28 de fevereiro de 2006

POSTO DA GNR NÃO FECHA

O Posto da GNR de Bustos não vai fechar portas, confirmou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira. O autarca acaba desta forma com todos os rumores que davam conta da possibilidade do quartel de Bustos fechar, apesar de ter sido inaugurado há pouco tempo. A notícia do “Jornal de Notícias” pode ser lida aqui.

25 de fevereiro de 2006

ENTRUDO



O ENTRUDO


Salvé o deus da folia
Da abastança e da alegria
E por isso tu és venerado
Nós te adoramos, embora mascarado

Os outros deuses em nada são iguais
Querem preces, sacrifícios e oferendas
E tu dás-nos vinho e boas merendas
Que nos fazem poetas de bons madrigais

Os novos querem-te, os velhos adoram-te
É que tu só inspiras alegria e amor
E dás seiva ao cardo já secante
E toda a vegetação brota odorífera flor

Oh! Bendito sejas, bendito santo
Que nunca se apague a tua memória
É que és lenitivo para a nossa desdita
E conforto para o nosso pranto

Um dia inspirado por ti amei uma mulher
Linda e bela como ela se quer
Embora fosse amor de pouca duração
Liguei-a a mim, e ambos gravei no meu coração

Tal deus assim até dá gosto
Alegria, liberdade em pleno campo
É uma crença livre e não um deus imposto
Um deus não egoísta e melhor que santo

Vitorino Reis Pedreiras
Agricultor
1938

23 de fevereiro de 2006

“JB” FAZ 55 ANOS

Parabéns ao “Jornal da Bairrada” que cumpriu 55 anos no passado dia 17. Ao seu director e a todos os colaboradores as saudações do “Notícias de Bustos” que apesar de muitas críticas e divergências reconhece a importância e contributo do “ maior jornal do distrito de Aveiro” para a nossa vida colectiva.
Estes 55 anos de actividade jornalística fizeram do “J.B” uma instituição incontornável no nosso concelho. Que o jornal continue a crescer, e democraticamente aberto a todas as correntes de opinião, são os nossos votos sinceros.

BC

ACONTECEU NO BARRILITO OU O ARROZ DE COLEGAS



Entrei no “Barrilito” após uma ausência de cerca de duas semanas. Alguns perguntaram-me se tinha morrido, se estive doente ou se estava zangado com o Agostinho. A verdade é que tive tanto de fazer que não foi possível estar com os amigos [1] no local que é por vezes conhecido como o “Centro Social do Sobreiro”. Sentei-me a uma mesa a beber um copo de vinho tinto com o “Chico”, o Romão da Azurveira e mais uns amigos. Pouco tempo depois entrou o Amândio (Menino Jesus) Ferreira, pediu um copo vazio ao Agostinho e sentou-se à nossa mesa onde já havia uma garrafa aberta. Depois de questionar sobre a minha ausência de muitos dias perguntou-me:

“Sabe o que é que comi ao almoço?”
Respondi que não sabia.
“Comi arroz de colegas”, afirmou o Menino Jesus.
“Colegas!?” … perguntei admirado com tal ementa.
“Sim, colegas”, voltou a afirmar o Amândio. E seguiu-se um silêncio de segundos eu enquanto fitava incrédulo este distinto frequentador do “Barrilito”.
O Amândio perguntou-me então como se chamavam “os filhos das pombas”.
Respondi que eram “borrachos”. Aí percebi que este filósofo tinha comido arroz de borrachos e usou um trocadilho de palavras chamando “colegas” aos borrachos.

Muitos leitores não percebem, mas eu percebi o trocadilho, especialmente vindo do Amândio.

...AQUELE … “ESTÁ COLEGA!”
Acontece que, há muitos anos, um grupo de amigos que incluía o meu pai Hilário Costa, o Manuel Joaquim dos Santos, o Manuel Costa da Póvoa, o Domingos da Maia Romão (Alfaiate), o “Chico” Pedreiras, o Manuel Aires (Aires Gordo), o Amaral Reis Pedreiras, o Adélio Reis Pedreiras, o Eduardo Santos (dos Correios), o Manuel Micaelo entre outros, nunca chamavam bêbedo ou borracho a ninguém; chamam-lhes elegantemente “colegas”.

Nunca diziam “...aquele … está bêbedo.” ou “...tu estás … é bêbedo!”. Diziam sim, “...aquele … está colega.” Ou “...tu estás … é colega!”.

Penso que foram estes amigos que cunharam este termo, mas não tenho a certeza. De qualquer forma, nunca tinha ouvido o termo "colega" usado antes neste sentido.

Segundo estes amigos, que depois de muitos funerais iam jantar uma caldeirada de enguias ao Restaurante “Fim do Mundo” na Vagueira, não havia bêbedos ou borrachos. Não ofendiam ninguém com termos depreciativos e sabiam que mais tarde ou mais cedo podiam estar nas mesmas condições e com “um grão na asa” ou mesmo completamente “chumbados”. Ainda há poucos anos, duas pessoas bem conhecidas no Concelho de Oliveira do Bairro ficaram sem carta de condução por terem sido apanhados a conduzir com excesso de álcool. Alguns chamavam-lhes “bêbedos” ou mesmo “bêbados”, mas eu dizia a essas pessoas mal educadas que isso podia acontecer a qualquer um de nós e que são meros colegas.

O POVO DE BUSTOS TEM MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR

Esta história não relata acontecimentos importantes, nem é uma história sobre políticos importantes ou das suas decisões para o futuro da nossa terra. Esta história não é sobre pessoas de relevo local, nem sobre inaugurações, nem sobre homenagens ou acontecimentos sociais dignos de aparecerem em notícias no jornal local. É uma história sobre pessoas simples, mas com humor e pelas quais tenho muito carinho.
A História dos povos é também feita pelo o povo e o povo de Bustos tem muitas histórias para contar.

Por isso caros colegas, nunca chamem «bêbedo» a ninguém.

