 31/12 cujos os estatutos foram publicados na 1.ªsérie do diário da República n.º 300 de 31/12.
A referida instituição, situa-se junto à escola do 1.º CEB de Bustos, partilhando com esta o espaço exterior.
É um edifício pré-fabricado, constituído por um hall de entrada, uma casa de banho (onde estão instalados uma sanita para as crianças e um mictório, uma sanita para os adultos e um lavatório com duas torneiras sem água quente), uma pequena cozinha que serve de secretaria e apoio e uma sala de actividades com 46m2 bem iluminada.
A sala de actividades tem algum material pedagógico e o mobiliário encontra-se razoável.
No exterior à entrada do Jardim existe um telheiro que serve de abrigo na recepção e entrega das crianças. O exterior é todo vedado. Geminado com as instalações do Jardim existe uma área aberta com areal, onde se encontra dois baloiços, um escorrega, uma cadeira e um cavalo tipo balancé.


ESCOLA DO 1.º CEB DE BUSTOS
É um edifício sem tipo, de construção antiga, de adobes e argamassa de areia e cal, coberto de telha Marselha, com rés-do-chão e 1º andar.
No rés-do-chão há um átrio, duas salas de aula, um gabinete e no vão da escada que dá acesso ao 1ºandar, há uma arrecadação para guardar material de apoio às aulas de expressão físico motora e arquivar documentos.
No 1º andar existe uma sala de aula e um terraço com varanda que dá para a rua principal.
Nas traseiras e circundando o edifício, há a área de recreio com cerca de 860 m2 sendo 768m2 descobertos e 92m2 cobertos.
Atrás do edifício há seis sanitários, sendo quatro para as crianças e dois para pessoal docente e auxiliar.
Na área do recreio encontra-se instalado um pavilhão pré-fabricado, onde funciona o Jardim-de-infância, atrás do qual existe um pequeno parque infantil destinado às crianças do pré-escolar.


ESCOLA DO 1.º CEB DA QUINTA NOVA
A escola pertence ao projecto de construção “Plano dos Centenários”. O edifício dispõe de três salas de 48m2 cada uma, tendo boas condições. As instalações sanitárias são razoáveis, tem casas de banho em quantidade suficiente para professores e alunos.
Nas traseiras do edifício existe um pátio coberto onde as crianças brincam em tempo de chuva. O recreio é amplo, de terra batida e com imenso espaço para as crianças brincarem à vontade. Na frente do edifício, há um espaço ajardinado muito bem cuidado.
Além do edifício principal existe um pavilhão pré-fabricado que precisa ser restaurado com urgência pois está a ser usado para sala de aula.
Ao lado do pavilhão há um pequeno parque infantil equipado com baloiços, escorrega e cavalinhos.

*
CONTACTOS:
Rua Dr. Acácio de Azevedo, n.º 28
3770-213 Oliveira do Bairro

Tel.: 00351234747747
Fax: 00351234748227
e-mail:
eb23.a.azevedo.cd@mail.telepac.pt
...
Observação de NB:
Em “ORIGEM HISTÓRICA DO CONCELHO” do agrupamento de escolas de Oliveira do Bairro, lê-se:
[...]
“ No entanto, em 13 de Janeiro de 1898, o concelho de Oliveira do Bairro é restaurado definitivamente, com as freguesias que ainda hoje possui, embora a de Bustos tenha sido criada em 1919”.
Nota:
De facto existe bibliografia que aponta a criação da freguesia de Bustos para o ano de 1919, quando na realidade foi criada no ano seguinte através da Lei nº 942/1920, 18 de Fevereiro.


sérgio micaelo ferreira

5 de novembro de 2006

BIBLIOTECA MUNICIPAL: “ON LINE”, MAS POUCO…

O sítio da Biblioteca Municipal na net é coisa “para inglês ver”. Serve apenas para dizer que a Biblioteca existe quando poderia ser um instrumento de trabalho, de divulgação da Biblioteca e do seu esforço na promoção da leitura. Deveria servir para a divulgação de iniciativas e projectos, das obras que integram o seu acervo, estabelecer uma ligação contínua, não só com os potenciais frequentadores/leitores, mas também com os pólos de leitura existentes no concelho. Nada! ( Nem horário de funcionamento divulga. )
Quanto aos pólos de leitura apenas nos diz que “existem” os pólos de Bustos e Oiã. Sem mais informação. Nem horários de funcionamento, nem sequer a indicação do local onde funcionam…

O abandono é geral. Tanto que a “Agenda” é relativa aos meses de Abril e Março de 2002…É como se a actividade da Biblioteca Municipal tivesse parado no tempo. Parou?

E no meio do deserto acaba por brilhar o ridículo, a ideia luminosa que levou alguém a incluir nos “Contactos on line/links” apenas ligações de grande importância cultural. São apenas sete, e neste grupo tão exclusivo emerge a Disney on line, assim se reconhecendo, finalmente, a importância literária de Tio Patinhas, Pateta, e Donald.

