27 de outubro de 2006

LIGAÇÕES: AMIGOS DE PERRÃES



“A Associação dos Amigos de Perrães (AMPER) é uma colectividade sem fins lucrativos com sede no lugar de Perrães, freguesia de Oiã, constituída por escritura pública outorgada em 18 de Março de 1980 e que cujo objecto inicial foi a promoção desportiva, recreativa, cultural e de bem fazer dos seus associados e população local.


Só a partir de 1991, a AMPER passou a ter na solidariedade social o campo privilegiado da sua actuação, para o que se tornou absolutamente essencial, quer a alteração dos respectivo Texto Estatutário, quer a construção de um Centro Social, o qual entrou em funcionamento em 1 de Abril de 1997, com duas trabalhadoras e sete utentes.
Nessa circunstância, e face ao propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos, a AMPER adoptou então como objectivo o exercício da solidariedade social com protecção dos cidadãos na velhice e invalidez, apoio à família, a crianças e a jovens, a promoção social, cultural, desportiva e recreativa e de tempos livres dos seus associados, e da população do lugar de Perrães e lugares limítrofes.


Está registada como Instituição Particular de Solidariedade Social e reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública, e desenvolve no seu Centro Social actividade de solidariedade social nas áreas da infância e velhice, mantendo válidos os acordos de cooperação celebrados com o Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social para as valências de Creche (24 utentes), Pré-Escolar (20 utentes), A. T. L. (30 utentes) e Centro de Dia (12 utentes). “
Aqui.

26 de outubro de 2006

MAIS LIGAÇÕES

“No dia 30 de Maio de 1991, a população do Silveiro reuniu-se em casa do Sr. Jaime Duarte da Conceição e tomou a decisão de criar uma Associação que então se assumiu como de Melhoramentos. Em 5 de Janeiro de 1992, esta Associação legalizou-se com a designação de "SOLSIL Associação de Solidariedade Social do Silveiro", já com uma vocação social que viria a alargar o seu âmbito inicial e a projectaria para fora da aldeia e mesmo do Concelho onde nasceu."

Assim começa por ser contada a história da SOLSIL no sítio desta associação na internet. Esta notável associação de solidariedade do Silveiro é a mais recente entrada no nosso menu de LIGAÇÕES e merece uma visita atenta.
A Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro e os Escuteiros da Palhaça são outras entradas recentes indicadas pelos nossos leitores.

BC

24 de outubro de 2006

LIGAÇÕES VIRTUAIS

Clicar, estabelecer ligações com a realidade digital do concelho de Oliveira do Bairro é a nossa nova proposta.

A partir de hoje o “Notícias de Bustos” passa a incluir, no menu do lado direito, as LIGAÇÕES a outros parceiros da comunidade cibernética concelhia; escolas, bibliotecas, associações, clubes desportivos, instituições, blogs, jornais, etc.


A lista, aberta a novos endereços, ainda é pequena e revela muitas insuficiências. No que se refere ao poder local, por exemplo, apenas a Câmara Municipal e duas juntas de freguesia, Oliveira do Bairro e Palhaça, dispõem de um sítio na net. Também a grande maioria das instituições culturais, recreativas e desportivas estão ausentes, mas não desesperemos. A revolução tecnológica está em marcha e amanhãs mais brilhantes e radiosos nos esperam.

BC

PS: A lista de LIGAÇõES continua em construção graças à colaboração dos leitores. Envie-nos a sua sugestão.

UDB AGRADECE NOVA PLÁSTICA: os primeiros de uma longa lista

22 de outubro de 2006

UDB: FINAL DE FESTA

Antes de mais os RESULTADOS do programa de jogos:
»» Sábado: Escolas B - 3 / Anadia - 5; Escolas A - 2 / Mealhada -2 (jogo treino); Infantis A - 7 / Calvão - 3; Iniciados B - 1 / Oliv.ª do Bairro - 0 (2ª divisão); Juvenis A - 3 / Valonguense - 0; Juniores - 4 / LAAC - 0;
»» Domingo: Juvenis B - 3 / Pampilhosa - 0; Iniciados A - 0 / Mourisquense - 2 (derrota inesperada duma equipa superior); Seniores - 0 / Carregosense (Oliveira de Azeméis) - 0.


»» O LIVRO DE OURO deu os seus frutos e nele inscreveram o seu nome muitos bustuenses e amigos de Bustos, de tal forma que a recolha de fundos durante o dia de Sábado rendeu algo como 3.500 euritos. A noite de Sábado, em casa do Dótô, ajudou muuiiito à missa, que o aconchego do lar e da boa mesa prestam-se a soltar os cordões à bolsa.

Uma ajuda bem-vinda, desde que outras se sigam, sucessivamente sem parar, que se faz tarde e a UDB merece (reler texto abaixo, do passado dia 15).

*

E agora vamos à OBRA:
- Custos globais: +- 500.000 euros;
- O que falta fazer: vedação em rede a aplicar sobre os novos muros envolventes: 7.500€;

- Aplicação de vidros acrílicos à volta do bar/terraço, que é preciso que não chova lá como hoje de manhã: 10.000€ (incluindo o toldo e sua armação); - Pavimentação do piso do bar, cujo material já foi adquirido;
- Reboco e pintura dos muros: 6.000€; - Reforço da iluminação: 10.800€.

A Direcção decidiu ainda homenagear o DR. MANUEL DOS SANTOS PATO inaugurando um busto do mesmo junto aos balneários, em cerimónia a anunciar e para o qual já há orçamento - 7.500€.

Orgulhoso do presente que a UDB vive e da obra feita, o sempiterno DR. ASSIS REI (um ícone
do futebol bustuense) assistia embevecido ao jogo dos seniores desta tarde; o Serginho, esse, acenava que sim.

Cá de baixo, do canto do relvado donde disparei a foto, adivinhava-lhes a conversa: Finalmente, a UDB deu o grande SALTO em frente ao futuro de mais de 100 miúdos, que eles são o nosso sangue e a nossa alma e é por eles que vale a pena LUTAR!
*

A revolta surda da

já é passado…

E VIVA A UDB do nosso contentamento!!

oscardebustos

21 de outubro de 2006

UDB: NOS BASTIDORES DA FESTA

Salta à vista o luzidio marketing que a Direcção da UDB trouxe ao programa dos festejos.
A ideia e o seu desenvolvimento tem um rosto e esse rosto tem um nome: Daniel Santos.
Nascido na Pedralva, licenciou-se em gestão de empresas e marketing e, depois de ter casado no nosso vizinho Montouro, adoptou Bustos como seu lar.
Jogou futebol amador e é só o responsável de marketing da oliveirense RECER, uma das maiores e a mais conhecida empresa do país na produção de azulejos, afamada pelo sentido apurado e apelativo com que promove os seus produtos.

