gente da nossa gente – 4
Em recente dia[1], o engenheiro FERNANDO SILVA, abriu as portas da sua elegante mansão, na Palhaça, para receber um grupo de amigos, na sua maioria Bustuenses. Tratava-se do grupo conhecido por ‘OS GUARDIÕES DOS SABORES”, (a saber), ... são o prolongamento dos que antes eram conhecidos por "os molhaqueiros" e "os taineiros",[2] mas agora este grupo incumbe-se de zelar pela continuação e cultivo das nossas velhas tradições.
Desta vez, tratava-se de um "ágape" de charros de par com batatas e grelos. O bodo ressaltava à vista, não só pela maestrina cozinheira (a irmã do anfitrião) e também por se desfrutar de um momento acolhedor.
O agasalho contou com a assistência de bons vinhos, de colheita particular com origem demarcada na zona de Sangalhos.
“charro de par”, porquê?
Antes da intervenção degustativa, abordou-se o porquê de se chamar "charro de par". Uns afirmavam que as suas mães lhes explicaram que antes vinham as sardinheiras e sardinheiros com charros salgados metidos um dentro do outro, outros insistiam porque eram vendidos a cada dois, ao fim concluiu-se que era charro de par, por ser "um par de dois".
Acto contínuo divagou-se sobre a degustação, afinando gostos e paladares: o Chico Humberto, jactando-se de batateiro credenciado, garantia que estes tubérculos estavam dentro da qualidade para este tipo de comida, e, para credenciar a robustez do seu parecer, afiançara que “de batatas sei eu”.
O amigo Manuel Romão, como técnico em panificação, foi insistente em afirmar, que “estes charros estavam bem adubados ao que ao sal se refere e foram preparados por quem é conhecedor”.
Mas o ponto culminante, tocou a Milton Costa, constante em afirmar que na qualidade de professor de microbiologia, era a pessoa indicada para falar de hortaliça, porque ademais de grelos sabia ele.
hora do “plus café”
Chegou a hora do "plus café" e com o decorrer das conversações que abonavam a dignidade do anfitrião, não podia haver silêncio, e foi aí que o “escriba destas linhas" ergueu a sua figura para expressar umas poucas palavras, por tão galharda recepção.
Chegou a hora do "plus café" e com o decorrer das conversações que abonavam a dignidade do anfitrião, não podia haver silêncio, e foi aí que o “escriba destas linhas" ergueu a sua figura para expressar umas poucas palavras, por tão galharda recepção.
O anfitrião, não quis ficar impávido ante as palavras do "cronista da vila”, donde manifestou o regozijo da presença dos convivas. Fernando Silva foi terminante em afirmar que estas reuniões são salutares para a convivência e que contassem sempre com a sua modesta participação.
próximo capítulo[3]
Falou-se dos próximos encontros dos “Guardiões dos Sabores” e soaram algumas vozes a propor uma reunião para a xácara do Romão, o já conhecido “El Rincon”.
Falou-se dos próximos encontros dos “Guardiões dos Sabores” e soaram algumas vozes a propor uma reunião para a xácara do Romão, o já conhecido “El Rincon”.
Oxalá que sim… que voluntários há sempre.
GENTE DE BUSTOS
a recordar os seus antepassados!
a recordar os seus antepassados!
Ulisses Oliveira Crespo,
(Comendador, cronista da vila)
*
(notas de ‘altino’)
[1] Aconteceu no dia 20.01.2007
[2] “molhaqueiros”, fiéis ao culto da “molhaca” (?); “taineiros”; praticantes das ‘tainadas’
[3] Está marcado para o dia 08.02.2007
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