20 de março de 2007

“Hilário Costa … fez da sua terra a matéria-prima para o seu canto e arte. (Ulisses Oliveira Crespo)



“Enganaste (...) a morte vem antes da vida, morreu quem fomos, nasce quem somos, por isso é que não morremos de vez. E quando vamos para debaixo da terra vida (...) não será isso morte sem recurso. Se estamos falando dele, nasce (...). Mas ele não o sabe. Tal como nós não sabemos bastante quem somos e estamos vivos.”

(José Saramago, Memorial do Convento)


Não vou dizer que em Bustos o conhecimento não abunda e o reconhecimento escasseia, tão-só erigir um memorial de toscas palavras para celebrar o centenário do nascimento de um bustoense que fez da sua terra a matéria-prima para o seu canto e arte. Falo, bem o sabeis, meus caros conterrâneos, de Hilário Costa (1907-2007). Falo de um homem que conheceu as agruras da emigração; conheceu os sabores da saudade do seu Bustos natal; cantou as suas gentes e prestigiou o nome de Portugal, quer nos Estados Unidos, quer na Venezuela, onde foi distinguido com a medalha de mérito Diego Losada. Contudo, também não esqueço a meritória campanha que desenvolveu em Bustos para dotar as escolas de pára-raios e a luta que travou para as equipar com cantinas escolares. Preocupações que evidenciam a ternura sentida pelas crianças.


Similarmente, nesta singela homenagem, reconheço a singularidade do seu carácter, a magoada saudade dos seus versos e, ao fazê-lo, tenho como desígnio evitar que a morte não seja «sem recurso» e a memória da sua passagem pela terra definitivamente amortalhada pelo esquecimento.


Acredito que uma das poucas obrigações dos vivos, no meu humano entender, é preservar a mem6ria dos mortos, não apenas em epitáfios os quais apenas inscrevem o começo e o fim de uma vida, senão em transmitir o legado ou legados que distinguiram a sua vida de homem. A 12 de Março de 2007, cumprir-se-á o centenário do nascimento de Hilário Simões da Costa. É tempo, pois, de dar a conhecer a sua poesia, de assinalar o centenário do seu nascimento com uma homenagem oficial e digna. É tempo de acabar com a falta de amor pelo autóctone; de consagrar a memória dos bustoenses dignos de mérito.


Assim, embora Hilário Costa já não esteja entre nós, ingratos vivos, cumpre às entidades oficiais homenageá-lo e, àqueles que o conheceram presentificar os seus feitos de homem, entoantando um hino à memória do:


Pintor de alma pura

Que pintas quadros de paixão em fogo

Para isso tens muito jeito.

Não me pintes cenas de guerra…

Já que nasceste com coração no peito,

Não te esqueças do meu povo

E se te sobrar pintura;

Pinta-me a gente da minha terra!...


Ulisses Oliveira Crespo, Crónicas de Bustos,
publicado em folha A4, com circulação restrita, anterior a 11 Novembro de 2006
.


12.03.2007, Com lágrima


.Partilhado o minuto de silêncio com Hilário Simões da Costa, o Comendador Ulisses de Oliveira Crespo dirigiu-se “ao sarcófago de Hilário Simões da Costa e disse:
Amigo Hilário, se há algum sítio no mundo donde possa estar, creio que nos está a ouvir…
Hoje, 12 de Março de 2007, viemos aqui …
Ponha-se forte que sábado vai encontrar aqui muitos amigos que nunca o esquecerão.
Até sábado, Hilário”, concluiu.
Aconchegados pela memória do ilustre bustuense, Hilário Costa, foi lida a peça de Belino Costa editada para a sua evocação no Notícias de Bustos:“ÀS VEZES TUDO PARA MIM ERA POESIA” – HILÁRIO COSTA NA PRIMEIRA PESSOA”. O dardo da emoção vidrou os olhos.
...
O encerramento aconteceu ao jantar, no Piri-Piri, que trouxe "mil” memórias e ainda houve tempo para perspectivar o próximo, e já acontecido, 17, dia da evocação de Hilário Costa.
sérgio micaelo ferreira



30 comentários:

  1. Anónimo21:33

    realmente o ulisses crespo representa o que há de melhor em BUSTOS,principalmente o rendimento minimo garantido...

