Já está em distribuição a nova Agenda Municipal de Oliveira do Bairro. Apesar do novo grafismo a “nova” Agenda é afinal tão “velha” quanto a anterior.
No texto de abertura Mário João Oliveira, o novo presidente do Município, começa por fazer o auto-elogio (“ A minha vida profissional, empresarial, pessoal e associativa permitiu-me adquirir conhecimentos fundamentais que utilizo na direcção da Câmara para, com todos, construir um concelho melhor”) e acaba apelando à colaboração de todos, o que é pouco, muito pouco.
Mário João Oliveira já deve ter aprendido na sua vida profissional, empresarial pessoal e associativa que mais do que apelar à colaboração de todos é preciso um projecto estabelecendo metas e objectivos, é preciso um método e meios de realização. Neste caso concreto não basta apelar ao voluntarismo, será necessário contactar as várias entidades que dinamizam a vida cultural desportiva e recreativa do nosso concelho e estabelecer ligações e cumplicidades que permitam que a Agenda Municipal seja um repositório e uma forma de divulgação do que vai acontecendo entre nós. E para isso é fundamental que se construa uma base de dados com o levantamento de datas, acontecimentos e instituições que marcam a vida de cada uma das freguesias do concelho. Se tal já existisse a Agenda deste mês de Fevereiro não deixaria de referir, no que por exemplo diz respeito a Bustos, o aniversário da criação da Freguesia assim como o aniversário da criação do Orfeão, o que não acontece.
A Agenda pode ser um elemento vital à construção de uma dinâmica cultural, desportiva e recreativa a nível concelhio, um elemento importante à construção de uma identidade entre freguesias demasiado distantes entre si quando não demasiado rivais. Mas para isso deve estabelecer contactos, ir em busca da informação, organizar dossiers e não ficar numa postura amadora e basear o seu trabalho no voluntarismo alheio. Para a Agenda ter impacto e significado terá ir para além da nota da contra capa onde se lê: “ Os interessados na divulgação das suas actividades devem enviar todas as informações até ao dia 14 do mês anterior à publicação dessa agenda”.
Se como escreve Mário João Oliveira a Agenda pretende ser “uma ponte entre as instituições e a população” então terá que lançar amarras por todo o concelho, ir ao encontro das instituições e das pessoas em vez de ficar fechada num gabinete à espera da chegada do correio com duas semanas de antecedência.
Belino Costa
PS: E faço votos que a Agenda enterre de vez o sectarismo e divulgue os endereços de todos os agentes culturais do concelho, sem esquecer este “Notícias de Bustos” e outras experiências semelhantes.
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