[Apresento
os meus cumprimentos aos Exmos.: Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhores Deputados Senhor Presidente da Câmara, Senhores Vereadores;
excelentíssimo público e Caros Concidadãos
(Agradeço
a oportunidade que me é concedida de poder participar expressando a minha
opinião perante esta digníssima Assembleia)]
…O
que eu quero realçar, é que, ao lado da indignação que aqui me trouxe, motivada
pela decisão tomada por este executivo camarário de transferir a
Biblioteca/Polo de Leitura de Bustos para o atual Polo Educativo do Sobreiro,
coexiste também, neste momento, um sentimento de satisfação. Não pela decisão –
que repudio vivamente! – mas uma satisfação enorme ao verificar que, em tão
curto espaço de tempo, e sem ter havido ações concretas de maior esclarecimento
ou de sensibilização para esta causa, foram
recolhidas, de forma espontânea, 525 (quinhentas e vinte e cinco) assinaturas,
validando um abaixo-assinado que pretende, que exige, que a Biblioteca seja,
isso sim, instalada na antiga Escola Básica de Bustos – local histórico e
símbolo de identidade, onde muitas gerações aprenderam a ler – após a
requalificação e a devida adequação dos seus espaços às exigências atuais e às
novas funcionalidades.
Ora esta posição, este
abaixo-assinado, constitui uma advertência, reveladora de que os bustuenses
sabem muito bem aquilo que querem; sabem que a Biblioteca, para poder cumprir a
sua missão, tem de ser colocada numa posição estratégica de maior visibilidade,
tem de ser colocada num local nobre, no «coração» da vila, onde já existem
infraestruturas funcionais e apelativas, ligadas ao desporto e ao lazer e onde
falta esta componente de fruição cultural e de construção do saber.
Os
bustuenses sabem muito bem que o acesso ao conhecimento não pode configurar-se
apenas a uma parcela da sua comunidade. E
levar a Biblioteca para as instalações periféricas e descentralizadas do atual
Polo Escolar, fechando-a à chave e intramuros, e onde – pasme-se, meus
senhores! – até o acesso aos utilizadores tem de ser feito através de uma
campainha a instalar para o efeito – é condená-la antecipadamente ao fracasso,
a um fecho mais do que anunciado. E tudo isto acontece numa altura em que
outras Câmaras reforçam dinâmicas e políticas culturais em que o livro, a
leitura, a informação em diferentes suportes são levados para as ruas, para as
praias, para os jardins, numa oferta gratuita, num convite à ocupação saudável
e formativa das crianças, dos jovens, das populações de diferentes níveis
etários.
Sabemos,
porém, que nem todas as Câmaras revelam a sensibilidade necessária para
entenderem estes espaços como um benefício a curto, médio e longo prazo e
também como um investimento futuro.
Senhor
Presidente, senhores Autarcas,
As Bibliotecas públicas
são, como sabemos, entidades de serviço público, detêm responsabilidades
sociais e cívicas e têm a obrigação, o dever, de respeitar o contrato que
estabeleceram com os seus cidadãos, auscultando as suas opiniões e contribuindo
para o seu bem-estar e satisfação.
Senhor Presidente,
senhores políticos
Ainda é tempo de
ponderar.
Reconhecer erros e
corrigir posições é um ato de coragem e de ética política!
É dessa resposta que
nós, bustuenses, estamos à espera.
E
queremos acreditar que assim será.
(disse)
Irene Micaelo
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