30 de novembro de 2007

O Dr. Manuel dos Santos Pato deu ... Testemunha Hilário Costa

Novo Caminho Público (1)
Foi construído o caminho que vai da Casa do sr. Manuel Correia, no Sobreiro, à casa do falecido Mário Caiado, num terreno cedido pelo sr. dr. Manuel dos Santos Pato, da Barreira.
O antigo caminho, estreito contornava junto ao chalé do sr. José de Almeida, também conhecido por José da Mariana, um dos mais ricos proprietários e lavradores da freguesia de Bustos.

Foi um grande serviço de utilidade pública, pois veio encurtar e melhorar as «passadas» das pessoas que tem de usar aquela via.
____
(1) in Hilário Costa, Bustos – Memórias de um bustoense, 1984, pg. 80.

29 de novembro de 2007

As Cantarinhas[1]


Num domingo de 1933, após o meu regresso a Bustos, organizei, no campo de futebol, corridas de cantarinhas, por algumas das encantadoras raparigas da nossa terra.
Realizou-se também um desafio entre homens – casados e solteiros – a puxar a corda.
E corridas em redor do campo e de garotos nas corridas de sacos, tendo cada grupo ou pessoa vencedora recebido o seu prémio.
No final, havia vinho, laranjadas e tremoços, para todos.
E assim se passou a tarde de um domingo em agradável convívio.
O 1.° prémio coube a Gracinda do Simão Amante.
O 2.° prémio a Alzira Simões (Canão).
O 3.° prémio a Etelvina Simões da Costa.
Nenhuma cantarinha caiu da cabeça das esbeltas raparigas – o que é para admirar!
(…)


[1] Hilário Costa, Memórias de um bustoense, 1984

28 de novembro de 2007

...o seu envelope bem quente ... (P.e Vidal)


Saída no BL(a) aqui a constituição da nova Comissão Fabriqueira da Paróquia que está resolvida a meter-se em grandes obras em simultâneo: recuperar o esquecido edifício-igreja; e prosseguir com os acabamentos do monstro, no condomínio ‘Igreja’-‘Banco’, será oportuno lembrar um dos momentos em que migalhando grão a grão se construiu um edifício de vanguarda e recheado de obras com assinatura. A propósito, o vitral já deveria ter sido restaurado. Basta o desleixo para garantir a sua degradação e a existência da actual casa paroquial a censurar uma mural de X.Costa.

Há dias saiu na comunicação uma lista associações de contemplados com dinheiros dos contribuintes para recuperar ou construir edifícios. Comissões Fabriqueiras constavam da lista. A de Bustos teria concorrido?

Os Reis estão de volta, anunciou o BL. Que a Magia traga bons leilões.
Aos novos ‘fabricantes’, levem a água ao seu moinho, deseja o
sérgio micaelo ferreira

Transcrição do folheto do P.e Vidal dirigido aos

“Caros Paroquianos
e
Amigos
Alegremo-nos todos com a notícia que venho trazer às vossas casas: a nossa igreja vai ser sagrada pelo nosso querido Bispo no dia 8 de Dezembro - dia da Imaculada Conceição.

A's I4H30 chega S. Ex.a Rev.ma vindo pelo lado do Albergue e Azurveira e havemos de estar junto da igreja velha para o saudarmos e bem assim a outras autoridades e amigos.

Vencemos. Estamos todos de parabéns. A 10 de Março de I925
[1], criou-se a freguesia religiosa de Bustos que já o era como freguesia civil desde I8 de Fevereiro de 1920. Os bustuenses de então receberam a incumbência da igreja nova que não conseguiram realizar.

Nós que herdámos os seus bens e lhe devemos a vida que nos transmitiram agora damos como realizado o sonho que desde então se arrastou.

Em 9-8-1956 foi benzida a 1ª pedra por S. EX.cia Rev.ma o Sr. D. Domingos da Apresentação Fernandes.

A I6 de Agosto o nosso conterrâneo Evaristo Pinto riscou a igreja na terra e principiou as fundações que acabaram a 1 – 7 – 1961.

Em 22 de Outubro de I962 iniciou-se a fase do levantamento das abóbadas, obra a cargo do nosso conterrâneo Sr. Eng. Manuel dos Santos Pato e do seu encarregado Sr. Manuel Martins [2].

E o tempo correu e as dificuldades venceram-se, unimo-nos todos e levantamos o templo que nos honra e que sagramos agora.

