30 de setembro de 2008

»JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS DESVENDA URBANIZAÇÃO DE LAZERES«

Dia de São Miguel. Logo às 20, a Assembleia de Freguesia de Bustos vai estar mais iluminada. Assuntos importantes irão ser rebatidos e debatidos.
As conversações sobre a estação dos Correios podem até não merecer um minuto.
O Bairro utópico do Cabeço, não passará disso mesmo.
A circulação rodoviária pesada continuará a cumprir a sua passagem pelo centro. E pelo lugar da Fonte da Barreira.
A ampliação ou arranjo da zona envolvente do cemitério poderá vir a ser uma surpresa para o dia 1 de Novembro. A sinalética de orientação da circulação até poderá ser um milagre de todos-os-santos.
A Falta da luz pública nos candeeiros do antigo coradouro da Fonte da Barreira vai passar em claro. Ofícios e telefonemas foram inconsequentes. É o peso da Junta.

Os compromissos outorgados na 2ª cláusula do protocolo de cooperação de 14 de Dezembro de 2006 entre a Escola Secundária de Oliveira do Bairro e a Junta de Freguesia de Bustos, para incrementar em Bustos o programa “Iniciativa Novas Oportunidades” ficou em águas de bacalhau.
[Hoje, os candidatos de Bustos podem melhorar a qualificação escolar e profissional, frequentando o “curso” no Instituto da Mamarrosa que até fica mais perto do que Oliveira do Bairro.]
Até poderá passar ao lado o relato das tentativas que a Junta terá promovido junto do Colégio para este ceder – sob condições – as instalações necessárias ao funcionamento do programa de Formação da “novas oportunidades” [‘agir para ligar'].

O real interesse da próxima sessão será o Ponto 4 da Ordem de Trabalhos – Apresentação do projecto de urbanização com equipamentos de lazer para a zona adjacente à Junta de Freguesia.”.

Isto sim, o resto é poeira.

E siga a rusga
sérgio micaelo ferreira

UDB AMPARA RESSACA DO MEGALHÃES (Uma nota)

O país genuinamente básico anda a sarfar na crista da onda MEGAlhães, enquanto os políticos, ao converter os Magalhães em raquetes, cumprem o ping-pong de arremesso partidária.

Habilmente preparado pela máquina de suas excelências, o alto poder: ministros, secretários de estado cancelaram as reuniões de trabalho, mudaram de roupagem e ei-los feitos delegados comerciais e de propaganda a distribuir por escolas básicas o computador Magalhães estudado por uma ODM (Original Design Manufacture) criada pelos irmãos Sá Couto, (Jorge e João Paulo).

Realmente eram muitos os anunciantes a dar a boa nova da chegada do maná tecnológico aos básicos. Mas o número não seria pelo menos a duplicar, se o Governo fosse de coligação? É a sina de termos de conviver com os eleitoralismos.

Na escola básica do 1º degrau, o acesso ao uso do Magalhães é universal. Vou encontrar em Mestre Aquilino uma analogia com o aparecimento da camionete de passageiros, em que considerava ser um “factor assinalado de democratização”[1] e anota: “O morgado … tem de tomar o lugar ao lado do jornaleiro, … O cura senta-se ao lado do freguês; a fidalga ilharga com ilharga da Maria Roca”. A partir de agora todos os alunos estão nivelados na possibilidade de trabalhar com o computador.

Muito trabalho está reservado ao professor para pôr o intruso Magalhães ao serviço da educação e instrução de cada aluno, para o guindar a patamares semelhantes aos dos seus contemporâneos do norte europeu.

Alguns escolhos (entre outros):

E quando surgirem os 1º os problemas e a necessidade de fazer as 1ªs reparações? Os pais ou encarregados de educação estarão dispostos a desembolsar?

O Magalhães na escola irá ser mais uma peça apetitosa demais para a prática do bullying. Impõe-se estudar medidas que garantam a segurança.

