31 de janeiro de 2007

LUCIANO FREITAS - UM HERDEIRO DA DIÁSPORA PORTUGUESA


Luciano Freitas – Um Herdeiro da Diáspora Portuguesa.

Ter um destino é não caber no berço
Onde o corpo nasceu.
É transpor as fronteiras uma a uma

(...)
(Miguel Torga, Fernão de Magalhães, Antologia Poética, Publicações Dom Quixote, 5ª edição, 1999. um excerto)

Foi “um emigrante durante toda a sua vida” (Élio)

Para todos nós ...“foi uma felicidade termos tido o prazer de viver perto dele durante todos estes anos” (Alcides)


Luciano Gomes da Silva Francisco de Freitas
nasceu em Manaus, Brasil em 12 de Julho, 1914. (Pais oriundos de Samel)

Aos 9 anos veio, com os três irmãos, para Samel, depois da súbita morte da sua mãe Francisca Gomes da Silva no Brasil. O pai, Joaquim Francisco de Freitas, voltou a casar e teve duas filhas, Maria e Humbertina, ainda vivas, residentes com família em Manaus, Brasil. Os irmãos Joaquim, Menano e António já faleceram em Portugal.

Luciano aprendeu a alfaiate e foi assim que chegou a Bustos.
Nos 30s e 40s, era costume os alfaiates e costureiras irem fazer roupa para casa dos clientes, agricultores ricos da região... A jorna era ‘a de comer’, para que se perdesse pouco tempo de trabalho.

Em 1934, casou na Póvoa de Bustos com Eugénia dos Santos (Fabiano), filha de Sebastião Simões Fabiano e de Maria dos Santos, passando a residir na 'Rua da Póvoa' até emigrar para a Venezuela.

Uns anos depois de casar, convidou um amigo, Adriano Rodelo, a formar sociedade com ele na Póvoa. Foi assim que o Ti’Adriano conheceu e casou com Caurina Luzio, vizinha da ‘Rua da Póvoa’.

O Ti’Adriano Alfaiate veio e ficou em Bustos para sempre.

Em 1945, já com os filhos nascidos (Alcides com 7 anos e Élio com 1) Luciano emigrou para Venezuela, onde viveu até 1975, ano em que os Freitas se juntaram na Califórnia. Aí viveu com a Eugénia até 2007, quando a morte o levou aos 92 anos de idade, no dia 20 de Janeiro de 2007, após 72 anos de casado.
Data de 1991 a sua última visita a Bustos.
Luciano Freitas é mais um exemplo da diáspora portuguesa. Foi “um emigrante durante toda a sua vida”. (Élio Freitas).

Ainda na Venezuela, Luciano Freitas mandou fazer a casa na Quinta Nova. No mesmo local, onde os filhos (que visitam assiduamante o seu terrunho) edificaram a moradia a perpetuar a homenagem a seus Pais.

Curvo-me perante a memória de Luciano Gomes da Silva Francisco de Freitas, enviando um abraço amigo à família: Eugénia dos Santos Fabiano,(sempre com Bustos no coração); ao Alcides e esposa Helen, ao neto Nelson e esposa Jeanne e ao bisneto Jack Freitas; ao Élio e esposa Anita e às netas Lisa e Marisol. A Maria e Humbertina e aos muitos sobrinhos/sobrinhas e aos ramos familiares de Samel, do Brasil e de Bustos.
sérgio micaelo ferreira

Nota:
Agradeço a Élio Freitas as preciosas notas biográficas.
Élio Freitas recorda que “Luciano era assinante do JB há muitos anos, jornal que lia sempre com muito interesse e saudades da terra que o viu crescer”.

srg

30 de janeiro de 2007

GENTE GRANDE

- Zé Valério!
O nome veio rasante e atingiu-nos em cheio. Nesses idos de setenta, ao Sábado de manhã, em pleno mês de Março, meia Luanda passava pelo Maria da Fonte. Suculentas, as bancas da fruta rescendiam a papaia, manga, mamão, abacaxi, e refrescavam-se os olhos nas verduras das hortas de Luanda.
- Eh, Zé Valério!

Fomos rompendo caminho até à voz que chamava. No cimo da banca, a Dona Isilda, era quitandeira branca, corpo e alma grande, génio assomadiço. Era a Bairrada amigada com o calor de Luanda. Era a mulher do Seabra, funcionário do Governador. Morava numa casa gandaresa, na sombra do Palácio, com uma mangueira no pátio e uma mesa longa, onde comia quem por bem chegasse.
- Conheci-te logo. És o Sérgio, o irmão da Alice, não és? Tal qual o retrato de teu pai. Dito e escrito. Grande homem, o Zé Valério!
Ali aprendi de ouvido que o Zé Valério era Bustos.
Depois, vi que era Aveiro, Águeda, Palhaça, Mamarrosa, era Seia, Costa Nova, era onde houvesse vida em festa. Era assobio de melro, artista em molde de pé, feirante de sol a sol, alma a abarrotar de música, com letra de fino traço, verão a pedir Vagueira, petisco de peixe fresco, palavra pronta na hora. Tertuliano de gema, tinha cardápio de amigos. Fossem janotas, pedintes, doutorados, artistas da sua lavra, todos lhe entravam em casa. Primeiro na oficina, depois na sapataria. Remoque era para a mulher. Retrucava, retrucava, mas quem mandava era ela.