Vamos estar presentes nas cerimónias e cada um de nós vai levar ao altar o seu envelope bem quente com mais uma oferta para o termo das obras que tanto nos orgulham.

Amigos, como pároco, vos agradeço tanta dedicação e tanta generosidade.

Somos amigos e bem irmãos.
Só assim foi possível fazer tanto.
Continuo a rezar convosco e por vós, agora, no lindo altar e na igreja de linhas belas e modernas.
Deus nos guarde.
Bustos, 28 de Novembro de I964.
.......................O Pároco – P. António Henriques Vldal

[1] Arsénio Mota, em “Bustos – elementos para a sua história”, situa a criação da paróquia ‘decretada em 7 de Março de 1925’ (pg. 24) (nota do editor)
[2] Outros nomes estão omitidos (idem)

27 de novembro de 2007

EM CASA DO KIWI BAIRRADINO

A Nova Zelândia, país originário do kiwi, foi o maior produtor mundial até finais da década de 80, altura em que é ultrapassada pela Itália. Já em Portugal, o primeiro pomar surge em Vila Nova de Gaia, no início da década de 70, expandindo-se fortemente para a região de Braga. Em 1989 existiam em Portugal 857 explorações de kiwis, equivalentes a 860 hectares. A área vem-se mantendo mais ou menos estável, sendo que a região Entre Douro e Minho representa 74% da área total, a Beira Litoral 22%, encontrando-se a restante percentagem localizada no Ribatejo e Oeste. É com este cenário que, em 1998, é criada a Kiwicoop – Cooperativa Frutícola da Bairrada, inicialmente por 50 kiwicultores, mas hoje com cerca de duas centenas.

Por dia a linha de calibragem e escolha prepara cerca de 50 toneladas de frutos.



Actualmente a Kiwicoop é a única cooperativa portuguesa que trabalha exclusivamente com Kiwis. Estes são normalmente colhidos por altura da segunda semana de Novembro, o que permite obter um excelente estado de maturação, ao contrário de outros países onde têm de ser colhidos precocemente, devido ao frio. Esta vantagem competitiva perde-se quando se comparam as áreas de produção. Entre nós a média de área de produção por produtor não chega a um hectare, o que dificulta a rentabilidade e faz desta actividade uma cultura de “fim-de-semana”.
A produção nacional é vendida até Abril, a partir daí a Kiwicoop labora com frutos importados da Nova Zelândia e de outros mercados. Isto porque o consumo em Portugal ultrapassa as 22 mil toneladas ano enquanto a produção nacional ronda as 10 mil toneladas.


CITAÇÕES
(De um folheto promocional da Kiwicoop)

“O kiwi é um fruto de polpa verde-esmeralda com numerosas sementes de cor castanha, epiderme de penugem sedosa e sabor ligeiramente acidulado, agridoce e muito refrescante.”

“O “Leitão à Bairrada”, o “Vinho da Bairrada” e o nosso Kiwi são os verdadeiros “ex-libris” e cartões de visita desta região, do seu povo e dos seus costumes.”

“Neste litoral, espectáculo de imensa beleza da Costa Atlântica, situa-se a KIWICOOP.”

Kiwicoop - Cooperativa Frutícola da Bairrada, C.R.L.
Rua da Kiwicoop
Malhapão - Oiã
3770-058 Oiã [Aveiro - Portugal]

T: +351 234 752 616
F: +351 234 752 359
E: kiwicoop@kiwicoop.com
http://www.kiwicoop.com/

