25 de outubro de 2009

BUSTOS DE MEMÓRIAS - O PIÃO DE BUXO


O Pião da imagem tem várias dezenas de anos. Está guardado. Bem próximo do local onde foi feito. Um torno movido a “gaso-broa”, conforme gosta de repetir o seu autor: MAM.
A sua oficina está recheada de memórias e de artifícios engendrados pela sua argúcia.
MAM explicou com demonstração, ao vivo as minúcias dos maquinismos inventados ou montados pelo artíficie.
A gravação em vídeo teria toda a oportunidade. Ou ficará apenas uma nota de rodapé… MLM era um artista etc. e tal…
O Pião ao lado de um corte de buxo ajuda a regressar ao tempo das nicas e do pião à mão ou pião à unha ou do ar à mão. … A melhor guita era de fio de pesca de bacalhau …
Enfim...
Faz todo o sentido gravar em vídeo o senhor MAM a mostrar a sua oficina.
Se não houver registo, ficará apenas uma nota de rodapé ao sabor das ficções:
"MAM era um artista" ... é o que a história dirá, merecidamente.

O Pião da imagem tem dezenas de anos. É um de tantos que fez animar a brincadeira da garotada ...
...

O Pião na Amazónia é feito pela própria criança… e com os recursos que a natureza lhe faculta, segundo o projetbira:
Girar um pião na mão, na Amazônia, requer um grande conhecimento de floresta.Muitas crianças caboclas conseguem encontrar um pião escondido dentro de um caule de uma árvore, só olhando para dentro da mata. Sabem também manusear um facão e esculpir o seu pião em apenas 20 minutos. O acabamento fica por conta da língua do peixe pirarucú que serve como lixa de madeira. (in Pião de Madeira, http://www.projetobira.com/brincadeiras/ )

Os jogos do pião era dos mais animados. Recorto de
“O Jogo do Pião”:
...
“Quando a pontaria era certeira, o pião alvejado ficava geralmente nicado e frequentemente lançado p’ra longe, e muitas vezes rachado em duas metades. Era lei entre a rapaziada que, no caso do pião se sumir, o atirador devia pagar, mas no caso do tal pião ficar rachado, ia simplesmente p’ró lume. (Manuel Inácio de Melo, Santos Tempos, 1993).Com o pião faziam-se habilidades, tais como trazê-lo p’rà mão enquanto a rodar no chão, ou então atirá-lo no ar e vê-lo caído na palma da mão, andando sempre. Tomar o pião sobre a palma da mão tinha a sua técnica. O pião devia estar a rodar controlado. Rente ao chão chegava-se, então, a mão direita ao pião, fazendo-o subir a ela pelo espaço entre o polegar e o indicador, com o pião ainda a rodar por momentos na mão aberta.”

in Ferreira Moreno, Oakland, Califórnia, O jogo do pião, O jogo do pião, Esvreva Connosco, Portuguese Thimes;


Hoje, o Pião é mais objecto de montra com etiqueta.
Haja recolhas.
E campeonatos, sem direito a taças.

3 comentários:

  1. Anónimo11:46

    MAM ? Quem é o MAM? Alguém que está na clandestinidade pelo que nãso se pode revelar o nome?

    MAM? Quem é o MAM?

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  2. Anónimo15:37

    MANUEL ALMEIDA MICAELO?!

    PENSO EU

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  3. Carlos Alberto Martins02:14

    O pião de buxo era o mais querido porque era o mais resistente às nicadas. Do jogo do pião, lembro-me o da "roda, sai fora". Lançava-se o pião e, quando ele acabava de girar, ou saía da roda traçada no chão (maior ou menor), ou ficava lá dentro. Caso isto acontecesse, passava a ser objecto da "fúria" dos piões adversários. Para este jogo, era importante ter piões com muito "remanso" (não sei se o termo está correcto, mas era assim que a miudagem falava), ou seja, piões que, depois de acabarem de girar, ganhavam energia que os fazia sáir, por si próprios, de dentro da roda. Velhos tempos! E quantos piões chorados...

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