Mas o Daniel é também o treinador dos Infantis A da UDB, que acertou na mouche ao trazê-lo para as suas fileiras. Chama-se a isto matar 2 coelhos duma cajadada…
Ah, o Daniel declinou convites doutros clubes, o que prova que Bustos é mesmo o sítio do seu coração.
Antes de mais, fiquem sabendo que o autor das ideias de marketing que tem feito girar os festejos da inauguração do campo sintético, é também o autor da ideia e dos conteúdos do recente site do nosso clube:
www.udbustos.com/

A formiguinha/mascote é o novo ex libris da UDB. Para chegar a ela, o Daniel não hesitou em lançar um concurso público de criatividade, que tratou de anunciar no Jornal da Bairrada do passado dia 13 de Setembro (pág. 31). Ganhou a designer Rita Rocha, colega de trabalho do nosso Daniel e - fiquem sabendo - uma lisboeta também a viver em Bustos: T-shirts, porta-chaves, autocolantes, galhardetes, cachecóis de vários tamanhos, feitios e cores, fitas e lenços para a cabeça (tipo motard), rótulos das garrafas a concurso e outros gadjets.

Falta a melhor notícia: A UDB vai editar uma revista de 16 páginas e 500 exemplares, destinada a divulgar tudo o que disser respeito ao clube: inauguração do sintético, site, mascote, análise dos atletas, merchandising.
Esperam-nos notícias sobre o Livro de Ouro ($$ precisa-se $$) e uma animada campanha de angariação de sócios. São só 40 euritos/ano. Venha de lá uma ajudinha!
E vêm aí torneios, festas e outros apelativos eventos.

A UDB renasceu mesmo das cinzas. Há empenho e um novo rumo na organização. Prova disso são as reuniões semanais entre directores e treinadores, para análise da situação do clube, distribuição de missões e encontro de decisões.

Em grande, a remoçada UDB!
*
oscardebustos

UDB: A BENÇÃO FOI SÓ O COMEÇO








E foi assim que a festa começou: com bênção dos balneários e do piso sintético, na presença do Espadilha, Dótô e Noé, que a Direcção leva as coisas a sério.






O concurso de vinhos de produtores da terra é mais logo,
que temos tempo de perder,
ganhando...




O farto porco ainda está a ser assado pelo Hoss na esplanada sobre os novos balneários…
A fome há-de apertar e vale a pena usar o pretexto para ajudar o clube de todos nós.




As Escolas B foram as primeiras a entrar em campo, nos seus irrequietos 9/10 anitos.
Primeiro, há que aquecer os jovens músculos, que o adversário (Anadia) não é pêra doce.
Por isso perderam por 3-5.
Ou foi a emoção da festa que os tirou do caminho da vitória?



A mascote foi omnipresente, que o merchandising já chegou ao futebol da terra: T-shirts, autocolantes, porta-chaves, tudo em redor do futebol/formação, que as camadas jovens são a alma-mãe da remoçada UDB.


Logo, há mais!!





UDB: BENÇÃO

Sua benção,
Pai!

20 de outubro de 2006

ESPERANÇA: OLD FRIENDS


















Que bom ter o relógio adiantado!...
A gente assim, por saber
que tem sempre tempo a mais,
não se rala nem se apressa.

O meu sorriso de troça,
Amigos!,
quando vejo o meu relógio
com três quartos de hora a mais!...

Tic-Tac...Tic-tac...
(Lá pensa ele
que é já o fim dos meus dias.)

Tic-tac...
(Como eu rio, cá p'ra dentro,
de esta coisa divertida:
ele a julgar que é já o resto
e eu a saber que tenho sempre mais
três quartos de hora de vida.)

[Sebastião da Gama (1924/1952): Serra-Mãe]

*
oscardebustos

[Pós-Nota: o poema quer lembrar os amigos de infância. Mas lembra, sobretudo, uma pequena história de quando teria 8 anos: a minha mãe apanhou-me a adiantar uma hora o grande relógio de sala. Perguntando-me a razão, respondi-lhe muito sério que queria que um funeral desse dia passase mais depressa; uma hora antes, portanto...]

19 de outubro de 2006

SENTINELAS

Quando passamos no centro de Bustos raramente damos conta das sentinelas que nos observam.
Atentamente. Silenciosamente.



Dia após dia, ano após ano as sentinelas vão observando os nossos passos, escutando as nossas vozes, conhecendo-nos pelos mais pequenos gestos.



Lá do alto espreitam o nosso quotidiano.


Vigiam o passar das décadas e das gerações.

Mas… Mas até as sentinelas se cansam. E então o cão ladra.
E a serpente serpenteia. E a deusa Ceres afaga o trigo.
E a águia abre as asas, solta-se e voa.

É o que dizem. Em certos dias eu respondo que sim. E acredito.

18 de outubro de 2006

AS AMORAS

Costa Nova, 1 de Outubro de 2006
(Há vidas para além da morte)
*
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
*
Eugénio de Andrade, poeta meu ("O Outro Nome da Terra")

17 de outubro de 2006

BIBRIA – A “NOSSA” BIBLIOTECA DIGITAL



“Rosas e Espinhos”, livro de poemas de Hilário Costa, editado em 1955, encontra-se digitalizado, integrando o espólio da BIBRIA - Biblioteca Digital dos Municípios da Ria . A Bibria é uma biblioteca digital que pode ser consultada em qualquer computador ligado à Internet, contando actualmente com 201 títulos, entre os quais muitas publicações periódicas dos concelhos de Aveiro, Oliveira do Bairro e Ovar, os três municípios que, sob a liderança da Universidade de Aveiro, integram o consórcio que tem vindo a desenvolver este projecto, um dos mais avançados no nosso país.

Pretende, por exemplo, consultar o jornal “Alma Popular”? Nada mais fácil, basta clicar aqui e terá acesso ao jornal de Manuel dos Santos Pato e Tiago A. Ribeiro a partir de 1931.

Muito trabalho está já realizado, mas muito mais falta ainda realizar, pelo que se justifica um alerta defendendo a continuação do projecto. Na verdade ele poderá ser suspenso em breve, já que o actual acordo e respectivo financiamento terminam em 31 de Dezembro do corrente ano. Mesmo em tempo de crise esperemos que o actual consórcio, desejavelmente alargado, dê continuidade ao trabalho em curso. Digitalizar o património documental, literário e jornalístico é um passo decisivo para a projecção futura da nossa região. Em Portugal e no mundo.

BC

16 de outubro de 2006

CONVITE

A Direcção da União Desportiva de Bustos convida toda a população para a inauguração oficial do Campo Sintético Dr. Santos Pato, a realizar no dia 21 de Outubro a partir das 8h30 e no dia 22 de Outubro a partir das 9h30.

15 de outubro de 2006

UDB – DIREITO DE EXISTIR – II

É este o renovado campo Dr. Santos Pato, abandonada que foi a demanda do novo complexo desportivo, ali mais a norte, em terras já parcialmente compradas pela Câmara. Ao fundo, os excelentes balneários, um espaço novo em sítio antigo.
Ide em visita e espantai-vos com os novos balneários e tudo o mais, que não é pouco!
*
Então não é que vamos poder assistir aos jogos sentados no terraço dos balneários,
beberricando e petiscando, como bons “colegas”? A escadaria de acesso será pela estrada, em obediência às leis do reino.