Nos primeiros passos de manejo no teclado, o aluno estranha o computador. Entretanto o apetite aguça-se. E, mais umas horas de descoberta, sobrevém a apetência. O vício instala-se. O “Controlo parental” é ludibriado e o aluno passa horas e horas sentado à frente do computador, abrindo uma porta para a entrada de sequelas para o seu organismo. A vida ao ar livre, já de si restrita, vai sofrer um substantivo corte.

Para obviar a vida sedentária e isolada, impõe-se que os alunos tenham mais actividade física, quer curricular ou extra-curricular.

E, neste caso, a Formação da União Desportiva de Bustos dedicada ao público escolar cumpre a sua missão. Multiplica o convívio entre os jovens, ajuda a proteger os atletas do uso prolongado do computador, ensina-os a conviver em grupo, contribuindo para o desenvolvimento rumo à cidadania.

E siga a rusga
sérgio micaelo ferreira
[1] Aquilino Ribeiro, A Aldeia - Terra, Gente e Bichos. Bertrand Editora

26 de setembro de 2008

UDB/1953 - FAZ EQUIPA DE JUNIORES EM TEMPO DE CRI$E FINANCEIRA

Se a informação está conforme, a primeira equipa de Juniores da UDB viu a luz na época 1953/54. À época, as car ências financeiras eram mais que muitas, conforme conta o Correspondente local do Jornal da Bairrada, P.e Gonçalves Pereira [P. GP], em 3.10.1953.

A situação financeira da UDB estava «deficitária», a colectividade contava com poucos associados, tinham terminado os tempos da exploração lucrativa do «Sonoro – Cine de Bustos. A organização de um baile «Licença, Guarda, Renda da Casa e Orquestra» orçava os 900$00… e só “para cobrir esta despesa tinha de haver “350 entradas (rapazes e raparigas)número este quase impossível de atingir”.

O P. GP bem tentava demonstrar a obrigação das«entidades administrativas» apoiarem moral e materialmente a UDB. Já naquele tempo Bustos estava longe de Oliveira do Bairro.

O P. GP encerrava a local fazendo uma apelo aos comerciantes no sentido de apoiarem moral e materialmente a iniciativa da da criação da criação de Juniores «para que este sonho se transforme em realidade».
Desde o consulado do Dr. Fernando Vieira que a UDB está inscrita em inúmeros os escalões da Formação e nos séniores de Futebol associativo de Aveiro. A Comissão Administrativa, presidida por Beatriz Costa, para manter a nau à tona da água e para navegar em mar chão, requer que os apoios cheguem em tempo oportuno, com conta peso e medida.

Os sessentanos da UDB (não descontando o interregno) merecem ser festejados com pompa.

O jantar de aniversário deverá selar o apoio dos amigos ao Clube.

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APOIE A UDB
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sérgio micaelo ferreira

25 de setembro de 2008

ALMAS PERDIDAS - PATRIMÓNIO DESCOBERTO ou VINHA DO REI

“Bebe vinho! Receberás vida eterna.
O vinho é o único filtro que pode restituir-te a juventude.
Divina estação das rosas, do vinho e dos amigos
sinceros.
Goza este fugitivo instante que é a vida.”


in, Omar Khayyam, Rubaiyat (odes ao vinho),

editorial estampa, 3ª edição, Lisboa,1999


ALMAS PERDIDAS
VINHA DO REI


Ali para os lados da Feira do Sobreiro situa-se esta VINHA DO REI onde em tempos houve uma pequena capela com umas ALMAS PERDIDAS naqueles campos de cultivo de milho e de vinha, por detrás dos aidos da Caneira e das Coladas. Ao longo dos anos foi sendo esquecida e abandonada pela população, deixando ao abandono ruiu, telhado caído e silvas por todo o lado. Dela e do local já só se lembram uns poucos idosos do lugar.

