Historiador, no meio das pesquisas sobre Covões, exibiu-me uma peça, referenciando o lugar de ‘busto’ já existente no séc. XIII. Enquanto se espera a sua divulgação circunstanciada, entendo ser oportuno editar o texto extraído de Bustos do Passado, (Arsénio Mota), Edição da Junta de Freguesia de Bustos, Fevereiro, 2000.
Pelos dados recolhidos pela profª Drª Maria Alegria H. Marques e citados por Arsénio Mota, pode inferir-se que afinal “Bustos” já foi “Busto”.
Os historiadores têm muito trabalho pela frente.
A merecer apoio.
Eis a peça inserta em “Bustos do Passado, de Arsénio Mota:
“Bustos em carta régia de 1425
Entretanto, não é o documento de 1460 que contém a referência mais antiga que se conhece ao topónimo que identifica a nossa terra. Graças a uma pesquisa especial efectuada pela na perspectiva de melhor informar o presente estudo, foi possível descobrir nos NA/TT uma carta de D. João I (1357- 1433) dada em Santarém, a 23 de Fevereiro de 1425. Refere-se a carta a uma contenda entre Martim Lourenço, maioral das vacas do prior do mosteiro de Cárquere e outros homens bons da serra de Montemuro, contra Diogo Afonso Correia, cavaleiro, sobre o «pagamento dos montados de Busto e da Messa e Malhada e Valles Covos e montados d'arredor». No texto, assim amavelmente trazido ao nosso conhecimento, o sítio de Busto é localizado no almoxarifado de Aveiro[27]
Eis a mais remota alusão a Bustos que pudemos rastrear nas fontes documentais. Deste modo, conclui-se que esta terra era habitada já em 1527, pois o recenseamento da população desse ano regista aqui a existência de seis casas, e que antes, em 1425, pelo menos tinha nome identificador, sem todavia se poder saber se era terra habitada ou não.”
(pgs. 29)
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[27] Livro 1º de Direitos Reais (microfilme 1020), fls. 233-235, Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. [Nota da profª dª Maria Alegria F. Marques]
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No seu livro, Arsénio Mota fala dum documento de 23 de Fevereiro de 1425, portanto do séc. XV.
ResponderEliminarO Altino noticia-nos agora um documento do séc. XIII, onde a referência ao "montado de Busto" é idêntica.
Esta referência ao séc. XIII constitui um dado histórico muito importante.
Força Altino!
o de b. 1 obrigado, mas o trabalho- trabalho peretence a outros: No caso vertente o Arsénio Mota divulgou o que a Profª Drª Maria Alegria F. Marques encontrou nas suas andanças pelas veredas dos papéis de trazd'ant'ontem.
ResponderEliminarsérgio micaelo ferreira, 30.03.2007
A informação contida no livro de Arsénio Mota e no caso mais específico do material recolhido pela Professora Doutora Maria Alegria F. Marques, constituiu aquele que é o trabalho mais difícil que é encontrar linhas condutoras para prosseguir um estudo, permitindo de facto gerar um enquadramento. Se o recenseamento da população em 1525 permitiu de facto demonstrar que Bustos já era terra habitada na altura, os documentos de 1460/1425 permitiram demonstrar que O toponimo Bustos ( Busto) já existia. Por outro lado, será o documento de 1425,que traz uma pequena informação, referindo-se aos " Montados de Bustos e da Messa e da Malhada e Valles Covos e montados de arredor". Permite-nos de certa forma esboçar aquela que seria a imagem de Bustos, imagem de montado, constituida por sobreiros e azinheiras,espaço associado a pastorícia, visivel actualmente na zona do Alentejo . O sobreiro fazia parte da vegetação natural da Península Ibérica constituindo grandes florestas em associação com o carvalheiro antes da acção do homem. E de salientar que temos um lugar em Bustos chamado Sobreiro, onde se dizia existir um grande sobreiro que viria dar origem ao nome do lugar. Apesar de actualmente não vermos sobreiros em lado nenhum suponho que os havia em abundancia antes da acção do homem, o lugar onde ainda os podemos localizar em Bustos é precisamente onde a acção do homem não tem incidido de forma agressiva, ou seja junto ao moinho do professor Licinio. A peça do século XIII, do historiador que pesquisa sobre Covões poderá vir a fornecer dados muito importantes, bem haja e bom trabalho.
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