26 de novembro de 2007

Agenda 21 Local envolveu comunidade na Junta de Freguesia


Marcada por uma fraca afluência da população, decorreu ontem na Junta de Freguesia, um fórum de participação pública aberto à comunidade, sobre a Agenda 21 Local. Convidando a reflectir o desenvolvimento sustentável a Agenda 21 Local segundo Filomena Martins, representante da Universidade de Aveiro, permite "envolver os agentes de governação e população, com a finalidade de desenvolver o lugar do ponto de vista social, económico e ambiental".
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Apresentada a metodologia de trabalho da Agenda 21 Local, que passou pela recolha de dados e consulta de actores locais e população, foi procedido a um diagnóstico, onde se apresentaram problemas e potencialidades, que se verificavam no Concelho. Com base nestes, que foram apresentados à população, esta foi convidada a intervir, através de uma actividade, expressando quais se adequavam à realidade da freguesia.
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Como principais problemas que afectavam a freguesia a população apontou: a Falta de Equipamentos Culturais e Desportivos e a Falta de Turismo e Espaços de Lazer que obtiveram maior consenso, ao que se seguiram a Indústria Desorganizada e Poluição Industrial, Abandono da Agricultura, Pouca Educação Ambiental, Mau Ordenamento de Território e Muito Tráfego e Mau Estado das Vias. A falta de água potável não foi segundo a população um problema que afectasse a freguesia. Como principais potencialidades foram apontadas pela população: Boa Localização e Bons Acessos e a Agricultura.
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Relativamente à Boa Localização e Bons Acessos a população considerou que no futuro era necessário, meios financeiros e mobilização; relativamente à agricultura considerou que um plano de emparcelamento e um plano de exploração/arrendamento com introdução de novas culturas eram a necessidade que se impunha no futuro. Por outro lado, relativamente à Falta de Equipamentos Culturais e Desportivos, considerou serem necessários para o futuro, meios financeiros, aquisição e dinamização do espaço cinema existente para práticas culturais; relativamente à Falta de Turismo e Espaços de Lazer, considerou a população necessários meios financeiros, classificação, conservação e dinamização do património, bem como a sua divulgação.
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De um modo geral, a população considerou que para realizar as necessidades que se impõem na freguesia é necessário envolver, o poder local, os cidadãos, as associações locais, bem como o Ministério da Agricultura e os produtores

25 de novembro de 2007

ÁGUAS BOAS - UDB * 1 - 2


“...hoje faz as nações fortes – a ideia.” (EQ)

(…)

O leitor compreende agora as razões de ordem íntima que impediram o meu amigo e colega Pinheiro Chagas de me citar? Bem: deixe-me então pôr-lhe diante dos olhos outro período da Gazeta de Notícias. Escrevi eu: «Mas a verdade é que numa época tão intelectual, tão crítica, tão científica como a nossa, não se ganha a admiração universal, ou se seja nação ou indivíduo, só com ter propósito nas ruas e pagar lealmente ao padeiro. São qualidades excelentes, mas insuficientes. Requer-se mais: requer-se a forte cultura, a fecunda elevação de espírito, a fina educação do gosto, a base científica, a altura de ideal, que na França, na Inglaterra, ou na Alemanha inspiram na ordem intelectual a triunfante marcha para a frente, e nas nações de faculdades menos criadoras, na pequena Holanda ou na pequena Suécia, produzem esse conjunto eminente de sábias instituições que são, na ordem social, a realização de formas superiores de pensamento.»

Este é que devia ser (e creio que realmente é) o ponto em discussão entre nós. Eu digo que Portugal, nesta época em que não pode fazer conquistas, nem tem já continentes a descobrir, deve esforçar-se por ganhar um lugar entre as nações civilizadas pela sua educação, a sua literatura, a sua ciência, a sua arte – provando assim que ainda existe, porque ainda pensa.

Fomos grandes pelo que outrora fazia as nações grandes – a força; procuremos tomar-nos fortes pelo que hoje faz as nações fortes – a ideia. Foi esta nobre superioridade que eu desejei à minha pátria.

Você, meu caro Chagas, a isto responde: que Portugal não: necessita ciência, nem gosto, nem literatura, nem arte, nem cultura, nem um conjunto de sábias instituições; e que desejar-lhe tais vantagens é insultá-lo! E você dá a razão por que Portugal não precisa nada disto: é, diz você, porque Portugal outrora possuiu Cochim e Cananor, e porque o nome português é ainda respeitado em Ceilão!

Porque o não tinha dito há mais tempo, meu caro Chagas? Estou vencido.
(…)
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in Eça de Queiroz, Notas Contemporâneas, [Brasil e Portugal, Bristol 14 Dezembro de 1880], Obras Completas de E Q, XV Volume, Círculo de Leitores.

23 de novembro de 2007

Arsélio Martins – Número Um

Ouvi-o há tempos discorrer sobre a importância da Matemática na vida. Começou por olhar as gravuras que ilustravam a parede do Salão Nobre da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e falou sobre a mulher bairradina, sobre os números das suas vidas. Depressa saltou a barreira da matemática e nos fez crer que a Matemática é a Vida. Comecei a olhar as pessoas, os livros, a rua com os olhos dos números. E a morte? Será a ausência da matemática? E Deus? A infinitude da recta? E as palavras do poema? Não são um sem-número de mundos? O poeta que responda . Arsélio Martins será tudo menos um lugar comum.

