30 de abril de 2007

ROSA FONTES: 97 ANOS BEM VIVOS



Rosa Simões Fontes, ou Rosa do Melro, nasceu a 4 de Junho de 1910 o que faz dela uma das mais idosas das nossas Gentes.
Teve por berço casual o lugar da Póvoa, onde os pais habitavam uma pequena casa de renda, no começo do caminho para os Penedos.
Cheia de vida no corpo e na alma, ainda se entretém com a agulha de coser, pronta a desfiar o rosário das suas lembranças.
O pai, de sua graça Joaquim Francisco Fontes, era cantoneiro do "Cantão" da Mamarrosa e tinha a seu encargo a manutenção das estradas públicas entre a Quinta do Gordo e a Palhaça. Como tantos jovens de Bustos, não se livrou da 1ª Grande Guerra (Moçambique). Tal com a mãe, Jacinta Simões "Carriça", eram ambos naturais da Azurveira e é dali que a Ti Rosa guarda grande parte das suas lembranças.
É com desenvoltura que recorda a labuta do pai, dividido entre as valetas do seu "Cantão" e o duro trabalho na arte de ferreiro na oficina do Ti Manuel Aires da Azurveira. Nas traseiras da oficina, o aido ainda abrigava uma estufa de chicória, cultivo muito em voga nos difíceis tempos da 1ª Grande Guerra. Coberta a telha, a estufa era explorada por gente de fora e não era a única na área, que o café escasseava e era preciso encontrar sucedâneo. A técnica para secar as raízes da chicória consistia em pôr lenha a arder na estufa, passo que antecedia a torrefacção e a moagem final.
Irmãos era coisa que não podia faltar, porque a morte gostava da criançada e era preciso prevenir: Manuel, Florentino, Maria, Nazaré e Severiano, além da Rosa, quase todos deixaram descendência nossa conhecida, parte da qual labutou ou labuta por Américas e África.

Viveu o tempo das contradanças e dos moinhos de vento e a água, que só na área da Barreira e Azurveira eram pelo menos quatro: um no Cabeço da Fonte, que pertenceu ao Alberto Mota e era movido a vento; outro, era do dr. Santos Pato, perto da represa que ainda ali existe e dois outros espraiavam-se ao longo da vala da Barreira.
A Ti Rosa ainda se lembra da torre da velha igreja ser levantada; e digo levantada, porque a que existia era mais baixa e tinha sineta com corda exterior.

Fez parte de contradanças, de que era ensaiador o Amândio Catrino da Mamarrosa, cesteiro de profissão que tinha Bustos como 2º lar. O homem da bandeira era o Ti João Martins e vêm-lhe à lembrança outras dançadeiras: Zelinda, irmãs Rosa e Maria Figueireda, Cândida (irmã do Fernando Correia, emigrada no Brasil) e Carménia.
Aqui fica uma quadra da contradança "Roda da Saia", assim chamada porque o grupo dançava à roda da que vestia uma saia comprida e muito rodada, cujas pontas iam agarrando em círculo que se queria perfeito:
Enquanto dura a juventude
Dançamos sempre, sem fadiga.
Temos a alma no olhar
E o olhar numa cantiga
.

Os lembrares da Ti Rosa do Melro são mais que muitos e dá gosto ouvi-la logo pela manhã a desfiar um sem fim de histórias do nosso passado.

As nossas e os nossos avós e bisavós trabalhavam de sol a sol, quantas vezes a troco de nada. Mau grado a dureza e a fome do dia a dia, sobrava-lhes tempo e alegria para as peças teatrais, os cantares e os dançares em grupo. (1)
Não deve haver ditado popular mais apropriado: Quem canta, seus males espanta!
*
(1) Sobre o tema, ver
texto de 29/8/2005
**
oscardebustos

BUSTOS - TOPONÍMIA (Travessa Albino Pardal)


Algumas considerações - locais - sobre a resposta ao inquérito de 1758

Em resposta ao inquérito de 1758, enviado aos párocos por ordem do Marquês de Pombal, informava o reitor da igreja matriz de Soza, Thomé de Sacramento e Brittos,(...) "Há nesta dita freguezia da Mamaroza duas ermidas huma de Nossa Senhora da Graça no dito lugar da Mamaroza, cuja conservação e reparo corre por conta da confraria de Nossa Senhora do Rozario da dita igreja, e está dentro do lugar; e outra ermida do Martir São Lourenço dentro do lugar de Bustos cuja conservação e reparos pertence aos mesmos moradores do mesmo lugar de Bustos, Barreira, Azurveira e Sobreiro."
Informa-nos o documento que haviam na freguesia da Mamarrosa duas ermidas, uma de Nossa Senhora da Graça, no lugar da Mamarrosa, e que a sua conservação e restauro estava a cargo da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, e que havia outra ermida do mártir São Lourenço, situada no lugar de Bustos e que a sua conservação e reparação estava a cargo dos moradores dos lugares de Bustos, Barreira, Azurveira e Sobreiro.

Informa ainda o documento "(...) Em dia dez de Agosto dia do dito martir São Lourenço acode muita gente de romagem a mesma cappella e tambem em dias diversos algumas pessoas particullares por terem ao dito Santo Martir por advogado das maleytas, e que levando-lhe uma telha de oferta tem fé de que lhes tira."

O documento transmite-nos ainda pelo punho de Thomé de Sacramento e Brittos, que no dia dez de Agosto se dirigiam muitas pessoas de romagem a capela, e que tendo fé em São Lourenço acreditavam que levando-lhe uma telha ele os protegia. Considerando que a conservação e restauro da Capela de São Lourenço estava a cargo dos moradores dos lugares acima referidos, poder-se-á concluir que a fé aliava-se aqui a necessidade de conservação e restauro da capela.

O dia dez de Agosto para além de dia de Romaria, era também dia de mercado (...) "Nesta freguezia não ha feira alguma senão somente dois mercados, hum que se faz no lugar de Bustos ao pé da Cappella do Martir São Lourenço em dez de Agosto e somente neste dia; e outro no lugar da Mamaroza junto a igreja della em vinte e oito de oitubro, dia do apostollo Sam Simão e também só neste dia, e ambos os dois mercados contam de coisas comestíveis."
Alberto Martins

29 de abril de 2007

Virgem de Fátima - Procissão cumpre 1ª etapa (Corgo - Póvoa)


As 21:00 do dia 28 de Abril de 2007 , realizou-se a primeira etapa do percurso da procissão da Virgem de Fátima.
A procissão com o andor da imagem da Virgem de Fátima partiu da igreja paroquial de São Lourenço de Bustos com destino à Capela da Póvoa de Bustos. Ladeada por centenas de velas que os crentes depositaram nas bermas do percurso e acompanhada por uma pequena porção de pessoas, terminado o ritual, a imagem da Virgem de Fátima ficou exposta na Capela da Póvoa de onde irá partir para novo percurso.
(AM)

28 de abril de 2007

“amuralhados pelo anonimato” … [Ulisses O. Crespo]


Crónicas de Bustos

Alguma gente da nossa gente:

Bem aventurados sejam os anónimos,
porque deles é o reino da dor-de-cotovelo e dos maldizentes.

Parece raro… mas alguns são assim!
Triste e lamentável é a tíbia ousadia daqueles que, amuralhados pelo anonimato, se servem do Notícias de Bustos para disseminar o ressentimento e a inveja.

A magnanimidade demonstrada pelo anónimo bloguista é duplamente memorável. Por um lado e sem o querer, enaltece os homens que em nome próprio deram inúmeros exemplos de fraternidade e respeito pelo próximo. Por outro, demonstra que o mundo só “pula e avança” com gestos que tentam valorizar a moribunda vida cultural de Bustos. Ao contrário do anónimo bloguista, não fiquei quieto nem me escondi sob qualquer anonimato. Dei a cara por uma causa e é com gestos que Bustos avança.

