Salazar ainda não tinha dez anos no Governo quando criou o Campo da MorteO Decreto-Lei nº 26:539/1936, de 23 de Abril cria a ‘Colónia Penal’ do Tarrafal’ em Achada Grande de Chão Bom (ou Montado do Animal) na Ilha de Santiago, Cabo Verde.
O termo “colónia” servia apenas para disfarçar o autêntico Campo de Concentração que tinha por objectivo principal eliminar os opositores de Salazar, supostamente mais perigosos.
A confirmar está a actuação de um director e de um médico. Vejamos Edmundo Pedro.
«O desequilibrado e sádico capitão Manuel dos Reis –, fez questão de esclarecer os propósitos que o animavam na sua relação connosco. Mandou-nos reunir e fez um curto e incisivo discurso:
– Vocês aqui não têm direitos. Só têm deveres a cumprir! E não se iludam: quem entra aquele portão é Para morrer! E rematou: - Vão cair como tordos!»[1]
Sobre a actuação do médico, Edmundo Pedro escreve:
«O ‘Tralheira’ [é a alcunha do médico] esclarecer-nos-ia, com brutal franqueza, na fase final desse período, a propósito das nossas reclamações, nomeadamente quanto ao facto de os nossos camaradas terem morrido sem assistência médica:
– Não estou aqui para curar, mas para assinar certidões de óbito! Ainda nessa fase do «período agudo», numa outra conversa com os nossos representantes, voltaria a assumir a mesma posição, mas de forma ainda mais chocante:
– Em vez de seis, podia muito bem ter assinado quinze certidões de óbito!» [2]
Em suma, o Campo de Concentração do Tarrafal deve estar no circuito da História Negra da Humanidade, para que não haja branqueamento.
sérgio micaelo ferreira
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[1] Edmundo Pedro, Memória – Um Combate pela Liberdade, Âncora Editora, 2007 ; pg.s 381)
[2] Idem, pg.s 416
O Tarrafal não tinha nada a ver com os campos de extermínio de Judeus durante o regime Nazi como Belsec, Treblinka, Sobibor ou Chelmno ou como Auschwitz-Birkenau. Contudo foi um campo de concentração, parcecido com Dachau, para punir presos políticos cujo único crime foi o de oposição ao regime Salazarista. Ali deixavam-nos morrer de doença e depois sepultavam-nos. Nos campos de concentração nazis, a maior parte "saiam pela chaminé" os outros eram enterrados e mais tarde queimados. Visitei à meses sepulturas comuns na Floresta de Rumbuli perto de Riga onde estavam enterrados mais de 35.000 judeus mortos a tiro. Campos de concentração como o Tarrafal e Dachau devem ser lembrados e agradeço ao Sérgio tê-lo feito.
ResponderEliminarMilton Costa
O Costa, não diz a verdade, os que se metiam em merdas, como por exemplo, comunistas clandestinos, atacantes do regime, pois então, eram desterrados, para o Tarrafal, eu vivi essa época, a mim nunca me passou nada, e porquê? mártires, não existem, aqueles que Fod.... eram castigados,hoje em dia,insultam, gritam, clamam e tudo bem,obrigado
ResponderEliminarO Reinaldo é um nazi... Com ele não passa nada.
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