Antes um nome onde cabem conjecturas. Um labirinto onde se perdem memórias de uma Escola.

Arsélio Martins, vencedor do Prémio Nacional de Professores.
Professor da Escola José Estêvão de Aveiro.
odete ferreira, http://amirguinha.blogspot.com/ , 22.11.2007

22 de novembro de 2007

AGENDA 21 [OLIVEIRA DO BAIRRO] VAI OUVIR

Do sítio da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, aqui http://www.cm-ob.pt/ ,transcreve-se

"População convidada a pensar o futuro sustentável

15112007

Dia 24 de Novembro pelas 17h00 horas realizar-se-ão, simultaneamente, em todas as sedes de Junta de Freguesia fóruns de participação pública abertos à comunidade a propósito do processo da Agenda 21 Local. A população é convidada a participar neste fóruns dando a sua opinião e partilhando pontos de vista acerca do futuro sustentável de Oliveira do Bairro.

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro iniciou, em Dezembro de 2006, o processo de elaboração da Agenda 21 Local de Oliveira do Bairro, com a colaboração do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro. Este processo terá duração de 18 meses. Conta com a colaboração activa de todos os agentes locais e habitantes de Oliveira do Bairro, para a elaboração e implementação de um Plano de Acção que promova o Desenvolvimento Sustentável do concelho.A população é convidada a participar neste fóruns dando a sua opinião e partilhando pontos de vista acerca do futuro sustentável de Oliveira do Bairro nestas sessões nas sedes das 6 juntas de freguesia do concelho.

Para conhecer a informação produzida durante a fase 1 da A21L de Oliveira do Bairro, consulte o Relatório Síntese do Diagnóstico Selectivo", [já referenciado em NB de 9.11.07].
.

21 de novembro de 2007

30.NOV. 2007 - SOBUSTOS PROJECTA 2008

Dina Reis Costa, 1º Secretário da Mesa da Assembleia-Geral, convoca "todos os associados para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no próximo dia 30/11/2007, pelas 19.00 HORAS, na sede social desta Instituição, sita no lugar do Sobreiro, freguesia de Bustos, Concelho de Oliveira do Bairro.

Esta Assembleia tem a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto Um – Apreciação de votação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2008.

Ponto Dois – Outros assuntos de interesse.

A Assembleia-Geral reunirá á hora marcada na convocatória se estiver presente mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois com qualquer número de presentes,"...
[segundo os estatutos]

20 de novembro de 2007

PARA NEW JERSEY, COM AMOR


Necas Lusio conheceu a São na Costa Nova. É costume dizer-se que os amores de Verão são breves, mas este foi um amor e um encontro que perdura. E no próximo dia 9 de Março comemoram 45 anos de um casamento feliz, permanentemente abençoado pelo sol luminoso de Agosto. Também por isso continua viva a ligação do casal a Portugal (a São foi viver para os Estados Unidos ainda bebé e o Necas emigrou em 1963), e as constantes visitas que fazem à terra natal são disso prova bastante.

Na passada segunda-feira, depois de mais uma estada entre nós, os dois regressaram a New Jersey, onde gozam da merecida reforma. Mas antes da partida o Necas fez questão de agradecer ao “Notícias de Bustos” por lhe dar notícias e o ajudar a estabelecer uma ligação constante com a terra que o viu nascer.
“Todos os dias, mal ligo o computador, uma das primeiras coisas que faço é ler a página de Bustos. Vocês nem imaginam o bem que isso me faz, o prazer que eu tenho em ver tudo, as fotos, os textos e até os comentários anónimos, eu que nunca gostei de anónimos…” – confessou-nos emocionado e agradecido por prestarmos um verdadeiro “serviço público.”
Fique descansado caro Necas, porque se ao longo destes últimos anos, o Sérgio Ferreira e eu, temos dado muito do nosso tempo e do nosso esforço a este projecto de cidadania, é porque sabemos que somos o ponto de encontro de muitos bustuenses, quase uma centena por dia. Nem sempre tem sido fácil (os nossos familiares que o digam), mas tudo faremos para continuar a levar Bustos e as suas gentes aos quatro cantos do mundo. E é bom dizê-lo: com muito amor!

