13 de novembro de 2006

MANUEL FABIANO: a Justa Homenagem


O almoço de sábado juntou no Barrilito os seus frequentadores habituais a pretexto de homenagear o Manuel Fabiano da Póvoa e com ele o leitão assado por bustuenses.
Bem a propósito, o Manuel foi um dos grandes assadores de leitão de Bustos e fazia anos; ou desfazia neles, não sei que diga.

O Milton tem lampejos que costumam escapar ao comum dos mortais: lembrou-se que existiram em Bustos 2 grandes assadores de leitão, justamente os grandes amigos Manuel Fabiano e Jaime Pinto, cujos bacorinhos serviram de repasto a muitas refeições dos seus tempos de jovem, sobretudo durante as férias que por cá passava.
Foi ele o promotor do brilhante evento, lembrando-nos que as RAÍZES de Bustos estão presentes nas mais variadas manifestações da vida da nossa Terra e das nossas Gentes.
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Ironia das ironias, o Jaime Pinto acabara de falecer, que era tempo de ir ter com as meninas com quem tantas vezes subiu ao céu…
O Manuel Fabiano e o Jaime Pinto foram amigos inseparáveis durante a vida inteira. Foram sócios e desfizeram a sociedade, mas a sadia amizade perdurou; viveram e partilharam outras vidas mais gozosas, mas o companheirismo, esse, esteve sempre acima de supostas rivalidades e disputas. Quem os queria ver bastava ir a um sítio, que onde um estava o outro estava.
Quis o destino que o Jaime Pinto nos deixasse no dia do festejo dos anos do Amigo, que foi também o dia em que o Milton quis homenagear o leitão assado por conterrâneos no ocaso da vida.

Estavam lá todos os colegas do Barrilito, sem olhar a credos, posses ou estatuto e o dia foi também de discurso: a lembrar os dois Amigos inseparáveis, a lembrar outros Amigos que se foram; sobretudo, a lembrar que é preciso LEMBRAR as gentes de Bustos que duma forma ou doutra deixaram a sua marca no passeio da vida.

Apesar de debilitado, o Manuel Fabiano não faltou à chamada e foi lindo ver a alegria sentida naqueles olhitos já fragilizados. Alegria e tristeza, que o dia estava dividido naquele coração de homem bom.
O Amigo de sempre deixou-o agarrado à bengala, como que a sussurrar-lhe: não tarda voltaremos ao companheirismo de sempre. Vem daí que se faz tarde e Elas estão cá em cima á nossa espera. E, sabes, leitão é bicho que não falta por aqui, à espera das nossas mãos de mestres. Anda lá, vem daí, que a vida tem outras vidas…
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oscardebustos

1 comentário:

  1. Anónimo22:19

    Óscar Santos escreve um texto que está para além da reportagem. Faz a homenagem ao conhecimento empírico acumulado através das gerações. Será que Bustos na tentativa de manter a tradição, irá aventurar-se em criar a festa do leitão criado, abatido, assado comercializado e degustado artesanalmente?
    Em nome da defesa da diversidade dos costumes das micro-comunidades que compõeem o tabuleiro do planeta azul

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