28 de fevereiro de 2007

BUSTOS NA ORDEM DO DIA NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL


In Região Bairradina, 2007-02-27
Oliveira do Bairro
(com a devida vénia)

A freguesia de Bustos esteve, na passada sexta-feira, dia 23, em grande destaque na Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro. Gladys Del Carmen foi a primeira a usar a palavra no período de antes da ordem de trabalhos. A deputada social-democrata chamou a atenção do Executivo para “a necessidade urgente de beneficiação de arruamentos que se encontram intransitáveis” e também para a falta de estruturas de saneamento básico que ainda não chegaram a muitos lugares da freguesia.

Gladys Del Carmen focou algumas das ruas que precisam de uma intervenção urgente, como a R. dos Reis, no Cabeço de Bustos ou a R. do Cabeço da Vila, que vai da Capela de S. João a Bustos, “onde o pavimento é praticamente inexistente, dificultando a passagem dos transeuntes, principalmente dos mais idosos”. O abandono do antigo cine-teatro, a falta de sinalética a indicar a Zona Industrial, bem como a necessidade de um limite de velocidade na EN 235, no limite com a freguesia da Palhaça foram outros dos assuntos focados pela deputada.
Aproveitando o balanço da intervenção da deputada, o presidente da Junta de Freguesia de Bustos, Manuel Pereira, também apresentou algumas preocupações. A primeira relativamente ao problema das águas fluviais, “que a Câmara garantiu resolver em 2006 e que continua na mesma em alguns lugares”. Depois, falou de uma situação “que é urgente tratar em termos de saneamento: na saída da Feiteira até ao cruzamento do Troviscal e junto à rotunda de Vila Verde as pessoas levam ali banhos, na totalidade, todos os dias. Há muita gente que aqui circula a pé, de bicicleta ou de motorizada sem segurança”.
Manuel Pereira também apresentou um problema ambiental, relacionado com os vendedores ambulantes de fritos, que “despejam óleos na valeta no final da feira [Feira do Sobreiro, nos dias 9 e 22 de cada mês]. No Verão, isso provoca pragas de ratazanas, de tal forma que eu, só no meu quintal, matei 50”, afirmou o autarca de Bustos, pedindo ao Executivo que mande uma brigada técnica ao local, para verificar a situação.
Quanto ao arranjo das estradas, Manuel Pereira agradeceu a espontaneidade e a persistência da deputada Gladys Del Carmen mas pediu ao Presidente da Câmara que não aceda ao pedido “enquanto não tratar do saneamento”.

Também o socialista Óscar Santos apresentou o seu descontentamento sobre o “progressivo esquecimento a que tem sido votada a freguesia de Bustos”. Por outro lado, sugeriu ao Executivo transformar a velha escola primária, “que tem grande interesse arquitectónico e histórico”, num museu. “Se fosse na Palhaça ou em Oiã, já ali estava um museu”, ironizou o bust[u]ense. “Por que não aproveitar o coleccionador de automóveis antigos, Fernando Luzio, e o irmão, Manuel Luzio, que colecciona rádios antigos e que tem uma das três melhores colecções a nível mundial, para dignificar aquele espaço”, propôs o deputado do PS.

Presidente responde

Respondendo a todas estas preocupações, o presidente Mário João Oliveira referiu que algumas das ruas indicadas pela deputada Gladys “nunca mais sofreram alterações, desde o alcatroamento inicial, situação que não tem apenas um, mas muitos anos”. Relativamente aos semáforos de limite de velocidade, “estão a ser equacionadas várias situações por todo o concelho”.

Quanto ao antigo cine-teatro de Bustos, o autarca relembrou que aquele imóvel é particular mas, “pelo que já representou, o concelho teria todo o interesse em que aquele espaço fosse dinamizado. No entanto, é preciso que os proprietários estejam também interessados em vender.”

