12 de junho de 2007

Teatro Vivo, História ao Vivo

O teatro histórico do VIV'ARTE tornou-se um hábito nas festas populares do país inteiro, Espanha, França e Itália, atingindo o pico da fama por cá com as feiras medievais de Óbidos e Santa Maria da Feira.

O grupo, uma associação cultural com utilidade pública, tem 23 profissionais a tempo inteiro, divididos entre músicos, malabaristas, esgrimistas, uma costureira, dois administrativos e até uma animadora permanente para o teatro escolar. Os restantes colaboradores são contratados um pouco por todo o país e Espanha. Só na feira do Sobreiro eram uns 80.

São especialmente apreciados e acarinhados no estrangeiro. Em 2003, na feira medieval da Ligúria, perto de Génova, receberam o prémio La Stampa, dedicado à melhor feira histórica de Itália. Na edição de 2006 da mesma feira foram agraciados pelo próprio Presidente da República de Itália com uma medalha de mérito. O Centro Histórico de Itália criou mesmo um grupo de trabalho designado por “VIVARTE ITÁLIA” que funciona como laboratório de recriação histórica e de que o nosso VIVARTE é patrono. Coisa de pouca monta, bem se vê.

E nós por cá?
Bom, lá receberam um prémio do Teatro Vicentino de Lisboa, outro do Instituto Português do Cinema e até um outro, atribuído pelo Ministério da Defesa por um trabalho teatral sobre a paz. Quem diria!

Quanto a apoios do Ministério da Cultura, zero! Bem vistas as coisas pelo lado da gente culturalmente fina, os artistas de rua do nosso VIVARTE não passam duns incorrigíveis saltimbancos. Longe, muito longe, da verdadeira arte do ballet e do novo-riquismo dos espectáculos do La Féria… Não cheguei a perguntar-lhe, mas se calhar o Mário da Costa também não é dos que alinham nos lobies da cultura...

E o município de Oliveira do Bairro como é que trata o seu grupo de teatro histórico ao vivo? No tempo do antigamente, outro zero. Quanto ao actual executivo, paga-lhes a renda das instalações situadas na Rua do Foral, ali onde vai emergindo o traço da futura alameda da cidade.

Falta lembrar que o VIV'ARTE não se fica pela época medieval, já que reconstitui 6 épocas diferentes da história, desde a pré-história, passando pelas épocas romana, moura, cristã, alta e baixa idade média, época quinhentista, séc. XIX e suas lutas liberais.
Por isso vão recriar no Mindelo dos Açores o desembarque de D. Pedro II e, no Porto Santo da Madeira, o casamento do talvez português Cristóvão Colombo.
Quanto às feiras medievais do nosso concelho o VIV'ARTE nada recebe, limitando-se a Câmara a pagar aos grupos contratados.
Até as esmolas angariadas pelo mendigo Basilius, que chegam a rondar os 100 “trocados”, são entregues a uma instituição local de solidariedade social.

Eis o VIV'ARTE!

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oscardebustos

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