BC

15 de novembro de 2007

TRANSPORTE ... + PÚBLICO


O vai – vem diário das pessoas entre a residência e o local da sua actividade enche as fieiras das estradas com o seu veículo individual.
Acontece que muito desse material circulante poderia ser retirado da circulação se entre alguns itinerários circulassem transportes públicos em horários adequados.
Actualmente, a circulação diária entre os concelhos de Oliveira o Bairro e Águeda atinge valores que não devem ser desprezíveis para se reformular a política de transporte de passageiros. Salvo erro, o horário de algumas carreiras remontam ao tempo em que serviam fundamentalmente para transportar a mão-de-obra das fábricas de Águeda. Por exemplo, a carreira Palhaça – Águeda chegava ao seu destino à hora de abrir a fábrica. Acontece que o sector terciário aumentou e o horário de abertura deita para mais tarde.
A acresce que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) recebe alunos do ocidente de Oliveira do Bairro e que são «obrigados» ir numa carreira que chega ao seu destino uma hora antes da abertura das aulas. Com a procura desta carreira, não admirará que a camioneta, chegada a Oiã e Fermentelos não tenha capacidade de transportar os utentes sentados, como é devido (itinerário B).
Houve até um caso em que um aluno para se deslocar do ocidente de Oliveira do Bairro teve de ir até Aveiro e aí seguir de automotora para Águeda (itinerário C).
Também alguém questionou o motivo porque não há uma ligação rodoviária entre Palhaça e Águeda, servindo Oliveira do Bairro (carreira A)?
A reformulação dos itinerários das carreiras e dos seus horários deverá merecer alguma atenção dos poderes. Até porque será através do aumento dos transportes públicos que a cota de produção de CO2 e de outros compostos poderá baixar de maneira bem visível, etc.
sérgio micaelo ferreira

12 de novembro de 2007

LAURA PIRES: UMA QUESTÃO DE PORMENOR




Laura Sofia Pires, presidente da concelhia do PSD de Oliveira do Bairro, vereadora do executivo municipal liderado por Mário João Oliveira, deu uma entrevista, publicada no Jornal Regional.com, que pode ser lida aqui.
Na entrevista, a senhora vereadora afirma solenemente: “Em termos de obras, temos tido um cuidado muito especial nos pormenores que nos dão a identidade concelhia.”
A afirmação revela alguém informado sobre as questões essenciais ao desenvolvimento das sociedades actuais. Laura Pires tem toda a razão quando diz que é fundamental cuidar dos pormenores, pois eles ajudam à criação de uma identidade e coesão social. São palavras mais do que certas, são certíssimas. Pena é que aquilo que a senhora vereadora afirma não corresponda à sua prática política. Pena é que, também a vereadora Laura Pires, acabe por seguir o velho refrão do “olha para o que eu digo mas não olhes para o que faço”. E falte à verdade.

Basta olhar para a intervenção realizada nas escolas do concelho, nomeadamente em Bustos e na Palhaça, para se concluir que o executivo municipal se esqueceu do pormenor e da identidade. E se a pintura em azul do edifício de Bustos é um erro facilmente reversível, suspeito que a destruição do desenho das janelas originais seja um crime para perdurar.
Em vez de cuidar do pormenor e da nossa identidade, tal como defende e afirma ao Jornal Regional, a senhora vereadora permitiu que se fizesse o oposto, colaborando num crime arquitectónico que destrói a identidade do exemplar. E se isso é grave, mais grave ainda é justificar-se tal atentado com o “conforto das crianças.” Ora, é sabido e está provado, que os ganhos do alumínio perante madeira devidamente cuidada (tanto em termos de isolamento sonoro como térmico) são mínimos. É conhecido, e tal não sobre contestação, que só com vidro duplo se conseguem ganhos significativos. Se existisse uma real preocupação com o “conforto das crianças”, ter-se-ia colocado vidro duplo, o que, no caso da utilização do alumínio, permitiria reconstruir as janelas segundo o desenho original, preservando de uma só assentada a identidade do edifício e o efectivo conforto dos alunos.
O que está à vista (as fotos aí estão para o provar), é exactamente o oposto do que a senhora vereadora diz defender. Como é próprio ao novo-riquismo de que tanto enferma a política nacional, destruiu-se o que existia e podia ser recuperado, optando-se por uma solução “nova” e “moderna” que, objectivamente, em nada melhora as condições térmicas e sonoras das salas de aula. Descaracteriza um edifício com 73 anos. É um péssimo exemplo!
Pormenor, dona Laura… Qual pormenor?!
Tenha dó, de si e de nós. Por favor, mande corrigir o erro. Não permita que algumas janelas manchem a sua palavra e a sua jovem carreira política. Dê-nos uma prova de maturidade política, que isso só a ajudará a ser mais respeitada.
Oxalá!

