16 de fevereiro de 2006

DIA DE BUSTOS/82 - LOUROS PARA A COMISSÃO PRÓ-BUSTOS (CARACAS) - 1

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A Lei nº 942 de 18 de Fevereiro de 1920 futura o encontro de Bustos com Bustos. Os bustuenses de casa ou da diáspora, os de ontem ou de hoje, os grandes ou pequenos, os amigos ou adversários têm um denominador comum a uni-los: a Alma de Bustos veste-se nesse dia com as cores do arco-íris da nossa diversidade.

Em 1982, as comemorações do sexagésimo segundo [62º] aniversário da criação da Freguesia que decorreram sob o signo da compra palacete do visconde “tiveram uma grandeza e tão grande dinâmica popular que irão perdurar na nossa memória”[1]. O entusiasmo, o amor-próprio do sabugo de Bustos repercutiram-se por todos os cantos do globo onde estivesse um bustuense. As dádivas surgiram das bolsas mais recatadas.

Graças ao dinamismo da Comissão Venezuelana ‘Pró-Bustos’[2], o zénite das festividades foi alcançado na outra margem da ribeira do Atlântico.

O ‘18 de Fevereiro’ , comemorado a 20 (sábado), assentou bivaque nas instalações da Associação Desportiva Luso Venezuelana [ADLV], e teve tal pompa que atingiu um dos momentos mais altos da diáspora Portuguesa.

O inolvidável evento foi presidido pelo então Cônsul – Geral de Portugal[3] que no seu discurso encheu de orgulho os presentes ao afirmar que ‘Talvez não tenham reparado que hoje deram um exemplo muito alto da nossa maneira de estar no mundo”.

A cerimónia e a parte lúdica foram programadas com rigor protocolar. Para o êxito da organização muito contribuiu a comissão feminina partilhada por Rosa Maria Teixeira dos Reis, Licínia da Rocha Teixeira, Luciete da Fonseca, Matilde Lima, Rosa da Silva, Alzira Teixeira Correia, Fernanda Moreira Teixeira, Irene Ribeiro Samagaio e Palmira Teixeira Alves.

Um momento de poesia dedicada ao rincão natal foi protagonizada por Palmira dos Santos que leu o poema ‘Bustos, Jardim Pequeno’, da autoria de Rosa dos Santos Batista. A quadra
“De lá saímos a chorar
E chegámos ao estrangeiro
Mas não deixamos de recordar
O nosso 18 de Fevereiro”
calou fundo no sentir dos participantes.

A Mulher-Emigrante pontificou na série dos ‘Discursos da Ordem’ com a mensagem de Rosa Teixeira dos Reis a exultar de satisfação, “como filhas daquela grande terra [Bustos], ver o ambiente que nos rodeia” … e explica: “É a vontade de um povo que tem a alegria de viver!... É o desejo de um povo que quer sair adiante!...”.

Manuel Ascenção, presidente da ADLV, sensibilizado por testemunhar “a vossa união e vocação para o trabalho”, desejou que os sonhos [dos bustuenes] “se convertam em realidades”.

Do discurso de Ulisses Crespo, presidente da comissão da comunidade bustuense na Venezuela, PRÓ-BOUSTOS, respiga-se;
Bustos também "celebra … a assinatura da escritura pública da compra do Palacete do Visconde[4], hoje propriedade do seu povo".
"Bustos começa a sair do marasmo em que se encontrava, e temos a esperança que iremos ao encontro de um lugar de relevância dentro do contexto de freguesias que englobam a grande região da Bairrada”.

Mais adiante, o orador, sempre atento ao chão de Bustos, proclama: “A distância nunca separa os homens da terra e da mãe!...” e, fazendo um apelo à comunidade alvitra: “É pertinente que os Bustuenses aqui residentes, estejam organizados em Comissão permanente e efectiva … para estar preparada, tanto para enfrentar quaisquer vicissitudes que se apresentem, como também para celebrar os nossos júbilos...”.
….
Integrados nesta grande festa, foram homenageados os progenitores do clã Teixeira (D. Ana e Sr. Manuel), tendo recebido lembranças e aplausos. Mais ao lado, contou-se os Parabéns a Você pelo sexto aniversário do Johnny Pinto.
A magia de Júpiter Crespo cumpriu a contento a animação musical.

Esta viagem ao ‘18 de Fevereiro de 1982’ de Caracas é apenas um pequeno tributo de homenagem “aos que deram um exemplo muito bonito de como se deve restar espalhado pelo mundo…”[5] aos que contribuíram para o engrandecimento de Bustos.

Notícias de Bustos ao editar “esta reportagem” pretende sensibilizar o poder local para dedicar algumas placas, bustos, obeliscos ou sessão a alguns marcos da nossa curta história, onde a Comissão Pró-Bustos (Caracas), a Comissão de Melhoramentos/1960, a União Liberal de Bustos, o 25 de Abril, o Emigrante … têm justo cabimento. Para não citar personagens qua ajuadaram a escrever Bustos com letras de oiro.

Agora que a internete encurta as distâncias e que os filhos de emigrantes da 3ª geração vagamente se lembram da existência do torrão dos seus ancestrais, é chegado o momento de pôr a caminho projectos que aproximem os descendentes das raízes de Bustos.

sérgio micaelo ferreira (16.02.2006)

Nota:
Este trabalho foi desenvolvido a partir do Suplemento dedicado ao Dia de Bustos do “Voz de Portugal”, Quinzena de 1 a 15 de Março de 1982). As imagens editadas foram adapatadas das foto publicadas neste quinzenário. Um bem-haja. (srg)


Notas de rodapé:
[1] in Belino Costa, Bustos - do Passado e do Presente, http://bustos.blogs.sapo.pt/ fevereiro 01, 2005
[2] Elementos que iniciaram a comissão Pró-Bustos (1981): Ulisses de Oliveira Crespo, João ferreira Casimiro; António de Oliveira Crespo, Álvaro Ribeiro Samagaio; Armando Lima; Manuel da Silva Capão e António da Fonseca Martins.
[3] Dr. Manuel Lopes da Costa, prestigiado Embaixador, teve uma imponente recepção em Bustos, com um jantar no Salão de Baile, organizada pela diáspora de Bustos na Venezuela. [Este acontecimento merece um registo no NB. Haja candidato]
[4] A comunidade bustuense na Venezuela fez-se representar no acto da escritura por António de Oliveira Crespo. É desejável saber qual foi o contributo amealhado pela Comissão Pró-Bustos.
[5] Dr. Manuel Lopes da Costa.

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