O Ulisses que presidiu à comissão do centenário do ilustre Bustuense (Hilário Costa) não se encrespa com comentários anónimos que tentem menosprezar a sua acção de Homem. O seu caminho não será perfeito, até porque a perfeição apenas existe no imaculado reino de alguns bloguistas mordazes…
*
Ainda que vozes de burro não cheguem ao céu, é uma pena que um(?) infausto bloguista esteja a conspurcar o Notícias de Bustos que, com tanto esmero, alguns Bustuenses se dignaram levantar para levar notícias aos nossos conterrâneos, uns que residem distantes, enquanto que outros vivem e labutam no estrangeiro.


Os Bustuenses não se devem preocupar com este imoralista que se esconde sob o cobarde anonimato. Embora tal não tenha importância, é fácil identificá-lo. Ulisses Crespo vos digo: os porcos deixam sempre disseminados os seus resíduos por onde passam e daí se conhecerá o “animal”.

Aos que acreditam que cada um de nós, quem quer que seja, pode fazer algo de útil por Bustos, deixo um abraço de fé e esperança. Porque unidos, até nas nossas idiossincrasias, saberemos sobrelevar o nosso gentílico.
A glória é dos que dão a cara.

Com palavras se fazem boatos,
Com palavras se faz a difamação
No anonimato, o “palerma” se esconde
Porque não tem coragem de, em seu nome,
“Ser digno” da sua própria opinião
.
*
Ulisses de Oliveira Crespo
(o cronista da vila)

Doçuras


Verdi - Traviata - Choeur Bohémiens
Colocado por Quarouble no site de vídeos www.dailymotion.com

Bustos d'ontem


26 de abril de 2007

GENETICAMENTE CONTRA O PODER

Agora que Paulo Portas regressou à liderança do CDS vale a pena recordar os tempos em que o então director do "Independente" era "geneticamente" contra todo e qualquer poder, e prometia nunca chegar a ministro...

TANTO MAR

O 25 de Abril de 1974 não foi só uma revolução portuguesa. Foi um exemplo, um sinal, a demonstração de que era possível passar de um regime autoritário para a democracia, práticamente sem violência.
A revolução portuguesa marcou um virar de página na História da humanidade e foi uma fonte de inspiração para muitos povos oprimidos, como espanhois, brasileiros e demais.Foi linda a festa, pá...
(Hoje acordei com vontade de ouvir o grande Chico.Um sentido abraço para os Brasis e em especial para o "nosso" Tristão.)
BC

25 de abril de 2007

25 de Abril - do Antes

DOA
Andam cavalos à solta,
Loucos, em correrias sem destino,
Duendes do presente
Sem passados,
Mortos-vivos que não gritam
E que transitam …
Cavalos alados,
Ciganos de várias tribos,
Animais civilizados
Que regressam a estados primitivos,
Testemunhas de vários sóis,
Navegantes dos sertões,
Agonizando a ração,
Pasto para feras
Com bocas sujas e dentes cariados,
Coitados!...
Mandados por carniceiros com galões,
Carne para canhão
Metida num vagão …

Doa (Moçambique), 1972
in, Carlos Luzio, pescador de sonhos – POEMAS DE GUERRA, edição póstuma, Bustos, 2005
*

Poemas de Guerra...[1]
«Há tantas histórias para contar, tanta que não se contou. Está uma página por escrever, algures dentro de nós. É o grau zero da escrita. Mas vós, ó cúmplices pelo silêncio e pela hipocrisia, calai-vos de uma vez por todas »[2]

O conjunto de poemas em torno da questão da guerra, inicia-se, curiosamente (ou propositadamente) com um hino à liberdade. Ainda escrito em Bustos, antes da partida para Moçambique, «Liberdade» é um retrato da despreocupação, da espontaneidade e da inocência de um mundo que o poeta observa e ao qual parece já não pertencer. Existe uma clara oposição entre um estado de liberdade associado à infância, vivida de forma despojada mas feliz, e as prisões a que estão submetidos os adultos, vítimas de destinos traçados por mãos desconhecidas.
Poesia intervencionista e panfleto pacifista? Talvez não fosse essa a intenção ! No entanto, é certo que a palavra aparece como uma tentativa de compreensão de uma situação absurda, já que ultrapassa o domínio da vontade própria.

No leque de poemas que integram a temática da guerra deixa transparecer uma consciência da tragicidade daqueles anos. Composições como «O Soldado» (1 e 2), escritas ainda em Bustos, retratam o desalento e a tristeza de todos aqueles que, demasiado jovens, viram um dia a sua vida transformada numa teia tecida por mãos alheias ao sofrimento e ao medo:

«Um dia o destino o levou
Para onde ele não queria
Para uma guerra que sonhava
Mas não via»

Com a partida quase sonâmbula, rumo a essa prisão cuja «janela nunca se abriu », viria também a inevitável confrontação, ainda que demasiado precoce, com a morte e com todos os sentimentos a ela associados. Neste sentido, é importante salientar a forte consciência de Carlos Luzio face às transformações que o convívio quer com a morte, quer com o acto de matar para não ser morto, operam naqueles que outrora carregavam no peito uma imensidão de sonhos e de esperança. Na guerra parece não sobejar espaço para o sonho. Talvez porque a realidade seja tecida de um medo paralisante que reconduz o homem ao seu estado mais primitivo. No poema “Doa”, o campo de batalha é comparado a “um pasto para feras / com bocas sujas e dentes cariados” onde os homens são “animais civilizados / que regressam a estados primitivos. Mandados por carniceiros com galões, / Carne para canhão/ Metida num vagão”. Ao longo de todo o poema ecoa um profundo grito de revolta e de indignação que com o passar dos anos se torna menos contundente porque o distanciamento temporal ameniza as memórias mais sombrias.

No entanto, «há guerras que não acabam nunca»[3]. Há conflitos que a memória não apaga porque ficaram, para sempre, tatuados no mais íntimo de quem as viveu e a elas sobreviveu. Prova incontornável destas memórias que perduram, são os poemas escritos longos anos após o fim da guerra, deixando adivinhar uma necessidade de verbalizar e de compreender um passado que tantas vezes se tenta declinar! As viagens ao passado são parte integrante daqueles que lá deixaram partes de si e funcionam como uma tentativa de busca de um tempo perdido. E para tal, a palavra sempre se revelou um excelente veículo, apesar de nem sempre ser a salvação, como disse Marguerite Duras!
...
[1]Extraído de «Uma análise» ao livro de poemas “Pescador de Sonhos», de Carlos Luzio.
[2] Manuel Alegre, Rafael
[3] Manuel Alegre, Rafael, p.65.

25 DE ABRIL'2007 - EM FESTA

Aniversariam hoje

A Revolução dos Cravos ... diga 33

"BAILEM

Bailem, bailem e bailem
Bailem no aniversário."

(José Emílio-Nelson, exc. de Bailem, Antologia poética 30 anos – 25 de Abril, coordenada por Jorge Velhote, Nicolau Saião, Nuno Rebocho, Garça Editores, Ldª, Peso da Régua, 2004)

Eugénia dos Santos Fabiano
Nascida na Rua da Póvoa, em 1914 … "sempre com saudades e com Bustos no coração".
NB recorda a colaboração de Eugénia Fabiano editada no dia 18.Março2005 em “Bustos – do passado e do presente” sob o título

A Rua da Póvoa – Contradança de 1939
“De roda da Roda e mal tens que não caias,
Anda agora a moda da roda das saias!
Assim sacudidas as saias rodadas
São sinos de ermidas a dar badaladas…
P’ra que toda a gente se enfeite
Longe das penas e dos ais
Em breve darão azeite
As frutas dos olivais!

P’ra se ter uma vida farta
Basta apenas alegria
Pão na mesa, água na quarta, água na quarta
E azeite na almotolia!

De roda da Roda ...

…"
Arsénio Mota, jornalista e escritor - a resistência ajudou a amassar o pão da escrita
Natural da Barreira. 1930.

“ Filosoficamente, o pícaro situa-se ao lado do estóico; desdenha todos os bens o mundo, menospreza riquezas e sofrimentos para afirmar através da razão a sua liberdade pessoal: ele converte a dor em riso, a tragédia em farsa, perante os absurdos mundanais; não o faz, todavia, para obter uma caricaturização, um simples remedo da realidade. …”

in Arsénio Mota, tradutor de Lazarilho de Tormes, sua Nota Introdutória, Livraria Civilização Editora, Os Clássicos Espanhóis; Porto, 1977.