Belino Costa

9 de novembro de 2007

UDBUSTOS - COUVELHA * 1 - 3


Mister Quim Tavares apresentou a demissão do cargo que não foi aceite.

10.11.2007 - AGENDA 21’ OLIVEIRA DO BAIRRO – ASSOCIAÇÕES & SIMILARES CHAMADAS A INTERVIR

Prossegue o processo de formulação do Plano de Acção inscrito na Agenda 21 – Oliveira do Bairro [“A21-OB”] que irá “desenvolver o Concelho de forma sustentável”[1], para isso está programada a realização de um workshop que envolverá ‘os principais agentes municipais', que estarão amanhã, dia 10.11.2007, sábado, pelas 14H00, no Auditório do recentemente inaugurado ‘Espaço Inovação’, na Zona Industrial de Vila Verde.


BREVES

A “A21 – OB”, oficialmente “agenda 21 local” vai elaborar um Plano Estratégico de desenvolvimento para que a «morte do concelho» não seja antecipada.
A equipa da Universidade de Aveiro que está a elaborar o plano de sustentabilidade do desenvolvimento, pretendendo recolher dados junto dos munícipes, pôs à disposição dezasseis mil inquéritos. Responderam 366 (2,1% da população residente no concelho de Oliveira do Bairro, com mais de 15 anos
[2]). O número incipiente dos respondente parce traduzir o desinteresse cívico em ajuadar a encontrar soluções por um questão tão candente.
Ultrapassado o lamento, o documento exibido no portal da câmara
[3] dá uma panorâmica do concelho actual. Os quadros ‘Síntese’ dão uma ajuda expedita na interpretação da peça em apreço.


Algumas das dúvidas ou preocupações ressaltam da leitura:
1 – Cerca de um quinto da área do concelho (17 Km2) vai ser retirada à Reserva Ecológica Nacional. Não haverá excesso com um corte tão desmesurado?
2 – Junto à fronteira de Bustos com os concelhos de Vagos e Cantanhede, acompanhando o Rio Boco (Vala do Sardo) não existe mancha de território que reúna condições de enquadramento num Biótopo Corine?
3 – A ampliação das zonas industriais irá repercutir-se no aumento de circulação motorizada. O Plano irá prever a criação de um eixo viário que atravesse o concelho em latitude? Ou o trânsito pesado continuará a circular pelos sítios recentemente urbanizados?
4 - O Plano irá propor medidas para contrariar o aumento da impermeabilização dos solos?
5 – O quadro síntese das pág.s 15 e 16 (Ambiente e Qualidade de Vida) revelam alguns aspectos negativos que deverão merecer um combate sem tréguas, por exemplo, ‘águas residuais com elevados níveis de azoto’; ‘falta de água potável no concelho’; linhas de alta tensão a esquartejarem o concelho; a falta de qualide e contrlolo do a, …
6 - Outra nota negativa é a deficiente recolha de lixos industriais. A circulação destes lixos é realemnet controlada?
7 – O Plano Estratégico vai contemplar a necessidade de instituições – públicas e privadas – introduzirem sistemas de produção de energias renováveis?
INTERLÚDIO

A Agenda 21 já partiu do Rio de Janeiro no ano de 1992. Finalmente chegou a Oliveira do Bairro. Não se pretende que o Plano Final não aponte a direcção do regresso ao tempo das cavernas, mas deve ser orientado para que o “Desenvolvimento Sustentável [satisfaça] as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras de satisfazerem as próprias necessidades”, Relatório Brundtland (1987) [4].
A biodiversidade e o conhecimento continuam a ser o melhor pecúlio que poderemos deixar às próximas gerações.
sérgio micaelo ferreira

[1] http://www.cm-ob.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=2159, Workshop Agenda 21 Local, 07112007
[2] Recolhido de Relatório Síntese do Diagnóstico Selectivo, Elaborado pela equipa do Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro [UA], pg.s 18 aqui
[3] idem aqui
[4] idem, pg.2

