8 de maio de 2007

CÂMARA PODE COMPRAR O CINE BUSTOS


A notícia, assinada pelo jornalista Pedro Fontes da Costa, foi publicada pelo Jornal de Notícias do passado dia 24 de Abril e merece ser amplamente destacada e discutida. O Cine Bustos faz parte da história cultural do nosso concelho e a sua recuperação é um desafio que diz respeito a todos mas, muito especialmente, aos bustuenses.


Câmara interessada na compra do Cine Bustos

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro está interessada em comprar o Cine Bustos, em Bustos, Oliveira do Bairro, que já foi a melhor e mais avançada casa de projecção cinematográfica do distrito de Aveiro. O cinema que remonta à década de 70 está actualmente abandonado, assim como o salão contíguo onde se realizavam os famosos bailes de Bustos.Esta foi primeira sala de espectáculos do distrito de Aveiro a projectar filmes com som dolby estéreo (permitia a reprodução sonora em quatro canais esquerda, direita, centro e surround), o que na altura era um avanço técnico muito substancial.


Fernando Vieira, actual detentor de 50% do capital da casa de espectáculos, já se mostrou disponível para negociar com a Câmara a passagem do imóvel. O proprietário, que foi dirigente do clube de futebol local, explicou, ao JN, que tem toda a disponibilidade para dar uma nova vida ao Cine Bustos, mas apenas com uma cláusula "A Junta de Bustos nunca poderá fazer parte das negociações"."A Junta de Freguesia é que nunca pode surgir neste negócio. Nunca", reforçou Fernando Vieira, justificando que "a má experiência que tive com o presidente da Junta, devido à construção do campo de futebol do Bustos, obriga-me a manter o afastamento devido". Fernando Vieira sublinhou que ainda está inteiramente receptivo para ceder à via pública a parte mais antiga do Cine Bustos, que "representa um perigo para os peões, uma vez que foi construída mesmo em cima da estrada". "Esteticamente a implantação mais antiga (1934) do Cine Bustos está mesmo em cima da estrada quando aquele espaço deveria ter características pedonais".


Fernando Vieira salientou ainda que "a possibilidade da Câmara adquirir o Cine Bustos já tinha sido levantada, ainda antes das eleições, pelo actual vereador das obras António Mota". Recordou também que, quando regressou do Brasil, tinha a manifesta ideia de transformar aquele espaço num salão comunitário. Um local que poderia ser utilizado por todas as associações do concelho para fazer as mostras das suas actividades, uma vez que nem todas têm espaços adequados, mas com a evolução dos tempos acabaria por fechar por falta de público".Mário João Oliveira, presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, já referiu que "o imóvel é particular, mas, pelo que já representou, o concelho teria todo o interesse em que aquele espaço fosse dinamizado".

15 comentários:

  1. Anónimo19:46

    Estou curioso. Sempre quero ver se este texto e este tema consegue provocar algum debate. Ou será que os leitores mais participativos só são motivados quando o que está em causa é o sr Ulisses Crespo?

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  2. Anónimo21:53

    Segundo apurada investigação, os bc’s “bons cronistas” descobriram o filão… Sr. Ulisses Crespo!
    Pois pensa-se que também este tema vai ser participado, e bem por todos esses anónimos “infiltrados”.
    Esses tais que tem vergonha de dar a cara, os “tinhosos” que mudam de nome sem novo “padrinho”, assim minuto a minuto se for preciso.
    Com as mais recentes fugas de informação da nossa Câmara Municipal soube-se que o plano que está em cima da mesa para aquele local, consiste na demolição do prédio existente com execução de ampla zona ajardinada onde exista uma praça central e aí seja colocado o tal de Simon Bolívar em cima do seu incansável cavalo, ladeado finalmente pela ansiada estátua do Sr. Ulisses Crespo.

    Pois eu não concordo!

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  3. Anónimo23:22

    Temos de reunir as tropas!
    Andam aqui elementos que teimam em destabilizar em vez de unir, abamar em vez de fixar, enfim repuseram de novo o tema U. C. ao barulho!

