Óscar Santos
Em terras de Bustos é raro haver um simples gesto de reconhecimento para com cidadãos que fizeram algo ou por terem, desinterassadamente, servido a causa pública. Já as louvarias de índole partidária, volta e meia são projectadas pelos respectivos apaniguados. Por exemplo, em assembleia da era #colombiana# (classificação segundo Milton Costa), até aconteceu ter havido uma "espontânea" proposta de ‘louvor’ previamente escrita “à máquina”.
Pois,... é assim que funciona o marketing da propagenda eleitoral ...
Em 22.11.06, Óscar Santos intuído no título “UDB MAIS POBRE: Despediu-se um dos seus pilares,. tocou a finados por João Nunes Ferreira (João Novo).
É verdade que NB também andou distraído. Não recolheu qualquer depoimento sobre o seu ‘união’ que ajudou a renascer e onde foi presidente durante alguns anos.
João Novo também foi presidente da assembleia de freguesia em tempo de aceso confronto verbalPSD-CDS (e quantas vezes desbragado) e que ainda está na memória do então 'árbitro' «Chico» Humberto. É também desse tempo a publicação de comunicados a contestar os conteúdos da correspondência local veiculada pelo jornal regional.
Para não se perder alguns pormenores da saga da reconstrução da U.D.B., Jó Duarte, companheiro de João Novo e um soldado ao serviço do clube, dispôs-se a abrir o seu livro de memórias da época dessa epopeia.
DÍVIDA À ASSOCIAÇÃO, LOGO U.D.B. FECHADA
Com a vida atribulada da época 1952/1953(?), uma mistura de interdições o campo, castigos dos jogadores, e outros «mimos» e o não pagamento de uma multa de “1 conto e tal”(?)[2] à Associação de Futebol de Aveiro, o ‘Bustos’ viu encerradas as portas da participação em provas oficiais.
Apesar da União Desportiva de Bustos estar desactivada, nunca deixou de haver futebol no ' capinzal’ do Sobreiro.
CLUBE DE BUSTOS COM SEDE NA MALHADA, ou gato escondido com ...
Para não se perder alguns pormenores da saga da reconstrução da U.D.B., Jó Duarte, companheiro de João Novo e um soldado ao serviço do clube, dispôs-se a abrir o seu livro de memórias da época dessa epopeia.
DÍVIDA À ASSOCIAÇÃO, LOGO U.D.B. FECHADA
Com a vida atribulada da época 1952/1953(?), uma mistura de interdições o campo, castigos dos jogadores, e outros «mimos» e o não pagamento de uma multa de “1 conto e tal”(?)[2] à Associação de Futebol de Aveiro, o ‘Bustos’ viu encerradas as portas da participação em provas oficiais.
Apesar da União Desportiva de Bustos estar desactivada, nunca deixou de haver futebol no ' capinzal’ do Sobreiro.
CLUBE DE BUSTOS COM SEDE NA MALHADA, ou gato escondido com ...
Um grupo, ansioso por oficializar o futebol na terra, usando de habilidade técnico-jurídica, tentou ludibriar a lei. Criou-se outra designação para o clube. A sede ficaria na Malhada. Corria tudo certinho, até ser indicado o campo de jogos no Sobreiro. Azar. O campo está no distrito de Aveiro.
A Associação de Futebol de Coimbra detectou a marosca e ficou tudo em águas de bacalhau.
Os anos passavam... e só havia futebol de Bustos em torneios populares.
Os anos passavam... e só havia futebol de Bustos em torneios populares.
É desse tempo que começou a despontar o brilho de dois grandes juízes: o Sr. Eduardo Santos (dos Correios) e o Sr. Joaquim Anacleto.
JÓ DUARTE, SECRETÁRIO-GERAL – COMO PEIXE NA ÁGUA
O Jó Duarte, em conversa com os «colegas» recorda: «Por volta de 1969, João Novo, Inocêncio Caldeira[3] e António Maria Francisco Pedreiras (mais conhecido por António Picão) dispuseram-se a reanimar a U.D.B. Após uma reunião em casa do Dr. Assis Rei – presidente da Assembleia-Geral – vêm à minha casa e convidam-me para Secretário-Geral ... para tratar da burocracia da reactivação do clube”.
