A Junta de Freguesia de Bustos dispõe de um sítio na internet desde o passado inverno. É uma obra legada pelo anterior presidente, Manuel da Conceição Pereira, que se saúda enquanto iniciativa, mas quanto ao produto final, com pena o digo, é uma lástima que só nos envergonha.
Passo por cima do grafismo e organização da página, admitindo que gostos não se discutem, mas quanto aos conteúdos vale a pena explicar as razões porque me sinto envergonhado.
A barra de Menus multiplica directórios como quem multiplica confusões. Comecemos pela “Freguesia”. No índice “Colectividades” há apenas um nome, União Desportiva de Bustos e três tristes fotografias. Mais nada! Logo a seguir, no capítulo “Instituições”, misturam-se colectividades, como o Orfeão e a Associação de Beneficência e Cultura, com empresas, como os CTT, e instituições, como as Escolas Primárias.
Clicamos em “Economia” e surge “Empresas” com um texto que começa assim: “As maiores fontes de rendimento dos habitantes desta freguesia são a agricultura, o comércio tradicional e a indústria cerâmica. A vinicultura e o cultivo de cereais são as principais produções agrícolas de Bustos, sustentando a economia local.”
É uma linguagem de aluno da escola primária. Puro infantilismo de quem ainda não sabe que a vinicultura e o cultivo de cereais, entre nós, já não “sustentam” ninguém!
No capítulo dedicado à “Caracterização Física” fala da divisão administrativa!
Quanto a “Acessibilidades” ignora os mapas e as designações das vias, esquece até a existência da auto-estrada que nos está mais próxima, a A17. No tempo do Google Maps e do GPS dar como informação “siga as placas” é ridículo, é caricato, é estúpido!
AINDA HÁ PIOR!
Um sítio institucional, como este, deve respeitar a ética e os bons princípios. Deve respeitar a propriedade intelectual e os cidadãos, pelo que tem de citar, devidamente, os autores e editores dos textos que selecciona para publicação, no caso de não lhes pedir a devida autorização. Deve também respeitar a língua portuguesa. Nada disso acontece no sítio da nossa junta de freguesia.
Para falar da “Feira” copia um texto do Sérgio Ferreira, sem autorização do autor e sem citar o local de edição original. No directório sobre a “História da Freguesia” o texto começa assim: “As referências mais concretas aparecem no Séc XII.” Ou seja, começa com uma oração sem sujeito. E para cúmulo da desorientação, termina a falar no S. Lourenço!
Ao tratar do “Património” indica apenas os edifícios religiosos. Bem podemos contar com um palacete do início do século XX, alguns magníficos exemplares de arte nova e outros edifícios representativos, mas isso não conta. Nem sequer existe! Também não refere, por exemplo, uma peça tão importante como a pia baptismal, uma antiga e belíssima obra de arte em pedra de Ançã. (Provavelmente por desconhecer que há mais património para além do edificado!)
Aborda o “Orago” com vulgaridades como:”São Lourenço é um santo popular.”
Em, “História da Freguesia”, publica um texto truncado do meu avô, Vitorino Reis Pedreiras, sem indicar o local de publicação (“Notícias de Bustos”), ao que está colado o texto do “Orago” (repetido). Partes deste texto são publicadas mais adiante, em secções como “Curiosidades, “Evolução Eclesiástica” ou “Cronologia”, mas, em alguns casos, até o nome do autor se suprime. Não bastou destruir a coerência do escrito, houve que ignorar o homem.
Enfim, os equívocos e a incompetência são tão grandes que até Frei Gil, natural do Troviscal, é apresentado como uma personalidade bustuense, enquanto outros, a quem tanto devemos, são esquecidos. Para culminar, qual cereja em cima de tanta asneira, as controversas e abandonadas lagoas do Barreirão surgem como autenticas atracções turísticas! O símbolo das nossas belezas e do nosso progresso!!!
Em conclusão: O sítio da Junta de Freguesia de Bustos é o perfeito retrato do homem que presidiu aos destinos da Junta entre 1998 e 2009. É um improviso, bacoco e incompetente.
Belino Costa
http://www.freguesiadebustos.eu/home.php
http://alpa1967.blogspot.com/
ResponderEliminarLeiam alguns artigos do meu blog em relação ao que os presidentes de Juntas de Freguesia de Anadia pediram para fazer em tempo de eleições nas suas páginas web0 ou web1 , para demonstrar alguma modernidade.... aconselhei a que visitassem a biblioteca Municipal de Anadia onde a informação tem qualidade....muito tinha de escrever
Tem toda a razão no que escreve sobre o sítio na internet da nossa freguesia.
ResponderEliminarA conclusão é que é muito deselegante. Poder-se-á dizer que descuidou a página e que discordamos de muitas das suas decisões mas daí a chamar-lhe improviso, bacoco e incompetente...
Para quem é de fora até parece que o Pereira esteve sempre no leme da freguesia, que outros não o precederam.
Agora que estamos no ano 1 D.P. (depois Pereira), vamos esquecer os ódios de estimação e focar-nos na resolução dos problemas.
Totalmente de acordo relativamente às incorrecções. O tom do seu artigo é excessivamente agressivo. Está para ajudar ou só para o "bota-abaixo"?
ResponderEliminarÉ necessário acreditar na vontade e na força das pessoas que estão à frente do nosso povo. É necessário dar tempo ao tempo para que a obra nasça e se leve a NOSSA TERRA a bom porto...
ResponderEliminarQuando fiz uma pesquisa no GOOGLE sobre a nossa freguesia também me deparei que o primeiro link de pesquisa depois de aberto apresenta a informação de que o site está em actualização.
Por isso, vamos deixar de parte as críticas e vamos deitar mãos à obra para que haja PROGRESSO...
Vamos em frente BUSTOS!!!
Carlos
Não tenho por costume responder aos comentários dos leitores até porque as suas opiniões são tão válidas quanto as minhas. Este conjunto de comentários acabou no entanto por estimular um conjunto de reflexões sobre a vida política da nossa terra que irão justificar alguns textos futuros. Como nas próximas semanas me será impossível de colocar no papel esses pensamentos faço questão em deixar aqui alguns breves apontamentos. O primeiro é que não alimento sentimentos de ódio por ninguém. Sempre tento explicar e defender os meus pontos de vista. Ao falar do ex-presidente da junta o que está em causa não é o cidadão, mas sim a figura pública, as suas decisões, o seu trabalho, enquanto titular de um cargo público, enquanto responsável político. E não há democracia sem crítica, sem debate de ideias. O nosso problema, o problema da democracia bustuense, é que há pouca crítica pública, assumida, feita de forma frontal. Em contrapartida há muita “crítica de café”, envergonhada, maledicente e nunca assumida. É isso que, a meu ver, tem de mudar!
ResponderEliminarQuanto ao “exagero” reconheço-o, faz parte do estilo. Mas que não seja por isso que os meus amigos me levem a mal, até porque mais vale o estardalhaço de algumas palavras do que a paz podre de uma democracia envergonhada.
Uma boa Páscoa para todos.
Belino Costa
Efectivamente,a página da Junta de Freguesia tinha um conteúdo fraco e o aspecto também não me agradava.O site já não está disponível, espero que o actual executivo esteja a promover a sua reformulação.
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