10 de fevereiro de 2006

ANTIGA CASA DA CÂMARA E CADEIA PERDE INTERESSE MUNICIPAL


Na sessão da Assembleia Municipal (AM) de 29/12/2005 defendi a demolição, quer da designada “Antiga Casa da Câmara e Cadeia”, quer da iniciada obra da "ex-futura" sede da Junta da Mamarrosa.
A minha intervenção deu azo a grandes polémicas no Jornal da Bairrada e comentei-a a quente aqui no blogue, em comentário a um texto do Milton de 29/12/2005.
Agora, em reunião camarária de ontem à tarde, soube que o actual executivo votou a declaração de anulabilidade do acto de classificação de interesse municipal do degradado e mal enquadrado edifício.
Tal deliberação, que foi votada apenas com uma abstenção, vai ser comunicada ao IPPAR e à própria AM e foi precedida de dois pareceres jurídicos favoráveis à deliberação camarária, os quais ressaltam a existência de irregularidades na condução do processo de classificação municipal daquilo que para mim não passa duma incaracterística “casinhota”. O próprio jurista da Câmara se terá pronunciado no mesmo sentido.

Entretanto, aguarda publicação no JB um texto de resposta que elaborei na passada 2ª feira a propósito das intervenções sobre a matéria que foram sendo publicadas no mesmo jornal.
Adianto que considero mais gravosa a intenção de manter a estranha construção da nova sede da Junta de Freguesia da Mamarrosa.
Quanto a este caso, cheira-me que o novo executivo tem falta de coragem, pois pretenderá continuar a obra...legalizando-a...
Aguardemos, que é da discussão que nasce a luz.
*
oscardebustos

4 comentários:

  1. Anónimo10:20

    Felicito a intervenção de OKSR. Já era esperada, pois tinha «levado um puxão de orelhas» do actual «não sendo presidente do concelho». A polémica estará para durar, já que segundo Óscar de Bustos parecer apontar “para a existência de irregularidades na condução do processo de classificação municipal”. Teremos versão 2 do caso metropolitano do Porto – Museu Soares dos Reis? Aguardo a publicação do(s) escrito(s) dos defensores do ‘recém-descoberto monumento’ da terra de Oliveira do Bairro. Enquanto a procissão do santo camartelo vai no adro, a edilidade deverá precaver a recolha e preservação do friso de azulejo da sinalética Oliveira do Bairro que está afixado na parede voltada a nascente. Era a marca do início do povoado.«»«»
    Nota: o texto editado no NB em 19.01.2006, “CADEIA NO AZULEJO … E TODOS FICAM BEM” mereceu um comentário identificado (ÓscardeBustos, obrigado), E provocou um comentário rectificativo do autor. Reforço a analogia com o procedimento tido em Bustos – Um painel de azulejo registará o facto histórico recentemente descoberto.
    (sérgio micaelo ferreira)

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  2. Anónimo16:14

    Para fazer a vontade ao autor do escrito que aguarda pela publicação de respostas dos defensores do "recém-descoberto monumento" da terra de Oliveira do Bairro, sou a dizer o seguinte: para a manutenção do edifício, tanto faz que a deliberação da Assembleia Municipal seja válida, anulável ou até declarada nula; por muuito que custe a demolição do inestético e nada monumental "casinhoto" será sempre um atentado ao património cultural do concelho.
    Sem prejuízo, obviamente, do respeito que merece a opinião dos autores de escritos que teêm opinião contrária.

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  3. Não questiono o valor histórico do edifício. Daí que se justifique uma intervenção urbanística no local que registe o que foi a 1ª Casa da Câmara e Cadeia.
    Acho até que deve ser discutida publicamente a possibilidade de recuperação do edifício ou de parte dele, como acho que devem ser dados a conhecer estudos sobre a matéria, nomeadamente os tais estudos de que o Dr. Acílio Gala agora fala muito mas que nunca divulgou durante 16 anos de poder absoluto.
    Não vejo salvação para a "casinhota", é certo, mas não é por isso que o camartelo deve avançar a todo o vapor, mesmo que a generalidade das pessoas queira a demolição.
    Os cidadãos devem serem ouvidos e participar nas decisões sobre a coisa/causa pública, como devem ser ouvidos os especialistas sobre a matéria, desde que não seja apenas para encher a bolsa de dinheiro pelos "mui doutos pareceres"...mesmo sabendo que estes estão condenados ao fracasso.
    (ainda hei-de falar sobre esta fauna, que me soaram coisas de arrepiar...).
    Neste particular, vivemos demasiados anos às escuras, na base da confiança do "chefe", do "chefe sabe tudo", do "ele nunca se engana" e "é tão trabalhador".
    Vamos lá ver se o poder local muda de registo e se os cidadãos sentem mais vontade de ser parte da solução democrática e não meros espectadores, do "levanta o braço" e do "amen".

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  4. Anónimo16:01

    Este Dr.oscar de bustos é o máximo.Oiçam-no,leiam-no nas entrelinhas,tem piada, gosto da maneira como aborda os assuntos,a ironia e a sabedoria com que o diz,embora haja muita gente que discorde desse seu saber e que sinta uma certa inveja de tal sabia cultura.Quando vou ao blogue, os primeiros textos que leio são os deste exímio correspondente,não desfazendo é claro,dos restantes colaboradores.Mas voltando ao tão "protegido monumento"(por alguns),sou de opinião de que seja deitado abaixo,ele nada tem, começando pela sua "longínqua" beleza,pelas más recordações que as famílias recordam dos seus antepassados e tantas outras coisas....Abaixo com a C.C.C.,e os defensores se têm tanta pena,tiram uma fotografia e mandam reproduzir um pequeno monumento para recordação.Por hoje é tudo,até ao meu próximo comentário.ANÓNIMO 2

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