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  4. Vamos falar de coisas sérias.
    A notícia do Belino não é nova e, quanto a demolições, o que se diz é que a Câmara poderia demolir uma parte do antigo salão de baile, junto à rua Jacino dos Louros, de forma a alargar a visibilidade daquela rua próximo do entroncamento com a R. 18 de Fevereiro. Seria, pois, uma demolição parcial do edifício mais antigo.
    O interesse da Câmara levanta 2 questões:
    1ª- A da recuperação do edifício (composto pelo cinema e pelo antigo salão de baile) para fins comunitários, pondo fim ao actual abandono e consequente degradação do imóvel;
    2ª- E a da eventual demolição duma parte do antigo salão, que possui uma escadaria de acesso ao 1º andar e um balcão neste, ambos com algum interesse histórico e patrimonial.
    Não estando em crise que a solução da compra só trará vantagens para Bustos, impõe-se analisar as consequências da tal demolição parcial do velho salão de baile, que também foi a primitiva sala de cinema.
    Claro que descarto a solução da compra pela comunidade bustuense, cujos custos suponho incomportáveis.
    Ou, pelo contrário, será que ainda nos sobra pedalada para repetir o feito histórico da compra do palacete do Visconde, em 1979?

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  5. A bem dizer, a entrevista do Dótô levanta uma 3ª questão: a da Sra. Junta, que ele quer fora do baralho.
    E todos sabemos porquê: sentiu-se apunhalado pelas costas pelos anteriores Pres. da Câmara e da Junta.
    O homem forte da nossa UDB esfarrapou-se todo para fazer chegar a UDB onde está, mormente para ter o campo que hoje tem.
    Neste aspecto e feitios à parte, percebo a reacção dele.
    Ainda por cima, o homem tem memória de elefante e mão pesada...

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  6. Anónimo02:04

    Ainda se fosse uma estátua de JACINTO DOS LOUROS,agora simon bolivar?????!!!!!!!

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  7. Anónimo20:53

    Esta é uma questão que já teve projecção quer no Jornal da Bairrada, quer no Jornal de Notícias, e parece-me que aqui no NB, já é a segunda vez, que a referencia a este caso, surge. E de facto um tema que todos nós deviamos acompanhar com toda atenção. E um espaço que neste momento se encontra a degradar a "olhos vistos", e que teve um papel de destaque, o texto de BC alerta, e muito bem, que "o cinema remonta a década de 70, e que já foi a melhor e mais avançada casa de projecção cinematográfica do distrito de Aveiro".No salão contíguo, realizavam-se "os famosos bailes de Bustos". Parece-me que temos aqui um edifício com uma grande carga simbólica, que foi testemunha do desemvolvimento cultural e social de Bustos, e sobretudo do progresso técnico, no caso do cinema, que não tinha paralelo no distrito de Aveiro. Creio que todos nós reconhecemos o interesse em manter este edifício em bom estado,e sobretudo funcional, por ter sido um marco de progresso e de união social e cultural. Por outro lado, também a necessidade do espaço, é de particular importancia, recordo que temos o Orfeão aqui de Bustos a funcionar num espaço inadequado, torna-se imperativo surgir um espaço em Bustos onde os diversos organismos possam apresentar as suas actividades. Gostaria de chamar a atenção que o salão Polivalente das Obras Sociais, não garante a igualdade de acesso a todas as pessoas, que pretendam prsenciar actividades naquele espaço. Acredito sinceramente que há motivos suficientes para que o espaço seja adquirido, o propietário, ao que parece, mostrou-se disponível para negociar com a Camara, e também Mario João Oliveira, referira já que pelo que o imóvel tinha representado, havia todo o interesse para o concelho que o espaço fosse dinamizado.
    Há? a intenção das várias partes para que este espaço, seja dinamizado, espero que a ideia se constitua obra, nomeadamente obra feita.

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  8. Anónimo23:27

    Para além do mais, o que interessa que a autarquia local Junta de Freguesia seja posta fora da negociação de um imóvel com alegado interesse comunitário local, se esta negociação até já havia sido iniciada pela candidatura partidária (que ganhou as eleições, é certo!) tal como referiu uma das partes interessadas (afinal titular de 50% do imóvel a vender!) relativamente a um candidato (que é agora vereador comendado-medalhado pelo dito titular de 50% do imóvel a vender!), e que a autarquia local câmara municipal ajoelhe perante esta condição ignóbil, em vez de contrapôr a exigência da participação da autarquia ostracizada? É que a não ser assim, tanta congeminação de interesses acaba por fazer passar a ideia de "pagamento de promessa eleitoral"... E se assim fôr, está a escrita toda borrada..., porque faz-se passar a ideia do interesse público num edifício que afinal é, pelo menos parcialmente, para demolir, mas ao fim ao cabo o que acaba por acontecer é pagar bem pago patromónio privado desactivado, depauperado, e, por tabela, com uma desvalorização progressiva e permanente. Ou não será assim?