Manuel Freire
Um senhor Cantor da Resistência é natural de Vagos, nasceu em 1942.
A canção ‘Pedra Filosofal’ apresentada no ZIP-ZIP da RTP lançou Manuel Freire para o «estrelato».
Eis o poema
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas árvores que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos duma criança.
António Gedeão, Poesias Completas (1956 – 1967), Portugália Editora, 7ª Edição, Lisboa
A Imagem de Manuel Freire está copiada de http://rubicat.no.sapo.pt/ManuelFreire01.html


"A Marselhesa",
percursora de “A Portuguesa”, também aniversaria hoje.
“Allons enfants de la Patrie,
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé
."

...
[do ‘Canto de Guerra para o Exército do Reno’, mais conhecido por ‘A Marselhesa’, o hino da República Francesa, foi composto na noite de 25 para 26 de Abril’ 1792 pelo do oficial Claude Joseph Rouget de Lisle].
...
Boas festas de aniversário.
Foram as escolhas de sérgio micaelo ferreira

IMAGENS DA REVOLUÇÃO

Clique na seta do centro da imagem e logo depois na seta (lado esquerdo) da barra inferior.

A REVOLUÇÃO EM DIRECTO

Depois da vitória de Lisboa, em 5 de Outubro de 1910, a República foi implantada por telégrafo. Em 1974 todo o país acompanhou a revolução pela rádio e televisão.Esta é uma famosa reportagem de Adelino Gomes quando Marcelo Caetano, sitiado no Quartel do Carmo, acabou por se render, entregando o poder a Spinola.
(Clique na seta no centro da imagem e depois na seta da barra inferior.)

25 DE ABRIL DE 1974

24 de abril de 2007

Guerra do Ultramar - África Portuguesa 1961/1974

ULISSES DE OLIVEIRA CRESPO - aqui estou!

AQUI ESTOU
ULISSES DE OLIVEIRA CRESPO
Filho de Manuel de Oliveira Crespo e de Júlia Ferreira (Barreto)
Nascido a 2 de Agosto de 1931 no Hospital Dr. Miguel Bombarda, Lourenço Marques (Maputo), Moçambique.

HABILITAÇÕES LITERÁRIAS
Instrução primária: Escola do Corgo – Bustos, Portugal
Curso (por correspondência) de Desenhador Técnico Industrial – (Instituto Técnico Internacional, de Lisboa) – Ano de 1950.
Frequência do 3º ano (*) do Curso Nocturno de Desenho na Escola Técnica ‘Sá da Bandeira’ – Lourenço Marques, 1951 a 1953)
(*) Foi atribuída a equivalência do 1º ano.
Iniciação do Curso (por correspondência) de Desenho Arquitectónico, pelo Instituto Técnico Arquectónico (Brasileiro) – Lourenço Marques, 1952.
Iniciação do Curso (por correspondência) de ‘Desenho Humorístico’ (National Schools) – Caracas, 1959.
Frequência de Seminários na área de Psicologia e Filosofia (Caracas, 1996/1997.

PERMANÊNCIAS
Em Moçambique: 1931 a 1933
(Os pais regressam a Portugal em 1934)
Em Portugal: dos 4 (incompletos) aos 19 anos.
Em Moçambique: dos 19 aos 25 anos.
Na Rodésia do Sul (Zimbabué) – (Salisbury) -1 ano (1956)
Em Moçambique – 2 anos (1957 – 1958)
Em Portugal – 3 meses (no ano de 1958)
Na Venezuela – 45 anos; de 1958 a 2003 (com breves interrupções)
Regresso a Portugal e à Póvoa de Bustos.

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS
Em Bustos – aprendiz de carpinteiro e ajudante de Manuel de Oliveira Crespo; desenhei duas vivendas.
Em Moçambique – carpinteiro e mestre geral de obras.
Em Salusbury (1 ano) – operário especializado na aplicação de pisos plásticos (empresa Skyling Plastic Plaster).
Na Venezuela
1958 – carpinteiro na construção civil (1º emprego) e encarregado de secção.
Em 1961 – monta a oficina “Boleíta” – serralharia artística
Em consequência de ampliação muda-se para LA CALIFÓRNIA.
Em 1966 – instala a empresa do sector Metalomecânico TALLERES CHAIMITE S.R.L., em edifício próprio – dedicada a serralharia para a construção civil.
Na sequência do crescimento da Venezuela, instalo as INDUSTRIAS CHAIMITE S.A. (1971) (Empresa metalomecânica auto-motriz dedicada à montagem de carroçarias para a Chevrolet, Dodge e Ford. …)
Comerciante do sector de compra e venda de motores e carros usados (TROYA MOTORES S.A) (Ciudad Bolivar) – 3 anos.
Industrial/Comerciante no sector mineiro – (exploração, compra e venda de ouro assim como supridor – de ouro ao Banco Central de Venezuela) – [IOMMSA. - Inversiones Odissea Mining Metales] – 6 anos.

INTERVENÇÃO SOCIAL
Vice-Presidente da Assembleia-Geral do ‘Centro Português’ (Caracas) 1966)
Presidente da Direcção do “Union Ciclista Portugal (3 anos; 1966 a 1969)
Sócio Fundador do “Club Bairradinos” (Caracas, sendo seu Presidente (2 anos; 1970 e 1971).
Director da organização “Comunidades Pro-Bustos” [Caracas – 1979 a 1983 (Com fins de Apoio; Beneficência, promoção Cultural, e de integração dos originários de Bustos na comunidade Venezuelana]
Coordenador das comemorações do Dia de Bustos, em Caracas (1979 a 1983).
Coordenador de comissões de emigrantes na Venezuela de apoio a colectividades de Bustos (Associação de Beneficência e Cultura de Bustos e União Desportiva de Bustos)
Vice-presidente da Direcção da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos (1985).

ACTIVIDADES DESPORTIVAS

Hóquei em patins
Guarda-redes
– em Moçambique [Clube Ferroviário da Beira; Sport Lisboa e Beira; Selecção da Beira]
– na Venezuela: [Hockey Club de Portugal, tinha 40 anos]

Futebol
Guarda-redes
– em Moçambique [Desportivo da Beira]
– na Rodésia do Sul (Zimbabué) [Portuguese Club Mashonaland Association]
– na Venezuela [ Malboro Sport Club e Petare Fútbol Club – Caracas)

Ciclismo
– em Moçambique [corredor pelo Sport Lisboa e Beira]

Futebol de Salão
– na Venezuela [Centro Português; Luso-Venezuelano; ‘Os Bairradinos’]

SERVIÇO MILITAR
Cumpri o serviço militar no Grupo de Caçadores Indígenas N.o l, BOANE [Moçambique] e
no Grupo de Esquadrões de Moçambique – Lourenço Marques [Maputo]

INTERVENÇÃO NA IMPRENSA
Colaborador da VOZ DE PORTUGAL (Caracas) - Jornal publicado em Língua Portuguesa ao serviço da comunidade lusíada.
Colaborador do NOTI-LUSO ao serviço da comunidade
Co1aborador (irregular) do JORNAL DA BAIRRADA (Crónicas de Bustos)

INTERVENÇÃO CÍVICA
(após o regresso a Portugal)
Presidente da Comissão de Evocação de Hilário Simões da Costa na passagem do 1º Centenário do seu Nascimento. (2007)
Membro da Comissão Instaladora [em formação] do CENTRO BOLIVARIANO em Bustos.