A ti Adália só ria, de tanto bem que lhe queria. Ela esmerava, esmerava, cozinhava que nem chefe, num forno de ferro a lenha. À ceia havia escoado, a fumegar em travessas. Ao jantar era sopa à lavrador, rica de carnes e mimos, dos que criava na horta. Ao Domingo rescendia o frango assado no forno. Nos dias de festa rija, a chanfana era de reis. Dizia ele a mangar que ela tinha estagiado no Grande Hotel da Cúria. Cuidava a casa e o aido, tinha perus e coelhos, patos, frangos e galinhas, tratava horta e pomar, criou os filhos e netas. Que eu me lembre, não recebia ordenado. Ela não tinha patrão e não tinha profissão! Grande mulher, a ti Adália!
Gente Grande!

armigã

29 de janeiro de 2007

EM DEFESA DO PALACETE

Aproveito este meio para felicitar a equipa que está por detrás do “Notícias de Bustos”, pelo bom trabalho que tem exercido como bom difusor da Cultura e progressiva análise das problemáticas que envolvem a nossa terra. Aproveito agora, também pela primeira vez, para deixar a minha marca, não me escudando no anonimato, porque não há que ter receio por dizer aquilo que achamos que está mal.
Um dos problemas que a mim mais me incomoda, é o estado de degradação em que o Palacete do Visconde Bustos se encontra. E de salientar que este edifício que não tem o merecido respeito, porque o vemos todos os dias. Se assim não fosse e já tivesse sido derrubado era motivo para lamentação porque não tem paralelo no concelho de Oliveira do Bairro. Faz parte do património histórico de Bustos.
Para muitos o Visconde de Bustos não diz nada... Mas meus caros amigos, para muitos o Salazar também não, tal como Dom João V, mas certo é que todos eles fazem parte da História as duas primeiras figuras a nível nacional e o Visconde de Bustos a nível local.

É um edifício que se distingue por um traçado arquitectónico de grande relevo, quer no exterior pelos belíssimos azulejos ilustrando a belíssima flor-de-lis, de um interior requintado com frescos nos tectos, quer pelo belíssimo torreão, símbolo do poder para os aristocratas. Devemos ter em atenção que preservar o património histórico é preservar a memória. Hoje este edifício já não tem grande relevo, mas não terá sido motivo de orgulho para os bustuenses quando da sua construção, uma vez que no concelho de Oliveira do Bairro não havia obra tão imponente?
Preservar o Património Histórico é preservar a Memória dos nossos antepassados... Recordo o caso da Capela de São Lourenço, hoje as pessoas dizem que até era bonita, mas não há problema podemos contemplá-la num belíssimo painel de Azulejos…
Será que à semelhança do que aconteceu com a capela de São Lourenço quererão salvaguardar a memória do Palacete num painel de Azulejos?
Será que devemos acomodar todo o património histórico num cantinho onde não incomode ninguém? Deixo mais um convite à reflexão...

Por outro lado também a formas de dissimular as coisas... Imaginemos agora o Palacete transformado num Centro de Dia... Uma cozinha na antiga sala nobre do Visconde, ou outra qualquer função, a delapidar toda a identidade do edifício, quem sabe aumentar o espaço com paredes de betão a contrastar com o resto do edifício, que bela harmonia não teria o centro de Bustos...
Pode parecer assustador, mas a delapidação do património é algo que já não é novidade, contudo nunca pensei que se reflectisse em Bustos. Aproveito por este meio para lançar uma nota negativa à Associação de Beneficência e Cultura de Bustos, cujo nome deveria figurar como A.B. porque cumpre a parte de Associação de Beneficência, mas deixa francamente muito a desejar no que diz respeito a Cultura... Até a Biblioteca sai do espaço que ocupava há já muitos anos, mas a Cultura não faz parte do protocolo. No meu entender acho que se devia preservar o Palacete e quando digo preservar é restaurar e não alterar, este espaço devia servir para difundir a Cultura, elaborar exposições. Recordo que não faltam talentos em Bustos, mas não lhes é reconhecido o devido valor. De certa forma até não é de espantar. A Cultura não tem interesse porque não se traduz em Euros. Faço o convite para que todas as pessoas que partilhem deste ponto de vista passem palavra e se afirmem perante a degradação em que Bustos se está a envolver.

Alberto Martins
(Aluno de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)

26 de janeiro de 2007

INF - INDÚSTRIA NACIONAL DE FERRAMENTAS CHEGA A MUITOS LONGES

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A INF [Indústria Nacional de Ferramentas], de Manuel Simões dos Santos (Manuel da Barroca), esteve presente em 14.03.2006 no «discurso» de NB através de “Alberto, um Torneiro. Um Mestre. Uma Escola.”


Manuel da Barroca irmão de uma família de ferreiros (os ferreiros de Bustos merecem ser estudados), obteve a ajuda da ALBA e da Bóia & Irmão para «furar» a couraça do condicionamento industrial então em vigor e atira-se ao sector da fundição, não deixando de lado o sector das prensas, cinchos, etc. para além do fabrico das alfaias agrícolas, enquanto a mecanização tardava a chegar.
As encomendas mão paravam de chegar. Segundo informação - não confirmada - a INF recebeu elogios da célebre "Fundição de Oeiras".


Iniciada com altos e baixos, a fundição continua hoje a produzir panelas e fogareiros e também formas de sapateiro.
Tal como ontem, as “panelas de ferro”, “panelas de três pés” são as conhecidas ‘Panelas à Portuguesa’ dos circuitos comerciais. Classificadas de 1 a 12, a sua capacidade varia entre um litro e meio até cinquenta litros, pela mesma ordem.
Os “Fogareiros a Carvão” de 0 (19,5 cm) a 5 (28,00 cm).
As ‘Formas de Sapateiro’ são referenciadas de 1 a 5, esta com a referência “5 Pé alto”.
A INF é uma instituição que daria uma boa pesquisa. Desde o tempo do fabrico da enxadas, machados a partir de nacos ferro de carris das linhas de caminho de ferro malhados manualmente, antes de Manuel da Barroca ter construído o malho Pilão com molas de camioneta. Ainda hoje é recordado o estrondo que ele provocava.
...
A intervenção de BC para além de oportuna aviva a memória para que se não esqueça a serralharia artística de sempre e a ferraria criada pelo Vulcano.