Assim nasce o nome deste vinho feito artesanalmente com desengace e sem filtragem, a partir das castas Touriga Nacional, Aragonez e Cabernet [Sauvignon]

M.A.P.

altino comenta:

Curiosamente, as castas de uva tinta da Vinha do Rei são as mesmas que miltonpt assinala no seu blogue Lagar, September 12, 2008. Os cachos de touriga nacional e de aragonez (ou tinta roriz), entre outras características, atingem o estado de maturação bem cedo, o que permitem estar protegidas das chuvadas de Setembro tão nefastas para a Baga, a casta tinta ex-libris da Bairrada.

A #Vinha do Rei# teve o condão de ressuscitar a Capela “Almas Perdidas”. Não será exagero induzir que ao encher um copo com o néctar da “Vinha do Rei”, as “Almas Perdidas” são mais publicitadas que a divulgação da Igreja do Arq. António Carneiro & Camaradas.

A “Vinha do Rei” tem a produção tomada pelo BARRILITO. Sobre a sua qualidade, sigo os passos de miltonpt (Lagar): “It’s not better than the other wines but it’s without doubt different.” Uma coincidência acontece: ajuda a manter boa e franca companhia.


adenda

Bustos, apesar de não ter grande área de terrenos para aptidão das castas tintas, já em 1897 tinha um viticultor que alinhou com outros grandes lavradores da Bairrada, para o desenvolvimento da vitivinicultura da Bairrada liderado pela Associação Agrícola da Bairrada. Manuel da Silva Martins (Cabeço de Bustos) vem citado numa lista de 31 de Dezembro de 1897, ao lado do Marquês da Graciosa (Graciosa), [Dados recolhidos de Fernando Amaral Gomes, Albano Coutinho – Viticultor e a Bairrada, AQUA NATIVA, nº 31, Dezembro 2006.]

24 de setembro de 2008

30 SETEMBRO - ASSEMBLEIA DE FREGUESIA


Clique sobre a imagem para a ampliar
.

OS MEMBROS DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE
BUSTOS
VÃO REUNIR NO EDIFÍCIO DA JUNTA, PARA REALIZAR A SESSÃO ORDINÁRIA REGIMENTAL

NO DIA 30 DE SETEMBRO (terça-feira),

PELAS 20H00.

A Ordem do Dia, abaixo transcrita, visa preparar o Plano de Actividades e Orçamento para o
ano 2009.

“Ponto 1 – Apresentação e votação da Tabela de preços e serviços para o ano de 2009.

Ponto 2 - Apresentação e votação da Tabela de Preço de Registo e Licenciamento de canídeos para o ano de 2009.

Ponto 3 - Apresentação e votação da proposta de atribuição de subsídios às Associações par[a] o ano de 2009.

Ponto 4 – Apresentação do projecto de urbanização com equipamentos de lazer para a zona adjacente à Junta de Freguesia.”

__________

srg

22 de setembro de 2008

UDB FAZ 60 – O ANIVERSÁRIO DE TODAS AS HOMENAGENS

“Que linda forma de festejarmos todos os 60 anos da UDB!!”
(in oscar de bustos,
UDB organiza 1ª exposição de carros antigos,23.8.08, NB)

Estabilizada a gestão da pesada nau da União Desportiva de Bustos, a Comissão Administrativa mostra que tem ânimo para prosseguir os objectivos delineados e sustentados pela carolice do Dr. Fernando Vieira (também membro da Comissão). Sócios, simpatizantes ou amigos do clube não têm regateado apoio à Gerência da UDB. Um bom sinal a perspectivar um ano administrativo calmo e distante de aventuras.

A Comissão Administrativa está determinada em querer adornar a sexagésima vela da UDB com todas as homenagens aos que tornaram possível erguer e manter uma estrutura que visa alcançar a união de Bustos. Ainda recebntemente a UDB pôs na montra o melhor de Bustos com a recente exposição de carros antigos. Terá sido o pontapé de saída para outros eventos que irão manter a fasquia alta.
O Jantar do 60º Aniversário da UDB a realizar a 4 de Outubro (sábado), pelas 20H00 no Restaurante «O RAFAEL», por certo irá ter ampla e merecida adesão. Aconselho que obtenha o bilhete de participação [por 25 bolas], antes que se esgote.