Jó Duarte, funcionário da então pujante SMIDA [empresa que iniciou a sua actividade no Sobreiro], reunia as condições ideais para tratar da papelada do clube junto da AFA, aceitou o cargo e os espinhos.
Entre parêntesis, o Jó enaltece o António Picão, recentemente falecido (em 1 do 10), que “não sabia ler e foi o tesoureiro durante três anos”, com “as contas a bateram sempre certas”.
DIFICULDADES A DAR COM PAU
“Dificuldades eram muitas”, Aveiro estando perto de Bustos, ficava longe dos corredores. “E arranjar o dinheiro” para satisfazer os encargos obrigatórios?
“O Senhor João Nunes Ferreira pedia-me para ver se conseguia um adiamento dos prazos”. E recorda: O jovem “funcionário administrativo Fernando Vinagre dava uma ou outra ajuda, mas foi João Ferreira” – coincidência de nomes – "então presidente da AFA que condescendia" em prorrogar os prazos, quando se tratava de um ou outro pagamento. “O dinheiro custava a ganhar” e a era dos subsídios estava longe.
A U.D.B. LEVOU UM ANO A PREPARAR-SE
Da estrutura desportiva só existia o campo e muita vontade de alguns. «Levou um ano» ao ‘Bustos’ reunir as condições exigidas para disputar o campeonato associativo».
A parte sul do campo era um atoleiro e com covas, as cabras[4] do Aurélio Melo pastavam no pousio.
O Inocêncio Caldeira envolveu-se na recuperação do campo, “o areão foi oferecido”. Naquele tempo, “nem havia balneários” e “as balizas eram uns paus de madeira”.
Houve muito trabalho oferecido.
HÉLDER, DE SOSA – o 1º TREINADOR DA U.D.B. (II)
0 ‘UDB’ não tinha bandeira. “O Rafael, um herdeiro do ADN da ti Maria – parabéns pelo aniversário e por continuar a ler o jornal, sem óculos – e de Joaquim Tavares, (Pintor), ofereceu a bandeira.”
0 ‘UDB’ não tinha bandeira. “O Rafael, um herdeiro do ADN da ti Maria – parabéns pelo aniversário e por continuar a ler o jornal, sem óculos – e de Joaquim Tavares, (Pintor), ofereceu a bandeira.”
"O treinador foi o Hélder, de Sosa, um grande Amigo de Bustos e, na primeira jornada com o Fogueira, vence por 6 -1".
João Nunes Ferreira reedificou o “edifício” do União Desportiva de Bustos, com a colaboração de todos os comerciantes e de vários anónimos à sua volta. Para além do timoneiro João «Novo», destacaram-se desse anonimato: o António Picão, de contas certas, mesmo sem saber ler e escrever; o Jó Duarte, acertadamente escolhido para o cargo de Secretário-Geral; o Inocêncio Caldeira indispensável na recuperação do ‘pelado’, o Albino Santos – mais um ‘estrangeiro’ radicado em Bustos; o dr. Assis Rei – sempre presente nas iniciativas a favor da terra.
JÓ DUARTE NÃO ESQUECE APOIO DA EMIGRAÇÃO
Jó Duarte não se cansa de elevar o profícuo trabalho em prol do ‘Bustos’ reflectida na substantiva “angariação de fundos” na Venezuela, por Manuel Crespo e nos E.U.A. pelo Artur Fontes.
Como não podia deixar de ser, a equipa técnica e demais colaboradores também merecem ser recordados. Como estão cobertos pelo pedregulho da amnésia colectiva, haja quem fure a barreira do esquecimento.
Entre os amigos do “união” havia um, sempre disponível para tudo, até para ceder as instalações. Era o Carlos (barbeiro) Alves. [Já está a preparar a cégada 2007?]
ANTÓNIO DA FARMÁCIA, SEM FAVOR - UM GRANDE BENEMÉRITO
Dessa época, "há outro colaborador" inesquecível.
O Jó fez questão de o colocar em primeiro plano: É esse mesmo.
O “grande benemérito” António Boticas ou o conhecido e sempre recordado “António da Farmácia". Através do seu Posto de Medicamentos prestou toda a assistência medicamentosa «à borla» e nunca apareceu numa assembleia-geral a perguntar quem eram os beneméritos. Era o massagista da equipa.
O Jó fez questão de o colocar em primeiro plano: É esse mesmo.