(Na imagem ao lado, o Dótô, a preparadora física e o Carlos Fontes, treinador dos iniciados)
*
A UDB prepara os festejos da inauguração com pompa e circunstância: sábado e domingo próximos haverá festa rija em redor do futebol (as camadas jovens são o grande orgulho do clube), como deixa antever o apelativo anúncio/convite aqui ao lado.
*
Não faltará até um concurso de vinhos made in Bustos, pelo que calcularão a minha ânsia…
*
A mascote das camadas jovens, uma sugestiva formiguinha com direitos de autor, é mais uma aposta da empenhada equipa directiva:
o incontornável Dr. Fernando Vieira,
Espadilha,
Marisa e pai Helder (da Reizinha),
Noé Santos,
Sr. Manuel
e Outros.
*
Não faltarão à festa a jovem preparadora física da miudagem, Virginie e a minha sucessora no cargo de delegada dos iniciados, Eduarda Santos Pereira (viúva do saudoso Vieirinha, esse verdadeiro colega e amigo).
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Segue a história da mascote e o programa:
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Qual pequena formiguinha,
também a UDB é perseverante e trabalhadora.
O programa de 2 dias não há-de morrer à míngua de eventos.
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A UDB cresce e, para que não cresça torto e mal, e - em vez disso - se desenvolva em harmonia, o mínimo que podemos exigir de nós é reunir o apoio de todos os bustuenses e amigos de Bustos, continente adentro, europa fora, aquém e além mar em áfrica, américas e oceânia.
Passou o tempo das (des)ilusões...
É tempo de renascer das cinzas.

*
oscardebustos
*
[entretanto, visitemos o site do clube em www.udbustos.com/]

14 de outubro de 2006

UDB: DIREITO DE EXISTIR - I

O ex-velhinho campo da UDB está em obras:
novo piso em relvado sintético e
novos balneários, feitos de raíz,
com direito a bar coberto a toldo (por cima dos balneários).
A inauguração oficial será para o mês que vem.
*
A foto mostra o estado das obras no verão passado.
*
Entretanto,
ali paredes-meias com o bar Submundo,
fica a sede,
com um pequeno bar
e uma sala de musculação,
assim:
*
Amanhã saberão mais,
que o repórter X vai estar lá para esclarecer o misterioso cartaz
afixado no muro exterior do "estádio".
Estará em causa o direito da UDB existir?
O mistério adensa-se…
*
oscardebustos

13 de outubro de 2006

BUSTOS NA 1ª REPÚBLICA: O COMÍCIO

Em finais de Fevereiro de 1911 Bustos foi palco de um comício republicano muito concorrido. “O Democrata”, órgão semanal do Partido Republicano, com publicação em Aveiro, descreveu assim o evento:

O Comício em Bustos


Foi verdadeiramente triunfal para a Democracia a jornada que os republicanos de Aveiro, em missão de propaganda, fizeram, no passado domingo, à freguesia de Bustos(1), concelho de Oliveira do Bairro, velho feudo da extinta monarquia onde o caciquismo imperava impúdica e descaradamente.
Logo de manhã o lugar apareceu ornamentado de festões de verduras, bandeiras e flores e o povo de Bustos e cercanias espalhando-se pelas ruas daquela importante povoação bairradense, dava a tudo uma nota alegre e festiva.
Havia o maior interesse em ouvir os oradores, que ali iam, impulsionados pelo amor pátrio, levar a Bustos a palavra da verdade, da justiça e da fraternidade.


Eram duas horas quando ao lugar chegaram os nossos distintos e prestimosos correligionários Albano Coutinho, Dr. André dos Reis, padre capelão de infantaria 24, capitão do porto Júlio Ribeiro de Almeida, capitão Ferreira Viegas, Rui Cunha e Costa, Manuel Barreiros de Macedo, Francisco Marques da Silva, António Maria Ferreira e outros.
A banda de música de Mogofores (2) arrancou com A Portuguesa, os foguetes estalejam nos ares e reboam pelo espaço as mais entusiásticas aclamações à República, à Pátria, ao governo provisório, Afonso Costa, António José de Almeida, etc.


Cerca de 3.000 pessoas se constituíram então em cortejo levando à frente os nossos ilustres correligionários que, comovidos, agradeciam aquelas espontâneas e patrióticas manifestações.
Chegados a um dos principais largos do lugar todos os oradores subiram, por entre constantes ovações, à tribuna que fora erguida fronteira ao palacete do Visconde de Bustos.
Rodeando a tribuna, ornamentada de bandeiras, festões de verdura e flores, toda aquela multidão se comprime e acotovelava.
Ao centro tremulava ao vento, altiva e garbosa a bandeira verde e vermelha, como que saudando e beijando todo aquele núcleo de cidadãos, outrora tão escravizados pelos caciques da terra, e hoje cidadãos livres de um Pátria livre!
Subindo à tribuna o administrador de Oliveira do Bairro propõe para presidir ao comício o venerando cidadão Albano Coutinho que é imensamente vitoriado e escolhe depois para secretários os cidadãos Jacinto Simões dos Louros e Manuel dos Santos Ferreira.
Constituída a mesa e depois de expostos os fins de reunião é dada a palavra ao

Capelão de Infantaria 24

Este nosso correligionário, um verdadeiro liberal, demonstra de uma forma indiscutível que entre República e Religião, não existe nem jamais existiu, a antinomia que os reaccionários e saudosos do regime passado apregoam. Caindo depois a fundo sobre os jesuítas tem arrancos oratórios que o povo sublinha com estrondosos aplausos. É foneticamente saudado com vivas ao clero liberal e aos verdadeiros patriotas.
Segue-se-lhe o nosso amigo e correligionário

Dr. André dos Reis

que a assembleia acolhe com uma estrondosa salva de palmas. O digno advogado começa por fazer a apologia da República e demonstra quanto mais nobre do que a monarquia é o actual regime governativo e quanto são sábios os seus homens e humanitárias e justas as leis até agora publicadas pelo governo provisório, leis essas que são a base da nova vida jurídica do país. Verbera com calor os erros dos antigos governantes da nossa Pátria e diz que a obra encetada em 5 de Outubro há-de erguer Portugal ao lugar a que tem direito perante o mundo culto. Termina o seu discurso, que é entrecortado com muitos aplausos com vivas à Pátria, à República, ao Povo e ao Governo Provisório.
Assoma à tribuna

Rui da Cunha e Costa

um novo já com assinalados serviços à causa democrática.
Com justiça e verdade escalpela os actos dos últimos governos monárquicos desde João Franco até Teixeira de Sousa. Atacando violentamente os caciques tem frases de rara energia, sendo muito aclamado pela assembleia, ao terminar.
Na ordem de inscrição fala o estudante de direito João Cardoso que produz um patriótico discurso aconselhando o povo a que siga o caminho que, de futuro, lhe for indicado pelos republicanos de Aveiro – os homens honestos que ali estão e que tão desinteressadamente se têm batido pela causa do povo, da democracia e da República. Fartos aplausos acolhem as palavras deste orador que é um rapaz simpático e insinuante.
Terminado este discurso aparece na tribuna

Júlio Ribeiro de Almeida

capitão do porto de Aveiro que, depois de saudar a democracia triunfante, faz o elogio do professor primário e recomenda aos novos que o ouvem que jamais deixem de frequentar as escolas; que todos se instruam muito e muito porque é da instrução do povo que há-de surgir uma pátria nova e altiva. A assembleia saúda o orador com uma grande salva de palmas e vivas à Marinha Portuguesa.
Por último fala ainda o estudante de direito

Manuel de Oliveira Santos

que faz a sua estreia criticando os homens e reis da dinastia deposta, demonstrando ser livre pensador e fustigando justiceiramente a horda negra e maldita do jesuitismo. Recebe uma entusiástica ovação por parte dos assistentes. Encerrado o comício fala Albano Coutinho que se congratula com o povo de Bustos pela imponência daquela festa republicana.
Novas girândolas de foguetes estouram nos ares e o entusiasmo recrudesce quando, ao som da Portuguesa, aquela grande massa percorrendo as ruas principais da freguesia, aclama o regime republicano e os seus homens. De muitas janelas as mulheres do povo lançam flores sobre os republicanos de Aveiro a quem a digníssima professora, esposa do nosso correligionário Simões dos Louros oferece um delicado lunch.
Esta senhora que é uma professora distintíssima e que foi vítima das perseguições da monarquia é saudada por Albano Coutinho, Dr. André dos Reis, Ribeiro de Almeida, João Cardoso e padre capelão em primorosos e delicados brindes.
Perto das 5 horas retiravam-se todos os oradores para Aveiro, agradavelmente impressionados com aquele povo de Bustos tão patriótico, tão bom e tão generoso.