FUTEBOL EM BUSTOS (respigos)

A confraternização de 4 Outubro irá proporcionar o reencontro de vários passados da UDB, dos Canecas e dos Gavetas , onde não faltará a evocação de atletas, directores, técnicos, marcadores de campo, roupeiros, porteiros, cobradores, sócios, tertúlias, etc… que ajudaram a manter viva a apetência pela bola.

Seguindo a pista de Hilário Costa1[HC], “em 1923, realizaram-se os primeiros exercícios de futebol no terreno do Dr. Santos Pato, no Sobreiro onde existe a nossa feira…”, sendo “os irmãos Tavares – [em que Joaquim (Pintor) pontificou] – , Zeno Costa, Carlos Augusto Sousa, Hilário Costa, o ajudante de farmácia Proença, Ezequiel Fabiano,…” alguns dos jogadores recordados por este autor. O Luzitano Foot Ball Clube, criado em 1932, teve duração efémera, para não estar conotado com organização fascista que o termo “Luzitano” então carreava e então surge o Foot-Ball Clube de Bustos.


Em 1934, prosseguindo com HC, os corpos sociais do Foot-Ball Clube de Bustos divulgados no «Ideia Livre» eram assim constituídos:
Direcção:
Presidente – Hilário Simões da Costa
Vice-Presidente – Manuel dos Santos Vieira
1º Secretário – Edmundo dos Santos Pato
2º Secretário – Manuel Simões Aires
Tesoureiro – Manuel Simões Aires
Vogais – Manuel Augusto Simões Aires ; Amadeu Augusto de Sousa;
Directores – Joaquim Ferreira; Manuel [Simões da?] Cruz; Silvestre Capão; Manuel Tarrafo.

Assembleia-Geral:
Presidente – Pessoa Rodrigues Cosme
Secretário – José Valério

Conselho Fiscal:
Presidente – Joaquim Simões Tribuna
Relator – Abílio Martins

Segundo Arsénio Mota[AM] 2, a “prática de futebol surgiu logo por volta de 1928/30” e que “[d]eveu-se sobretudo à iniciativa de bustuenses «adoptivos», isto é, nascidos fora”

Da recolha possível, o autor assinala os pioneiros do pontapé na bola: “Álvaro Pato [que foi Director], Manuel, Fausto, e Joaquim Tavares (pintores), António Pato, Adelino Neves, Mário Vieira, Manuel Simões (Miguel), José Valério, etc”. inicialmente jogadores do Foot-Ball Clube de Bustos, filiado do Futebol Clube do Porto.

Prosseguindo na companhia de AM, anos mais tarde, Lino Francisco Rei dinamiza a prática deste desporto, inscreve o Futebol Clube de Bustos (Gavetas) na Associação de Futebol de Aveiro e prepara a equipa para os encontros oficiais. O Campo de Jogos era o da Feira.

AM indica os seguintes jogadores:

“Severiano Fontes, Acácio Batista, Artur Fontes, António Almeida Pato, Evaristo Pinto, Inocêncio Caldeira [que treinou no Futebol Clube do Porto com o Hernâni], Rodolfo dos Reis Manuel Simão, Agostinho Barroco, Mário Cruz, Augusto Barreiro, Mário Barreiro (Ruço), Américo Baptista, Jaime Baptista, Armor Aires, Manuel Tavares da Silva, Aniano Martins e outros “.

O CISMA E A FUSÃO
O protagonismo de alguns jogadores de segundo plano catalisou o fermento da rivalidade que resvalou para o cisma que deu origem à criação dos Azuis Foot-Ball Clube (também conhecidos por Canecas, ou Azuis de Bustos, filial de ‘Os Belenenses’). O Dr. Manuel dos Santos Pato cedeu o pousio/lamaçal onde hoje está situado o Campo da Bola.

[os longos e demorados trabalhos de drenagem, transformação e alargamento do Campo inicial fazem parte da idiossincrasia das gentes de Bustos e que merece vir a lume].