Milton Costa

[1] «ir ao treino» era o código de "Estar com os amigos a laurear o colega Baco (Dionysos)"

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Declarações de IRS através da internet*Juntas vão ajudar contribuintes

Do Correio da Manhã
2006-02-22 - 00:00:00
Declarações de IRS através da internet
Juntas vão ajudar contribuintes

O director-geral dos Impostos, Paulo Macedo, escreveu às Juntas de Freguesia para lhes pedir que apoiem os contribuintes no envio das respectivas declarações de IRS através da internet.
aqui
Por certo a Junta de Freguesia de Bustos irá corresponder à solicitação do Director-Geral dos Impostos.

22 de fevereiro de 2006

ESCOLAS: O PÃO PARA A BOCA

Lousada, concelho inserido no chamado Vale do Sousa, tem como prioridade a Educação desde que o seu Presidente da Câmara tomou posse há 16 anos. Foi este o tema duma entrevista do Público do passado dia 2 (“Pontos nos ii” – Revista mensal de política educativa).
Lousada é hoje o concelho mais jovem da Comunidade Europeia e, para além dos investimentos feitos na área do ensino, a Câmara local estabeleceu parcerias com as Escolas no campo do desporto, da cultura e da chamada ciência viva.
Naquele concelho, o actual orçamento camarário para a Educação ronda os 3 milhões de euros.
De acordo com os indicadores de 2003, tem 45 829 habitantes, 25 freguesias e é um dos 18 municípios do distrito do Porto.
Oliveira do Bairro, que é um dos 19 municípios do distrito de Aveiro, tem 6 freguesias e 21.411 habitantes, embora as áreas dos 2 concelhos em causa se aproximem.

Oliveira do Bairro é cidade e as freguesias foram todas premiadas com o distintíssimo estatuto de vilas. Lousada sente-se bem no papel de vila e não é por isso que se desenvolve menos.

No mesmo ano de 2003 e apesar da diferença no n.º de habitantes, o nosso concelho aproximou-se de Lousada em receitas de impostos, ainda que as nossas receitas provenientes dos chamados Fundos Municipais tenham sido inferiores em cerca de 3 milhões de euros (5.977.881€ contra 8.259.569€, sendo que a diferença residiu apenas no chamado Fundo de Coesão Municipal).
Nesse ano, as receitas globais do nosso concelho atingiram 15.160.686,80€. Entretanto, o investimento realizado nas áreas da Educação, Cultura, Desporto e Tempos Livres foi de 1.715.547,55€, isto quando ainda nos falta investir naquilo que é básico: os equipamentos escolares, fase que o concelho nortenho já superou.

A explicação é simples: os anteriores executivos oliveirenses sempre olharam para as Escolas de soslaio e a título de exemplo posso dizer-vos que as professoras da velha Escola Primária de Bustos tinham dificuldade em gastar umas escassas dezenas de euros em material escolar, tais eram as limitações orçamentais.
São gastos que nunca deram votos e a garotada ainda não chega às urnas…

Para que se saiba, a participação dos municípios nos impostos do Estado encontra-se definida na Lei das Finanças Locais - Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto, que sofreu as alteraçõezitas do costume e que os juristas adoram introduzir às leis de que eles próprios são os fazedores.
Essa participação nos impostos do Estado equivale a ± 30,5% da média aritmética simples da cobrança líquida do IRS, do IRC, excluindo as derramas e do IVA. Tal média varia um pouco, consoante a bondade dos governos da Nação.
A distribuição dos dinheiros é feita através de 3 Fundos: de Base Municipal (FBM), que é repartido igualmente por todos; Geral Municipal (FGM), repartido em função de áreas, população, n.º de municípios e de freguesias; e de Coesão Municipal (FCM), este distribuído com base nos “índices de carência fiscal e de desigualdade de oportunidades”.

A receita daqueles 3 Fundos Municipais prevista para o nosso concelho no Orçamento de Estado para 2006 mantém-se igual à de 2005: 6.331.581€. A partir de 2002 a subida destas receitas tem sido escassa e revela que as finanças públicas vão de mal a pior. Cá por mim, estou “optimista”: cheira-me a distribuição de rebuçados ainda durante este ano, o mais tardar em princípios de 2007.

A costumeira benesse irá dar um jeitão aos municípios: ao nível das despesas, as Câmaras adoram consumir os dinheiros públicos nas áreas que são mais visíveis para o eleitorado: arruamentos urbanos e rurais, sedes para as senhoras Juntas, planos de pormenor para inglês ver ou fazer uns jeitos aos afilhados e outras obras de engenharia. Os gabinetes de arquitectura e engenharia, esses, agradecem. Então em anos de eleições é um fartar vilanagem…
Não é difícil adivinhar que o investimento na Educação “rende” pouco aos políticos locais.

Voltando às Escolas, que são o pão para a boca de qualquer comunidade que se preze:
As Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2006, apresentadas pelo nosso actual executivo camarário e aprovadas na sessão da Assembleia Municipal de 29/12/2005, mostram que o 1º grande objectivo dos novos eleitos é a “Requalificação do Parque Escolar e Construção de novos Jardins de Infância e Escolas do 1º Ciclo”.
A recente aquisição de 22.100m2 de terreno em Vila Verde, à beira da estrada que liga a vila de Bustos à cidade sede do concelho (o local foi serração de madeiras) parece apontar nesse sentido. O actual executivo prevê para o local um complexo escolar e, numa 2ª fase, um complexo desportivo.
  • Será que é desta que as Escolas vão deixar de ser o “patinho feio” dos investimentos concelhios?
  • Ou isto vai é com sedes de Junta, umas atrás das outras, ainda por cima desqualificando os espaços e os edifícios públicos?