ACTIVIDADES POLÍTICO - PARTIDÁRIAS
Presidente da Comissão Política do PSD (Núcleo de Caracas – 1978 a 1983).
Presidente da Comissão de Apoio à Candidatura de Soares Carneiro a Presidente da República [Caracas]

MENÇÕES HONORÍFICAS associadas ao marketing empresarial
Nomeação Industrial do ano:
Maximum de Venezuela (1979)
Los Premieres (l980)
Alto Mérito Industrial (1981)
American Maximum International Premier (1982)

MEDALHAS DESPORTIVAS
Medalhas desportivas das associações de hóquei em patins de Beira e Lourenço Marques (Maputo).
Medalha desportiva DIA DE PORTUGAL, quando do intercâmbio desportivo Luso-Venezuelano celebrado entre a Embaixada de Portugal e o Instituto Nacional de Deportes Venezolano e outorgado na Embaixada de Portugal.

CONDECORAÇÕES
Orden DIEGO DE LOSADA (Comendador) – 12.0utubro.1983
Orden DIEGO DE LOSADA (gran Banda) – 7.Junio.1987
Orden CRUZ DE LA POLICIA METROPOLITANA (1ª clase) – 24.Junio.1988
Orden DIEGO DE OSÓRIO (1ª clase) – 29.Junio.1988
Orden GOBERNACION DEL DISTRITO FEDERAL (Honor al Merito) – 25. Ju1ho .1989
Orden BOMBEROS DEL DISTRITO FEDERAL (Honor al Merito) – 20.Julho.1989
Orden AL MERITO EN EL TRABAJO (lª clase) – 25.Janeiro.1993

LÍNGUAS QUE FALA E ESCREVE
Português; Espanhol e Inglês.


BIBLIOGRAFIA
(edições em material policopiado)
. CURRICULUM DE UM EMIGRANTE (Relato da vida em emigração)
. VENEZOLANOS FUERA DE LA PATRIA Y SUY CIRCUNSTANCIAS CONYUNTURALES
(É um relato dos filhos dos emigrantes, nascidos na Venezuela que vieram para Portugal com os seus pais, e que aqui se encontra(va)m esquecidos e votados ao ostracismo…).
LUSTROS DE BUSTOS, história relatada em forma caricata da gente da nossa terra.
***
Endereço
Ulisses de Oliveira Crespo
Rua Manuel Francisco Rei n.º 24
Póvoa
3770-015 BUSTOS
TeleM 969343256

23 de abril 1936 - DIA NEFASTO * TARRAFAL É ANUNCIADO

Salazar ainda não tinha dez anos de Governo quando criou o Campo da Morte
Salazar ainda não tinha dez anos no Governo quando criou o Campo da Morte

O Decreto-Lei nº 26:539/1936, de 23 de Abril cria a ‘Colónia Penal’ do Tarrafal’ em Achada Grande de Chão Bom (ou Montado do Animal) na Ilha de Santiago, Cabo Verde.

O termo “colónia” servia apenas para disfarçar o autêntico Campo de Concentração que tinha por objectivo principal eliminar os opositores de Salazar, supostamente mais perigosos.

A confirmar está a actuação de um director e de um médico. Vejamos Edmundo Pedro.
«O desequilibrado e sádico capitão Manuel dos Reis –, fez questão de esclarecer os propósitos que o animavam na sua relação connosco. Mandou-nos reunir e fez um curto e incisivo discurso:
– Vocês aqui não têm direitos. Só têm deveres a cumprir! E não se iludam: quem entra aquele portão é Para morrer! E rematou: - Vão cair como tordos!»
[1]


Sobre a actuação do médico, Edmundo Pedro escreve:
«O ‘Tralheira’ [é a alcunha do médico] esclarecer-nos-ia, com brutal franqueza, na fase final desse período, a propósito das nossas reclamações, nomeadamente quanto ao facto de os nossos camaradas terem morrido sem assistência médica:
– Não estou aqui para curar, mas para assinar certidões de óbito! Ainda nessa fase do «período agudo», numa outra conversa com os nossos representantes, voltaria a assumir a mesma posição, mas de forma ainda mais chocante:
– Em vez de seis, podia muito bem ter assinado quinze certidões de óbito!»
[2]

Em suma, o Campo de Concentração do Tarrafal deve estar no circuito da História Negra da Humanidade, para que não haja branqueamento.
sérgio micaelo ferreira
------------
[1] Edmundo Pedro, Memória – Um Combate pela Liberdade, Âncora Editora, 2007 ; pg.s 381)
[2] Idem, pg.s 416

23 de abril de 2007

DIA MUNDIAL DO LIVRO'2007 - para uma reflexão

“Se a invenção do navio, que transporta riquezas e mercadorias de um lugar a outro, que aproxima as regiões mais longínquas na participação de seus diversos produtos, é tida como uma invenção tão nobre, muito mais devemos exaltar os livros que, como os navios, atravessam os vastos mares do tempo e fazem as épocas mais antigas participarem da sabedoria, das luzes, das descobertas umas das outras.”
Francisco Bacon, em O Correio da UNESCO
, Dez. 1972
“O trabalho da escrita ainda surge naturalmente concebido como um bem gratuito de uma natureza pródiga, ao lado da água que corre nas fontes. Nada temos que fazer para o receber. Poucos se lembram de pagar a palestra, a comunicação, a conferência; no melhor dos casos, basta o pagamento da despesa da deslocação efectuada. E agora que se fala de pagar direitos de autor aos entrevistados, muitos dos autores esquecidos de hoje ficarão finalmente a saber o motivo por que os entrevistadores não se lembram deles.

Quando um autor se vê a figurar numa antologia ou num manual, deve sentir-se suficientemente pago com isso e não estranhar por os editores não lhe terem pedido permissão nem oferecido um exemplar da obra. Não admira, assim, que os livros sejam sempre tidos como «escandalosamente caros». Talvez deixassem de sê-lo se pudessem ser dados com um sorriso. Todavia, como temos a funcionar a rede de leitura pública quase a pleno rendimento, iremos descobrir possivelmente que certas pessoas não querem só os livros dados, quererão que lhes paguemos para os lerem.
Exagero?” …

in Arsénio Mota, Letras sob Protesto, Campo das Letras, Porto, 2003.
(nota - a página é da resonsabilidade de sérgio micaelo ferreira)

LIVROS ABERTOS ATÉ À MEIA-NOITE


22 de abril de 2007

BUSTOS - UVAS FORA DO BRASÃO?

“A agricultura, mesmo a brincar, faz-nos sentir bem; mas não vejo salvação. O que seremos e como seremos dentro de mais uns anitos?” Óscar de Bustos, comentário das 17H46, a OsKar APELA …, de 20.04.07

“Vinhedo já foi chão que deu uvas.” Óscar de Bustos, comentário das 00:34 na peça de bc, Vindimas, 20.09.06

Comentário:
A colocação dos cachos no brasão da ‘vila de Bustos’ é contrariada pela realidade.
Ao tempo em que foi desenhado o actual brasão, a vinha estava vastamente abandonada.
Podendo acontecer haver publicidade enganosa no símbolo oficial da Freguesia, coloca-se a questão de os cachos terem de sair do brasão.
Fica a dúvida.
sérgio micaelo ferreira, 22.04.2007

20 de abril de 2007

OsKar APELA… Amanhã, 21 – Podadores ou ‘Podadores’ … ao Portinho!

foto de Pedro Loureiro, Poda, Quinta de Pedralvites, Óis do Bairro, 2002 - extraída (com a devida vénia) de 'Topografias da Vinha e do Vinho', organização José Maçãs de Carvalho, edição Assírio &Alvim e Comissão Vitivinícola da Bairrada (2002). Imperdível, bem como outros títulos publicados sobre a pré-extinta região da Bairrada
*

O apelo com destinatário está em comentário de Oscar de Bustos:

“estou a precisar de mão de obra para este sábado. Afinal, resolvi não abandonar a vinha do Portinho (ali ao pé do campo de futebol da Mamarrosa) e vou tentar uma espécie de poda à talicão, só que atrasada 3 meses.Voluntários, precisam-se, para amanhã [dia 21], com direito a prémio lá para o meio da tarde e partilha do vinho que vier a render.É favor trazer tesoura de podar e serra para as varas mais difíceis[1]

OsKar Santos continua enleado à vinha do Portinho pelos sarmentos espiralgados pelo seu pai, Manuel Joaquim dos Santos.