A lista é muito selectiva, mas a sua escolha e ordenação talvez revelem do momento político-cultural que atravessávamos em 2001 e que, pelos vistos, se mantém ainda vivo, mesmo sem Leontina ou Gala. Aqui fica:
1º- Camâra Municipal, 2º- Museu S. Pedro da Palhaça, 3º- Jornal da Bairrada, 4º- Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, 5º- Ministério da Cultura, 6º - Disney On line, 7º - Iagora (*)
Para bom entendedor...


Biblioteca Municipal de Oliveira do Bairro
Av. Drº Abílio Pereira Pinto
3770 - 201 Oliveira do Bairro
Telefone: 234 740 330
Fax: 234 740 332

info@bib-oliveira-bairro.rcts.pt

BC

(*) Empresa de Anadia que, em 2001, produziu o site.

3 de novembro de 2006

Viv’Arte – Companhia de Teatro especializada em recriações históricas ... e muito mais


“A Companhia de Teatro Viv’Arte teve origem no Grupo de Teatro da Esc. Sec. de Oliveira do Bairro, fundado em 1988 pelo seu actual director Mário da Costa. Em 1993 formalizou-se juridicamente como Laboratório de Expressão Dramática de Oliveira do Bairro (LED). É desde 2000 uma Associação Cultural sem fins lucrativos com estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública (D. R. 19/7/00).

Vivarte & Companhias corresponde a uma associação informal com outros grupos de teatro, actores, músicos, dançarinas, artesãos, malabaristas, cavaleiros, acrobatas e outros artistas circenses, etc. Nasce naturalmente a partir de um encontro de vontades e interesses comuns: a recriação histórica.

Progressivamente, e após anos de trabalho no teatro escolar, teatro para a infância e artes de circo, a nossa profissionalização acompanhou a especialização em espectáculos de recriação histórica, aplicando o conceito de Teatro Vivo, História ao Vivo

(Retirado de http://www.teatro-vivarte.org/, quem somos ?)


Contactos:

Teatrário
Rua do Foral, 151
Apartado 202
3770-909 Oliveira do Bairro
Portugal

Tel: 234 746 880
Faxe: 234 746 883

Direcção: 93 93 93 487
Produção: 93 93 93 492
Administração: 93 93 93 495

teatrario@teatro-vivarte.org

Porto - galeria olga santos convida


(adaptado)

transcrição do convite:
"a galeria olga santos tem o prazer de convidar v.exª para a inauguração
a acontecer pelas 1830 hrs do dia 4 de novembro de 2006
da exposição debute na individualidade novembro

david oliveira
escultor"
---
Exposição patente até dia 4 de Dezembro

praça da república, 168_ 1º fr. 4050 – 498 porto

seg ~ sex 1100h ~ 1400h + 1500h ~ 1900h

tlf+fx 222010899 + 917014763
molgas@sapo.pt

metro_trindade+fariaguimarães stop_82+34+47
...
Nota
Em 18 de Fevereiro pp, nb editou cartaz e texto da arquitecta Olga Santos subordinada ao tema Estreiarte (srg)

DAVID OLIVEIRA APRESENTA 'individual arte debute' no espaço 'olga santos galeria'

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Convite para exposição de escultura


Uma sociedade que converge num espaço para se mostrar, uma azáfama de passos que contribuem para aquela sensação de algo novo a estrear, o resfolhar dos tecidos, a procura de olhares, e o tempo. O tempo que passa por duas janelas e pára.

O retrato de um tempo parado com esculturas que, tendo sido apanhadas no momento entre segundos, permitem ao espectador poder fazer parte deste universo que é o acto de debutar.

David Oliveira vem assim apresentar no Porto as suas esculturas os seus fragmentos de espaço/tempo.

Esculturas que procuram profanar e expor a intimidade feminina, que procuram atravessar a pele e encontrar na languidez das suas intervenientes a sua eterna fragilidade de serem mulheres.

Num espaço enclausurante estas peças exasperam soltando, num exercício de cor, o seu grito contido para a cidade que se esconde atrás de duas janelas.


Exposição de escultura : Debute - David Oliveira

Inauguração sábado, dia 4 de Novembro, 1830h
Patente até dia 4 de Dezembro
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praça da república, 168_ 1º fr. 4050 – 498 porto
seg ~ sex 1100h ~ 1400h + 1500h ~ 1900h
tlf+fx 222010899 + 917014763 _ molgas@sapo.pt

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1 de novembro de 2006

2006, 1º de Novembro - sinais da memória


HOUVE MILAGRE NO BARRILITO
O 1º de Novembro, ma mitologia celta/druida, assinala o fim de ano a passagem do verão para o inverno, o definhamento da natureza provocado pelo frio [para revivescer com a chegada da primavera] e vida regressava ao interior da casa ao pé da lareira.

O Samhain (Halloween), também marca o início da estação da cidra, marcao momento da realização de ritos e festivais onde os familiares e amigos serem honrados.