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oscardebustos
*
Nota final: sobre o tema, aconselho a consulta dos seguintes sítios na Net:
- Direcção Geral das Autarquias Locais, em
http://www.dgaa.pt/
- Associação Nacional de Municípios, em http://www.anmp.pt/
Mais aconselho a leitura do interessante estudo: “O Eleitoralismo nos Municípios Portugueses”, de Linda Gonçalves Veiga e Francisco José Veiga, professores da Universidade do Minho, em
http://www2.eeg.uminho.pt/economia/fjveiga/Papers/Artigo_LFVeiga_Análise_Social.pdf

Em Pasárgada tem tudo 2 (Manuel Bandeira)

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Em Pasárgada tem tudo 1 (Manuel Bandeira)

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21 de fevereiro de 2006

LÍNGUAS MATERNAS EM DIA INTERNACIONAL

A Unesco tem desde sempre desenvolvido actividades no campo das línguas. E ao festejar o Dia Internacional da Língua Materna, desde 1999, mostra a sua forte dedicação e empenho na contribuição para preservação da herança linguística mundial contra as forças de globalização imposta que não respeitam os indivíduos, nem a suas línguas e culturas.

Do planeta de babel dizem que ainda há cerca de sete mil idiomas e que em cada mês, dois desaparecem. O avanço da globalização do comércio, a mobilidade de pessoas e bens, o avanço tecnológico, a massificação da comunicação social e outros condicionantes contribuem para o surgimento de línguas dominantes e a extinção de idiomas com expansão restrita. “A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) lançou um apelo internacional para que os sistemas educacionais locais ensinem às crianças suas línguas maternas, em uma forma de tentar preservar uma das maiores heranças culturais do planeta: a diversidade linguística. “Sabe-se hoje que ensinar uma criança simultaneamente em dois idiomas – o materno e o oficial – ajuda a obter melhores resultados, além de estimulá-las no seu desenvolvimento cognitivo e na sua capacidade de aprendizado”, disse o Diretor-Geral da Organização, Koïchiro Matsuura

Já em finais do século XIX, Eça de Queiroz defendia o uso “impecável” da língua materna:

“Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra: - todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro, Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; - e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa vão gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Por isso o poliglota nunca é patriota.”

Além disso, o propósito de pronunciar com perfeição línguas estrangeiras constitui um lamentável sabujice para com o estrangeiro.” (Eça de Queiroz, A Correspondência de Fradique Mendes, Edição «Livros do Brasil», 3ª Edição. Lisboa
O tempo das novidades entrarem em Portugal de comboio via Pampilhosa já está esquecido. Hoje, o mundo perfila-se à nossa frente através de um postigo. Fradique Mendes teria de usar outra argumentação na sua carta «remetida» a Madame S. para fazer a apologia da língua materna.
A cada passo anuncia-se com pompa o sexto lugar ocupado pelo português no concerto das línguas mais faladas no mundo.
...
Arsénio Mota constata a falta de apoios à fixação da língua portuguesa nas comunidades espalhadas pelo mundo e que “hoje é-nos dado contemplar as consequências do abandono a crescerem dentro e fora da comunidade linguística.” E adianta: “É possível vaticinar a eclosão plena de crioulos (i) em cada um dos países africanos lusófonos num horizonte temporal muito limitado e, entretanto, no Brasil, a evolução salta para além das disparidades ortográficas e fonéticas, fazendo-se ouvir vozes radicais, com algum rasgo profético, a pedir a mudança do designativo da língua nacional de «português» para «brasileiro».” (Arsénio Mota, Inclinações Pontuais, Campo das Letras, 2000)

L mirandés ye falado an amportantes juntouros de pessonas mirandesas que son benediços nas percipales cidades de l paíç[1].

Neste dia internacional, La lhéngua mirandesa, ua lhéngua de Pertual (lei nº 7/99) não teve sequer um minuto no telejornal da RTP1.

Ah mal rais ta parta la RTP1! (Raios partam a RTP1!)

Sérgio Micaelo Ferreira

[1] Tradução: O mirandês é falado em numerosas comunidades de imigrantes nas principais cidades do país (a).
(a) in, L miu purmeiro lhibro an Mirandés/O meu primeiro livro em Mirandês, Carlos Ferreira e Paulo Magalhães, Edição Planeta Vivo, Porto, 2005.
(i) O crioulo já é língua oficial de Cabo Verde.
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19 de fevereiro de 2006

18 DE FEVEREIRO: COMEMORAÇÕES SEM BRILHO

As comemorações do 18 de Fevereiro decorreram de acordo com o programa, sem grande emoção ou brilho. Cerca de meia centena de pessoas integraram a romagem ao cemitério onde usou da palavra o pároco da freguesia sem que do seu pensamento ficasse qualquer rasto.
Na sessão solene realizada na sala da Assembleia usaram da palavra o Presidente da Junta, Manuel Pereira, que aproveitou para pedir a colaboração municipal, o Presidente da Assembleia de Freguesia, Mário Reis Pedreiras, que invocou a figura de Jacinto dos Louros, e o Presidente do Município, Mário João Oliveira. Este último voltou a repetir um discurso que começa a ser preocupante já que de um político se espera uma visão de futuro, o anúncio de projectos, de intenções, de vontade e não a constante ladainha do “eu sou boa pessoa, experiente e quero ajudar”. Alguém o poderá avisar que fazer política não é o mesmo do que praticar a caridade.

De salientar ainda a ausência de muitas figuras gradas de Bustos (como este ano os convites eram personalizados, aparecer sem ter sido convidado seria indelicadeza) e a presença de representantes das restantes freguesias do concelho.
No almoço de confraternização não houve discursos, tudo se ficou pela sopa e o bacalhau com batatas a murro.

A FOTO DE JACINTO DOS LOUROS NA GALERIA

A foto de Jacinto dos Louros que, no verão do ano passado, Adélio dos Reis entregou da sede da Freguesia (ver nossa notícia aqui -26/09/05) lá apareceu na galeria presidencial. No seu discurso Manuel Pereira referiu-se ao evento, arrecadando para si tal feito. Foi incapaz de contar como é que a foto lhe foi parar às mãos, incapaz de referir qualquer nome ou ajuda. Mais, fez de conta que foi ele quem descobriu a foto e atribuiu a si próprio todas as responsabilidades pela colocação do retrato na sala da Assembleia de Freguesia.