O Democrata, nº160, 3-03-1911

1-Ao tempo Bustos ainda não era freguesia integrando a Mamarrosa.
2- Erro do jornalista pois quem esteve em Bustos foi a banda da Palhaça, de acordo com o livro de memórias de Jacinto Simões dos Louros: “ Em 1911 promovi um comício em Bustos que foi um dos mais concorridos de todo o distrito de Aveiro. Veio a banda de música que ao tempo existia na Palhaça, dirigida pelo meu velho amigo e um dos melhores republicanos, Adelino Ferreira Pinhal, saudar os republicanos de Bustos.”

12 de outubro de 2006

ASSEMBLEIA MUNICIPAL (++)

Ainda a Assembleia Municipal: o Poder é danado, rói as almas e torna-nos sedentos dele (Poder). Explicando o que se passou pouco antes de encerrar a sessão: o líder da bancada do partido no poder usou da palavra para defender uma alteração do Regimento da Assembleia no sentido dos tempos de intervenção serem reduzidos e como que "controlados" quanto ao seu conteúdo. Explicação do sacrossanto Poder: perdia-se ali muito tempo com questões mesquinhas (atacar o Poder...), sobretudo antes do chamado "período de antes da ordem do dia"; e gastava-se dinheiro dos contribuintes. Fez-me lembrar os Albertos Joões Jardins.
Para o Poder, gastar dinheiro a promover a sua imagem já não é desperdício de recursos financeiros. Para o Poder, a Assembleia é coisa de somenos, é perca de tempo, tudo dito num registo totalmente oposto ao que defendiam quando o Poder de hoje foi oposição até 2005.
Acreditem que o que ouvi me deixou incomodado e mexeu comigo. Reagi como se impunha. Mas tudo acabou em bem, com pedido de desculpas, que foi um mal entendido, que não era isso que se queria dizer...
Prefiro encerrar - como encerrei- o lamentável episódio. Mas que foi (mais) um mau presságio, lá disso não tenham dudas.
*
Oscar de Bustos

8 de outubro de 2006

ASSEMBLEIA MUNICIPAL ( + )


No passado dia 29 de Setembro tomei posse - em regime de substituição - como membro da Assembleia Municipal (AM), orgão que reúne 21 munícipes directamente eleitos pelo povo do concelho e ainda, por inerência, os 6 Presidentes de Junta das freguesias. São, pois, 27 os Cavaleiros da Távola Redonda.

Nenhum dos partidos ali representados é maioritário, o que, além de muito salutar, permite oscilações de voto em função dos assuntos a decidir e dos interesses em jogo. Daqui resulta que o executivo camarário tenha de ser mais cauteloso nas propostas que (obrigatoriamente) apresenta a discussão e votação na Assembleia, sob pena de as ver rejeitadas.
A função do executivo é “governar”. A assembleia dos deputados municipais é o orgão representativo do Município, dotado de poderes deliberativos e fiscalizadores da actividade da Câmara Municipal e dos serviços municipalizados.

Acontece que na sessão da Assembleia de 29 de Setembro foram postos à discussão três assuntos muito importantes:
- O 1º, sobre o lançamento da derrama, que é uma taxa lançada sobre a colecta no concelho do IRC (imposto sobre os rendimentos das sociedades);
- O 2º assunto foi sobre a taxa do IMI (imposto municipal sobre imóveis – antiga contribuição autárquica) também a aplicar em 2007.
Estes dois pontos não sofreram grande controvérsia, embora tenha feito questão de votar contra a taxa do IMI fixada para os prédios urbanos; fui o único a fazê-lo e senti-me bem por ter remado contra a maré, já que se justificava uma ligeira descida.
A razão é fácil de explicar: entre os concelhos vizinhos, o nosso é aquele onde os prédios urbanos transmitidos depois de 1 de Janeiro de 2004 estão a ser avaliados por valores mais elevados, o que desincentiva o investimento imobiliário e a fixação de novos residentes.
E apesar de em 2005 a taxa ter baixado 0,05%, ainda assim as receitas concelhias do mesmo subiram de 775.673 euros (em 2004) para 940.845 euros (em 2005).

A explicação é simples e óbvia: os prédios urbanos estão em constante avaliação, por força das transmissões dos mesmos, seja por morte dos seus titulares, seja por venda, doação ou permuta. São novos valores a acrescentar aos dos anos antecedentes, numa verdadeira espiral que só estabilizará quando todos os urbanos estiverem avaliados de acordo com os critérios estabelecidos no Código do IMI.
Como a taxa municipal sobre este imposto é comparativamente elevada, já há investidores a procurar concelhos mais apelativos.
O actual executivo camarário levou a sua avante, é certo que pensando nos próximos 3 anos de vacas magras.
Reconheça-se que o actual Governo quer pôr um travão nas transferências para os municípios e assim estancar o sorvedouro de dinheiro que vinha sendo distribuído à tripa fôrra pelos governos do PS e do PSD, dando azo aos desmandos das obras de fachada, ao eleitoralismo fácil, ao descontrole financeiro, às políticas de favor e, claro, à corrupção.

Este tema das finanças autárquicas entronca no 3º assunto da ordem de trabalhos que enumerei acima, o qual a AM dedicou a apreciar a nova Lei das Finanças Locais que o Governo quer ver aprovada na Assembleia da República.
A nova lei é muito polémica e a grande maioria dos municípios rejeita-a, sobretudo a pretexto de perderam a sagrada autonomia. Valha a verdade: quem é que não odeia o Terreiro do Paço?
Mas a verdade também manda dizer que a raiz do problema está no facto de, a partir de 2007 e no seguimento duma política de rigor e transparência muito ao gosto do actual Presidente da República, o Governo querer impor princípios muito rígidos e algo centralistas sobre questões como o endividamento municipal e seus limites, o saneamento financeiro dos municípios, rigor na apresentação e divulgação pública das despesas, e transparência, esta traduzida no dever de informação mútua entre o Estado e as autarquias locais, bem como no dever de estas prestarem aos cidadãos, de forma acessível e rigorosa, informação sobre a sua situação financeira.
Para não ir mais longe, leiam o editorial de António Grangeia na 2ª página do Jornal da Bairrada do dia 27/9, sob o título “desafio autárquico”.