Desactivados os canecas e os gavetas, o processo de fusão dos dois clubes na União Desportiva de Bustos ainda levou o seu tempo.

Para além de recomendar a consulta de algumas intervenções editadas em NB, a seguir destaco o nome dos participantes na Primeira Reunião Extraordinária- O nascimento da UDB 27.1.08 aqui conforme relata relata Alberto Martins

A Reunião do 1º de Outubro ‘1948, presidida por Manuel Ferreira da Silva, constituída pelos representantes plenipotenciários dos dois clubes, respectivamente: Augusto Simões da Costa, (Azuis de Bustos); Teófilo Mota, (Futebol Clube de Bustos); e por Manuel Simões Aires, António Martins, Dr. Jorge Nelson Simões Micaelo, Manuel Tavares da Silva e Evaristo Pinto, teve o objectivo de estabelecer as normas conducentes à fusão dos dois clubes na UDB.

UDB – 1ª DIRECÇÃO PROPOSTA

Do 13º ponto da proposta a ser presente à assembleia-geral dos “sócios e simpatizantes[?]” de cada clube, consta:
A União Desportiva de Bustos será dirigida durante 1948 e 1949 pela seguinte Direcção:

Presidente: Dr Jorge Nelson Micaelo
Vice-Presidente: Lino Francisco Rei
Secretários: Manuel Simões Aires e Augusto Simões da Costa
Tesoureiro: Teófilo Simões Mota
Vogais: António Martins [Serralheiro?]; Manuel Simões dos Santos [Barroca]; Manuel Tavares da Silva
*
Passaram pela janela NB apenas alguns nomes que trabalharam em prol do Futebol.
Não será justo omitir os cabouqueiros* da primeira equipa de Juniores que deliciava a assistência pelo talento exibido nos jogos.


Também uma palavra de apreço por todos aqueles que se atiraram à Refundação da UDB: João Nunes Ferreira (João Novo), Jó Duarte, Inocêncio Caldeira, António Maria Francisco Pedreiras «António Picão» (o tesoureiro que não sabia ler, mas tinha sempre as contas em ordem).

Todos os peregrinos do futebol em Bustos merecem figurar na galeria da UDB.


APELO
Alberto Martins deu a conhecer o registo dos primeiros passos da fusão simbiótica entre Canecas e Gavetas para a criação da UDB. Um bem-haja.
E faço um apelo para que continue a divulgar alguns passos da epopeia de Bustos na edificação do Futebol.

Dia 4 de Outubro’2008 (sábado, pelas 20H00) todos os caminhos vão dar ao restaurante «O RAFAEL».
Apoia um clube que mostra a sua pujança pela fieira da Formação que vai das escolinhas até aos Juniores, para além da sua equipa de Séniores.
PARTICIPA NO APAGÃO DA VELA DO SEXAGÉSIMO ANO DA UDB.
E siga a rusga
sérgio micaelo ferreira
____________________________
[1] Hilário Costa, Memórias de um bustoense, 1984
[2] Arsénio Mota, Bustos - elementos para a sua história, edição da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos, 1983
* (Dr. Assis Rei, Mário Reis Pedreiras, Manuel Joaquim dos Santos, entre outros...)
Nota: e também são devidos créditos a Alberto Martins
Oscar Santos
a Belino Costa 12.3.07 ÀS VEZES TUDO PARA MIM ERA POESIA
e todos aqueles que dispuseram a dar o seu testemunho.

21 de setembro de 2008

INTERNETE regressou à BIBLIOTECA DE BUSTOS

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro pra ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
.
O sol doira,
Sem literatura.
(...)
(Fernando Pessoa, Liberdade)

Os 4 computadores da ‘Aveiro-Digital’ que estavam instalados no edifício da Junta de Freguesia de Bustos foram finalmente deslocalizados para a ‘Biblioteca Fixa nº 26 da Fundação Calouste Gulbenkian’. No seguimento desta transferência, a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro fez repor o funcionamento da internete, terminando o longo jejum deste serviço imposto pelos anteriores condóminos da gestão municipal.
Mesmo sem publicidade, tem havido alguma frequência da utilização deste serviço.
E, entre os utilizadores, alguns estão a dar os primeiros passos da aprendizagem do manejo do material informático.