Comentários para quê? É mais um retoque no retrato de um Manuel da Conceição Pereira sem coragem, sem a dignidade de olhar de frente a verdade. É mais um retoque no retrato de um político sem vergonha.

Belino Costa

18 de fevereiro de 2006

VITORINO REIS PEDREIRAS: MEMÓRIAS DE 1978

Dia 15 de Fevereiro de 1978
NAS VÉSPERAS DO 18 DE FEVEREIRO

Este ano calha ao sábado o aniversário da nossa freguesia. A comissão este ano quer dar-lhe mais brilho e maior significado.
Haverá romagem ao cemitério e sessão solene no cinema. À tarde tocará um Jazz e deitado fogo. Já me pediram para discursar, mas estou com pouca vontade de o fazer

Vitorino Reis Pedreiras
(Extracto do seu diário, um verdadeiro blogue feito antes do tempo, escrito em grossos cadernos de 35 linhas)

Dia 18 de Fevereiro de 1978
CRIAÇÃO DA NOSSA FREGUESIA – 58º ANIVERSÁRIO

Como de costume festejamos a nossa independência da Mamarrosa, sempre lembrando os seus fundadores. Desta vez, porque é sábado, há mais ocasião para que maior número de pessoas possam associar-se às festas. O tempo está muito chuvoso contrariando assim as cerimónias que à tarde se vão realizar.
---
Eram 16 horas, chovia, mesmo assim fomos depor no cemitério, na pedra do “descanso”, uma coroa de flores em honra e homenagem aos percursores da criação da freguesia e a todos que de qualquer modo engrandeceram a sua terra. Pouca gente no depositar da coroa e, guardando-se um minuto de silêncio depois do qual ninguém usou da palavra, saímos.

Hilário Costa e Vitorino Reis Pedreiras os oradores da sessão solene

A SESSÃO SOLENE
Eram 18 horas quando se iniciou a sessão. É chamada a presidir à mesa a minha pessoa, logo depois o Presidente da Câmara do Concelho, Presidente da Junta, professores, médico, etc, etc.
Convidado a fazer uso da palavra Hilário Costa. Este lê a história muito completa de Bustos, mesmo buscando factos já muito antigos. Faz uma descrição da vida de Bustos as suas actividades, seus progressos, sua vida em geral. Foi bastante trabalhoso fazer uma história onde nos dá nomes, datas e actividades exercidas. Não está completa, como não podia deixar de ser, mas é uma descrição de valor para o presente e futuro de Bustos.
Sou chamado a falar, eu que tinha ontem escrito a história da independência e criação da freguesia desde a nossa incorporação na freguesia da Mamarrosa.
Dado o conteúdo do manuscrito entendi que este fosse dactilografado para eu o poder mais facilmente ler. Os meus olhos estão cansados e então comecei por dizer que a minha vista já não me permitia a leitura pedindo que fosse o meu filho Mário, ali presente, a substituir-me.
Começou assim:

DADOS HISTÓRICOS DA INDEPENDÊNCIA E CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE BUSTOS

Celebramos hoje o quinquagésimo oitavo aniversário da freguesia de Bustos, que pela Lei n.º 942 de 18 de Fevereiro de 1920 se tornou independente da Mamarrosa, depois de uma luta para a sua independência.

1833 – Pela nova reforma do Código Administrativo foi criada a freguesia de Mamarrosa, nela sendo incorporado o ramo de Bustos. Não foi fecunda nem pacífica, talvez pelo espírito belicoso e espoliativo do povo da Mamarrosa, a sua vida em comum. Surgiram atritos a que Bustos reagiu com forte personalidade, ciente da sua razão, valor e maioria.
A Igreja tinha personalidade jurídica, lançava derramas que toda a freguesia pagava e só a sede da freguesia aproveitava.

1850 – Os enterros, que até agora se faziam nos templos e nos adros, passaram a ser feitos em cemitérios, só havendo um na Mamarrosa. Os péssimos caminhos existentes tornavam difícil e dolorosa a condução dos nossos mortos para o cemitério da Mamarrosa, o qual foi feito em local impróprio. Ali eram lançados em sepulturas, por vezes cheias de água, os corpos dos que a morte tinha ceifado. Confrangedor e arrepiante espectáculo!
Assim foi criando o povo de Bustos necessidade de sair deste ciclo, que o magoava, criando vida própria. Bustos teve a sorte de terem nascido no seu meio uma plêiade de homens valorosos, que mereciam que se escrevesse o seu nome com letras maiúsculas. Pelo fruto do seu trabalho e do seu saber, fizeram de Bustos uma terra próspera e ciosa dos seus direitos. A independência surgia em todos os espíritos fortes e ousados; Bustos foi escolhido para local de residência e comércio de um homem que se chamou Joaquim Duarte Sereno de Aguim, o qual trazia como riqueza um mundo de ambições, e sua mulher o seu bragal à cabeça. Estabelecido no melhor local de Bustos, onde nasceram seus filhos, foi um elemento de valor, que ajudou o progresso de Bustos.

1884 – Num crescer que não parava, impulsionado por estes homens fortes, vai dar-se o primeiro passo decisivo para a nossa independência, a criação, em 1884, de um cemitério de que tantos carecíamos. Acabou-se assim a tragédia de levar os mortos à Mamarrosa, criando-se um cemitério já de largas visões e em bom local.
O último quartel do século dezanove foi, sem sombra de dúvida, a hora das grandes realizações. Caminho-de-ferro, estradas a macadame, que se faziam pela primeira vez em Portugal, entusiasmaram os nossos conterrâneos levando António Francisco Pedreiras, numa pequena abertura política já que o seu partido não estava no poder, pois militava no partido regenerador, a fazer essa obra grandiosa, rasgando o Concelho com uma estrada que, nascendo na Ponte do vale de Bustos, vai terminar no final do concelho, na Ponte da Murta, num comprimento de mais de 15 quilómetros. As suas linhas ainda hoje são de admirar, pela beleza das suas rectas e da concepção do seu todo.