Sem ter à porta a tabuleta de ‘eno’, ‘vini’ ou ‘viti’…o OsKar pertence à plêiade dos amantes da vinha e ao vinho. Ocorre citar António Augusto Aguiar, figura pública, apaixonado pela vinha:

“Eu tenho uma sympathia sem exemplo pelos trabalhos vinícolas. Amo a videira, como a melhor planta, que a natureza creou, embora os inimigos d’ella, se é que os há, zombem d’esta paixão platónica por um vegetal.”
(…)
aprendi, na vinha, a amar o meu semelhante, quando a mão do homem é carinhosa com a videira. Aprendi, com a vinha a soccorrer os desgraçados, que ella ampara e proteje, com maior sollicitude, do que eu! Respeito na vinha a família rural, que ella, por toda a parte, representa, na sua expressão mais santa e consoladora; ajudando hoje a mãe a amamentar os filhos e a faze-los homens, para depois ajudar os filhos a ampararem a mãe na velhice, na doença e no infortúnio.
A vinha é, para mim, em tudo que sabe fazer, a philantropia em acção.”
[2]

Amanhã, dia de eventos, os podadores, imitadores e outros falsos artistas faltarão ao V Encontro Ibérico de Bandas (no Troviscal). Um palpite, o Silas Granjo (que deixa o ‘Prof. Dr.’ no seu gabinete da Universidade de Aveiro) só justificará a falta ao evento com uma prova das pomadas saídas da colheita’2007.

Sem pretender ceifar em terreno alheio, a vinha do Portinho do OsKar Santos irá ser explorada em comandita? Uma novidade ou estarei errado sobre a figura jurídica?

sérgio micaelo ferreira, 20.04.2007
...

Nota: para possível esclarecimento de OsKar Santos. A vinha está implantada no território de Bustos, ou no da freguesia da Mamarrosa ou em zona raiana?
***

[1] Óscar de Bustos, comentário 04.42, a “+ COMBATENTES DA 1ª GUERRA MUNDIAL (em fotos)”, de 10.04.07

[2] António Augusto de Aguiar, ‘As balsas dansantes’, Carta ao Ill.MO e Ex. MO Sr. João Ignacio
Ferreira Lapa, Typographia da Academia Real das Sciencias, Lisboa, 1871.

17 de abril de 2007

TRÊS ANOS A CELEBRAR BUSTOS!


Foi no dia 17 de Abril de 2004 que surgiu o blogue “Bustos do Passado e do Presente”. Cumprem-se hoje três anos. Iniciou-se então uma caminhada feita de diálogo, debate, informação e divulgação. Para a comunidade de bustuenses espalhados pelo país e pelo mundo tem sido uma oportunidade de manterem um contacto quase diário com a sua terra, uma forma de irem recordando episódios, histórias e personagens marcantes da nossa comunidade, de tomarem conhecimento das últimas novidades, dos eventos que vão marcando os dias de Bustos.

A “Bustos do Passado e do Presente” sucedeu o actual “Notícias de Bustos” que iniciou publicação em 11 de Maio de 2005. Mas nem por isso o blogue inicial morreu já que, mesmo inactivo, continua a receber uma média de 600 visitas mensais das mais diversas origens. (Portugal 78,4 %; USA, 7,9%; Brasil, 6,3% , França 2%, etc).
Dados mensais (de Abril de 2006 a Abril de 2007)
O “Notícias de Bustos” nestes quase dois anos de publicação ampliou de forma significativa a comunidade dos seus leitores, mantendo uma média superior a 70 visitantes diários, tendo já ultrapassando os 2.100 visitantes mensais.
Aveiro, Estoril, Pedrouços, Ferrol (Galiza), Rocklin (Califórnia), Guarda, Senhora da Hora (Porto), Eixo, Sangalhos, Coimbra, Moscavide, Carnaxide, Faro, Viseu, Ovar, Almada, Varsóvia (Polónia), Lisboa, Langley (Canadá), Edimburgo (Escócia), S. Paulo (Brasil), são alguns exemplos dos locais de origem dos mais recentes visitantes deste blogue. Uma amostra significativa de uma comunidade espalhada por todo o Portugal e por todo o mundo.
A todos eles o nosso obrigado. Que voltem sempre!

BC

Momento para António Almeida Ferreira dos Santos Pato (16.09.1919 – 16.04.1989)

António dos Santos Pato[1]
António Almeida Ferreira dos Santos Pato, de seu nome completo, é talvez um dos autores literários locais que menos atenção tem obtido. Dever-se-á isso à escassez do seu espólio e à modéstia intrínseca do seu génio. Ainda assim, vale a pena conhecer mais de perto este conterrâneo desaparecido.

António dos Santos Pato nasceu a 16 de Setembro de 1919 e faleceu a 16 de Abril de 1989 com 70 anos de idade. Era filho do dr. Manuel dos Santos Pato, da Barreira, Bustos, e portanto irmão do eng. Manuel dos Santos Pato, o conhecido e estimado eng. Neo. Herdou, por sinal, a casa familiar nos últimos anos habitada pela sua viúva, D. Maria Máxima Calisto.

A produção literária que se conhece de António resume-se a 37 composições líricas que remontam, ao que nos consta, a um caderno manuscrito por ele oferecido, em 1942, à sua então namorada (irmã da mulher do dr. António Vicente), com pais em Portomar, Mira. Esse caderno foi (desajeitadamente) passado a limpo e composto em computador em 1995, por um neto do autor, que lhe deu título: «Poemas do Avô». Assim nos chegou às mãos.

São, portanto, versos muito sentimentais e românticos, com evidentes marcas da época e da intenção. Escritos nos anos ’40, parecem postos em álbum de juventude a folhear com melancolia e alguma ponta de emoção. Mas que, apesar de tudo, revelam o pulsar lírico e o gosto pela poesia daquele bustuense.

António dos Santos Pato cegou[2], de uma vista em pequeno. Era de feitio calmo e calado. Estudou aplicadamente no Instituto Industrial do Porto mas desgostou-se com as notas que lhe atribuíam, suspeitando de motivos políticos derivados do seu pai (republicano e figura grada em Bustos, da oposição a Salazar) e desistiu do curso. Um emprego no Banco de Portugal, prometido e sempre adiado, manteve-o à espera até aos 25 anos de idade. Entretanto montou oficina de galvanoplastia em Aveiro, na zona da Nª Sª das Barrocas. O negócio correu-lhe mal, pois muitos clientes «ferravam-lhe o cão». Resolveu emigrar para o Brasil (onde ingressou na Volkswagen) com a mulher e uma filha de dois anos, que por lá morreu. Veio passar férias a Portugal e, devido aos seus conhecimentos em galvanoplastia, a Sachs de Malaposta contratou-o. Manteve-se ali vários anos, mas a sorte parece que nunca lhe sorriu. Reformou-se com 58 anos e morreu doente de cancro.

Nos anos ’40 publicou diversas poesias no jornal «Alma Popular» que o pai dirigia. Terão sido as únicas que deu à imprensa em vida. Compôs a letra da cantiga de apresentação da orquestra Aliança[3], na qual tocava bateria e cantava por volta de 1946.

As desventuras da sua existência espelham-se no que dele podemos ler postumamente. Canta, «sofrendo sempre», a saudade, o amor e o destino, ou seja, a tristeza e os desenganos que empanam o fulgor dos dias. Transcrevemos em amostra alguns dos seus versos. – Arsénio Mota

Sofrendo sempre

Quisera alegre ser uma hora, um dia!
Mas para mim a vida é um tormento
Porque não pode ter nunca alegria
Quem nela só encontra sofrimento!

Desconheço a ventura, a f’licidade,
Que o destino p’ra sempre me roubou!
A vida é p’ra mim uma tempestade,
Que ao nascer contra mim se revoltou!

Bem cedo conheci a desventura,
As lágrimas, as dores, os tormentos…
Logo ao nascer a Vida foi-me escura,
E nela apenas vejo sofrimentos.

É bem cruel e triste o fado humano,
A sorte que o Destino nos fadou!
De que nos serve a Vida, triste engano,
Se vem a morte e tudo nos levou?