Recordando.
Manuel Simões dos Santos colaborou com a Comissão de Melhoramentos de Bustos e foi membro da direcção do ‘Bustos’ , no início da década de 50. Era presidente o saudoso e não esquecido Álvaro Pato. Completava o elenco directivo Arménio Luzio, Domingos da Maia Romão (o Minguitos), Manuel Fontes, Mário Reis Pedreiras (hoje Presidente da Assembleia de Freguesia), Pompeu Aires e António Coutinho dos Santos [?]. (informação recolhida do Jornal da Bairrada)
sérgio.ferreira.3@netvisao.pt
Nota:
Por informação fundamentada de Belino Costa - que agradeço - a foto reporta-se à sessão da ‘memorável Assembleia Geral’ da Comissão de Melhoramentos realizada no 1º de Janeiro de 1960 no então Centro Recreativo de Instrução e Beneficência.

No dia 18 de Fevereiro/1960 aconteceu a homenagem a dois baluartes de Bustos: Jacinto Simões dos Louros (dinamizador primeiro do processo de criação da freguesia) e Dr. Manuel dos Santos Pato (‘da Barreira’ – o patrono da criação da paróquia “decretada em 7 de Março de 1925”[1] pelo Bispo de Coimbra[2]. As duas placas com os nomes destas Figuras Bustuenses colocadas no Centro Recreativo de Instrução e Beneficência tiveram de ser retiradas na fase de remodelação do edifício e foram entregues a Manuel Joaquim dos Santos, então tesoureiro da Junta. Estão/estavam na cave do novo Edifício da Junta. Estão impedidas de ver a luz do dia. A Assembleia de Freguesia poderá vencer a resistência do senhor presidente da junta, se fizer aprovar e colocar as ditas placas no salão das sua sessões . É de elementar justiça.

Graças à intervenção Hilário Simões da Costa, [HC], que dos USA liderou todo o processo, estes ilustres Bustuenses entraram na toponímia local no dia de Bustos/1973, (consultar Hilário Costa, Bustos-memória de um bustoense, 1984, pg.s 95 e sgs.s). Estas placas foram pagas por HC.
Aqui ficam simples notas para a História de Bustos.
sérgio micaelo ferreira


[1] In Arsénio Mota, Bustos – elementos para a sua história, Edição da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos. 1983, pg.s 24.

[2] Não fora a influência do Dr. Manuel dos Santos Pato junto do bispado de Coimbra e teria sido retardada a criação da paróquia de Bustos, até porque na época, a luta anticlerical tinha atingido o auge: o Bispo de Coimbra decretara a interdição da Banda Escolar do Troviscal – provocada pela exorbitante “taxa” exigida em pré-pagamento pelo Juiz da Irmandade das Almas para se fazer acompanhar em funeral católico – e, em retaliação, o Povo Liberal da Freguesia, decretara a interdição do clero, impedindo-o de exercer a sua actividade nessa paróquia (bibliogr. sobre a interdição: Silas Granjo, “Banda excomungada, Clero Interdito no Troviscal Republicano”, Actas do Colóquio – Anticlericalismo Português: História e Discurso; Maria Leocádia Pato, Rio da Memória – A Banda do Troviscal, Edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 1997; Troviscal – visão histórico-cultural, Edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 2005).


24 de janeiro de 2007

FUNDIÇÃO


O alto-forno já recebeu o ferro gusa. Está tudo pronto para que o metal escorra e encha o cadinho que depois será rapidamente levado para encher os moldes. Enquanto decorrem os preparativos finais Mário dos Santos Pedro (ao centro na foto da esquerda) olha, confiante, para a câmara. Sorri. Ele é o perfeito metalúrgico, senhor das fornas e fornalhas, artífice dos metais. Imita Vulcano, e qual artesão divino é capaz de moldar verdadeiras obras de arte, só não é capaz de copiar o deus romano e forjar a mulher perfeita, uma nova Pandora bustuense.
Ao seu lado Amadeu dos Reis Fernandes (à direita) e Mário Fernando Jesus Oliveira (à esquerda) ultimam a instalação, asseguram-se que tudo está no lugar certo. É só então que o Mário pega no comprido escopro.


O trabalho é preciso e cuidadoso abrindo caminho ao ferro liquefeito. Este é o passo decisivo, daqui em diante já outros tomarão conta do processo, derramando o metal para o cadinho de transporte, levando-o até aos moldes que serão cheios com gestos que não admitem hesitações. Molda-se o ferro, repetem-se técnicas milenares que só por si foram capazes de transformar a civilização humana. Hoje em Bustos, na Indústria Nacional de Ferramentas, como na China, no século I antes de Cristo.
Belino Costa




Indústria Nacional de Ferramentas, de Manuel Simões dos Santos e Filhos lda.
Telefone: 234 751 102
. Bustos.Portugal.

22 de janeiro de 2007

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - FORMIGA PRÉ-ESCOLAR

(Adapt. Revista 1/Dezembro 2006. UDB)
Os principais objectivos da formação da U.D. BUSTOS são:

- Possibilitar a todas as crianças da nossa região a prática do futebol como um desporto de recreação, tempo livre e competição.

- Utilizar as aprendizagens da prática do futebol para uma formação integral da criança, a aquisição de hábitos de educação, higiene e disciplina, que lhe possam ser úteis no futuro como membro activo da nossa sociedade.

- Oferecer às crianças a possibilidade de formação desportiva e social. O saber estar, saber perder, saber competir e o Fair-Play são componentes importantíssimas para um bom desportista. - Desenvolver nos praticantes uma atitude positiva de participação, empenho e persistência, desenvolvendo simultaneamente o gosto e o hábito da prática desportiva regular.

- Descobrir talentos e formá-los de maneira a criarmos bases para as futuras equipas de Futebol, quer dos séniores da U. D. Bustos, quer de grandes equipas nacionais.

