5 de outubro de 2011

O MURAL DO CENTENÁRIO


Lisboa inaugurou, hoje à tarde, o monumento que assinala o Centenário da República portuguesa. Trata-se de um mural com a impressão das mãos de cem crianças. São cem quadrados em bronze com as mãos o nome e a data de nascimento, de jovens estudantes oriundos de vários estabelecimentos de ensino  da cidade de Lisboa. Todos eles indicados pelas escolas em função de um único critério, o da excelência.

Ao contrário de todo o aparato que rodeou a cerimónia do Centenário, em 5 de Outubro de 2010, na Praça do Município, desta vez a inauguração foi curta e simples. Valeu sobretudo pelos sorrisos dos jovens, todos eles transpirando confiança, felicidade e sonho. Em cada olhar o orgulho de verem as mãos gravados no bronze, transformadas em símbolo nacional. Objecto de arte em exibição no jardim Amália Rodrigues, no Alto do Parque Eduardo Sétimo.

Olhar para o passado valorizando o futuro e a Escola, essa é afinal a grande metáfora, a mensagem do mural do Centenário. A República cumpriu o primeiro século, tal como os jovens do mural, ainda é jovem, inexperiente, com muito, muito para aprender. Está tudo por acontecer.
Há só um pequeno senão, é que, ao contrário dos jovens adolescentes, a República perdeu a arrogância, a paixão, a coragem. Virou aborrecimento, está descrente e em lugar da esperança, da crença no futuro, do reconhecimento e defesa da excelência, difunde temores. De tão assustada, anda de espinha dobrada e olhar subserviente.

De pouco valem as metáforas nos tempos que correm, mas reconfortam. Lá isso reconfortam.
E sobretudo saber que só agora se cumpriu o primeiro ano do Segundo Centenário da República Portuguesa. Temos muitos dias pela frente. Haja fé!

Belino Costa

Nota esotérica e bustuense: Nada sei sobre a morte mas, se tal for possível, hoje Vitorino Reis Pedreiras escreverá um texto sobre o 5 de Outubro, enquanto Manuel Simões da Costa (Serafim) abrirá uma garrafa de champanhe na companhia de todos os amigos, incluindo parentes. Se existir essa coisa chamada Céu, deve andar por lá uma festança que nem vos conto…


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