1905 – A sonegação das pratas – Embriagados com tanto porvir as nossas riquezas aumentam, o nosso agro é o mais bem tratado, os caminhos rasgam-se em todos os sentidos ligando-nos com todos os nossos vizinhos, onde íamos comprar grandes parcelas de terreno para nossa expansão e riqueza. Caminhando assim na vanguarda de todos os nossos vizinhos começámos com a exploração das areias do Sobreiro, fazendo adobos que vendíamos. Explorava-se, em parte, o calcário dos Penedos, o qual, embora em terra alheia, nos pertencia.
É nesta euforia, o que nos fere duplamente, que se dá a recusa e sonegação das alfaias religiosas, as quais pertenciam à freguesia e como tal vinham dar brilho e carácter religioso às Festas. Aconteceu porém, que a festa de Sto. António de Bustos coincidiu com a de Sto. António dos Covões, e como tal não fomos servidos e ainda fomos insultados, sobretudo os que lá foram para trazer as pratas. As tensões subiram ao extremo e o grito de independência surgiu.
Compraram-se as insígnias e foi criada a irmandade de S. Lourenço, que se tornou o padroeiro da futura freguesia; adquiriram-se as alfaias e paramentos de que necessitávamos, sendo esta a resposta dada àqueles que nos tinham negado o que nos pertencia e ainda por cima, nos tinham vexado. Estava vencida mais uma etapa para a nossa independência.

1907 – A Família Sereno – António Duarte Sereno tornou-se o 1º Visconde de Bustos no ano de 1907, por compra do título nobiliárquico, já depois de construído o seu palacete, tendo o caso sido muito festejado. O Senhor Visconde era o chefe político local e o maior do concelho. Não tinha competidores pois António Francisco Pedreiras já tinha falecido. Era ele quem comandava toda a política e o povo via nele um ídolo.
Por que é que o Senhor Visconde não nos separou da Mamarrosa? Porque não queria perder os amigos políticos que lá tinha. Em Bustos não havia ninguém que fosse capaz de o contrariar e assim continuámos na servidão.

1910 – A Implantação da República e Jacinto dos Louros – A implantação da República veio dar-nos um novo chefe político local, Jacinto dos Louros, que três anos antes, por dissidências com o Senhor Visconde, se tornara republicano. Jacinto dos Louros não tinha gente que o ajudasse, estava isolado, quase sozinho. Então isto era um feudo do Senhor Visconde. A Mamarrosa tinha mais republicanos que Bustos e estes moviam os cordelinhos a seu gosto e jeito.
A camaradagem republicana não deu os frutos que Jacinto dos Louros desejava e assim os nossos interesses e direitos eram absorvidos pela Mamarrosa. Não era Jacinto dos Louros fácil de vencer: começa por fazer ver que a Mamarrosa continuava a “cantar de galo” e foi ouvido por alguns logo seguido por outros que com ele pelejaram pelos nossos direitos, mas isso foi muito moroso. Só mais tarde conseguimos, por eleição, ter maioria na Junta como nos competia.

1915 – A Compra dos Sinos – A Nova Torre – Os anos agitados que se seguiram à implantação da República não fizeram parar a ambição de nos impormos, mostrando a nossa vontade. Compraram-se os sinos em 1915 e, embora a torre ainda não estivesse pronta, estes fizeram-se ouvir colocados no adro em cima de grossos paus. Construída a torre até às bocas dos sinos, para lá estes foram içados, ainda a torre não tinha cúpula. Só em 1918 é que a torre foi acabada terminando assim a última etapa da nossa persistente jornada.

1919 – Eleições para Deputados – Jacinto dos Louros, já então rodeado por gente nova, exige ao deputado pelo círculo, Dr. António Ferreira, a luta no Parlamento pela criação da freguesia de Bustos e faz com que todos votássemos com ele. E assim foi, com tanta sorte o fez que a Camâra, envolvida em assuntos de maior importância, não se opôs à proposta.

1920 – Estávamos de Parabéns – Bustos era freguesia – O povo, quase todo, agradeceu a Jacinto dos Louros o seu gesto dando-lhe visto nas próximas eleições. Subiu assim no conceito do povo, quer pelo Jacinto dos Louros quer pelos seus correligionários, gente nova e com vontade de vencer que trabalhava para a sua terra da melhor vontade. No primeiro aniversário houve festa rija, ruas engalanadas, duas músicas, muito fogo e grande arraial. Dois oradores, o Dr. Manuel das Neves e José Barata, discursaram ao povo.
Só um ano depois começaram a trabalhar para a criação da freguesia eclesiástica, tendo Jacinto dos Louros deixado para nós o acometimento. E assim, foram os republicanos que também deram alma e orientação à criação eclesiástica, tendo chamado a nós o Dr. Manuel dos Santos Pato que completou a criação e se tornou republicano e homem valoroso para Bustos.
Para finalizar quero lembrar os nomes de três homens já falecidos e que ainda não foram mencionados, são eles Manuel Francisco Rei, Manuel Francisco Domingos e Manuel Reis Pedreiras. Que o seu feito sirva de exemplo aos novos, trabalhando em prol da sua terra, que pela sua riqueza e valores demográficos merece o título de Vila.
Assim o espero eu e todos os conterrâneos.
Honra aos homens que pela sua terra deram o seu contributo.
Viva Bustos!