8 de novembro de 2007

07-11-2007 Faleceu o Padre Teixeira das Neves

[Faleceu o Padre Teixeira aqui
Faleceu o Padre Manuel Rodrigues Teixeira das Neves, vítima de doença prolongada.
Este sacerdote que foi durante algum tempo pároco de Fermentelos e de Vagos, dentre outras Paróquias, nasceu a 31-08-1926 e foi ordenado sacerdote a 28-09-1952 tendo estado muitos anos em Benguela, Angola.
O seu funeral realiza-se Quinta-Feira, às 16 horas, na Igreja da misericórdia, em Aveiro.]

in Padre Júlio Grangeia, http://www.padrejulio.net/
*
O DA (Diário de Aveiro) informava em destaque o falecimento do Padre Teixeira.
Paroquiou Bustos em período de grande mobilização social e de acesa confrontação partidária entre o PSD e o CDS, retirando poder reivindicativo à Freguesia de Bustos.
O nome do Padre Manuel Teixeira está inscrito na História da ABC, foi um dos componentes da Comissão que consolidou a compra do Palacete. Uma iniciativa do Dr. Jorge Micaelo (1) .

Enquanto presidente da Comissão Fabriqueira defendeu rijamente o património da Igreja local, impondo os limites do terreno da Igreja, aquando da marcação do alinhamento da «Avenida» São Lourenço, gerando grossa polémica entre o PSD (núcleo de Bustos) e o Jornal da Bairrada. [Mais tarde, durante a última intervenção urbanística, o poder local beneficiaria de uma fatia de terreno para estacionamento, com prejuízo de cortar a frente da Igreja].

A construção da Casa Paroquial no topo sul da Igreja está a bloquear, como um leviano acto de censura, o distinto mural criado e aplicado - gratuitamente - pelo artista X Costa, marca pontos negativos na passagem do P.e Teixeira pela paróquia de São Lourenço de Bustos. [mas esta falha não pode ser assacada apenas a um. Várias entidades «tiveram culpas no cartório». Recordo o grande e esquecido benemérito Artur Greno, reconhecer a falha e de ter comentado que 'aquilo' [casa paroquial] era para ser demolido.

O Padre Teixeira também está na galeria eclética de Bustos.
(1) [A História da ABC já foi objecto de várias intervenções de Belino Costa nos blogues de Bustos, para além de Arsénio Mota e Hilário Costa em livro e em outros meios de comunicação social].
sérgio micaelo ferreira

7 de novembro de 2007

E A RUA DO CABEÇO ALI TÃO PERTO.

“São frequentes os episódios de viaturas que se dirigem para o estacionamento exíguo e esgotado e tentam regressar pela mesma rua onde só passa uma viatura de cada vez, devendo o transito fluir para a Barreira. A colocação de sentido único acabaria assim por por termo ao trânsito caótico que se verifica ano após ano no cemitério.”
in Alberto Martins, Bustos à Lupa
Dia dos finados Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007.
...

Em intervalo do almoço de opinião livre subordinado ao tema Centro da Vila em foco, e divulgado no NB em 10.10.07, Alberto Martins presenteou a mesa com a proposta da abertura de um lanço de um caminho que completasse a ligação entre a confrontação sul do cemitério com a Rua do Cabeço [1]. A acontecer a sua realização, uma escassa centena de metros de rua tornaria mais fluido e menos quezilento o trânsito motorizado de regresso do cemitério.
O alvitre de Alberto Martins merece ser avaliado técnica e financeiramente pelo poder local. Caso a ligação sugerida não seja a breve trecho exequível, os serviços técnicos deveriam estudar outra alternativa, perseguindo o objectivo de ligar a parte sul do cemitério à rua do Cabeço, ali tão perto.

AMPLIAÇÂO NA FORJA
Recuperando a história recente da última ampliação do cemitério à custa do estrangulamento do estacionamento, o presidente da Junta de Freguesia [JF] deu a conhecer já ter adquirido uma parcela de terreno à ilharga do maior condomínio de Bustos, para prolongar o seu aumento. A aquisição da antiga vinha obedeceu a uma garantia dada pelo sr. presidente da JF, a Pedro Fontes da Costa: “Manuel Pereira diz que o cemitério vai alargar para zona previamente acordada com o gabinete de urbanismo da autarquia oliveirense, explicando que só após uma revisão do Plano Director Municipal (PDM) [2], e a consequente inclusão de terrenos para esse efeito, é que o alargamento poderá ser efectuado". "Não podemos avançar sem que haja uma inclusão do Plano Director Municipal para esse efeito", reforçou o autarca.”[3]
O terreno recentemente comprado desenhará a configuração de um Anexo do cemitério - se não houver permutas ou outras aquisições para que o alongamento se processe de um modo harmónico. De qualquer modo, torna-se claro que a governação actual do concelho presta mais e melhor apoio que a anterior, uma vez que é e Câmara PSD que irá conseguir desafectar o(s) terreno(s) necessários para dilatar o espaço do cemitério.