O “grande benemérito” António Boticas ou o conhecido e sempre recordado “António da Farmácia". Através do seu Posto de Medicamentos prestou toda a assistência medicamentosa «à borla» e nunca apareceu numa assembleia-geral a perguntar quem eram os beneméritos. Era o massagista da equipa.
Grande António... ainda és uma raridade!
"António Augusto da Silva Santos, nascido a 5/4/47 em Cantanhede e falecido a 28/4/92 em Estarreja." (a)
JOÃO NOVO PRECURSOR DO Fair Play
Quando se falava em deslocalizar o campo da bola, João Nunes Ferreira sempre defendeu a sua manutenção no Sobreiro. E, na prática do futebol "pugnava sempre pela postura anti-agressiva dos jogadores" e dos simpatizantes do Bustos... mesmo perante as arbitragens escandalosamente desfavoráveis...
UM AGRADECIMENTO AO JÓ
Agradeço ao Jó Duarte a sua disponibilidade em ter consultado um nicho da prateleira do passado. O seu filão contém teor elevado de memórias. Tem de passar ao papel o seu manancial.
A União Desportiva de Bustos é um iceberg recheado de dedicações que se encontram submersas que ajudaram a construir a história de Bustos.
O JOÃO NOVO FOI UM CANECA ARROJADO
O João Novo, um caneca que se entregou com arrojo ao empreendimento de levantar o clube partiu. As bandeiras do PSD e da Freguesia de Bustos poderiam mostrar-se, na sua despedida, não para regozijo dele, mas para que Bustos pudesse respeitar o Homem que serviu a coisa pública – sem proveito próprio.
O João Novo, um caneca que se entregou com arrojo ao empreendimento de levantar o clube partiu. As bandeiras do PSD e da Freguesia de Bustos poderiam mostrar-se, na sua despedida, não para regozijo dele, mas para que Bustos pudesse respeitar o Homem que serviu a coisa pública – sem proveito próprio.
João Novo (como o meu Pai o gostava de tratar, e ele e sorria ao tratamento), vetido de casaco “à paletó” e com o imprescindível cigarro de Português, continua à espera da homenagem.
Haja quem se astreva.
sérgio micaelo ferreira
Fora de texto:
A cada passo, tropeço no glorioso ‘União Desportiva de Bustos’ mascarado de “Os Belenenses” para aqui ... bulenenses pr’acolá. Sei que foi a casa da mãe adoptada porque Manuel Sérgio era o mecenas dos Azuis de Belém e da filial de Bustos, Os Azuis de Bustos, clube dissidente do Futebol Clube de Bustos.
A origem da U.D.B. radica na junção dos desactivados canecas e gavetas. O aperto de mão da bandeira tem raiz na simbologia daUnião Liberal de Bustos. Será possível reconstituir as bandeiras do Futebol Club de Bustos e dos Azuis de Bustos, testemunhas de grandes despiques em terras de Bustos, ponto de partida para o ‘União’ original?
srg
[1] Adaptado de “UDB MAIS POBRE: Despediu-se um dos seus pilar” um título de Óscar Santos, 22.11.2006
[2] A multa seria superior a de 5,00 € euros e inferior a 10,oo €
[3] (27.1.06 – Inocêncio Caldeira – treinou com o Hernâni (Bustos – do passado e do presente) http://bustos.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_04.html
[4] a matança da Páscoa é mais um quadro da etnografia local a ser defendida pelos «guardiões [5] do cenáculo»
[5]Os gramáticos do cenáculo aconselharam o uso do termo «guardiões» para rimar com ... «mexilhões»
a) um obrigado pela informação a ANMO
Foi o Józinho que desenhou as balizas. Conta o Jó Duarte que houve dias em que chegou a trabalhar dez horas para regularizar a inscrição do Bustos na Associação de Futebol. Para regularizar Desabafou recentemente que estão esquecidos do que o Dr. Manuel Nunes e a sua direcção fizeram pela UDB. Sentia mágoa por não ter dado um abraço ao seu amigo de longa data Fernando Vinagre.
ResponderEliminarJó Duarte também foi esquecido no dia das homenagens.
...
Um aelo, Jó Duarte volta a fazer as reportagens do Bustos. O mister Quim merece.
sérgio micaelo ferreira