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  2. O drama que o amigo Ulisses atravessa não colide com as amizades.
    Ele e Hilário Costa foram sempre grandes amigos.
    Subliminarmente, o comentador (não disse comendador) faz discriminação, mas o mundo e a vida não se fazem só com os que triunfam. O Ulisses, que já foi rico, é hoje pobre e não fora o rendimento mínimo garantido e os amigos e passaria fome.
    E vamos discriminá-lo por causa disso?

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  3. Anónimo21:39

    tenho pelo SENHOR HILÁRIO COSTA grande admiração,tb me matou a fome e é com pessoas como ele foi que o mundo pula e avança,não com petulantes como esse senhor que só conhecem a humildade quando vivem ele e a sua familia a custa dos impostos de quem trabalha, é um mau exemplo esse senhor ulisses do que o ser humano tem de pior,que vá trabalhar que ainda tem bom corpo,aliás isso foi coisa que ele nunca fez...

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  4. Anónimo23:48

    Anónimo, espero que o senhor não faça parte de nehuma instituição de solidariedade social, porque da forma que descrimina as pessoas, muita gente ficaria com falta de cuidados.Todas as pessoas, tem direito a viver de forma digna.O Ulises decidiu prestar a devida Homenagem ao seu amigo que já partiu, tal como qualquer pessoa tinha o direito de o fazer. O Ulisses de certa forma quando era rico sempre esteve atento ao que se passava em Bustos e deu o seu contributo,este acto foi a prova, de que apesar de ser pobre continua a participar apesar dos dramas por que atravessa. Espero que goze sempre de boa saúde financeira, caso contrário saberá o que é vir lá de cima cá para baixo, e não é nada agradável, e não se esqueça, ninguém está livre de altos e baixos na vida.

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  5. Anónimo10:21

    O ULISSES, se calhar vive de uma pensão como tantos outros em Bustos, entre os quais alguns com largos mil de euros no banco, que injustamente a recebem sem nada terem feito pelo seu país.
    No entanto o ULISSES já fez mais por Bustos e pelo seu país do que certamente aqueles que tanto o criticam. Possivelmente tendo em conta tudo isso é que apesar de já não ser rico em dinheiro (dinheiro que ganhou com o seu trabalho), continua a ser rico em amigos.

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  6. O último comentador acertou na mouche. Diga-se o que se disser, o "comendador" Ulisses foi sempre -e continua a ser- um bustuense de gema. Tal como Hilário Costa (a par doutros), defendeu e promoveu Bustos na diáspora com um empenho notável.
    Sempre existiu nos dois uma grande vaidade por Bustos e um enorme empenho nas causas da nossa terra.
    Fiquem a saber que sem o empenho de Ulisses Crespo na Venezuela dos finais dos anos 70 talvez não chegássemos a comprar o Palacete e a ter a ABC (pelo menos, tal qual a conhecemos). O maior contributo financeiro para os 8.000 contos iniciais (uma pequena fortuna, para a época) veio da Venezuela e o Ulisses foi pedra chave na recolha de fundos (com outros bustuenses, de que recordo o Manuel Crespo, se não me falha o nome).
    Ironia do destino: acabou por cair nos braços da solidariedade social.

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  7. Anónimo21:47

    Oscar,

    Teve uma intervenção 5 estrelas.
    Subscrevo inteiramente o que disse.

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  8. Anónimo22:30

    DAR prás criancinhas que gesto mais gentil,são como as avezinhas chilreando no m~es de abril(versos DE HILÁRIO COSTA), e já agora ANTÓNIO ALEIXO....quem trabalha e mata a fome não come o pão de nimguem

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  9. Anónimo22:44

    És feliz vives na alta,e eu de ratos como a cobra,porquê?porque tens de sobra o que a tantos faz falta.....quanto a solidariedade humana e social tenho que baste e não se preocupe com os cuidados de quem depende de mim ,quer pessoalmente quer profissionalmente

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  10. Anónimo23:11

    Caro anonimo n.º 1

    Parabéns por ser politicamente incorrecto...

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  11. Anónimo14:21

    "por ser politicamente incorrecto" o =maldito= ulisses até está bem na presidência da comissão

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  12. Anónimo14:36

    Estou comovido com o valor desse senhor ulisses,acho que deve ser proposto para presidente da junta,homem de tantos predicados e com tantos amigos,escritor comendador enfim....