Em termos genéricos e seguindo a simbologia da sua mascote (Formiga), um "ser" com uma incansável determinação, garra, capacidade de trabalho e vontade de vencer, são também estes os pilares que regem a formação da U.D. BUSTOS.

A U.D. BUSTOS que está imbuído deste espírito e é composto igualmente por equipas de pequenos trabalhadores - jovens futebolistas - que graças a uma formação desportiva e social assente em valores como a união, o fair-play, a força de vontade e a humildade, conseguem ganhar jogos e, acima de tudo, vencer na vida, tornando-os nos homens de amanhã.

É esta a principal razão para a existência da FORMAÇÃO da U.B. BUSTOS, FORMAR OS HOMENS DE AMANHÃ.

(extraído da Revista 1 da UDB – Dezembro2006,pg. 8)

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS TEM LOJA

O marketing da U.D. Bustos

O departamento de marketing da U.D. Bustos, lançou diversos artigos de merchandising com a mascote e logotipo da U.D. Bustos.

No campo sintético Dr. Santos Pato, em Bustos, existe uma loja itinerante com diversos artigos de merchandising, tais como: t-shirts, camisolas oficiais da U.D. Bustos, porta-chaves, galhardetes, cachecóis, autocolantes, lenços, garrafas de vinho, etc., tudo com o logotipo da U.O.B. e imagem da mascote.

Também poderá consultar o site da U.D.Bustos (www.udbustos.com) e visualizar todos estes artigos.

(extraído de Revista 1/Dezembro2006, ‘Merchandising UDB', pg.2 - nota de srg)

20 de janeiro de 2007

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - ACTIVIDADES EXTRA

(extraído da Revista 1 do 'Bustos', Dezembro 2006)
ACTIVIDADES EXTRA DESPORTIVAS

DANÇAS DE SALÃO

A partir do dia 10 de Janeiro de 2007
Das 20H30 às 21H30
Professora Ana Areias

*****

GINÁSTICA MASCULINA E FEMININA

A partir do dia 9 de Janeiro de 2007-01-20
Todas as Terças e Quintas-feiras
Às 19H00
*****

KARATÉ

Infantil e Adulto
A partir de Fevereiro de 2007
*****

Contacte a Direcção da U.D. Bustos

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS EDITA REVISTA

FICHA TÉCNICA
edição da comunicação U.D.BUSTOS
editor e responsável pela publicação Daniel Santos
design e execução gráfica XtrmeDesign
Nº 1 - Dezembro 2006
tiragem 500 exemplares
periodicidade Semestral
...
Revista bem-vinda à galáxia de gutenberg

19 de janeiro de 2007

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - REVISTA 1 - EDITORIAL




Com a devida vénia, NB divulga o editorial assinado pelo Dr. Fernando Vieira, ainda Presidente do'Bustos'



EDITORIAL


Após grandes lutas, finalmente a União Desportiva de Bustos consegue oferecer aos seus atletas, treinadores, associados e adeptos, condições dignas para a prática e observação do desporto rei. Promessas eleitorais desde 1996, só agora, com a chegada de novos inquilinos à Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, permitiram que este desejo e necessidade fosse alcançado. Muito Obrigado ao Presidente Mário João Oliveira e ao Vereador do Desporto e da Cultura, Dr. António Mota.


Obrigado também ao Eng. Santos Pato, recentemente falecido, pela maneira educada, simples e cortês com que sempre tratou os representantes da U.D.Bustos e nunca criou qualquer impedimento para o desenvolvimento daquela que foi a associação que lhe permitiu dar bons pontapés na bola. Tenha no seu repouso, a certeza plena da eterna lembrança desta agremiação desportiva e que vamos cumprir o que lhe foi prometido, o busto de seu pai, no Campo de Futebol.


O arrelvamento do Campo Dr. Manuel Santos Pato, as obras de remodelação dos balneários e melhores condições de comodidade e acessibilidade, conferem actualmente ao antigo campo do Sobreiro, a designação de estádio de futebol. Honramos a tradição dos canecas e dos gavetas, razão da nossa origem. Está concluída a primeira fase de consolidação da União Desportiva de Bustos como equipa de referência no futebol distrital de Aveiro. Se com as condições existentes conseguimos ter os iniciados e os séniores na primeira divisão distrital, o próximo e obrigatório passo é levar os juvenis e os júniores para aquela divisão e ter as escolas e infantis a disputar sempre as séries dos primeiros. Este é o passo inicial da segunda fase de consolidação.


Em termos de infra-estruturas, o segundo campo, já em fase de arrelvamento natural é mandatório, bem como protocolo já solicitado à Junta de Freguesia para ocupação do recinto desportivo, localizado por trás da mesma. Com dez equipas, com mais uma equipa de júniores no próximo ano, com uma outra equipa de séniores na terceira divisão, (necessidade de aproveitamento dos nossos júniores que sobem), dois campos são necessários. Com a já existente camada de pré-escolas, (dos cinco aos sete anos de idade), aquele espaço é o ideal para este escalão. Assumiria a U.D.Bustos todas as despesas daquele local e ainda colocaríamos relva sintética naquele recinto desportivo.


Na parte desportiva, um maior e melhor aproveitamento por parte dos treinadores do ginásio existente, associada a uma preparação especializada, também já existente e teremos jogadores melhores constituídos em termos morfológicos, factor preponderante hoje, para o desempenho de actividades desportivas de média competição.


Novas lideranças virão. É necessário, a renovação. Traz sempre uma lufada de ar fresco. Dissipam-se rancores, desaparecem desafectos. A eles os melhores sucessos e que continuem a ter o apoio maciço que sempre tive dos associados, adeptos, treinadores e mais particularmente do pequeno comércio de Bustos. Peço-lhes, que mantenham sempre os escalões de formação que temos no momento e os que estão no imaginário da perfeição futebolística. Que tenham bons jogadores, mas que não esqueçam os que tem menos dotes futelolísticos. Que não esqueçam que enquanto houver um coração infantil a U.D.Bustos será imortal.