Mário João Oliveira deixou também uma resposta ao presidente da Junta de Bustos, afirmando que conhece a situação dos feirantes, “que andamos a tentar regularizar”. “Vamos falar com a engenheira Manuela Pato e, juntamente com a Junta, montar uma operação ao local, para eliminar esse problema. E com certeza que haverá penalidades para os faltosos”, garantiu Mário João Oliveira.

3 comentários:

  1. Bustos está representado na Assembleia Municipal ao nível dos 3 maiores partidos. E todos temos lutado, sem preocupações partidárias, para que algo mude e Bustos deixe de ser uma terra esquecida pelo poder autárquico concelhio, mal que já vem de longe.
    Na sessão comemorativa do 18 de Fevereiro, no salão da Junta, todos foram unânimes em reconhecer esse esquecimento, até o próprio Pres. da Câmara.
    Na AM falei na velha Escola Primária e na necessidade de construir uma nova porque existem indícios que apontam para a concentração do ensino primário em edifício a construir na Palhaça, o qual, eventualmente, irá abranger Palhaça, Bustos e Mamarrosa.
    Ora, Bustos tem a maior população escolar das 3 freguesias e está mais centralizada geograficamente, factores que desaconselham a opção (que já vem do tempo do Dr. Acílio Gala, desejoso de conquistar a Palhaça para o partido dele).
    Os critérios para a escolha dos investimentos camarários, ontem como hoje, continuam influenciados pelas opções políticas, ao sabor de quem é poder.

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  2. Anónimo21:57

    Na Assembleia Municipal, foram enunciadas questões de grande importancia, que marcam as carencias que afectam Bustos desde longa data. Gladys del Carmen, mencionou ruas, entre muitas outras,que necessitam de intervenção, intervenção esta que na minha opinião, não passe pela típica remendização que tem vindo a ser uma constante.O estado de abondono do Cine-Teatro é de facto preocupante, visto que poderia ser dinamizado, e sobretudo queria também realçar a importancia do espaço em que este se encontra inserido, naquele que é o "centro" da nossa freguesia. Parece-me a mim, que há diversos organismos em Bustos que carecem de falta de espaço onde não o há, está é mal aproveitado e como tem vindo a ser hábito, abandonado. Seria importante, uma vez que este espaço é privado, dialogar com o respectivo dono para saber se está interessado em vender.Dinamizar este espaço seria dinamizar todo um centro que progressivamente se foi deslocalizando. Penso que não estarei longe da realidade ao afirmar que os únicos motivos que atraem as pessoas ao "centro" de Bustos residirem na ida ao cemitério, aos correios (enquanto de lá não sairem), e no ABCB. Por outro lado a ausencia de sinalética a indicar a Zona Industrial, é também importante, mas não tão importante, como atribuir condições dignas a Zona Industrial. De certa forma, compreendo a ausencia da sinalética, poderemos de facto considerar uma Zona Industrial? Quanto a mim, falta o prenchimento de alguns requesitos, a começar pelos acessos, entre outros. Temos as empresas, falta a organização da Zona. Chamo particular atenção para a ausencia de passeios numa zona onde há transito de pesados, o que é insustentável. Outro aspecto muito preocupante é a falta de visibilidade, para quem quem vem de Ouca e quer entrar para a rua da Labicer, que não tem visibilidade para o transito que vem no sentido contrário. Será necessário haver mais vítimas? Meus caros amigos, estes são alguns dos muitos problemas que afectam Bustos. Não descurando o atropelo ambiental que é o derrame de óleos usados na Feira, francamente não me parece, que seja o Calcanhar de Aquiles de Bustos o dito derrame de óleos. O presidente da junta mais que ninguém devia ter uma visão global das necessidades de Bustos e apresentá-las naquele que de facto era o espaço adequado.

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  3. Todos concordamos com tudo o que foi mencionado mas a questão dos óleos, para mim, é emblemática. Uma terra que tanto se bateu contra um aterro de resíduos industriais, usando como argumento questões ambientais e de saúde pública (ou o factor "nimby" - not in my back yard?), não pode, por uma questão de coerência, tolerar qualquer atropelo ambiental!

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