Voltando à sessão da AM, defendi com unhas e dentes que o assunto era demasiado importante para ser tratado de ânimo que me pareceu escandalosamente leve e o certo é que consegui (sem votos contra) que a matéria fosse discutida numa 2ª reunião da mesma sessão, a qual teve lugar uma semana depois, 6ª feira passada.

Aqui chegados, quero dizer-vos que o município de Oliveira do Bairro deve ter sido dos poucos – se calhar o único – dos 308 do país a dedicar mais tempo a uma lei que marcará o nosso futuro.

Claro que a maioria dos membros da AM caiu para o lado dos que se opõem visceralmente à futura Lei das Finanças Locais - futura, se não for chumbada na Assembleia da República.
Traduzindo o pulsar da Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro: a proposta do PSD foi aprovada por 16 a favor, 9 abstenções e 2 votos contra.
Traduzindo o pulsar dos municípios portugueses: em Oliveira do Bairro, a proposta de lei do Governo foi pura e simplesmente rejeitada. Ponto final.
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oscardebustos
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A lei está disponível, quer no site do Governo, em www.seaal.gov.pt, quer no da ANMP, em www.anmp.pt.
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Acrescento: Alterei a primitiva foto de referência, ambas da "galeria de imagens" do site da Câmara (http://www.cm-ob.pt/): a presente foto mostra, ao fundo, os 3 membros da Mesa da Assembleia; em 1º plano estão 6 dos 7 membros do executivo camarário. Estes, passaram a sentar-se frente a frente com os deputados municipais e de costas voltadas para a Mesa da AM.
Local: salão nobre e sala de sessões da AM.
Os deputados municipais e o público não couberam nesta foto, a bem dizer de família, tirada na sessão solene das comemorações do 25 de Abril deste ano. Com a mudança nas últimas eleições, a governação PSD e a nova Assembleia imprimiram mais dignidade à data a quem todos devemos a democracia e a liberdade.
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6 de outubro de 2006

MEMÓRIA: "COM A FÉ DE UM CONVICTO"

Aos treze anos, em dezanove de Setembro de mil novecentos e dez (1910), fui para casa comercial de um primo, Manoel Simões dos Louros, na Travessa de Santo António à Graça, Lisboa, a fim de me instruir, que era essa a vontade de meu pai.
A vida alfacinha despertou em mim alguns predicados para o comércio que em breve tempo aprendi a conhecer os seus primeiros passos, dizendo meu primo que eu tinha jeito para o negócio.
Poucos dias depois da minha chegada, houve a Revolução Republicana que veio banir o trono dos Braganças, em que forte peleja se travou entre as hostes fiéis e as revoltosas e, como eu estava entre os dois conventos, Bom Pastor e Senhor da Graça, houve forte fuzilaria sobre a casa em que estava. Lá para os lados do Tejo e Rotunda da Avenida a artilharia troa descomunal. O povo, em grande parte, ajuda os revoltosos, e no dia quatro de Outubro podia dizer-se que a República estava implantada.
No dia seis fui à Rotunda da Avenida a fim de ver as barricadas que os revoltosos tinham feito e os estragos produzidos pelas granadas.
No domingo imediato fui ver o cortejo dos funerais, de Miguel Bombarda e do Almirante Cândido dos Reis, o que foi de facto a maior manifestação de luto que tenho visto, assisti a grandes manifestações aos caudilhos Republicanos que o povo em triunfo aclamava.
A vida na cidade e estas manifestações a que assisti fizeram nascer o amor à causa Republicana que ainda hoje consagro com a fé de um convicto. O povo delirante, oprimido durante largos anos, dava-se a expansões de alegria. A vida citadina começa a estimular-me os sentimentos que na minha alma brotam para a nova vida que me surge.

Vitorino Reis Pedreiras, Memórias.

5 de outubro de 2006

5 DE OUTUBRO: DO POVO E PARA O POVO

Em Bustos, na sequência da normalização democrática, perdeu-se a tradição de lançar foguetes no dia 5 de Outubro. Mas em Lisboa a festa comemorativa mereceu bem os ideais republicanos. Depois de no dia 4 ter promovido uma homenagem a Humberto Delgado, o Sr. Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, abriu hoje as portas do Palácio de Belém a todo o povo de Lisboa na recepção mais democrática e participada do seu mandato. Os salões do palácio, os jardins, assim como o gabinete de trabalho do Presidente neste dia comemorativo da proclamação da República não tiveram a presença de Reis, Presidentes, Primeiros-ministros ou Diplomatas, pertenceram ao povo simples e anónimo.

Também o Museu da República, meritória iniciativa do Presidente Jorge Sampaio, franqueou as suas portas a todos os interessados. E não deixou de ser curioso verificar que, de acordo com o boletim da Escola Técnica Elementar Serpa Pinto, em Faro, o aluno Aníbal Cavaco Silva no que diz respeito ao comportamento teve a classificação de Bom a todas as disciplinas, excepção feita a Religião e Moral e Canto Coral…

BC

MEMÓRIA: A PROCLAMAÇÃO

MEMÓRIA: O REI FUGIU…


5 de Outubro, 1910

Toda a noite ouço o estampido do canhão, por vezes chega ao auge, para depois cair sobre a cidade um silêncio mortal, um silêncio pior. Que se passa? Distingui o assobio das granadas, e de quando em quando um despedaçar de beiral que cai à rua. E isto dura até à madrugada. De manhã as tropas do Rossio rendem-se e os marinheiros desembarcam na Alfândega. Às oito e meia está proclamada a República. Passa aqui na Rua de S. Mamede um resto de Caçadores 5, soldados exaustos, entre populares que os aclamam.
O rei fugiu. Um genro do Caiola, oficial de Infantaria 16, contou ao Maximiliano; acompanharam-no no parque das Necessidades o Sabugosa, o Faial, o Tarouca e o Ravara. Um deles dizia-lhe: – Vossa Majestade já fez o que tinha a fazer. – O rei estava lívido e num gesto maquinal tirava e metia os anéis nos dedos.
Um farmacêutico da Ericeira assegura que o viu chegar a Mafra dentro de um automóvel, o D. Afonso embarcou no Estoril mostrando, aos que o acompanharam até ao fim, uma carteira com duzentos mil réis. – É o que levo… – A D. Amélia partiu também de Sintra para Mafra. Tinha-se espalhado entre o povo que fora a rainha quem mandara assassinar o Dr. Bombarda. Se a apanham matam-na.

Raul Brandão, Memórias, vol. II


4 de outubro de 2006

MACHADO SANTOS - DE 4 PARA 5 DE OUTUBRO/1910

O INÍCIO DA QUEDA [E FUGA DOS BRAGANÇAS]

MACHADO SANTOS INICIA REVOLTA ANTES DA HORA

Pouco faltava para a uma da manhã de dia 4. Do Centro Republicano de Santa Isabel, situado nas proximidades do quartel de Infantaria 16, em Campo de Ourique e onde combinara encontro com o grupo carbonário chefiado pelo civil Meireles, Machado Santos sai para cumprir a missão que lhe fora confiada. Apenas dispõem de catorze armas. Mesmo assim não hesitam, nem sequer esperam o quarto de hora que ainda falta para a hora combinada. Tomam Infantaria 16 onde os sargentos tinham sido já conquistados na totalidade por Machado Santos.