O Cemitério de Bustos tem merecido algumas intervenções nos blogues de Bustos. Entre outras, assinalam-se:

Alberto Martins, Bustos precisa de um novo cemitério, Bustos à Lupa, Sábado, 29 de Setembro de 2007

Arsénio Mota, OS VIVOS E OS MORTOS <> Sobre a ampliação do cemitério <> Bustos – do passado e do presente, março 28, 2005

Belino Costa, 1- O cemitério no “Expresso” Bustos – do passado e do presente, abril 09, 2005 aqui

Belino Costa, 2- Cemitério no Expresso (continuação)

Sérgio Micaelo Ferreira CEMITÉRIO DE BUSTOS – GESTÃO DE ESPAÇOS Bustos – do passado e do presente, abril 06, 2005

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Nota:
A Agenda XXI (Oliveira do Bairro)
vai receber achegas das associações concelhias no dia 10 do corrente e do público em geral no próximo dia 24. Neste dia as sessões funcionarão em simultâneo nas sedes das freguesias. Ideias, sugestões e outros etc são esperados para ajudar a ‘desenhar’ a petição dentro do Quadro de Referência Estratégico Nacional [QREN] (2007-2013) é a última esmola substantiva da União Europeia que poderá contribuir para tornar consistente o ansiado princípio de coesão.
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[1] Alberto Martins, Bustos à Lupa Dia dos finados, Bustos à Lupa, Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

[2] Salvo melhor opinião, não consta que tenha havido impedimento administrativo em desafectar terreno para alargar cemitérios, mesmo sem ter havido revisão do PDM. Nota de Srg.

[3] Pedro Fontes da Costa, Cemitério de Bustos está à beira do ponto de ruptura, Jornal de Notícias, Terça-feira, 12 de Abril de 2005.
sérgio micaelo ferreira

2 de novembro de 2007

O SEGREDO DE MARIA CANIÇA


A Ti Maria Caniça, da Quinta do Gordo, era uma daquelas mulheres para quem não havia dias de descanso. Fosse domingo ou feriado não havia festa ou arraial onde ela não montasse banca para vender a goluseima mais cobiçada das crianças, a chucha. Graças a uma receita secreta, herança de família, Ti Maria Caniça aproveitava para juntar “mais alguns pintos no canto do baú,” vendendo chupas embrulhados em papel colorido, que fabricava no recolhimento da enfarruscada lareira.

Passaram os anos, passaram as modas. Os chicletes, as gomas, os rebuçados e os novos chupas de múltiplos sabores tornaram obsoletas as velhas chuchas de açúcar caramelizado. Também as pernas acabaram por trair a vontade de Ti Maria Caniça que um dia, depois de muito matutar, tomou uma decisão inadiável. Ficou à espreita, atenta à chegada do vizinho, porque tinha algo de muito importante a lhe comunicar. Ainda nem tinha tirado o casaco logo o vizinho, Rui Rodelo de seu nome, ouviu a Ti Maria perguntando se podia entrar.
– Entre mulher, que esta casa é sua – terá dito o Rui, surpreendido com o ar apressado da velhota – Então, está precisada de alguma coisa?”
E ela respondeu que sim, que estava precisada de lhe passar um segredo.
– Um segredo?!
– Sim, um segredo que muito me ajudou na minha vida e que não quero levar para a cova. Vou ensinar-te a receita das chuchas, talvez te sirva como me serviu a mim.
Foi assim que Rui Rodelo, da Quinta do Gordo, aprendeu que com água, açúcar e vinagre, tudo misturado em doses certas e fervendo o tempo adequado, podia fazer o chupa-chupa tradicional.
Encontrei-o na FIACOBA, com a cafeteira ao lume e os cones de papel alinhados, enquanto um cheirinho a vinagre anunciava a eminência de mais um momento de alquimia. Não resisti a revisitar um sabor único, capaz de me fazer recuar aos tempos da doce infância. Tudo por apenas cinquenta cêntimos. Sem corantes nem conservantes.

Belino Costa