Haja bom proveito.

De um mapa de ‘estatística geral, do ano de 1963 dedicado ao movimento das Bibliotecas Fixas, constata-se que a Biblioteca Fixa nº 26 (Bustos) servia uma população de 2249 habitantes e destes, havia 415 leitores inscritos (que correspondia a 18,5% da população servida).

Um outro dado a reter é o número de livros requisitados, alcançando os 8455 – o que dá a média de 20 livros por leitor (em números redondos).

Para o tempo em que a habilitação normal era a 4ª classe, pode concluir-se que naquele tempo cerca de um quinto da população era consumidora de leitura. Os livros de Camilo, Eça, Ferreira de Castro, Aquilino e de outros autores circulavam por Bustos com bastante fuidez. Um a apaixonado pela leitura havia que copiava livros requisitados para assim poder consultar quando o desejasse. [algumas dessas cópias resistiram á voracidade do tempo?]
Para avaliar a procura dos Serviços da Biblioteca, seria desejável que, mensalmente, fosse divulgada a estatística do seu movimento.
E siga a rusga
sérgio micaelo ferreira

20 de setembro de 2008

Má lingua, a nossa melhor língua


“Dizer mal“ passou a fazer parte do nosso código de urbanidade. É uma exigência de bom comportamento, uma afirmação de sociabilidade, uma questão de cortesia. Hoje em dia quando dois portugueses se encontram, logo depois das saudações tradicionais como o “bom dia “ ou “boa tarde” e na sequência da inevitável pergunta: “Então, essa vida?” ou “Tudo bem?”, logo enumeram uma série de problemas e problemáticas, sempre assentes em experiências pessoais que são apresentadas como sendo universais, e utilizam, pelo menos três vezes, a expressão “só neste país!”.


Alguns ficam-se pelos protestos indignados, mas outros vão além da denúncia dos problemas (Os Problemas) e adiantam As Soluções que, em geral, são meras repetições de títulos de jornais, ou de frases decapitadas em textos escritos por políticos travestidos de comentadores. Os que descobriram As Soluções adoram frequentar as dezenas de fóruns radiofónicos onde proclamam enormidades sem conta e muitas vezes sem nexo. Dizem uma coisa e o seu contrário. Estão contra a construção de auto-estradas porque quando lá passaram “estavam às moscas”, mas também estão contra o investimento no caminho-de-ferro por ser uma infra-estrutura cara e uma “moda francesa”. Alarmados dizem que o petróleo está a acabar e de seguida propõem a descida do preço da gasolina. Em síntese, estão contra!

Estão bem.

Estar contra é mesmo o que mais convém, porque é a melhor forma de não assumir compromissos e estar livre de críticas. Que mais pode desejar um humilde e manhoso português do que “não se comprometer”?! Até porque, como se diria em bom futebolês, “ a melhor defesa é o ataque”.
Estar contra é simples e fácil. Enquanto desporto nacional é actividade que nos poderia garantir múltiplas medalhas olímpicas. A má-língua é a nossa melhor língua, de norte a sul. Mas no centro, que é uma forma de dizer Lisboa, é que este popular desporto atinge níveis dignos da mais alta competição. Ali a sofisticação da maledicência alcançou o nirvana. Agora o lisboeta culto e evoluído já não diz mal do actual Governo, a nova moda é dizer mal do próximo executivo, seja ele qual for. Assim ninguém se compromete, e também ninguém se pode sentir ofendido. Genial!
A avaliar pelos argumentos apresentados até faz sentido, porque “os gajos são todos iguais”, porque já “não há remédio ou solução”, ou porque “isto bateu no fundo”. O melhor é não acreditar, porque já nem a matemática é ciência exacta. ”Essa coisa dos números tem muito que se lhe diga”…
Enfim, Portugal é um país habitado por génios cépticos e governado por imbecis corruptos. Somos uns desgraçadinhos muito infelizes. Felizmente!