Não muito longe dali, em Artilharia 1, o capitão Afonso Pala procura cumprir a parte que lhe coubera nesta jornada histórica. É ele a quem cabe dar ordem de fogo aos canhões que vão anunciar o início da revolução. Este está marcado para a uma da manhã.

Se em Infantaria 16 os carbonários não esperam pela hora, em Artilharia 1 ainda não era meia-noite e meia hora e já esses revolucionários civis estavam dentro do quartel.
Porém, a tarefa de Afonso Pala encontra dificuldades com que não contava. A antecipação do ataque ao quartel de Campo de Ourique fizera accionar o alarme geral por parte do Comando Militar da Divisão.

CÂNDIDO DOS REIS SUICIDA-SE [REVOLUÇÃO ABORTOU?]
OFICIAIS VESTEM-SE «À CIVIL»
TENENTE MACHADO SANTOS ASSUME COMANDO
Entretanto, chega a informação do suicídio do Almirante Cândido dos Reis, carbonário e chefe militar da sublevação.
Seriam cerca de 7 horas da manhã do dia 4 quando a notícia da morte do almirante Cândido dos Reis chegou à Rotunda. O velho militar republicano e chefe carbonário aparecera morto, para os lados de Arroios. Suicidara-se ao julgar que a Revolução voltara a falhar.
No acampamento revolucionário a notícia causa grande abalo. Os oficiais presentes decidem reunir em conselho. Ao todo não chegam a ser uma dúzia. Na cocheira do palacete do conde de Saborosa reúnem duas vezes para avaliar a situação. Concluem que não há nada a fazer e votam por abandonar o local. Há apenas um voto contra: Machado Santos.

Vestem-se à civil e partem cada para seu lado. Um é teimoso e fica: Machado Santos.
Os que partem alegam que o plano geral tinha falhado e que o Governo podia dispor de forças mais que suficientes para esmagar a concentração da Rotunda. Os 4470 soldados e os 3771 polícias controlados pelo estado-maior monárquico chegavam e sobravam para dar cabo das quatro centenas de carbonários civis e militares que estavam no Parque. A Marinha tardava em dar sinal de si. Os dirigentes políticos do Directório tinham faltado nos locais combinados.

SEM OFICIAIS, MACHADO SANTOS MANDA TOCAR A SARGENTOS

Agora sem oficiais, Machado Santos manda tocar a sargentos. Respondem nove. Estão para o que der e vier. São todos carbonários. Vão ficar na História: serão os comandantes dos menos de 200 militares que restam depois da saída dos oficiais. Alguns jovens cadetes da Escola de Guerra estão lá também. O reduto revolucionário dispõe de oito peças para sustentar a sua defesa pesada. As barricadas são aquilo que se pode arranjar: toscas, improvisadas, incapazes de resistir a um ataque a sério das forças monárquicas.

PAIVA COUCEIRO COMANDA AS FORÇAS MONÁRQUICAS
Ao meio-dia e meia hora começam a chover as primeiras granadas que anunciam a chegada de Paiva Couceiro à frente das baterias de Queluz. A pontaria não é de aprendiz de artilheiro. Caem em cheio sobre a primeira linha de fogo. O duelo de peças é feroz e intensa a fuzilaria que envolve por completo a Rotunda.

CAMACHO BRANDÃO, ALFERES À PAISANA’, JUNTA-SE A MACHADO SANTOS
PAIVA COUCEIRO 'Maestro'

No meio do combate, Machado Santos olha para o lado e vê, ainda vestido a paisana, um dos oficiais que tinha abandonado o acampamento revolucionário. Era o alferes Camacho Brandão, que regressava para se pôr ao lado dos que aquela hora já morriam pela República. De volta a Rotunda, é-lhe confiado comando das peças que vão conseguir suster o ataque de Paiva Couceiro. Durante toda a luta, dirigiu o tiro de artilharia com um tal convencimento que pôs as tropas monárquicas em completo desnorteio. Comandava o fogo das peças com «tanta serenidade e com um movimento de braços tão compassados como se estivesse dirigindo a orquestra de S. Carlos!»

BATERIAS MONÁRQUICAS - 4 DA TARDE: HORA DE DESISTÊNCIA
A REPÚBLICA ROMPE PELA ALVORADA do dia 5 de OUTUBRO

Por volta das quatro da tarde, as baterias de Queluz entendem que o melhor é voltarem para as frescas bandas da Serra de Sintra e com este ânimo põem-se a caminho da respectiva unidade.
Ao romper da alvorada de dia 5 já a República podia ser dada como certa em Portugal. Finalmente a Marinha estava onde era ansiosamente esperada pelos resistentes do Parque.

MACHADO SANTOS
OS HERÓIS … QUEDARAM-SE SOSSEGADOS …

Os «doidos» da Rotunda tinham mesmo conseguido pôr fim a oito séculos de Monarquia. A teimosia do seu chefe fizera-se História.
Às oito e trinta da manhã de dia 5, Machado Santos desce pela Avenida a caminho do quartel-general monárquico instalado no Palácio do Almada, no Largo de S. Domingos. Vai acontecer o último acto do regime real.
«O herói levava a farda desabotoada, poeirenta, barba de três dias e só uma dragona.» No meio de uma multidão, que o arranca de cima do cavalo e o leva ao colo até a entrada do Palácio, Machado Santos vem acompanhado de uma guarda de honra de soldados, marujos e civis, «num desalinho impressionante, mas empunhando as carabinas com aquela decisão e desenvoltura de quem iria vender a vida pelo preço de um por dez.» — Diz quem viveu esse momento ao seu lado.
«Aos que ficaram na Rotunda tremeu-lhes a passarinha durante aquela meia hora de ausência do Chefe, até a população surgida de toda a parte coalhar como um mar de gente a Avenida da Liberdade de lés-a-lés.» — Recorda o herói.
Seriam para aí umas três da tarde, quando Machado Santos volta a Rotunda: — «e então que caras eu lá vi!»
«Todos me tratavam democraticamente por tu, mesmo pessoas que eu nunca vira; todos desejavam tornar-se vistos por mim para mais tarde eu poder certificar que haviam estado na Rotunda! Mas os valentes, os heróis, esses quedaram-se muito sossegados à sombra das árvores como que envergonhados da vitória alcançada e que só ao seu heroísmo era devida!»
...
Da biografia de Machado Santos, Herói de Monsanto
1908: Em Junho é iniciado na Carbonária; participa na revolta do 28 de Janeiro.
1910: Tem o posto de 2.º tenente ou comissário de 2.ª classe, na altura da Revolução de 5 de Outubro de que é o protagonista.
1921: Morre, assassinado, em Lisboa na noite de 19 de Outubro …

(Percurso retirado de "Vidas lusófonas" – José Augusto de Jesus Brandão, zebrandao804@msn.com,

http://www.vidaslusofonas.pt/jose_brandao.htm

...