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  13. Anónimo18:18

    Ilustríssimo anónimo,

    O que o Ulisses fez por Bustos ( já fez mais que muitas pessoas), tenho eu conhecimento. Visto que sua excelencia se escuda atrás do anonimato não posso ver o seu extenso currículo em prol da terra, o que é de facto uma pena ( não quero dizer com isto que não tenha feito nada) mas podia começar por ser um bom exemplo, se o for.

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  14. Anónimo18:59

    segundo o que me consta ,e segundo fontes idoneas talvez não seja bem assim,não me quero alongar muito e nem desejo time tables exclusivos em casas de alterne,!é lindo quando temos a oportunidade de oferecer a nossa amizade......tudo o que sou ,custou-me trabalho honesto,quanto a si sr alberto não o conheço

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  15. Anónimo22:24

    $zeus$ não conhece o ?sr alberto?.
    O ?sr alberto? não conhece $zeus$.
    Porra. arre. chiça. isto é demais. Vou até ao Subre munde.

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  16. Anónimo23:05

    então convida o sr comendador

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  17. Anónimo00:01

    telefona-lhe

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  18. Anónimo00:34

    Zeus,

    E natural que não me conheça, mas posso-lhe dizer 3 coisinhas que me definem, sou Bustoense, sou bastante jovem e não gosto do BLA BLA BLA do costume, sem trabalho palpável.

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  19. Anónimo19:21

    ulisses herói da mitologia grega grande guerreiro e ardiloso herói da guerra de tróia...está tudo dito

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  20. Anónimo20:02

    e a gente anónima que contribuiu para o ABC e outras instituições não se lhe deve tb reconhecimento??????.....

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  21. Anónimo10:01

    Zeus,

    O nome Ulisses foi-lhe atribuido, não se intitulou herói da mitologia grega, por outro lado, é algo que o senhor tem vindo a fazer com alguma frequencia, intitulando-se Zeus ( deus grego supremo e senhor do céu).
    Quanto as pessoas que contribuiram em iniciativas qu dignificaram o nome de Bustos, todas elas merecem o devido reconhecimento. Era o que o Ulisses estava a fazer a uma delas, Hilário Costa, cidadão dedicado entre muitas outras qualidades, até que alguém não tendo o que dizer da peça apresentada, resolveu atacar a pessoa que a produziu. Esta peça apresentada tinha em forma de crónica, a finalidade de louvar Hilário Costa, bem haja ao Ulisses.

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  22. Anónimo16:40

    quem faz mais juizos de valor é o senhor,quanto ao senhor ulisses estou-lhe a dar importancia a mais,acho engraçado,o senhor ulisses é um herói, um cidadão dedicado,um bustuense ilustre,um comendador...

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  23. Anónimo17:21

    quereis continuar a polémica?

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  24. Anónimo10:31

    Brevemente sairá alguma informação do percurso do moçambicano Ulisses de Oliveira Crespo, filho de Manuel de Oliveira Crespo e de Júlia Ferreira ‘Barreto’ nascido no Hospital Miguel Bombarda, Lourenço Marques (actual Maputo), em 2 de Agosto de 1931.
    sérgio micaelo ferreira, 26.03.2007

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  25. Anónimo13:00

    uma autentica epopeia.....e aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando....cantando espalharei por toda a parte se a tanto me ajudar o engenho e arte..

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  26. Anónimo10:35

    Zeus

    Não continuo a polémica pois não tenho mais nada a dizer relativamente a este assunto, uma vez que tornei clara a minha posição. A minha intenção não é impor-lhe nada como se de um Deus me tratasse. Até a próxima.

    Alberto Martins

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  27. Anónimo21:13

    THE END!VIVA EL COMENDADOR!?

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  28. Anónimo22:38

    eu penso que quando se fala muito de uma pessoa so ha dois motivos ou se admira muito uma pessoa ou se tem franca inveja que acho ser o caso. Zeus é que é petulante, mesquinho, pessoas como este indivíduo não fazem faltinha nenhuma em Bustos .

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  29. Anónimo23:04

    zeus veja la se nao cai do Olimpo ao trambolhão e precisa de um empurrãozinho da boa vontade que há ca em Bustos...

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  30. Anónimo23:19

    tudo boa gente e bustuenses impolutos,uma visão muito caciqueira, tipo coronéis pseudo-democratas,quem não é por nós é contra nós,faz-me lembrar o éxercito de libertação de fermentelos,que eu saiba os atitudes publicas das pessoas podem ser ou não objecto de juizos de valor...

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