Aos atletas, razão de ser do clube e seu maior património, aqueles que durante todos esses anos adoptei como meus filhos, o abraço afectuoso, sincero e leal do seu sempre presente adepto, e que o grito de união dos iniciados de 2004 persista por muito tempo, pois:
Estamos todos? ................Estamos !!!
Somos bons? .....................Somos !!!
Quem Somos?....................Bustos, Bustos, Bustos !!!


Dr. Fernando Vieira
(Presidente da U.D.Bustos)

[]
NB continuará a divulgar a revista, com bom aspecto e impressa com as cores do 'Bustos' onde apresenta todos os escalões que participam nas provas oficiais da Associação de Futebol de Aveiro.

18 de janeiro de 2007

LIXEIRA?

A exploração do barro tem vindo a dar origem a pequenas lagoas e a grandes lagos de águas paradas.
A largada de galinhas mortas num destes locais, ontem noticiada, é bem a demonstração do abandono a que estes chegaram. Que isso nos sirva de alerta, até porque este atentado ao ambiente é uma boa razão para nos interrogarmos.
Estarão os barreiros de Bustos condenados a serem uma lixeira?

17 de janeiro de 2007

ATENTADO À SAÚDE PÚBLICA

Cinquenta e três galinhas poedeiras foram encontradas mortas, anteontem, numa antiga exploração de argilas em Bustos, Oliveira do Bairro, confirmou, ao 'Jornal de Notícias', fonte policial. As galinhas foram deixadas a boiar num dos muitos barreiros existentes naquele local, que nesta altura do ano se encontram cheios de água.
Segundo José António Vicente, veterinário municipal, a causa da morte não foi apurada, mas tudo indica que terão sido liquidadas por mão humana e que a possibilidade de terem morrido pelo vírus da gripe aviária está, para já, afastada. Este responsável está convicto de que o fim do período de produção dos ovos terá levado o produtor a matar as galinhas - uma fase conhecida por refugo e que leva os avicultores a desfazer-se das galinhas - desconhecendo, no entanto, a forma como estas terão morrido.José António Vicente explicou ao nosso jornal que foram recolhidas amostras, enviadas ao Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, e que os restantes cadáveres foram desnaturados.
Segundo o veterinário municipal, "estamos perante um atentado à saúde pública, mas felizmente os cadáveres foram encontrados poucas horas depois de terem sido colocados naquele local, o que impediu que as águas da lagoa ficassem contaminadas quando entrassem em decomposição".
José António Vicente explicou ainda que as 53 galinhas eram todas iguais e apresentavam lesões na zona onde os ovos são produzidos, não apresentando rigidez cadavérica, o que "prova que terão sido abandonadas naquele local há muito poucas horas", explicou ontem ao 'Jornal de Notícias'.Uma fonte policial explicou, ao JN, que o caso vai ser dado a conhecer ao Ministério Público de Oliveira do Bairro, que desencadeará as respectivas investigações, não havendo, no entanto, qualquer suspeita de quem terá sido o autor de semelhante atentado.

Pedro Fontes da Costa

16 de janeiro de 2007

PARTILHA E PARTICIPAÇÃO

“Partilha e participação” são vectores potenciadores de uma sociedade cada vez mais participada e interessada na construção de um modelo civilizacional mais sustentado, dinamizador e mobilizador.
“Partilha e participação” deve ser tambem sinónimo de inteligência para se ser crítico naquilo que é a selectividade entre o importante e o superfúlo, crítico face a uma sociedade que cada vez parece mais voltada para o dia de ontem.
“Partilha e participação” é efectivamente aquilo que este espaço tem permitido, permite e espero que continue a permitir, o debate, o repensar a história de um povo que nos deve orgulhar a todos, um orgulho de sermos Bustoenses.
“Partilha e participação” é com concerteza o suporte de qualquer mudança, seja organizacional, seja cultural, seja de qualquer outra índole, mudança que deve ser suportada e alicerçada num modelo assente no respeito por todos, da completa noção das nossas responsabilidades e consequentemente, dos nossos direitos.Uma "participação" cada vez mais responsável, onde o ataque pessoal, escondido no anonimato nada dignifica este fórum, que mais não é do que uma nova forma de comunicação, com as suas vantagens e desvantagens, algumas delas aproveitadas em demasia, por alguns de nós e que tem que ser revistas, sob pena de termos de reequacionar este modelo de "a pessoa do ano" na defesa da nossa cidadania. Uma "partilha" salutar, com tudo o que de bom se tem trazido a este espaço, "um reviver o passado como rampa para projectar um futuro cada vez melhor".É tempo de estar presente e de nos presenteamos com o sucesso desta iniciativa.
Obrigado a todos.

Mário Belinquete

14 de janeiro de 2007

“A PESSOA DO ANO”

Ao eleger o cibernauta como “a pessoa do ano” a revista norte-americana “Time” veio reconhecer a revolução implícita ao gigantesco êxito dos blogues e à partilha de informação via internet. É inegável, milhões de cibernautas estão diariamente a construir o “maior repositório de informação da história do homem.”

Qualquer cibernauta, pobre ou rico, em local cosmopolita ou sítio recôndito, dispõe de instrumentos para criar e partilhar tudo o que desejar: palavras, fotografias, desenhos, sons, imagens em movimento.

“Partilha e participação” são o binómio essencial à revolução cultural que estamos a atravessar. A Internet deixou de ser um “reduto de aficionados da tecnologia”, como escreve João Pereira no “Público”. E pergunta, interpelando-nos a todos: “Você cibernauta, que foi a grande figura de 2006, para onde vai neste ano novo?”

