10 de outubro de 2011

António José Pires Condesso (11.01.1943 - 09.10.2005)

O Tozé Condesso tinha de Bustos uma das suas terras de eleição.
.
A tradução «Ao meu jeito» mantém o Tozé no nosso convívio. Um bem haja à tradutora e biógrafa.




Ao Meu Jeito

E agora, o fim está próximo,

Por isso espero cair o pano.

Meu amigo, vou falar claro,

Apresentar o meu caso, que conheces bem.

Vivi uma vida cheia.

Percorri todas as estadas.

E mais, muito mais do que isso,

Fi-lo ao meu jeito.

Arrependimentos, tive alguns.

Mas tão poucos, que não vou mencionar.

Fiz o que tinha de fazer

E levei sempre tudo até ao fim.

Planeei cada percurso,

Cada passo cauteloso ao longo do caminho.

Mas mais, muito mais do que isso,

Fi-lo ao meu jeito.

Sim, houve vezes, como sabes,

Que traguei mais do que podia.

Mas sempre, em caso de dúvida,

Engoli e deitei fora o que era preciso.

Enfrentei tudo, sempre, de pé.

E fi-lo ao meu jeito.

Vivi, ri e morri.

Tive o meu ganho e a minha perda.

E agora, que as lágrimas se acabam,

Acho tão engraçado pensar que fiz tudo isto,

Se me permites – não de forma envergonhada,

Não, eu nunca!

Fi-lo ao meu jeito.

Pois o que é um homem, o que é que ele tem?

Se não se tem a si próprio, então não tem nada.

Dizer as coisas que verdadeiramente sente

E não as palavras de alguém que ajoelha.

O registo mostra que aguentei os golpes.

E fi-lo ao meu jeito!

Fermentelos, 10 de Outubro de 2005

Tradução livre de “My Way”

de Frank Sinatra

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