18.02.1978
VRP

18 DE FEVEREIRO - COM HISTÓRIA

No LXXXVI aniversário do 'glorioso dia da criação da Freguesia de Bustos' é devida a homenagem à Alma dos homens corajosos de então, liderados por Jacinto do Louros e ao Dr. António Costa Ferreira, deputado defensor dos anseios de autonomia paroquial de Bustos foi o proponente do projecto que fez aprovar a Lei nº 942/1920, de 18 de Fevereiro.
A terceira Junta de Freguesia de Bustos livremente eleita no período da 1ª República foi deposta em 27 de Julho de 1926 pelo Movimento de 28 de Maio de 1926.
Bustos continua a adiar o pagamento de dívidas de gratidão às gerações que o ajudou a engrandecer. Será que se vai cumprir a premonição de Milton Costa do desaparecimento da história pré-colombiana?
sérgio micaelo ferreira, rossio da póvoa

ESTREIARTE COM ARTE

INAUGURAÇÃO

! este momento, coincide com a estreia de um espaço que quero partilhar com todos.
! o desafio impõe-se, a ideia nasce e a obra materializa o sonho: divulgar a arte.
! sendo a arte sobre-humana, cultivará o elemento sobre-humano no homem e constituirá por conseguinte um meio de evolução da humanidade.
! assim, o projecto propõe que a arte tenha um papel fundamental na construção do "belo social", como expressão do espírito humano, como uma inspiração na pintura, na música e na poesia.
! a criatividade, a originalidade, inovação, dinamismo e trabalho em equipa serão sempre regras a reverenciar e implementar neste novo espaço abrangente.

Olga Santos

Praça da República, 168 - 1º 4050 498 - Porto - dia 18 às 18:30 horas
- pintura

...
Bons êxitos.
NB não pode faltar.

GLORIOSA DATA - 18 DE FEVEREIRO DE 1920



Painel reconstituído com o auxílio da da informação de amigos. Vitorino Reis Pedreiras, Memórias de Outros Tempos, 1995, a pg.s 31 está: " (salvé 18 de Fevereiro de 1920, gloriosa data da criação da Freguesia de Bustos)" e a pg.s 332 lê-se: "Salvé o dia 18 de Fevereiro de 1920, gloriosa data da criação da freguesia de Bustos". A segunda citação foi considerada como sendo a inscrição correcta.

Já em Hilário Costa, Bustos - memórias de um bustoense, 1984, a pg.s 11, por debaixo da gravura com a antiga Igreja e a Torre está: "No pequeno quadadro da Torre, do 1º piso, esteve uma placa de azulejos com o escudo nacional e a seguinte inscrição: RUA 18 DE FEVEREIRO Onde se encontrará essa placa?"

Deve ter havido lapso do autor ao referir-se à indicação toponímica. A pergunta formulada "Onde se encontrará essa placa?" parece pertencer ao fadário da terra. Não será a única placa desaparecida.
(sérgio micaelo ferreira, rossio da póvoa)

SALVE BUSTOS - TERRA LINDA (Hilário Costa)

A foto abre o suplemento de Portugal dedicado a Dia de Bustos/82 ocorrido em Caracas e, ao ser apreciada, deverá ter feito vibrar as cordas da saudade do terrunho natal. A proclamação ‘Salve, Grande Bustos – Terra Linda’ é o título de um poema de Hilário Costa[1] , primeiro sócio benemérito da associação da banda da Mamarrosa e que ainda não teve a devida homenagem na sua terra, como tantos outras Figuras.
É possível identificar construções que já não existem. É possível identificar a cúpula da torre da velha igreja; uma coluna de sustentação da placa sinalética para o Tabuaço e Rio Tinto; a casa de António Tribuna (assinalada pela seta) onde funcionou uma escola feminina[2]; a estrada revestida a paralelepípedo.
António Crespo registou um raro momento da história da Rua 18 de Fevereiro a poente do Palacete do Visconde. Será possível indicar o ano da fotografia?
Ainda deve existir material fotográfico de qualidade a fixar momentos do Bustos antigo.
Nas terras da República Bolivariana de Venezuela, os bustuenses souberam mostrar o seu rincão natal.
Entrtanto, se espera pelo foguetário das 8 e meia, pode imaginar-se um curto diálogo.
– uma fotobiografia de Bustos?
– porquê?
– para quando?
– lá para o dia de São Nunca … à Tarde!
Os estoiros das bombas entram em cena.

Sérgio Micaelo Ferreira


[1] Hilário Costa, primeiro sócio benemérito da associação da banda da Mamarrosa, ainda não teve a devida homenagem na sua terra, - como tantas outras Figuras.
[2] Os elementos da 1ª junta de Freguesia reuniam nesta escola. Posted by Picasa

17 de fevereiro de 2006

DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 8

24 ANOS DEPOIS



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O êxito alcançado pela Comissão Pró-Bustos nas comemorações do ‘18 de Fevereiro/1982’ em Caracas e a amplitude da sua repercussão na mãe-pátria balizam uma época de ouro do dinamismo societário da diáspora de Bustos.
Durante os discursos protocolares de então, Ulisses Crespo avocou a criação de um «instituto de cariz social»: “É pertinente que os Bustuenses aqui residentes [Venezuela], estejam organizados em Comissão permanente e efectiva … para estar preparada, tanto para enfrentar quaisquer vicissitudes que se apresentem, como também para celebrar os nossos júbilos …” (in Voz de Portugal).
Passados mais de quatro lustros, não se encontra rasto da comissão proposta.
Ulisses Crespo encontra uma explicação, “… a comissão Pró – Bustos da Venezuela, inspirada na sua raiz telúrica, ansiou pela criação de uma ‘Comissão Permanente’... para Bustos. E adianta, “no início, foi destacado ‘ad hoc’ um delegado local que alcançou alguns resultados palpáveis, mas, com o decorrer do tempo veio a quimera que se esfumou …”,
O nosso interlocutor lamenta –
“É uma pena que as ideias não perdurem”.
(sérgio micaelo ferreira)

DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 7

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Cada anúncio publicado no Suplemento do VOZ DE PORTUGAL dedicado ao Dia de Bustos /1982 e editado neste NB ocupa 1/10 de página.

Como nota curiosa, lá longe, na terra do 'El Libertador´' Simão Bolívar, a Firma de serralharia artística de António de Almeida Teixeira, Emitério Alves dos Santos e Manuel de Almeida Teixeira optou pelo grafo “Bustuenses”.

srg

DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 6

Mais de duas páginas do Suplemento VOZ DE PORTUGAL foram ocupadas com anúncios solenizando o Dia de Bustos/1982.
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DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 5

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DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 4

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DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 3

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DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 2


Imagens de apoio ao texto anterior.