Com este blogue (e o seu antecessor) iniciámos, em Abril de 2004, uma experiência que alguns logo anteciparam como “falida” ao fim de algumas semanas “ por falta de tema”. Ora, de então para cá, nunca houve falta de assunto. Nem faltou o trabalho intenso, dedicado, constante e desinteressado de todos quantos têm ajudado a construir o “NB”. Nós somos o exemplo bem sucedido, pioneiros e participantes empenhados na “democratização global”.
Agora a questão central já não é o acesso à tecnologia mas sim o “assunto” ou, como está na moda dizer-se, “ a produção de conteúdos.” Este é o grande desafio que temos pela frente, como escreve Thomas Friedman do “NY Times”: “Portugal tem de passar de consumidor para produtor.”

E voltando à pergunta de João Pereira: “Você cibernauta, que foi a grande figura de 2006, para onde vai neste ano novo?”

A proposta do “Notícias de Bustos” é simples:
Passe de consumidor a produtor. Colabore, que estas páginas estão disponíveis e abertas.

Envie os seus textos para publicação (mailto:noticiasdebustos@gmail.com). Participe com pensamentos, notícias, sugestões, episódios curiosos, opiniões, contos, poemas, fotografias, memórias, etc. Com nome próprio ou pseudónimo deixe a sua marca, contribua para a grande transformação civilizacional em que estamos a participar.

É tempo de estar presente.

BC

12 de janeiro de 2007

SÁBADOS OCUPACIONAIS CHEIOS


“Sábados em Cheio” é um projecto da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro que vai permitir a ocupação útil de crianças e jovens, dos 4 aos 15 anos.
Sob prévia inscrição (1Sábado=1Euro) podem ser desenvolvidas diversas actividades:


do DESPORTO À MÚSICA

do ARTESANATO À LEITURA E À EXPRESSÃO PLÁSTICA.
1 Sábado = 1 Euro

Aproveite.

Informações e inscrições na Câmara Municipal de Oliveira do Bairro
234 732 119 (Fátima Carvalho)

Obs.
Adaptado por NB do sítio-e oficial da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro
http://www.cm-ob.pt/

António Martins Libório à mesa - O Piri-Piri reabre

A foto de António Libório (20.06.1925 * 19.09.1963)
foi cedida pela Viúva, Rosa dos Santos Mota.
E Milita Aires cedeu a dos colaboradores do Piri-Piri.
os nossos agradecimentos


O CAFÉ RECREIO FECHA E O PIRI-PIRI ABRE
O Café Recreio (06.04.47 – 18.11.63) foi o primeiro café de Bustos, onde os amigos da munhaca – Heitor Carvalho, Pompeu Aires, Dr. Assis Rei, Eng.º Santos Pato, Américo Madeira, Ti´Maria, etc, etc – inscreveram o frango de churrasco na gastronomia. Mesmo após a deslocalização do Pompeu Aires para a Malaposta, Bustos continuava a ser procurado pelas suas merendas.
Aos conhecimentos de culinária adquiridos na república e nos laboratórios de farmácia, o Dr. Assis Rei acumulava o facto de ser um “relações públicas” por excelência, Isso foi o suficiente para constituir uma sociedade de restauração com as irmãs Audete Rei e Cremilde Aires e António Martins Libório, recentemente regressado do Brasil. Surge então o Restaurante Piri-Piri no lugar onde existia uma Taberna-mercearia de Albano Tavares da Silva (pai de Audete e de Cremilde). O Alvará da licença sanitária (25.03.65) ainda vinha em nome da antiga firma.
A Cremilde era a cozinheira, o marido Manuel Aires (das bicicletas) era o responsável pelo churrasco, e o Libório cumpria o serviço de mesa.
E que serviço...



ANTÓNIO MARTINS LIBÓRIO, UMA EXCELÊNCIA À MESA
O António Martins Libório permanecera 15 anos no Brasil e fora empregado de mesa no Hotel Botafogo (Rio de Janeiro). Ainda hoje é recordado o rigor, a eficiência, a presteza com que cumpria a suas tarefas. A Milita fez reviver a decoração dos arranjos de mesa com fruta. ... E em serviço, trajava a rigor: casaca branca e calça preta sempre vincada.
Trabalhou cerca de sete meses que teve de interromper por ter sido vítima de doença pulmonar. Falecia com 38 anos.

Uma figura a merecer partilhar a vitrina do NB.
...
O PIRI-PIRI REABRE COM NOVA GERÊNCIA
A partir de Sábado, o PIRI-PIRI vai reabrir com nova gerência constituída por um casal que trabalhava n’O ADAMASTOR (Aveiro). Por informação recolhida o restaurante vai dedicar-se fundamentalmente à cozinha de peixe, marisco e caldeirada de enguias.
Bom êxito.

O centro de Bustos passará a dispor de dois restaurantes
. O QUIM café/restaurante – com a chanfana à Ti’Maria e os grelhados, entre outros deliciosos pratos;
. O PIRI-PIRI – dedicado a frutos do mar e da ria.
Bom apetite.

sérgio micaelo ferreira
Os outros restaurantes e os cafés também vão merecer ser conhecidos, ...

11 de janeiro de 2007

SEGUNDO A ACTA

Como reagiu a Assembleia de Freguesia à decisão presidencial de não negociar o aumento de uma taxa? O que disseram os deputados perante o anúncio do cancelamento da doação salarial?
Segundo a acta da sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Bustos (29 de Setembro de 2006) tudo se passou assim:











“Tomou a palavra o Sr. Humberto mostrando-se chocado com a tomada de posição do sr Presidente da Junta, salientando novamente o seu desagrado pela junta de freguesia pretender aumentar taxas em 30 %” (1)










“O Sr. Granjeia tomou a palavra e reconheceu a mais valia do Presidente do executivo para a freguesia, entende que o Presidente do executivo pode fazer o que entender com o seu vencimento, lamenta a perda para a Freguesia. Referiu ainda que não percebeu a recusa da oposição em aumentar as taxas, visto esta ser uma das únicas fontes de receitas da Junta de Freguesia.” (2)







