15 de janeiro de 2009

É tempo de balanço

Até ao 25 de Abril, Bustos foi a terra mais progressiva do concelho, deixando a anos-luz as outras 5 freguesias do município.
Fosse por iniciativa individual (de que foram exemplos maiores Jacinto dos Louros, dr. Manuel dos Santos Pato e Ferreira da Silva), fosse pela via da
Comissão de Melhoramentos de 1960, Bustos cresceu e desenvolveu-se a um ritmo ímpar.
Ainda a Revolução de Abril dava os primeiros passos e eis que emerge um novo movimento cívico, inicialmente apelidado de “comissão de moradores”: a esta se deve a compra do palacete do Visconde e o arranque da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos, a 1ª instituição particular de solidariedade social do concelho se exceptuarmos a Santa Casa da Misericórdia de Oliveira do Bairro.
A comissão criada em 1960 pela mão de Arsénio Mota, dr. Assis Rei, eng.º Néo Pato e uns quantos outros ensinou-nos que o futuro estava no colectivo. Foi o mesmo espírito de união que fez o dr. Jorge avançar com aquilo que acabámos por baptizar de ABC; por arrastamento, esta criou espaço para a SÓBUSTOS, também fruto do espírito colectivo dos bustuenses.
A democracia não vive sem partidos, todos o reconhecemos; mas tem o grande defeito de, as mais das vezes, dividir em vez de unir. O resultado está à vista: enquanto nós começámos a marcar passo, as terras cujos líderes partidários souberam ultrapassar divergências deram o grande salto. Extremadas as posições partidárias, faltou-nos a todos visão e sentido de grandeza e de humildade. Não vale a pena ir à procura dos culpados: fomos todos e cada um de nós.
O percurso do campo de futebol e do terreno da feira são a prova mais acabada dessa falta de visão e de sentido colectivo. As iniciativas para encontrar alternativas – fosse pela aquisição dum novo espaço para a prática do futebol, fosse pela compra do terreno da feira – acabaram por morrer à nascença muito por culpa dos interesses ou opções partidárias dos líderes locais ou concelhios.
Faltou-nos um movimento cívico que, de mãos dadas com os autarcas eleitos, alavancasse o desenvolvimento de Bustos e sacudisse o peso dos interesses e jogos de bastidores que infelizmente dominam a política.
Lá mais para o final do ano haverá nova corrida eleitoral no concelho.
A ver se desta não nos ficamos pela cruzinha no partido ou candidato das nossas preferências. Olhando para trás, é fácil concluir que os movimentos de cidadãos só enriquecem a democracia partidária. E se não devem substituir-se aos partidos nos actos eleitorais, são a melhor polícia de costumes que conheço.
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Já agora, dêem um saltinho ao bloguedooscar e “
chamem a polícia
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oscardebustos

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