A participação da Mulher Bustuense contribuiu para o sucesso do Dia de Bustos/92.
Um bem-haja.
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16 de fevereiro de 2006

DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 1

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A Lei nº 942 de 18 de Fevereiro de 1920 futura o encontro de Bustos com Bustos. Os bustuenses de casa ou da diáspora, os de ontem ou de hoje, os grandes ou pequenos, os amigos ou adversários têm um denominador comum a uni-los: a Alma de Bustos veste-se nesse dia com as cores do arco-íris da nossa diversidade.

Em 1982, as comemorações do sexagésimo segundo [62º] aniversário da criação da Freguesia que decorreram sob o signo da compra palacete do visconde “tiveram uma grandeza e tão grande dinâmica popular que irão perdurar na nossa memória”[1]. O entusiasmo, o amor-próprio do sabugo de Bustos repercutiram-se por todos os cantos do globo onde estivesse um bustuense. As dádivas surgiram das bolsas mais recatadas.

Graças ao dinamismo da Comissão Venezuelana ‘Pró-Bustos’[2], o zénite das festividades foi alcançado na outra margem da ribeira do Atlântico.

O ‘18 de Fevereiro’ , comemorado a 20 (sábado), assentou bivaque nas instalações da Associação Desportiva Luso Venezuelana [ADLV], e teve tal pompa que atingiu um dos momentos mais altos da diáspora Portuguesa.

O inolvidável evento foi presidido pelo então Cônsul – Geral de Portugal[3] que no seu discurso encheu de orgulho os presentes ao afirmar que ‘Talvez não tenham reparado que hoje deram um exemplo muito alto da nossa maneira de estar no mundo”.

A cerimónia e a parte lúdica foram programadas com rigor protocolar. Para o êxito da organização muito contribuiu a comissão feminina partilhada por Rosa Maria Teixeira dos Reis, Licínia da Rocha Teixeira, Luciete da Fonseca, Matilde Lima, Rosa da Silva, Alzira Teixeira Correia, Fernanda Moreira Teixeira, Irene Ribeiro Samagaio e Palmira Teixeira Alves.

Um momento de poesia dedicada ao rincão natal foi protagonizada por Palmira dos Santos que leu o poema ‘Bustos, Jardim Pequeno’, da autoria de Rosa dos Santos Batista. A quadra
“De lá saímos a chorar
E chegámos ao estrangeiro
Mas não deixamos de recordar
O nosso 18 de Fevereiro”
calou fundo no sentir dos participantes.

A Mulher-Emigrante pontificou na série dos ‘Discursos da Ordem’ com a mensagem de Rosa Teixeira dos Reis a exultar de satisfação, “como filhas daquela grande terra [Bustos], ver o ambiente que nos rodeia” … e explica: “É a vontade de um povo que tem a alegria de viver!... É o desejo de um povo que quer sair adiante!...”.

Manuel Ascenção, presidente da ADLV, sensibilizado por testemunhar “a vossa união e vocação para o trabalho”, desejou que os sonhos [dos bustuenes] “se convertam em realidades”.

Do discurso de Ulisses Crespo, presidente da comissão da comunidade bustuense na Venezuela, PRÓ-BOUSTOS, respiga-se;
Bustos também "celebra … a assinatura da escritura pública da compra do Palacete do Visconde[4], hoje propriedade do seu povo".
"Bustos começa a sair do marasmo em que se encontrava, e temos a esperança que iremos ao encontro de um lugar de relevância dentro do contexto de freguesias que englobam a grande região da Bairrada”.

Mais adiante, o orador, sempre atento ao chão de Bustos, proclama: “A distância nunca separa os homens da terra e da mãe!...” e, fazendo um apelo à comunidade alvitra: “É pertinente que os Bustuenses aqui residentes, estejam organizados em Comissão permanente e efectiva … para estar preparada, tanto para enfrentar quaisquer vicissitudes que se apresentem, como também para celebrar os nossos júbilos...”.
….
Integrados nesta grande festa, foram homenageados os progenitores do clã Teixeira (D. Ana e Sr. Manuel), tendo recebido lembranças e aplausos. Mais ao lado, contou-se os Parabéns a Você pelo sexto aniversário do Johnny Pinto.
A magia de Júpiter Crespo cumpriu a contento a animação musical.

Esta viagem ao ‘18 de Fevereiro de 1982’ de Caracas é apenas um pequeno tributo de homenagem “aos que deram um exemplo muito bonito de como se deve restar espalhado pelo mundo…”[5] aos que contribuíram para o engrandecimento de Bustos.

Notícias de Bustos ao editar “esta reportagem” pretende sensibilizar o poder local para dedicar algumas placas, bustos, obeliscos ou sessão a alguns marcos da nossa curta história, onde a Comissão Pró-Bustos (Caracas), a Comissão de Melhoramentos/1960, a União Liberal de Bustos, o 25 de Abril, o Emigrante … têm justo cabimento. Para não citar personagens qua ajuadaram a escrever Bustos com letras de oiro.

Agora que a internete encurta as distâncias e que os filhos de emigrantes da 3ª geração vagamente se lembram da existência do torrão dos seus ancestrais, é chegado o momento de pôr a caminho projectos que aproximem os descendentes das raízes de Bustos.

sérgio micaelo ferreira (16.02.2006)

Nota:
Este trabalho foi desenvolvido a partir do Suplemento dedicado ao Dia de Bustos do “Voz de Portugal”, Quinzena de 1 a 15 de Março de 1982). As imagens editadas foram adapatadas das foto publicadas neste quinzenário. Um bem-haja. (srg)


Notas de rodapé:
[1] in Belino Costa, Bustos - do Passado e do Presente, http://bustos.blogs.sapo.pt/ fevereiro 01, 2005
[2] Elementos que iniciaram a comissão Pró-Bustos (1981): Ulisses de Oliveira Crespo, João ferreira Casimiro; António de Oliveira Crespo, Álvaro Ribeiro Samagaio; Armando Lima; Manuel da Silva Capão e António da Fonseca Martins.
[3] Dr. Manuel Lopes da Costa, prestigiado Embaixador, teve uma imponente recepção em Bustos, com um jantar no Salão de Baile, organizada pela diáspora de Bustos na Venezuela. [Este acontecimento merece um registo no NB. Haja candidato]
[4] A comunidade bustuense na Venezuela fez-se representar no acto da escritura por António de Oliveira Crespo. É desejável saber qual foi o contributo amealhado pela Comissão Pró-Bustos.
[5] Dr. Manuel Lopes da Costa.