“Tomou a palavra o Dr. Paulo Alves reconhecendo que o que tinha dito na Assembleia anterior tinha levado à sua não aprovação, no entanto só não concordava com a taxa do covato, achava que o aumento da taxa do covato deveria corresponder ao aumento do custo para a junta. Na altura o Dr. Paulo Alves sugeriu a alteração e não foi aceite. O Dr. Paulo Alves frisou que se calhar foi mais prejudicial a atitude do Presidente do executivo em não querer alterar esta taxa, pois provocou o não aumento das restantes taxas. Referiu ainda que está aberto a votar a proposta de aumento de taxas desde que seja em função do aumento de custos efectivos.” (3)

1- Representante do PS
2-Representante do CDS
3- Representante do PSD

10 de janeiro de 2007

A VINGANÇA DO PRESIDENTE ( UMA ESTRANHA FORMA DE ENCARAR A DEMOCRACIA)



Manuel da Conceição Pereira pretendia que o orçamento do corrente ano contemplasse um aumento dos covatos na ordem dos 30 por cento. Essa intenção foi rejeitada pela maioria dos deputados da Assembleia de Freguesia que a consideraram excessiva. Paulo Alves (PSD), no exercício da função, propôs que o aumento correspondesse “ ao aumento desse custo para a junta” (da acta) o que não foi aceite pelo CDS.

O Presidente, em vez de aceitar o jogo democrático, preferiu retaliar, decidindo não alterar a taxa dos covatos, vindo com isso a provocar “o não aumento das restantes taxas” (da acta). E não satisfeito com a maldade infligida a todo a população foi mais longe. Anunciou que, em consequência, pretendia passar a receber o ordenado, direito a que antes tinha renunciado.
Confuso? É simples. A exemplo do que sucede com muitos autarcas de pequenas juntas de freguesia Manuel da Conceição Pereira doava à instituição que dirige o ordenado a que tem direito. O caso é bem comum e merecedor de elogio. Mas sem exagero, porque quem anda na politica por convicção e tem um mínimo de posses, bem pode ser generoso e esquecer umas escassas centenas de Euros (pouco mais que o ordenado mínimo). Tudo normal, portanto.
O que não é normal é que o Presidente da Junta de Freguesia de Bustos tenha aproveitado o facto de ter perdido uma votação, para retaliar e declarar que, sendo assim, já não doava coisa nenhuma à instituição. Voltou com a palavra atrás, sabendo que com isso estava, objectivamente, a prejudicar as finanças do órgão a que preside.

“Tomou a palavra o presidente do executivo para acrescentar duas coisas: que o presidente da junta a partir de agora iria receber o seu vencimento e dá-lo-ia a quem quisesse no fim do ano. A outra é que algumas obras que eram para ser donativo do presidente da Junta passariam a fazer parte do orçamento da Junta” (da acta).
A vingança foi dupla. Não só iriam subir todas as taxas pagas pelos cidadãos como o executivo deixava de poder contar com o donativo (salário) presidencial para fazer certas obras que, em consequência, ficaram sem financiamento! Foi como se o cidadão eleito, Manuel da Conceição Pereira, tivesse decidido prejudicar a instituição e a obra do seu presidente, um tal Manuel da Conceição Pereira. (!!!)

Se alguém vislumbrar o alcance político desta tomada de posição, se alguém compreender o seu sentido ético, moral ou cívico que, por favor, me esclareça. Até lá ficarei escandalizado. Porque o Senhor Presidente Manuel da Conceição Pereira tinha assumido um compromisso para com a instituição e porque, para dar o dito por não dito, se refugiou numa mera e democrática divergência parlamentar!
É uma estranha forma de encarar a democracia. É um indigno postulado político. É uma vergonha!

Belino Costa

8 de janeiro de 2007

NECRÓFAGOS?



Será Bustos uma freguesia necrófaga?

A pergunta poderá parecer despropositada e excessiva. E no entanto ela justifica-se lendo o Plano Orçamental para o ano de 2007 da Junta de Freguesia. Logo na introdução o presidente do executivo, Manuel da Conceição Pereira (CDS), é bem claro quando sublinha a decisiva importância da venda de sepulturas no que diz respeito às receitas da instituição que dirige.

“Dado que as nossas fontes de rendimento não sofrem alterações, são poucas e advêm da venda de sepulturas, da feira e de taxas e serviços, cujo montante é reduzido (….)”, escreve e assina o senhor Presidente da Junta. (O texto pode ser lido clicando na secção Outros Textos.)

Assim nos diz que para o financiamento da Junta da Freguesia de Bustos é essencial que as sepulturas se abram. Que a gente morra!

Esta é a verdade fria e crua da letra do orçamento. Indiscutível é também o facto do cemitério sempre ter estado no centro da vida política local, até por via da recorrente questão do seu alargamento. O que me espanta, o que me deixa de cara à banda, é verificar que apesar da importância estratégica do cemitério nas contas da Junta, se tenha andado de remendo em remendo, repetindo erros atrás de erros, sem nunca se gizar um plano de expansão. Sem nunca se pretender resolver o problema.

A morte é triste, mas mais triste, mais trágico ainda, é verificar a enorme incompetência dos vivos que nos governam. Que se deixam guiar pela paixão de egos inflamados, em vez de se comportarem com inteligência e sensatez.

As receitas previstas para 2007

O principal financiador da Junta é o “Fundo de Financiamento das Freguesias” (55.180 Euros).
No capítulo das “receitas próprias” destacam-se três origens principais: “Mercados e Feiras” (9.000 Euros); “Cemitério” ( 6.000 Euros) ; “Atestados, certidões ou licenças” ( 5.000 Euros).