Quadras soltas

Diz um ditado que a gente
Vê rostos, corações não:
- E eu quisera, francamente,
Pôr o meu na tua mão.

Eu passo toda a semana
Com o domingo na mente:
Se ao domingo te não vejo,
Seis dias fico doente.

Olha que nuvens tão lindas
Como antigas caravelas,
Quem me dera andar contigo
Numa barquinha daquelas!

Já me fiz velho dez anos
Desde a hora em que te vi:
Já tenho a vista cansada
De tanto olhar para ti.

Os dias à tua beira
São momentos de alegria,
De modo que a vida inteira,
Nos teus braços era um dia.

Nunca te pude dizer
O meu amor à vontade;
Pois, diga quanto disser,
Não digo nem a metade.

Uns olhos como os teus olhos,
Inda não pude encontrar.
Vistos de noite dão Sol,
Vistos ao Sol dão Luar.

Tudo o que ti procede
Me dá celeste prazer
Até gosto do desgosto
Que sinto por te não ver.

[1]Texto já editado. Um obrigado a Arsénio Mota pela reposição (N.E.)
[2] O Eng. Manuel dos Santos Pato (Neo) apelidava-o de ‘Camões’ pela coincidência de ser poeta e cego de uma vista. (N.E.)
[3]A orquestra Aliança exibia-se no salão de baile da Costa Nova do Prado a fim de angariar fundos para apoiar os «Gavetas». Certa vez, o Amaral Reis Pedreiras foi o primeiro a comprar bilhete para o ingresso no salão. Pagou e de imediato foi «cravado» para desempenhar o serviço de porteiro. (N.E.)

15 de abril de 2007

ORFEÃO ORGANIZA RALLY PAPER


O Orfeão de Bustos organiza o seu 1º "Rally Paper".
O evento terá lugar no próximo dia 28, com concentração às 13H junto à sede do Orfeão, ali no largo da igreja velha e prevê-se que termine às 17H.

As inscrições, que podem ser feitas na sede da Junta, na Mamarrosa (pastelaria 2 Torres), Palhaça (café S. Pedro), na Junta do Troviscal e na Câmara, custam 15€ (condutor + pendura), com acréscimo de 5€ por cada pendura a mais.
As inscrições terminam no dia 24.
Para contactos, é ligar para a sede do Orfeão, mas os associados Duarte (918438062) e Raquel (964138153), também estão contactáveis.

Divirtam-se e apoiem o Orfeão de Bustos, que bem o merece.
*
A propósito: de quem é o Chevrolet de 1953?
*

oscardebustos

14 de abril de 2007

ABRAHAM LINCOLN - "Se a escravatura não é má, nada é mau."

Abraham Lincoln (16º Presidente dos Estados Unidos) tem um lugar de destaque na História do Homem por ter decretado a emancipação dos escravos americanos.

Da atitude anti-esclavagista assumida no seu mandato resultaria a Guerra da Secessão, em que Lincoln toma posição pelos nortistas, defendendo a unidade americana que conseguiria manter após uma devastadora guerra que se prolongaria por quatro anos, derrotando os confederados.

Em discurso da inauguração do cemitério nacional de Gettysburg, Lincoln deu sentido ao conceito democrático do governo do povo, pelo povo e para o povo, ainda hoje tão «usado» em campanhas eleitorais.

A abolição da escravatura encurtou-lhe a vida. A 14 de Abril de 1865, quando a assistia a um espectáculo no Teatro Ford, em Washington, Lincoln foi ferido a tiro por um famoso actor e acérrimo esclavagista.

Abraham Lincoln falecia no dia seguinte.
(12.02.1809 – 15.04.1865)

sérgio micaelo ferreira, 14.04.2007

10 de abril de 2007

+ COMBATENTES DA 1ª GUERRA MUNDIAL (em fotos)





A galeria NB está pronta a editar fotos dos combatentes da 1ª Grande Guerra. Pf contacte
««»»
o "25Abril" já espreita à esquina da próxima quinzena.
srg




9 de abril de 2007

LA LYS, 1918 - DIA DE HOMENAGEM

Actualmente, em Bustos, estão a ser recolhidos alguns aspectos da intervenção de Portugal na 1ª Guerra Mundial – para garantir o novel regime republicano e para defender as colónias de Angola e de Moçambique.
A mostra do trabalho em curso está a ser aguardada com expectativa, até porque eram da nossa terra alguns dos militares que incorporaram o Corpo Expedicionário Português que foi devastado pelos Alemães em 9 de Abril 1918.

7 de abril de 2007

PÁSCOA DOCE


E agora, meu padrinho, vá lá mandando o tabuleiro para o forno, que o Domingo de Páscoa chega amanhã, e eu quero que o meu folar seja doce e fofinho ...

(Adolfo Portela, Águeda - crónica, paisagens, tradições, Soberania do Povo, Editora, SA, )

...

Boas Páscoas.

JUDAS em cena

*
...

“Ano de 1944
Mês de Abril
Dia 8 – Sábado de Aleluia

Quando ia para a feira do Sobreiro, que teve lugar hoje, assisti a uma comédia banal e simples que, à força de ser representada, perdeu grande parte do seu valor.

O Judas que se enforca, é um mísero manequim de farrapos que a turba-malta, relutantes de asco, queimam por fim. Parece simples tudo isto visto pelos olhos de um ignorante ou indiferente ao estudo sério do que o rodeia. Essas conversas que trouxeram a publicidade dessa macabra comédia, foram, são e continuaram a sê-lo, os verdadeiros Judas do Apóstolo sublime que o espírito bom de alguns, convencionou chamar de Jesus Cristo.

Não têm, é certo, aquele arrependimento que atribuem ao Judas. Este enforca-se em sinal de arrependimento e aqueles enforcam os outros, os bons, os verdadeiros discípulos do bem. Oh! Judas fantoche; se tu pudesses ter sopro de vida, verias, à tua volta, tanta descendência mais cínica, mais vil e canalha que por maior que fosse a tua vileza, terias que concordar que eras o mais pequenino de todos os teus. “

Vitorino Reis Pedreiras, Memórias de Outros Tempos, 1995

6 de abril de 2007

'PÃO E BELEZA'

'7 Passos'
...

Nas piores páginas do Quixote permanece vivo o diálogo infindável e universal do espírito e da matéria, e é isso que nele importa fundamentalmente. Ora Camões não levantou o pano a nenhum mistério. Deu a volta ao mundo, como Fernão de Magalhães, a cantar as nossas glórias. E as nossas glórias passaram...

Mas está bem, aceitemos Camões. E a seguir? A seguir vêm dois séculos em que ninguém sabia o que era um verso! Lá aparece Garrett por fim a estudar o romanceiro, a aprender de novo a magia das coisas, e consegue escrever as Asas Brancas. Mas, ao lado, Castilho continua a rimar arcadicamente, e Herculano permanece granítico, a fazer cruzes quebradas como um mau pedreiro. Ora a arte e o pensamento implicam um afinamento contínuo de processos, um saber cada vez mais sólido e desanuviado. Perdendo-se a experiência passada, é natural que tenha de se recomeçar com meios simples e primários. E o progresso é impossível. De resto, esse crescer contínuo, além doutras vantagens, evita-nos o dissabor de certas adaptações ou imitações serem tão grosseiras e calvas. Aflitos, os nossos artistas e pensadores, em certos momentos, começam a correr para apanhar o comboio de uma actualização universal. E como vão sem bagagem, nus e ingénuos, o resultado é no fim a roupa que vestem em Paris tapar-lhes o melhor da personalidade. É claro que uma verificação destas só é positiva se puder servir o futuro. Mas é exactamente no futuro que eu penso.

Só há grandes literaturas onde o povo é permeável à cultura. Onde se leu a Bíblia à lareira durante centenas de anos, e onde as Mil e Uma Noites não destoam ao lado de uma charrua. O nosso povo, que é donde saíram os nossos maiores, precisa dum banho lustral de pão e de beleza. E então, sim! Então cada escritor português que vier não terá apenas para descrever, e grossamente, as pitorescas romarias da sua aldeia.

