24 de junho de 2007

Homenagem, corridas solares e exposições

O dia de ontem soube-me a pouco, mas deu para me dividir entre uma homenagem da Liga dos Combatentes aos mortos na 1ª Grande Guerra e uma visita ao surpreendente Museu do Vinho Bairrada, em Anadia. Falhei o Grande Prémio dos Carrinhos Fotovoltaiscos no Colégio Frei Gil e terá sido muito o que perdi sobre energia solar e as vivências do nosso IPSB. Como falhei à noite uma visita ao S. João do Sobreiro e ao vizinho Menino Jesus, mas as costas já não davam para aguentar tamanha saga num dia só.

Seja como for, convém ter presente que os tempos vão cheios de iniciativas populares e culturais e nada melhor do que ficar acordadinho da silva. 

A exposição que decorreu no Museu do Vinho Bairrada em Anadia encheu-me as medidas, não tanto pela inauguração da exposição de desenhos a tinta da china do faltoso mestre João Cutileiro em redor do tema do vinho (visto pelo feminino, que o traço sobre papel tinha por título “As Baquianas”), mas mais por tudo quanto o museu encerra e transmite.

Inaugurado em 27/9/2003, o Museu do Vinho é um local de referência da nossa região. O edifício respira luz e está implantado bem junto às vinhas da Estação Vitivinícola que o Sr. ministro quer encerrar, isto se a malta deixar, que ele há formas legais e até não ilegais de o impedir...

O piso inferior divide-se em salas temáticas, iniciando-se o percurso depois duma sugestiva rampa descendente onde salta à vista um lagar de vara de finais do séc. XIX, peça cuja imagem nunca mais esqueci dos tempos duma caçada de há uns 20 anos atrás, ali mesmo à beirinha da estrada de terra duma esquecida aldeia do interior serrano da Beira Baixa.

As salas temáticas vão-se debruçando sobre o percurso do vinho: a vinha, a vindima, a vinificação do espumante, a vinificação das caves e adegas, o roteiro, a prova e a enoteca com amostras dos vinhos dos principais produtores da Bairrada. Vale a pena ver e recordar, que não faltam peças de museu e ilustrações projectadas em vídeo.
A propósito:
sabiam que em 1867 os vinhos da Bairrada se dividiam em vinhos de embarque (1) e vinhos de consumo?

Voltando ao enriquecedor museu, gostei especialmente de outras 2 exposições, inspiradas na influência do vinho na nossa vida quotidiana e enriquecidas por representações ao vivo:  a 1ª, intitulada “Branco ou Tinto”, é da autoria de Francisco Pedro e apresenta 30 fotografias a preto e branco das últimas tabernas. Serve para lembrar o que resta dos templos de vinho do antigamente que eram as tabernas. Como é de ver, a abrilhantar o cenário estiveram 3 “colegas” nossos, penso que de Leiria.

- A 2ª exposição, denominada “Da Pedra ao Vinho”, gira em redor das cumplicidades entre o vinho e a pedra e que me pareceu brilhantemente traçada pelo escultor leiriense Abílio Febra, perfeito a usar a ardósia lascada de Canelas. Tinha que ver com a gente e gostei.

Parabéns à Câmara de Anadia e ao Dr. Pedro Dias, director do museu.

As exposições estão patentes até 30 de Novembro, das 10 às14H (terça a sexta-feira) e das 11 às 19H (aos sábados, domingos e feriados). (http://www.museudovinhobairrada.com.pt/).
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oscardebustos


(1) Já aqui falei dos vinhos de torna viagem, em comentário ao texto do Altino de 26/3, "Hilário Costa-3".

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