25 de junho de 2007

FÓRUM DE BUSTOS: 2-CONCEITO

Após o êxito do Encontro de Antigos Alunos da Escola Primária (ver “Fórum de Bustos:1-Origem”) os promotores da iniciativa reuniram-se no Barrilito (em 22 de Novembro de 2003) para fazerem o balanço do “Encontrão” e pensarem o seu futuro. Foi na sequência dessa reunião e do que então se discutiu que Arsénio Mota escreveu o texto que a seguir publicamos, no qual sintetiza as intenções, o conceito e o modo de funcionamento de futuros encontros, assim como o seu carácter de fórum.

PREÂMBULO

Um grupo de meia centena de conterrâneos, nascidos ou residentes em Bustos, reuniram-se sábado, dia 13 de Setembro de 2003, no restaurante da Quinta da Queimada, ali no Barreirão - onde se cria a raça bísara do famoso leitão da Bairrada – simplesmente para conviver um pouco e confraternizar.
A reunião não serviu nenhum outro objectivo, fosse ele qual fosse, e ficou tida em geral como iniciativa simpática, meritória e verdadeiramente fraternal, pelo que na altura se entendeu que deveria continuar a repetir-se todos os anos de modo a juntar as «forças vivas» da terra.
Aconteceu então, pela primeira vez, graças aos esforços concertados de João Martins Oliveira, Sérgio Ferreira, Óscar Santos, Milton Costa, Arsénio Mota, e outros.
A ideia derivou de reuniões anteriores, também anuais, mas muito restritas (pois incluíam apenas alguns amigos mais chegados: Arsénio, Graciano Lusio, João, Alcides Freitas, Zé Tribuna, etc.). Um deles, à vez, tomava a iniciativa e convidava os amigos restantes do grupo, sendo de notar a forma como se cuidava de «chamar à terra natal» bustuenses fixados no exterior (no país ou no estrangeiro).
Este ano, por fim, alguns conterrâneos entenderam que seria bom alargar a reunião a todos os bustuenses que quisessem participar. Porque: 1 – cada pessoa tende a isolar-se na sua casa e na sua vida quotidiana com prejuízo da vida de relação com a comunidade situada para além da roda dos vizinhos e familiares; 2 – a comunidade bustuense, até para crescer e prosperar, precisa do contributo precioso das suas «forças vivas» que se faça presente em local próprio; e 3 – parece muito desejável todo o estímulo ao desenvolvimento da convivência sadia, da relação fraternal, da troca de opiniões pessoais sobre quaisquer assuntos que apareçam em causa.
Nesta base, com vista a tornar regular e o mais válida possível esta iniciativa anual, um grupo de conterrâneos composto por Arsénio Mota, João Martins Oliveira, Sérgio Ferreira, Óscar Santos e Mílton Costa decidiram apresentar à consideração geral a proposta seguinte.

PROPOSTA DE FÓRUM

Propomos que estas reuniões anuais de convívio dos bustuenses passem desde já a ter um carácter de fórum, entendendo este termo, claramente, no sentido clássico que sempre teve - de praça pública principal aberta a todos os cidadãos que nela queiram apresentar-se e fazer ouvir a sua voz. Terá, portanto, que ser um espaço autêntico de participação cívica, com discussão franca em convívio agradável e ameno. É um espaço aberto, sem portas de entrada, que está a faltar nesta vila.
Os assuntos serão em geral livres, isto é, sujeitos à escolha dos interessados em os proclamar, mas terão sempre de referir-se à promoção e valorização da comunidade bustuense como um todo, ou seja, isentos de particularismos, visando exclusivamente as questões e os problemas do desenvolvimento local.
Não serão admitidas no fórum de Bustos quaisquer intervenções que manifestem tendências pessoais partidárias ou religiosas evidentes, contra as quais deverá erguer-se de imediato uma ou mais vozes exigindo silêncio; pelo contrário, terá que ser regra a educação cívica e a tolerância entre iguais.
Se numa reunião anual ninguém quiser tomar a palavra, nenhum dos presentes poderá estranhar. Por vezes as praças centrais das nossas terras também ficam caladas e isso nada tem de estranho. Mas se diversos oradores se dispuserem a falar na mesma oportunidade, então que anunciem essa intenção aos presentes. O bustuense mais idoso, ou tido como o mais idóneo, poderá ser escolhido nessa circunstância para, em nome de todos os presentes, orientar as intervenções e dar a palavra aos oradores mas evitando sempre escusados formalismos.
Os presentes têm a estrita obrigação de escutar em respeitoso silêncio e atentamente os oradores; se acaso não concordarem com as suas afirmações, devem pedir no fim a palavra e expor as suas opiniões.
Ninguém terá direito a falar durante mais de cinco minutos no máximo e só em casos excepcionais tal tempo poderá ser duplicado, passando para dez minutos.
Nestas condições, devidamente acatadas pelos participantes, as nossas reuniões anuais transformar-se-ão num exercício de saudável e exemplar cidadania - num espaço de vivência e convivência democrática em que todos e cada um, ouvindo ou falando, demonstrarão o apreço que têm pela nossa terra e pelas regras da democracia.

Arsénio Mota
22 Novembro 2003.

1 comentário:

  1. Anónimo21:54

    Imaginem que as comprometedoras trapalhadas de Marques Mendes com a "Universidade Atlântida" diziam respeito a José Sócrates; e imaginem que as igualmente comprometedoras falsificações das contas do CDS-PP (onde aparece o célebre contribuinte Jacinto Leite Capelo Rego...) tinham a ver com o PS.
    Alguém acredita que nestas semanas algum jornal teria largado a canela de um e de outro? Então, porquê este conspícuo silêncio? Será de alguma "claustrofobia democrática" criada pela oposição de direita?

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