26 de fevereiro de 2007

LOUROS PARA JACINTO, DIA DE BUSTOS'07

18 de Fevereiro de 2007. Ílhavo. Cemitério. Preito de Homenagem a Jacinto dos Louros.


Familiares, Notícias de Bustos e demais amigos manifestaram o seu reconhecimento ao ‘grande obreiro’ Jacinto dos Louros e correligionários pela construção da Freguesia de Bustos alcançada em período frágil da 1ª República, acossada pelos monárquicos e pelo clero, e em condições adversas que chegavam a ameaçar a integridade física da Ilustre Figura Bustuense.

Eu também sou de Bustos’

Colocada a primeira coroa pela Família de Jacinto dos Louros, Mário Reis Pedreiras depôs a coroa do Notícias de Bustos. Um cartaz do Dia de Bustos adornava o testemunho de gratidão para com o Fundador da freguesia de Bustos. As duas irmãs, D. Cândida Simões Guerra e D. Benilde Simões Guerra e Silva, presentes de pé firme, na primeira linha da Homenagem a seu Pai, também sentiam orgulho pelo ‘glorioso dia’ 18 de Fevereiro, conforme ficou espelhado na afirmação ‘Eu também sou de Bustos’.

Jacinto dos Louros, um lutador

Belino Costa, pesquisador da História de Bustos do período da criação da Freguesia, realçou a luta travada por Jacinto dos Louros e recordou “todos os outros bustuenses que tiveram um papel importante, dignificando e levando mais além o nome de Bustos por esse mundo fora”. (Alberto Martins, 18 DE FEVEREIRO: MANTEIGA SEM SAL, 20. 2.07). Na sua intervenção, Belino Costa expressou a vontade que acompanhou o seu avô Vitorino Reis Pedreiras e correligionários em trasladar as ossadas de Jacinto dos Louros para Bustos. ‘Seria a satisfação de uma dívida de Bustos para com Jacinto dos Louros’. No entanto ficou bem claro que estava bem junto da sua esposa D. Maria da Conceição Guerra, senhora que “aceitou o desconforto, a agitação e as ameaças a que os inimigos políticos do meu pai os sujeitaram, na tentativa desesperada de resgatar a importância e os privilégios que o regime deposto lhes garantia”[1].


Jacinto dos Louros, Dr. Manuel dos Santos Pato, Vitorino Reis Pedreiras, sempre presentes!

Apesar de se sentir “exilado longe de Bustos” [2],Belino Costa inferia que através de trocas epistolares, Jacinto dos Louros adubara a Amizade com Vitorino Reis Pedreiras que se estenderia pelo tempo. Outro grande Amigo foi o Dr. Manuel dos Santos Pato[3], benemérito por excelência. Os reencontros em tempo de férias de Agosto e das vindimas na Casa da Barreira, ajudava a Família de Jacinto dos Louros a retemperar a fibra do sentir Bustos. Vem à colação o saudoso Eng.º Manuel dos Santos Pato (Neo Pato) .– cidadão sempre presente nos acontecimentos que dignificavam a sua terra natal. ‘Bustos deve-lhe uma homenagem’ – alvitrou Belino Costa e, erguendo a mão lá para o zénite, parecia espreitar a conversa de Jacinto dos Louros com Vitorino Reis Pedreiras e os seus correligionários, a tentar explicar porque Jacinto dos Louros saíra abruptamente de Bustos, pouco tempo depois da inauguração de um moderno estabelecimento comercial.

Saída abrupta de Jacinto dos Louros

A D. Cândida justifica essa partida com o aparecimento de uma doença da sua Mãe, associada à necessidade de mandar os filhos para o Liceu de Aveiro. E Ílhavo era tão perto. Recorda D. Cândida, que a Família saiu em dia chuvoso na charrete [era uma break] do Dr. Pato, ‘tivemos a companhia de uma multidão que se deslocou de bicicleta ou a pé até Ílhavo.’

Os melhores anos dos dois [Jacinto dos Louros e Maria da Conceição Guerra]
foram aqui passados [Bustos].

A cerimónia no cemitério de Ílhavo foi encerrada com o testemunho de D. Cândida Guerra em representação da Família, texto editado em 18 DE FEVEREIRO: COM EMOÇÃO. 20.02.2007, (merece ser lido).
_______________

Em BUSTOS, aconteceu

A reter

Como professora [Maria da Conceição Guerra] permaneceu sempre respeitada e reconhecida pelo empenho e rigor com que exerceu a sua actividade.Ensinou e educou com dedicação todos os seus alunos e amou Bustos como se aqui tivesse nascido (da intervenção de D. Cândida Guerra)­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

Cada bustuense deve sentir-se herdeiro das aspirações dos cabouqueiros que construíram a Freguesia. O prosseguimento na luta contra o esbatimento das desigualdades sociais e a busca progressiva do bem-estar deverão incorporar o melhor sentido de Homenagear Jacinto dos Louros e os seus correligionários.

Notas
a) Um agradecimento especial à Família de Jacinto Simões dos Louros pela disponibilidade e carinho com que participou nas actividades do Dia de Bustos. À ausente-presente D. Mariazinha Simões Guerra, o nosso desejo de melhoras.

b) O 9 de Maio de 1920 marca o dia das primeiras eleições para a Junta de Freguesia de Bustos. A efeméride deveria ser comemorado com pompa. Motivo não falta. E acresce ser o Dia da Europa.

c) Considerando que Jacinto dos Louros foi ‘o grande obreiro’ da criação da Freguesia de Bustos, proponho que a sua fotografia seja colocada em lugar nobre no hall de entrada do edifício da Junta e da Assembleia de Freguesia, ao lado do retrato do Dr. Pato. Para além das fotos, cada uma destas duas figuras são dignas de estarem representadas no respectivo busto exposto em local condigno.

d) O Almoço no Piri-Piri marcou o retomar de uma tradição vinda do tempo da Ditadura. NB apreciou a presença da família de Jacinto dos Louros, tendo D. Cândida e D. Beatriz (Guerra) prestigiado a mesa de honra, mesmo em condições de algum aperto.

e) A Belino, Milton (Costa), Chico (Humberto), Óscar e outros, um obrigado ‘por terem posto a máquina a funcionar’.

sérgio micaelo ferreira
_____________
[1] Da intervenção proferida por D. Cândida Guerra.
[2] Idem .
[3]Nos primórdios da Ditadura saída do golpe de 28 de Maio de 1926, o Dr. Manuel dos Santos Pato foi saneado do cargo de Conservador do Registo Civil de Oliveira do Bairro. Até hoje não houve qualquer manifestação de desagravo.

Sem comentários:

Enviar um comentário