31 de janeiro de 2007

LUCIANO FREITAS - UM HERDEIRO DA DIÁSPORA PORTUGUESA


Luciano Freitas – Um Herdeiro da Diáspora Portuguesa.

Ter um destino é não caber no berço
Onde o corpo nasceu.
É transpor as fronteiras uma a uma

(...)
(Miguel Torga, Fernão de Magalhães, Antologia Poética, Publicações Dom Quixote, 5ª edição, 1999. um excerto)

Foi “um emigrante durante toda a sua vida” (Élio)

Para todos nós ...“foi uma felicidade termos tido o prazer de viver perto dele durante todos estes anos” (Alcides)


Luciano Gomes da Silva Francisco de Freitas
nasceu em Manaus, Brasil em 12 de Julho, 1914. (Pais oriundos de Samel)

Aos 9 anos veio, com os três irmãos, para Samel, depois da súbita morte da sua mãe Francisca Gomes da Silva no Brasil. O pai, Joaquim Francisco de Freitas, voltou a casar e teve duas filhas, Maria e Humbertina, ainda vivas, residentes com família em Manaus, Brasil. Os irmãos Joaquim, Menano e António já faleceram em Portugal.

Luciano aprendeu a alfaiate e foi assim que chegou a Bustos.
Nos 30s e 40s, era costume os alfaiates e costureiras irem fazer roupa para casa dos clientes, agricultores ricos da região... A jorna era ‘a de comer’, para que se perdesse pouco tempo de trabalho.

Em 1934, casou na Póvoa de Bustos com Eugénia dos Santos (Fabiano), filha de Sebastião Simões Fabiano e de Maria dos Santos, passando a residir na 'Rua da Póvoa' até emigrar para a Venezuela.

Uns anos depois de casar, convidou um amigo, Adriano Rodelo, a formar sociedade com ele na Póvoa. Foi assim que o Ti’Adriano conheceu e casou com Caurina Luzio, vizinha da ‘Rua da Póvoa’.

O Ti’Adriano Alfaiate veio e ficou em Bustos para sempre.

Em 1945, já com os filhos nascidos (Alcides com 7 anos e Élio com 1) Luciano emigrou para Venezuela, onde viveu até 1975, ano em que os Freitas se juntaram na Califórnia. Aí viveu com a Eugénia até 2007, quando a morte o levou aos 92 anos de idade, no dia 20 de Janeiro de 2007, após 72 anos de casado.
Data de 1991 a sua última visita a Bustos.
Luciano Freitas é mais um exemplo da diáspora portuguesa. Foi “um emigrante durante toda a sua vida”. (Élio Freitas).

Ainda na Venezuela, Luciano Freitas mandou fazer a casa na Quinta Nova. No mesmo local, onde os filhos (que visitam assiduamante o seu terrunho) edificaram a moradia a perpetuar a homenagem a seus Pais.

Curvo-me perante a memória de Luciano Gomes da Silva Francisco de Freitas, enviando um abraço amigo à família: Eugénia dos Santos Fabiano,(sempre com Bustos no coração); ao Alcides e esposa Helen, ao neto Nelson e esposa Jeanne e ao bisneto Jack Freitas; ao Élio e esposa Anita e às netas Lisa e Marisol. A Maria e Humbertina e aos muitos sobrinhos/sobrinhas e aos ramos familiares de Samel, do Brasil e de Bustos.
sérgio micaelo ferreira

Nota:
Agradeço a Élio Freitas as preciosas notas biográficas.
Élio Freitas recorda que “Luciano era assinante do JB há muitos anos, jornal que lia sempre com muito interesse e saudades da terra que o viu crescer”.

srg

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