FOTO-ÁLBUM: 18 FEV 19??



Romagem ao cemitério no dia 18 de Fevereiro de 19??

14 de fevereiro de 2006

DIA DE BUSTOS/2006 - CONVITE PERSONALIZADO & PROGRAMA

É ponto assente. A Junta de Freguesia continua a respeitar “a lei do menor esforço” na programação do aniversário da publicação da Lei nº 942/1920, de 18 de Fevereiro.
Copiando de Óscar Santos: “Teremos de esperar por melhores dias para comemorar o 18 de Fevereiro com um programa recreativo e cultural digno desse nome e da Terra que fomos e somos.
Não há um trabalho sobre o que foi Bustos e sobre quem foram e são os nossos conterrâneos de relevo, falecidos ou vivos” [1].
O programa gizado terá o objectivo de ajudar a fazer esquecer o Dia de Bustos?
sérgio micaelo ferreira
...
[1] in Óscar Santos, 18 de Fevereiro: Comemorações Oficiais – 2, em Bustos – do passado e do presente, fevereiro 14, 2005
(a imagem foi editada a partir de fotocópia pouco nítida. O termo CONVITE apresenta-se bem definido no original).

23 ANOS A CANTAR

Fevereiro é também o mês do Orfeão de Bustos. Foi em 9 de Fevereiro de 1982 que se reuniu pela primeira vez, no salão paroquial, um grupo de bustuenses visando a constituição de uma associação cultural, artística, recreativa e de beneficência, tendo como núcleo central um grupo coral. Na altura foi criada uma comissão (*) encarregada de redigir os estatutos associativos e dar corpo ao projecto, o qual apenas adquiriu personalidade jurídica em 14 de Fevereiro de 1983, faz hoje 23 anos.

A associação Orfeão de Bustos, na prática com 24 anos de actividade, é hoje a associação que directamente e mais intensamente está vocacionada para a promoção de eventos e iniciativas catalisadoras da dinâmica cultural da freguesia.

Presentemente estão em actividade as seguintes secções de forma regular:

Grupo Coral Polifónico (ensaios às sextas-feiras e actuações segundo agenda)
Cantares Populares (ensaios às sextas-feiras e actuações segundo agenda)
Aeróbica (terças: 19:00 horas ; Sextas: 19:30 horas)
Acção Preventiva de doenças cardiovasculares – Segundo domingo de cada mês- consistindo no rastreio regular de doenças cardiovasculares através da medição e controlo de factores de risco como a glicémia, colesterol, peso, etc.


A actual direcção foi eleita em 18 de Dezembro de 2003 e é integrada por: Presidente: Mário Rui Belinquete Rodrigues; Vice-Presidente: Regina Maria Bicho Alves; Secretário: Luís Ferreira Gala; Tesoureiro: Duarte Novo; Vogais: António Quinta Nova, Elmano Isidro dos Santos Domingues, Gladys del Carmen Ferreira Oliveira, Fernando Joaquim Almeida, Gilberto Teixeira, Sérgio Simões Pato, Fausto Manuel Cura Campolargo.

Paulo Alves

(*) Comissão fundadora: Presidente – Diamantino Francisco Caldeira; Vice-Presidente – Elísio Mário Albuquerque; Secretário – Manuel Simões Luzio Júnior; Vogais – Aida Mota Ferreira de Sousa Barbosa, Dorinda Simões dos Santos Capão e Maria Clelia Vieira Figueiredo Batista Martins.

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - Semanada

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13 de fevereiro de 2006

ORFEÃO EM FESTA: CONVITE

A Direcção da associação Orfeão de Bustos tem a honra de convidar todos os digníssimos associados e amigos desta colectividade a participar nas comemorações do seu XXIII Aniversário, o qual terá lugar no próximo dia 19 de Fevereiro, com o seguinte programa:

11:00 Horas – Realização de Missa de Acção de Graças solenizada pelo Grupo Coral Polifónico do Orfeão de Bustos;

12:00 Horas – Romagem ao cemitério de Bustos, para deposição de coroa de flores, em memória dos Associados já falecidos;

13:00 Horas – Benção da nova viatura pelo Pároco, animada pelos Cantares Populares;

13:30 Horas – Abertura da exposição fotográfica: “ Assim Se Faz História”;

17:00 Horas – Concerto pelo Grupo Coral da Associação Recreativa e Cultural de Serzedo (Vila Nova de Gaia) e pelo Grupo Coral Polifónico do Orfeão de Bustos.

2006 - 18 DE FEVEREIRO - 1920. [86 VE!AS]

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18 de Fevereiro: Comemorações Oficiais
Notícia datada de
fevereiro 13, 2005
no Bustos - do passado e do presente

"Depois de muito instada a Junta de Freguesia acabou por organizar o programa das comemorações oficiais do próximo 18 de Fevereiro. A iniciativa foi divulgada através de um convite dirigido aos elementos da Assembleia de Freguesia.
Programa:
11h00 – Romagem ao cemitério.
11H30 – Sessão solene na Junta de Freguesia.
Posted by as1568978 at 01:23 PM"
...
O Dia de Bustos'2006 persegue a monotonia do anterior.

SÓBUSTOS EDITA SÓFOLHINHAS nº 14

Posted by Picasa colagem srg,2006