Nota: Em dia de comemoração, Machado Santos (meio escondido) irá apreciar o cortejo das viaturas utilizadas por suas excelências os senhores Presidentes da República. Nesse cortejo faltarão os táxis que serviram um ou outro presidente da 1ª república. [sérgio micaelo ferreira]

Manuel Ferreira dos Santos Pato (Neo Pato) – TÍTULO DE ENG.º TROUXE FESTA A BUSTOS

Em Bustos, o Eng.º Manuel Ferreira dos Santos Pato envergou a camisola dos Canecas (Azuis de Bustos) e do 'União'. Em 2004, os campeões de 1948-49 foram homenageados pela direccção da U.D.B. presidida pelo Dr. Fernando Vieira. Neo Pato manteve animada
como era seu timbre.
...
A festa de formatura só foi possível graças à pressão exercida por uma comissão de amigos junto da Família.
[srg]
Eis dois registos da festa:
ENGENHEIRO DOUTOR MANUEL DOS SANTOS PATO

No dia 2 do corrente mês[1], de regresso à sua aldeia – Barreira de Bustos e já doutorado[2], o Engenheiro Manuel dos Santos Pato, filho do nosso velho amigo Doutor Manuel dos Santos Pato, recebeu as saudações dos seus conterrâneos e numerosos amigos, numa manifestação sincera e respeitosa que coroou os seus triunfos universitários. Foi um momento solene a homenagem prestada ao jovem e simpático Engenheiro, homenagem que se reflectiu, e muito bem, nos corações de seus bondosos Pais, que franquearam a sua Casa a todos que com eles quiseram partilhar da alegria motivada pelo magnífico êxito alcançado pelo Filho Querido.
Houve discursos e neles sobressaíram, de verbo ad verbum, os srs, Doutor Jorge Micaelo, Doutor António Vicente, nosso ilustre amigo, e o sr. Vitorino Reis[3]. Agradecendo, com extrema sensibilidade, o homenageado, as palavras que em seu abono acabavam de ser proferidas, e que também amavelmente englobavam Seu Pai, Sua Mãe, Sua Esposa e mais Família.
E, intermediariamente, a Filarmónica da Mamarrosa com os seus acordes animava a numerosíssima assistência; no ar pairava uma grandiosa inspiração festiva e estra1ejavam, contentes, os foguetes; enquanto que, em todas as ruas, todos os caminhos e várias portadas, em cartazes coloridos e emoldurados com rosas, se davam as boas-vindas ao novo diplomado, se lhe dirigiam afectuosos Cumprimentos, se soltavam em seu louvor fervorosas Ovações; e nisto tudo era a alma do Povo, que falava; era a «Alma Popular» concentrada em todos esses dizeres, em todas essas harmonias, em todas essas considerações de bairrismo e estima.
«O Nauta» não esteve presente. Mas o fluído da velha amizade e leal camaradagem que nos une ao velho Doutor Manuel dos Santos Pato, incutiu em nós o dever de dar à luz da publicidade as linhas que aí ficam, e de à respeitável Família em Festa enviarmos SINCEROS PARABÉNS!
(O Nauta, 1952)


Dia 3 – NOVO ENGENHEIRO

Depois do jantar que ontem teve lugar em casa do meu irmão[4], pois foi lá que se reuniram os convidados dos noivos[5], teve lugar a festa de recepção ao engenheiro Pato. Uma fila de auto móveis foi esperá-lo à Palhaça, onde se combinou o encontro. Na passagem pelas ruas do percurso, encontrei-as bem ornamentadas e grande quantidade de povo já preparado para assistir à recepção, o que me convence que o povo é amigo de festas. Na Palhaça, tivemos que esperar quase uma hora, dando lugar a que o tempo fosse pouco para a cerimónia. Enfim, lá chega o nosso homem e todos os carros vão de abalada até ao Sobreiro, onde grande fogo se faz ouvir e onde uma massa compacta de povo, com banda de música, nos esperava. Aí houve uma paragem e depois seguimos para a Barreira, onde teve lugar a recepção.
Da varanda de sua casa falaram diversas pessoas, incluindo eu próprio. Não tinha feito qualquer discurso, pois não contava falar. No entanto, sublinhei de relance, alguns aspectos da vida do engenheiro, e foquei a figura veneranda de seu pai, a quem Bustos tanto deve e admira. No final dos discursos, foi servido um copo de água a alguns convidados e organizadores da festa. Ao povo foi-lhe oferecido a adega, o que muitos aproveitaram. E já bem de noite terminou esta festa de homenagem ao novo engenheiro.
(Vitorino Reis Pedreiras, Memórias de Outros Tempos (excerto), 1995)


[1] Mês de Agosto, 1952. O evento teve lugar ao domingo, logo seria o dia 3. [nota srg]
[2] À data, Manuel Ferreira dos Santos Pato (Neo Pato) tinha concluído a Licenciatura em Engenharia Civil na prestigiada Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. [nota de srg]
[3] De nome completo: Vitorino Reis Pedreiras
[4] Manuel Reis Pedreiras
[5]Benilde R.Pedreiras e Teófilo Mota

MEMÓRIA: IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

4 de Outubro, 1910

Mataram o Dr. Bombarda. Espalha-se na cidade que foram os padres que instigaram um tenente a assassiná-lo. É falso, mas há correrias no Rossio e o “Portugal” foi apedrejado. Toda a gente acredita num crime planeado, toda a gente se insurge contra o facto brutal – toda a cidade republicana se transforma num vulcão. No Rossio juntam-se grupos de gente taciturna e desesperada: – Mataram-no! Mataram-no! – ouve-se. À uma hora da noite o Machado Santos à frente de um bando de populares atira-se ao portão de Infantaria 16.

De manhã até às quatro horas ouço o canhão e descargas de fuzilaria. O meu bairro tranquilo: um vizinho sacha as suas couves com indiferença. As lojas fecharam. Ajuntam-se grupos pelas esquinas. De segundo em segundo a artilharia troa. Saio. No Chiado encontro o Alpoim:
– A minha convicção é que os revolucionários perdem, mas a monarquia não se salva. Como resistir ao sangue, aos ódios e aos julgamentos que hão-de ser fatalmente o processo dos últimos reinados?
E com um sorriso irónico conclui:
– Esta tarde o rei sai para a rua em frente duma brigada…
Alguém que esteve de manhã na Rotunda afirma que os revolucionários não passam de quinhentos. Entre eles populares esfarrapados, galegos e mulheres da feira de Agosto. Algumas davam beijos aos soldados, que as sacudiam:
– Deixa-me, isso não é para aqui.
Um homem descalço empunhava uma grande espada dando ordens:
– Estamos à espera da artilharia de Queluz.

Consta que o almirante Cândido dos Reis se suicidou; consta que mataram o comandante da Guarda, o que é falso. Quem assassinaram foi um oficial e o comandante do 16. “Despachámo-los”, segundo a frase cruel dum popular no “País”.
A Marinha está com os revolucionários. Agora, três e meia da tarde, cessam de todo as descargas para recomeçarem com violência às quatro e meia. Às seis horas um cruzador abre o fogo contra o Arsenal e o Terreiro do Paço. Está um céu de labaredas. Outro vaso de guerra desce o rio e coloca-se em frente das Necessidades.
Às dez e meia da noite sei mais notícias: os navios bombardearam o Paço; as tropas fiéis à monarquia estão encurraladas no Rossio. E o Maximiliano de Azevedo conta-me:
– Já da outra vez quem comandava tudo era o Cândido dos Reis, que me disse: “Não dei o sinal a vinte e oito de Janeiro porque não mataram o João Franco. Tinha duas esperas, mas os bandos não se colocaram a distância a que se avistassem, e o ditador escapou. Eu estava à beira-rio pronto a dar o sinal à armada e via as lanchas carregadas de munições – cuja existência o Governo desconhecia – deslizaram no escuro para bordo.