Seguindo José Manuel Barbosa, (em grafo galego):
“Esse dia era chamado polos gauleses Samónios e polos irlandeses Samhain ou Samhain e era umha festa à qual acodiam todas as pessoas dos povoados celebrando-se umha série de rituais relacionados com a justiça, o direito e a política à vez que dum ponto de vista religioso acreditava-se que a porta do Sidh, do além, do lugar onde moravam os mortos, era aberta para que aquelas pessoas que tinham deixado este mundo pudessem comunicar mais outra vez com aquelas outras que ainda nom o tinham deixado.[1]

A Igreja Católica serviu-se do ritual da mitologia celta, «formatou» em seu proveito, introduziu o Dia de todos os santos e o de finados (mais propriamente para os que estão a estacionados no purgatório e, para passar ao esquecimento o ano passou de 1 de Novembro para 31 de Dezembro.

A presença obrigatória de castanhas assadas no dia de ‘todos os santos’ é uma reminiscência do culto celta ibérico.

Pelo menos, esta tradição cumpria-se na cidade do Porto, conforme comentário LuisM em Domingo, 14 Novembro 2004:
"Por acasso na Sexta-feira estive pela numa vila tarde pola área do Porto e num bar tinham um cartaz que anunciaba literalmente "Festa do Magusto" com exactamente o mesmo nome que aquí pus Barbosa no artigo. Daí entre a perguntar-lhe ao camareiro e disse-me que essa noite iam fazer festa com castanhas... Tudo exactamente igual à Galiza norte ..." [1]

Uma nota: Os colegas *druidas* de Bustos têm de alertar o sr. Agostinho Pires, manager do Barrilito, a incluir no cardápio as castanhas assadas à 1º de Novembro.

A tradição do “Halloween” de cariz americano inunda as televisões e remete para debaixo do tapete os rituais celtas da península ibérica. Ao enésimo anúncio do TGV Porto-Galiza, poderá estar associado o dia Magusto ao dia 1 de Novembro.
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NO CEMITÉRIO
Bustos em dia de visita ao lugar da memória acordou com calor e muito sol. A música gravada mais parecia associar-se ao recente alcatroamento da rua e parque de estacionamento, não fossem as flores emprestarem o colorido ao mais respeitado condomínio da freguesia.

Em sobreposição ao discurso oficial, trocam-se abraços e endereços, recordam-se peripécias e da luta e do mourejar dos nossos e dos antigos, da arte de canteirar. ‘Tu por aqui?’ E acende mais uma vela. Tu por aqui? Marca-se a hora na cerimónia do barrilto.’ Tenho de ir buscar o Jack – cientista bem afreguesado em terras de Bustos. Bem cedo o cheiro a cera queimada empestava as narinas, mesmo em dia de alta pressão. ‘Está um calor dos diabos!’ ... Saiu e foi recolher-se na sombra. Pai-Nosso... o momento era de reflexão e de peditório para as almas. Cesta ao léu, à vista de todos ... as notas estavam ausentes. Também havia menos flores. É o polvo da crise a esticar os seus tentáculos.

O ***, um laico com ‘pedigree’, deseja que os fiéis de Jeová e da Igreja Evangélica do Sobreiro também possam discursar no cemitério. Todas as religiões têm direito, diz ... Vai ser o bom e o bonito...
'CONVERSÃO' DE FRED RAINEY
Seguindo o hábito, colegas cumpriram o cerimonial no santuário do barrilito. Foram sacrificadas algumas garrafas de baga tinto da Bairrada. O sacrifício atingiu os condutores. [para o ano deverá ser instituído “o carro de aluguer” no cerimonial].
Este ano brilhou Fausto Silva, com a sua aventura da saída de Angola no ano de 1975, - O episódio de Fernão Veloso, nos Lusíadas, fica muito aquém do aventureiro da Mamarrosa que aos 11 anos ‘cai’ no bairro da canata (Lobito), entrou por cunha nos caminhos de ferro ou seria no porto? Arranjam-lhe trabalho de fogueiro nos comboios a vapor, etc etc... fica para um dia. Se não houver antecipação, que bem merecia, já que a comemoração de 150 anos de caminhos de ferro portugueses não pode fazer esquecer o comboio movido a muito suor, muita água e muita lenha ou muitocarvão.
Nesta sessão operou-se um milagre. O colega Fred, que fizera a viagem com adeptos do celtic, logo no meio da cerveja, chegado ao altar de sacrifícios do barrilito fez as honras ao espumante da bairrada.
Foi dia de conversão.
Habemos milagre.
sergio micaelo ferreira
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[1]Recolhido de “ A origem da tradiçom pagá dos Magustos, e do Halloween”Portal Galego da Língua http://www.agal-gz.org/
Artigo da autoria de José Manuel Barbosa e publicado no jornal “La Región” em 11 de Novembro de 1997, e nesta altura reformado e ampliado para a sua publicaçom

EM TEMPO DE EVOCAÇÃO

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