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  9. Anónimo12:59

    multiplos interesses...

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  10. Anónimo13:53

    Parafraseando o Oscar de Bustos, isto sim, é que é falar de coisas sérias...

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  11. Anónimo01:33

    UC uma obra surrealista,uma obra pós modernista

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  12. Anónimo21:19

    Realmente as “nossas terras” precisam de mais espaços ajardinados, de mais infra-estruturas de apoio ás actuais associações e ás que possam vir.
    Tudo isto é verdade, mas o quê, e como executar?
    O edifício em questão quase nada tem de interesse arquitectónico, por isso se tiver de vir abaixo para dar lugar a nova obra, nada de significativo se perderá.
    Obviamente que no âmbito da historia de Bustos ele ocupará sempre o seu lugar.
    Existe no momento uma questão que urge colocar.
    Quem suportará o valor a pagar seja qual for o projecto a executar?
    Vejamos as coisas como elas são. Os tempos que vivemos não estão fáceis economicamente, o que provoca uma retracção no acto de “dar”, melhor dizendo, uma grande parte das pessoas vive dias difíceis, e por isso não poderá contribuir ou contribuirá com muito pouco.
    Esse será mais um motivo para motivar uma solução de consenso, motivar portanto também a participação da junta de freguesia, e não exclui-la. Hoje está lá uma pessoa, um partido e amanha estará lá outro, sempre foi assim e assim continuará.
    Posteriormente á execução da obra que for, existirá a manutenção, e não parece que haja pessoas com sentido de mecenato para trabalhar e pagar a factura…
    Sendo assim serão todos necessários: O actual proprietário, a junta de freguesia, a Câmara Municipal e claro o Povo de Bustos.
    Seja qual for a obra, não esqueçam que será fundamental o alargamento da estrada e excussão de passeio, assim como a criação de novos lugar de estacionamento (que ajudariam a reduzir ou a eliminar o actual caos que se instala a determinadas horas do dia naquela área).
    Que não se criem é espaços para estarem ás moscas, pense-se bem antes de actuar!
    As pessoas cada vez estão mais fechadas no seu “canto”, são mais individualistas, por isso antes de se gastar uns euros dos contribuintes, pense-se bem!
    Quanto a Bustos, é uma terra como as outras, tem é sido pouco trabalhada, mas isso é culpa de todos, pois as iniciativas para criar, inovar, melhorar… São sempre bem vindas, e qualquer cidadão as pode tomar.
    Afinal vivemos em democracia!

    Anónimo X

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  13. Anónimo22:10

    Realismo, lucidez de análise e pragmantismo quanto baste. Parabéns Colega X.

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  14. Anónimo00:18

    Mais um elefante branco ,já há um ao lado da igreja que nos devia envergonhar e parece ter sido construido só para servir como filial dum banco

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  15. Ontem de madrugada tentei pôr aqui um comentário, mas como estive tempo demais a tentar escrevê-lo, sumiu-se. Até as novas tecnologias são controleiras...
    Queria eu dizer mais ou menos isto:
    1º - Os tempos são difíceis e a Câmara está limitada em termos financeiros, até porque tem em mãos investimentos de vulto e que definiu como prioritários.
    2º - Para a aquisição do imóvel, tout court, a CM não precisará da intervenção da Junta, nem de outros intermediários. Seja como for, não passa pela cabeça de ninguém a imposição duma cláusula “contratual” como a que o Dótô sugere. Ainda por cima, não tem natureza real, pelo que não pode ser levada a registo predial…
    3º - A elaboração, apresentação e até a execução do projecto pretendido, esses já não podem decorrer à margem da Junta. Seria falta de sentido de Estado.
    Em caso algum diferentes orgãos do poder local podem coexistir de costas voltadas e muito menos hostilizarem-se.
    As queixas dos munícipes, por mais sentidas que sejam e os ódios de estimação, não podem condicionar os actos de gestão duma autarquia e o respeito que é devido às mais elementares regras institucionais.

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