Miguel Torga, Publicações D. Quixote, Diário Vols. I –IV, [Diário III, Coimbra, 6 de Abril de 1944], 2ª edição integral,1999.

5 de abril de 2007

"ANTÓNIO DA FARMÁCIA", UM AMIGO DE BUSTOS & DE ESTARREJA

O “António da Farmácia” aprendeu com o Dr. Assis Rei a arte de ajudante – farmacêutico, activista do efémero GAFOL, foi um grande benemérito do "União" (Jó Duarte, in NB, 5.12. 2006), deixou em Bustos vínculos de amizade fraterna e que multiplicou em Estarreja, onde foi empresário de farmácia.

Notícias de Bustos recorda o amigo de Bustos, António Augusto da Silva Santos, nascido a 5/4/47 em Cantanhede e falecido a 28/4/92 em Estarreja.
….

4 de abril de 2007

Estação dos correios de Bustos □ Transferência em banho-maria

As negociações para a transferência do serviço postal dos correios estão suspensas. Lisboa ainda não encontrou a estratégia mais sofisticada para deixar ao abandono as periferias?

Entretanto, não será demais recordar a participação da Sóbustos/1986 na condução de um processo que concluiu com êxito relativo ao alargamento do horário de funcionamento da estação dos correios de Bustos.
A seguir vem transcrito o teor do “comunicado à população” emitido pela SÓBUSTOS de então.
(sérgio micaelo ferreira, 4.04.2007)
*****
SÓBUSTOS □ Associação de Melhoramentos
COMUNICADO À POPULAÇÃO
Assunto: ESTAÇÃO DOS C.T.T. DE BUSTOS
DATA 8/11/1986

Como é do conhecimento de toda a população Bustuense em geral, desde há longo tempo que a estação dos C.T.T. local tem funcionado apenas durante meio período, com manifesto prejuízo para os utentes, com maior incidência para os nossos comerciantes e industriais.

No sentido de resolver este problema, tem vindo a Sóbustos a diligenciar de há um mês e meio para cá, junto das autoridades responsáveis pelos C.T.T. em Aveiro, tendo chegado inclusive a um consenso quanto a um futuro funcionamento a tempo inteiro desta estação, pelo qual se responsabilizaria integra1mente a SÓBUSTOS, não se furtando assim esta Associação a cumprir a missão para que foi criada, dentre do espírito de apoio a colectividades ou instituições.

A nossa missão foi cumprida, a viabi1idade de abertura a tempo inteiro é uma realidade.
No entanto como existe um órgão de poder local em Bustos, entendeu a direcção dos C.T.T. em Aveiro dar conhecimento à Junta de Freguesia local, como primeira representante legal da localidade, quer do prob1ema dos C.T.T. locais, quer da negociação connosco havida.

Tomado pela Junta de Freguesia local o devido conhecimento, será justo exigir desta que tome a seu cargo o norma1 funcionamento da estação loca1 dos C.T.T..

Na sua impossibi1idade ou incapacidade, estará a SÓBUSTOS, visto que desencadeámos o processo e tomámos conhecimento de que é possível termos a “NOSSA” estação aberta a tempo inteiro, estará a SÓBUSTOS, repetimos, “ATENTA” e disponive1 para a so1ução do prob1ema.
A DIRECÇÃO,

2 de abril de 2007

BELINQUETE REVELA O PRÓXIMO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA JUNTA

Só agora escrevo este texto sobre uma conversa que me deixou perplexo desde o dia 18 de Fevereiro.
Esta história começa em Dezembro de 2006, quando me apercebi que Jorge Granjeia se perfilava para ser candidato ao lugar de Presidente da Direcção da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos (ABC), do SÓBUSTOS ou muito possivelmente à Presidência da Junta de Freguesia de Bustos.
Nessa altura soube que ele fora repentinamente admitido sócio do ABC e também da SÓBUSTOS. Pouco tempo depois compareceu nas Assembleias-Gerais destas instituições.
Por falta do Presidente da Mesa da Assembleia-Geral (Elísio de Albuquerque) procurou-se um voluntário para preencher um lugar vago da SÓBUSTOS que Jorge Granjeia aceitou prontamente. Pelo mesmo motivo, Paulo Alves, Secretário da Mesa da Assembleia-Geral do ABC, pediu a Jorge Granjeia para fazer parte da Mesa.

Lembro-me que na Assembleia-Geral da SÓBUSTOS, Jorge Granjeia, que parecia não conhecer muito bem a função desta Instituição, perguntou quais eram os benefícios para os sócios. Claro que esta pergunta era gratuita, mas ele queria dizer qualquer coisa para os sócios o ouvirem. Disseram-lhe que ele, como sócio, contribuía para esta Organização tornando-se ainda mais eficaz naquilo que tinha o dever de fazer por Bustos.

Profetizei, por nunca ter notado tanta actividade social deste empresário e Deputado pelo CDS/PP à Assembleia de Freguesia de Bustos, que Jorge Granjeia seria o próximo candidato a qualquer destas associações e muito possivelmente à Junta de Freguesia de Bustos. Aliás, o Notícias de Bustos do dia 8.12.2006, em "BUSTOS EM MARÉ-CHEIA (III – ABC MESA 30.11.2006)" , pela mão de Sérgio Ferreira escreveu:
“Dada a multiplicidade de intervenções nas duas assembleias-gerais, Milton Costa palpita que Jorge Grangeia poderá ser o próximo candidato a Presidente da Junta de Freguesia.”

No dia 18 de Fevereiro, pelas 11H25, falei com Mário Belinquete (um dirigente do PSD de Bustos) no Largo da Igreja (também conhecido por Praça Vermelha) sobre a estratégia do PSD nas próximas eleições autárquicas. Este confirmou que Jorge Granjeia seria o próximo candidato por uma lista conjunta do CDS/PSD em Bustos.
Disse Mário Belinquete que o PSD de Bustos não tem ninguém capaz de ser candidato ao lugar de Presidente de Junta. O PSD também não acredita que pode ganhar as eleições locais sozinho ou com uma aliança à esquerda (presumivelmente com o PS). Assim, o PSD escolheu este candidato que reunirá o consenso dos apoiantes do PSD e do CDS no intuito de tornar o concelho de Oliveira do Bairro ainda mais cor de laranja.
A conversa deixou-me perplexo, mas de facto, notei que Paulo Alves e Jorge Granjeia conversavam animadamente durante a romagem ao Cemitério (*).

Sou, pela afirmação de Mário Belinquete, forçado a concluir que o PSD de Bustos não conta com uma única pessoa capaz de desempenhar as funções de Presidente da Junta de Bustos. Se calhar o que Mário Belinquete queria dizer que o PSD é que não têm ?homens? à altura (porque se pensa sempre primeiro nos homens), mas esqueceu-se das mulheres e penso que há uma mulher capaz de desempenhar essas funções.
Espero que Mário Belinquete confirme ou não aquilo que me disse no dia 18 de Fevereiro e que lembre que não fui o único que ouviu as suas afirmações.
---
(*) Soube que a próxima Direcção do ABC conta com Jorge Granjeia para Secretário da Direcção. Por isso é que a conversa de 18 Fevereiro entre Paulo Alves e Jorge Granjeia parecia tão animada.

Milton Costa
Delft, Holanda
31/03/2007


OLIVEIRA DO BAIRRO - DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL OFERECE ...

No âmbito das Comemorações do Dia Mundial do Livro Infantil, a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, convida as Crianças e os seus Familiares a passarem um dia diferente.
Um dia num ambiente de Magia, entre actividades e Livros, muitos Livros ... Livros de Encantar ...