Raul Brandão, Memórias, vol. II

SILÊNCIOS: HOMENAGEM


O nosso eng.º Manuel dos Santos Pato foi ontem a enterrar na terra que adoptou.
Bustos esteve presente: a freguesia fez-se representar pelo Presidente da sua Assembleia, Mário Vitorino Reis Pedreiras (com coroa de flores) e ainda pelo Presidente da Junta, Manuel Pereira.
Registo a presença da Igreja de Bustos, na pessoa do juiz da confraria, Manuel Francês; de manhã, o Manuel Grangeia, juiz da irmandade, pedira-me desculpa por não poder estar presente no funeral, realçando de forma muito sentida a justeza da homenagem a um bustuense a quem se deve a construção da bonita igreja de Bustos.
Os homens simples são assim e não precisam das lições de doutores e engenheiros.


O reencontro com duas das filhas, netas e netos de Jacinto dos Louros não teve o sabor doce e alegre de domingo passado: foi amargo, triste e doeu muito.
*
Exaltemos a vida e vamos em frente, que se faz tarde!
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Oscar Santos

3 de outubro de 2006

UM MUSEU PARA OS RÁDIOS DO MANUEL

O artigo é do “Jornal de Notícias” do passado dia 1 e vem revelar a Portugal inteiro a importante colecção do nosso Manuel dos Rádios. Pelo que sabemos ele bem gostaria que este importante espólio pudesse ficar em Bustos, a terra do seu coração. Basta que Bustos crie condições para receber os mais de mil rádios, alguns tão raros quanto as histórias que têm para contar. Será que Bustos irá perder mais esta oportunidade?

O HOMEM DOS MIL RÁDIOS…

“Uma colecção destas já merecia um museu", começa Manuel Silva, enquanto lança um olhar sobre os mais de mil rádios que armazena num anexo contíguo à casa. Empilhados e devidamente acondicionados, para que não se estraguem com a humidade, muitos modelos passam despercebidos, apesar de serem raros. "A autarquia podia fazer um museu num sítio digno. Talvez no antigo edifício dos Paços do Concelho, depois de restaurado", repete. "Com 300 exemplares já dava para contar a história da rádio, guiando as pessoas através dos vários modelos e evoluções técnicas", sugere.Desde os anos 50, altura em que frequentou um curso de telecomunicações na marinha, que este homem de 75 anos alimenta um fascínio por aparelhos de rádio e a sua história. Hoje possui uma colecção de valor "inestimável".Pedir ao 'Manuel dos Rádios', como é conhecido, que eleja um modelo preferido ou coloque valor no conjunto é tarefa impossível. "Gosto mais dos modelos dos anos 20 e 30, mas a colecção abarca até aos anos 60", acaba por admitir. Antigo proprietário de uma loja de electrodomésticos em Bustos, Oliveira do Bairro, aprendeu cedo a reparar os aparelhos que acumula. Todos os que compõem a colecção funcionam.O outro lado da rádio não o fascina da mesma forma que os aparelhos e apenas uma visita à "Emissora Nacional" o marcou. "Antigamente a rádio arrebatava corações, hoje perdeu importância. Através da rádio ouvíamos novelas, acompanhávamos as notícias e a vida social. As pessoas juntavam-se à roda para a ouvir", recorda Manuel. "Agora ainda vou ouvindo, mas não é a mesma coisa".Manuel garante que a família acompanha o evoluir da colecção". "Há também muitas pessoas que têm conhecimento por outros coleccionadores e vêm aqui ver os rádios. Este ano já foram algumas dezenas, mas gostava que fossem mais", refere.Contactado pelo JN, Carlos Neves, vice-presidente da câmara de Vagos, admitiu não ter conhecimento do caso, mas assegurou que "a autarquia tem todo o interesse em apoiar este tipo de actividades". "A ideia do museu é interessante", sublinhou.

1 de outubro de 2006

FALECEU O ENG.º SANTOS PATO


(23/10/1924 - 1/10/2006)


Seriam 19 horas quando o Eng.º Neo Pato iniciou o seu regresso da Costa Nova para Águeda, na companhia do nosso Sérgio e tão grande amigo dele.
Despediu-se de mim, do Mário Vitorino e do Belino, desejoso de regressar a casa, que se aproximava a hora de jantar.
Saíram de mansinho, serenos, mas plenos de alegria, depois de um encontro com familiares de Jacinto dos Louros, o grande mentor da nossa Freguesia.

Ficámos mais um pouco na casa de praia do Belino, de quem eu e o Mário Vitorino também nos despedimos.
A caminho de casa recebo do Belino a atordoadora notícia: “Oscar, o Engº Pato sentiu-se muito mal na viagem e perdeu os sinais de vida! O Sérgio (que conduzia) está com ele no hospital de Aveiro, não sei se vivo, se morto.
O pior dos cenários tardou escassos minutos: O engenheiro Pato deixou-nos!

Não deixa de ser simbólico que um homem que esteve sempre presente nos momentos em que se decidia algo para Bustos e em prol de Bustos, tenha morrido momentos depois de estar reunido com todos os descendentes vivos de Jacinto dos Louros.

Durante toda a tarde de hoje e a pedido expresso da família de Jacinto dos Louros, Néo Pato esteve presente no gratificante encontro da Costa Nova; afinal, eram de grande estima e afecto as relações entre as filhas de Jacinto dos Louros e o nosso engenheiro.
Seu pai, Dr. Manuel dos Santos Pato, e Jacinto dos Louros, para além de compadres, haviam partilhado juntos a mesma luta pela República, pela Democracia e – no que mais importa realçar - por Bustos. Juntos sofreram e juntos rejubilaram na difícil luta pela independência em relação à freguesia-mãe.
A instâncias do Belino reunimos com os descendentes vivos de Jacinto dos Louros: suas 3 filhas, Maria Simões Guerra (95 anos), Cândida Simões Guerra (88 anos) e Benilde Simões Guerra (85 anos), os seus cinco netos e um bisneto. Todos na companhia dos seus cônjuges.
A descendência de Jacinto dos Louros, em peso, quis estar presente no encontro. Que dignidade e que postura! Que orgulho pelo pai, avô e bisavô que tanto deu de si pela sua terra natal. Que satisfação sentiram por saberem que Bustos não esqueceu e jamais esquecerá o cidadão da República e da Liberdade a quem tanto devemos!

Também Manuel Ferreira dos Santos Pato saboreou o encontro e as recordações de tempos marcantes na História da nossa freguesia. Depois, a caminho de casa...

No meio de tão profunda e sentida tristeza fica a sua emblemática despedida. O seu último acto foi mais uma demostração do seu constante interesse e dedicação por Bustos.

Oscar Santos
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(Ler texto do Sérgio de 28/10/2004, sobre os 80 anos do Eng.º Neo Pato, em:
http://bustos.blogs.sapo.pt/arquivo/353616.html
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O funeral é na próxima 3ª feira, às 18 horas, a partir da Casa Mortuária de Trofa (Águeda), onde residia.
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