Aos rendimentos do cemitério acrescem os da feira. Ora a questão da morte é óbvia quando falamos de sepulturas, mas também não deixa de estar presente quando falamos na feira. Porque se Bustos tem uma feira regular desde 1936, o deve a uma geração de homens já mortos. Uma geração de oiro, de cuja iniciativa e trabalho ainda hoje depende o orçamento autárquico. É surpreendente, mas depois deles não houve capacidade ou inteligência para novas iniciativas, para criar novas fontes de financiamento.

Será Bustos uma freguesia necrófaga?
Não será irreal, nem insensato ou exagerado, concluir que a pergunta se justifica e que tem por resposta um rotundo sim!

A Junta de Freguesia de Bustos “alimenta-se” dos mortos. O que ajuda a explicar a importância que os covatos assumiram na discussão orçamental em finais do ano passado. Mas disso falaremos na quarta-feira.

Belino Costa

6 de janeiro de 2007

MAGIA DE REIS PROTEGE UDBUSTOS

Cortejo dos Reis Magos a favor da União Desportiva de Bustos vem noticiado no Bairrada Livre, 18-1-1975:
"Realizou-se, como de costume, a festa dos Reis Magos, cabendo a vez, este ano, a favor da União Desportiva de Bustos que rendeu cerca de 40 contos."
(in Bairrada Livre, na Local de Bustos da secção Bairrada de lés a lés, 18.1.1975)
cerca de 40 contos = cerca de 200,00€
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Caso inédito, que não serviu de exemplo.
António Henriques Vidal era o pároco de então.
srg
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...OS REIS, algures na Bairrada

‘Por seu lado, a festa dos Reis Magos é das mais importantes para o estudo da personalidade do povo bairradino em geral e mesmo de alguma iconografia pagã. Aí despontam os sinais e os símbolos religioso e histriónicos latentes na organização dos homens nativos; aí surge a religiosidade desta gente tocada por laivos de paganismo e de iconolatria. Por isso acho que a festa dos três Reis Magos constitui um importante elemento de estudo da psicologia do povo desta região.

Faz reviver a cena bíblica, conforme se sabe. Forma-se um grupo, geralmente sob a direcção do pároco local, os integrantes decoram os textos alusivos, alugam na cidade os trajos requeridos, ensaiam os cânticos e hossanas com as raparigas na presença da banda de música contratada para o efeito. Quando tudo está pronto, o grupo sai à rua. Estamos a 6 de Janeiro.

Cada Rei, montado no seu cavalo e vestido a preceito, conduz o cortejo de raparigas entoando os cânticos laboriosamente aprendidos e levando à cabeça, cada uma delas, a sua dádiva ao Menino Jesus – dádivas que depois serão leiloadas no adro da igreja junto com outras que aparecem ofertadas em carros alegóricos incorporados no cortejo.

Os Reis percorrem três caminhos diversos delineados previamente, através de alas de gente curiosa e atenta, indo encontrar-se todos ao mesmo tempo no largo escolhido, onde irá decorrer o auto da adoração dos reis Gaspar, Belchior e Baltasar e a simbólica entrega das dádivas que os acompanham.’

In Arsénio Mota, Recordações do Berço (citado anteriormente). Este corpo sobre os Reis foi extraído do texto ‘Natal, S. Silvestre e Reis’. Publicado pela 1ª vez no «Independência d' Águeda», 10-04-1954.

LOJA CHINESA

Chegaram os chineses. Que sejam bem vindos!

3 de janeiro de 2007

DEMOLIDA ANTIGA CASA DA CÂMARA E CADEIA


Seriam cerca de 10 horas desta manhã quando uma escavadora da Câmara iniciou a demolição da velha e (para mim) incaracterística Casa da Câmara e Cadeia.
Bastou menos de um dia para reduzir a nada a antiga construção, assim se cumprindo um propósito do actual executivo camarário.
A decisão decorre da deliberação camarária tomada no passado dia 28 de Dezembro, conseguida por 6 votos a favor e 1 contra.
O caso promete não ficar por aqui, por haver quem entenda que a demolição não deveria ter ocorrido sem a intervenção do Tribunal Administrativo de Viseu.
Será assim? Tenho dúvidas, até por desconhecer a natureza da intervenção do Ministério Público, que julgo ter-se limitado a instaurar um processo interno (designado por Processo Administrativo) na sequência de denúncia.
O ano político promete...
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oscardebustos

PELO SIMPLES FACTO DE EXISTIR

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro reinventou a propaganda, fez história e entrou para os anais do marketing político e da publicidade.
Interpretando as correntes mais minimalistas do pensamento, provando assim a sua extrema modernidade, o executivo espalhou por todo o concelho painéis anunciando que Oliveira do Bairro existe.

Podemos, finalmente, esquecer todas as dúvidas, hesitações ou receios porque aí estão os cartazes garantindo que Oliveira do Bairro é. E não contente com esta mensagem, tão necessária, tão importante, tão relevante, os cartazes acrescentam: Oliveira do Bairro é cultura, é desporto, é indústria, é etc…

Mais do que esta autêntica revelação, tão filosófica como pictórica (repare bem na foto), é uma felicidade poder contar com uma Câmara Municipal capaz de gastar dinheiro em cartazes enormes só para nos sossegar. E carinhosamente nos garantir que Oliveira do Bairro é cultura, é desporto, é etc.

E tal!

Os mais cépticos estarão escandalizados dizendo que se trata de dinheiro mal gasto, até pela ausência de uma verdadeira mensagem. Acusarão o município de gastar sem razão. Mas eu, que sou ingénuo e muito crédulo, agradeço a dádiva, tomo cada cartaz por um novo apostolado. Inclino-me e quase rezo.

Caro leitor, se amanhã me encontrar na rua não me dê os bons dias ou boas tardes. Neste novo ano exijo um novo cumprimento. Imploro-o. Por favor não me venha com um simples “Olá!”. É preciso que me diga,
“ Tu existes”.
Seguirei rua acima, certo e seguro de existir. E esse será todo o meu pensar.


EU
(Belino Costa)