...
Programa
9H30 ..........................
Abertura
10H00 - 12H00 ....... crianças dos 04 aos 06 anos
14H30 - 17H00 ....... crianças dos 07 aos 12 anos

Oficina do Livro .... com Lúcia David
Um Olhar diferente sobre o objecto - Livro

17H30 .............. "O meu brinquedo é um Livro - Porquê ler ao meu bébé"
............................. Dr.ª Helena Faria
Associação de Professores de Português (APP)
Associação de Professores de Educação Infantil (APEI)
.
.
18H00 .............. "O meu brinquedo é um Livro" -
Oferta aos recém nascidos do concelho (ano de 2006) do pack, o Livro "O sonho de Mariana", a Almofada para Sonhar e o Guia para os Pais.
...(
O
O meu
O meu brinquedo
O meu brinquedo é
O meu brinquedo é um
O meu brinquedo é um Livro
(adaptado da publicidade oficial da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro)

NOTÍCIA A ASSINALAR O ‘DIA DAS MENTIRAS’ - “Correios de Bustos com mais 2 serviços. Sinal + para a Junta”



A notícia Correios de Bustos com mais 2 serviços. Sinal + para a Junta” editada a 1.04.2007, aconteceu para registar a efeméride do “Dia das Mentiras”.

--
O ‘Poisson d’Avril’, original do Dia das Mentiras, remonta a 1654, quando Carlos IX decide transferir o início do Ano Novo do dia 1 de Abril para o 1º de Janeiro, na sequência da adopção do calendário gregoriano. (in BUSTOS - do passado e do presente, FOI BRINDE DO ‘DIA DAS MENTIRAS…’, 2.04.2005 ,
--
Os serviços da Internete e da transferência de dinheiros não podiam ser instalados quando os Correios pretendem despachar uma estação que não cumpre os objectivos do lucro.
Os “Correios” mesmo com a desactivação dos serviços de movimento de capitais no futuro(?) posto dos correios da junta, continuam a ter outra receita, do aluguer do espaço onde está instalado o equipamento da rede fixa do telefone. Convém recordar que para instalar esse serviço houve necessidade de ampliar a área da estação antiga. A ampliação da área do terreno foi custeada pela população. Hoje, pertence aos Correios por oferta – legal, conforme é já do conhecimento geral.


Até hoje não foi divulgada qualquer informação a indicar o número de clientes e correspondente ao movimento e especificidade do montante de capitais processados na estação dos correios de Bustos, durante os últimos cinco anos.

Enfim. Esses dados não devem ter grande expressão na tomada de decisão de fechar a estação como entidade prestadora de serviço para-bancário.

A estação da Palhaça dispõe do serviço de transferência internacional de dinheiro. Se um imigrante pretender transferir dinheiro para os correios da terra do seu país de origem pode fazê-lo nessa estação dos correios.
A Palhaça continua a marcar pontos.

...
Nota: Arsénio Mota, em “Bustos - elementos para a sua história” – escreveu uma peça sob o título «Querida estação» dos CTT!.
O termo «Querida estação» teria (?) sido recolhido por Arsénio Mota de um desaparecido opúsculo da autoria de Manoel Joaquim de Oliveira Sérgio.
“… foi longa a luta que fez nascer e manter estação local dos Correios. Deixou uma estrada de sacrifícios."
Escreveu Arsénio Mota, que a concluir a sua peça, cita Manoel Joaquim de Oliveira Sérgio:


«Como vêem, os que naquele tempo ainda não existiam ou eram crianças, e é a estes que me propus dar esclarecimento, o letreiro que encimava a fachada do edifício dos Correios não representava a expressão da verdade, pois que, a fazer-se um letreiro, deveriam incluir-se nele os nomes de todos aqueles que pela obra, se sacrificaram».
...

A estação dos correios de Bustos ainda estará para ficar?
Ou a imposição do “lucro” atira Bustos para a tão em voga assimetria desfavorecida?

A defesa da manutenção da Estação dos Correios em Bustos e ampliação da prestação de serviços exige a conjunção de esforços.

Será possível remar contra a onda centrifugadora que mantém Bustos na periferia.
sérgio micaelo ferreira, 02.04.2007

1 de abril de 2007

ABC DE BUSTOS REUNIU EM ASSEMBLEIA GERAL

Os associados da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos reuniram ontem para se pronunciarem sobre o relatório e contas de 2006 e ainda para eleger os orgãos sociais que hão-de presidir aos destinos desta Instituição Particular de Solidariedade Social nos próximos 3 anos.
Quanto ao acto eleitoral, acabou por ser adiado para 20 de Abril, entre as 18 e as 21 horas. Não fosse o diabo tece-las, decidiu a assembleia que deverá ser cumprida a obrigação estatutária de apresentar as listas concorrentes com 15 dias de antecedência em relação ao acto eleitoral.
Tendo em conta o consenso existente, é de prever que os destinos da ABC acabem nas mãos dos seguintes associados da que parece ser a única lista a dar a cara:
- Mesa da Assembleia Geral: Presidente – Gabriel Carvalho da Silva; 1º Secretário – Mário Rui Belinquete Vieira Rodrigues; 2º Secretário – Gladys del Cármen F. Oliveira.
- Direcção: Presidente – Paulo Jorge Ramalho Alves; Vice Presidente – Elsa Pires Novo; 1º Secretário – Alberto José Rodrigues; 2º Secretário - Jorge Costa Grangeia; Tesoureiro – Narciso Paiva Cardoso; Vogais - Maria Cléria S. Campolargo e Carlos Manuel Silva Santos; Suplentes – Manuel dos Santos Pedreiras, Emília Glória da Silva Aires e Carlos Alberto Ferreira Alves.
- Conselho Fiscal: Presidente – Oscar Aires dos Santos; Vogais – Duarte dos Santos Almeida Novo e Manuel Tavares Romão.

É justo realçar o excelente trabalho desempenhado nos últimos 2 anos pela Direcção presidida pelo Eng.º João de Oliveira, o nosso Joãozito dos Barrocos. Gestor de reconhecido mérito (reformado da antiga CP), deve-se-lhe o mérito dos proveitos e ganhos financeiros quase terem triplicado em 2006 relativamente ao exercício do ano anterior (aumento de 175%). Como se lhe deve o mérito do rigor, do empenhamento e da preocupação de bem servir os utentes da creche, jardim de infância, centro de dia para idosos e do apoio domiciliário a estes.
Na realidade e bom grado o aumento da qualidade e da quantidade dos serviços prestados (apesar de terem diminuído os valores das mensalidades dos utentes), certo é que a Direcção cessante deixa a ABC ainda mais desafogada e a prestar serviços em melhores condições.

Entretanto, a actual Direcção cumpriu o prometido no Plano de Actividades para 2006: construção de 2 salas para o ATL (tempos livres dos alunos da pré-escola) no espaço anexo ao salão polivalente; transferência da direcção Técnica e da Secretaria para as instalações da Casa do Povo; compra de equipamento de cozinha e de escritório; ligação à internet; aquisição de mobiliário de jardim e de cadeiras ergonómicas para os utentes da 3ª idade; pintura de salas e beneficiação dos espaços exteriores; instalação de água e luz com substituição de equipamento e outras.
Alguns números à consideração:
1. Resultados dos exercícios dos últimos 6 anos:
- 2001: 35.349,81€
- 2002: 32.924,32€
- 2003: 4.542,65€
- 2004: 5.185,13€
- 2005: 25.845,34€
- 2006: 32.429,99€
2. Subsídios da Segurança Social nos mesmos 6 anos:
- 2001: 308.356,86€;
- 2002: 337.964,89€;
- 2003: 336.426,00€;
- 2004: 362.264,40€;
- 2005: 382.593,90€;
- 2006: 403.816,90€.
3. Subsídios da Câmara Municipal no mesmo período:
- 2001: 4.239,78€;
- 2002: 4.927,50€;
- 2003: 3.412,50€;
- 2004: 2.555,00€;
- 2005: 0,00€;
- 2006: 6.355,00€ (aqui se inclui, pela 1ª vez, um subsídio específico para as refeições, de 1.085€).

O Estado e a Câmara não fizeram mais que a sua obrigação: cumprir os sagrados deveres de solidariedade social, contribuindo de forma decisiva para a sustentabilidade da saúde, da educação, da protecção e apoio às crianças e aos idosos.
Neste particular, só nos fica bem sermos cada vez mais exigentes.
Doa a quem doer.
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oscardebustos