No Carnaval de 1990 ainda o centro de Bustos era o centro da aldeia. Ainda o cinema exibia filmes, ainda se bailava no salão. Nesse domingo de Carnaval o programa era especialmente prometedor. Pela tarde uma sessão de cinema para as crianças, com a exibição do filme de Walt Disney, “Oliver e Companhia” (1988). Ainda que não fosse novidade a película até poderia ter atraido um público significativo, não fosse a tarde ter sido iluminada por um sol radioso, primaveril. Ao que se veio a juntar alguma música.
Surpresa rara, mesmo naqueles tempos. Anunciado por uma carrinha ruidosa surgiu o Rancho do Silveiro para cumprir a tradição carnavalesca. Exibiu-se na frente do salão de festas enquanto um rapaz, ainda mais jovem do que os jovens dançarinos, segurava a bandeira do grupo, de onde pendia uma fileira de notas de escudo presas por alfinetes.
Surpresa rara, mesmo naqueles tempos. Anunciado por uma carrinha ruidosa surgiu o Rancho do Silveiro para cumprir a tradição carnavalesca. Exibiu-se na frente do salão de festas enquanto um rapaz, ainda mais jovem do que os jovens dançarinos, segurava a bandeira do grupo, de onde pendia uma fileira de notas de escudo presas por alfinetes.
E se o filme não foi um êxito comercial, o baile não teve melhor sorte. A malta nova não apareceu, apesar de todo o trabalho, apesar da presença de artistas locais com a Gladys ao comando do microfone. As meninas estavam lindas e a banda afinada, só faltou o público para uma grande festa.
No Carnaval de 1990 caiu a máscara. O centro de Bustos já não era o centro da aldeia, ainda que o fingisse ser. O cinema e o salão de festas tinham perdido a corrida do tempo. A oferta deixara de ser atractiva, a actividade perdia viabilidade económica. Tinha acabado uma época. Irremediávelmente.
Belino Costa
Belino Costa
Excelente viagem aos idos 1990. Algumas caras conhecidas e certamente mais novas. Dá ideia que foi há muito tempo, desde os homens com chapéu e patilhas compridas ao cinema que ainda funcionava.
ResponderEliminarTempo dos "Foleiros da Brilhantina" dos quais tive o prazer de ter sido membro como baixista da banda.
ResponderEliminarRelembro estes tempos com muito carinho. Ainda que o salão enão estivesse cheio, nós cantávamos e tocávamos para o nosso público. E o mais importante: fazíamos o que gostávamos!
ResponderEliminarObrigada por este pequeno tesouro!