E viva Portugal!

Belino Costa

19 de setembro de 2008

Vindimas em vias de extinção

Ainda se vão vendo alguns tractores a circular por Bustos em direcção aos escassos vinhedos que resistem de pé.
Os tempos da grande agitação das vindimas já lá vão. E apesar da colheita deste ano prometer, nem assim os poucos produtores que ainda vão resistindo ganharam o hábito de esperar pela maturação completa dos cachos. Quantos tiveram o cuidado de colher amostras das uvas para saber do seu estado de maturação?
Entretanto, os melhores terrenos de Bustos para produção de vinho - argilosos ou calcários - estão num estado de completo abandono; se vinhas há é nas chamadas terras "milhanzeiras", o que significa que já ninguém está para aprender com os erros do passado.
E com uma nova geração de pequenos e bem formados produtores, espalhados por Bustos, Mamarrosa, Troviscal, Oliveira de Bairro ou Amoreira da Gândara, a vender vinhos de boa qualidade e a preços em conta, quem vai querer vinhos incaracterísticos e "martelados" a açúcar?
Os 2 alambiques de destilação de aguardente que ainda resistiam (Manuel Serafim, na Póvoa e Adélio Reis Pedreiras, no Cabeço) fecharam as suas portas; quando muito, um deles abrirá para "queimar" o bagaço duns amigos ou velhos clientes mais chegados. Há uns 30 anos atrás eram pelo menos 6 os alambiques espalhados pela freguesia.
Não me dá gozo nenhum pensar que daqui a meia dúzia de anos a bagaceira que vou preservando dos tempos do meu pai vai valer ouro.
Entretanto, no passado fim de semana a Clarita Aires documentou uma reconstituição história daquilo que foi nos anos 30 do séc. XX a vindima em casa dum lavrador rico de Bustos. Para mais tarde recordar...
Assim vai o noroeste daquilo que um dia se chamou o Paíz Vinhateiro da Bairrada.
*
oscardebustos

13 de setembro de 2008

S. Lourenço 2009 volta a mexer

A comissão de festas  voltou a reunir, desta vez para definir os dias dedicados ao nosso S. Lourenço.
Nestas coisas, é fundamental garantir a presença dos conjuntos musicais de que a malta mais gosta, o que obriga a adaptar o programa dos festejos.
Mas o grande objectivo é enriquecer a procissão e os festejos em geral, trazendo algo inédito que cative as pessoas e as reconduza à história do S. Lourenço e, porque não, às raízes de Bustos.
Temos pela frente um ano ou pouco menos, o que nos dá tempo para assentar ideias, definir objectivos e estabelecer prioridades.
A ideia que todos comungamos passa por festejar o santo padroeiro duma forma que marque a memória da terra e das gentes.
A ver se estaremos à altura.
*
oscardebustos

10 de setembro de 2008

S. Lourenço de 2009 já mexe

A comissão de festas do S. Lourenço de 2009 reuniu a 1ª vez no domingo passado. Foi depois da missa das 11 e o anfitrião foi o mordomo James, que tem a vantagem de viver paredes meias com a igreja e de se dar bem com os Santos todos a começar por mim.
Não faltaram ideias inovadoras, todas com o objectivo de enriquecer os festejos com iniciativas que dignifiquem Bustos e cativem as pessoas.
Esperamos ter reconstituições históricas que dêm a conhecer as nossas tradições à volta do S. Lourenço: colchas nas varandas e nas janelas das casas à passagem da procissão, com flores que se vão atirando sobre o santo da devoção de cada um; pequenos cruzeiros que a procissão vai contornando; meninas vestidas à moda antiga a distribuir as antigas fitinhas de seda; encenação do martírio de S. Lourenço. 
Não faltam ideias à Zaida e à Clarinha e nós - os santos dos homens - não lhes queremos ficar atrás. 
E também não falta boa vontade e muito querer, porque
 
ousar é preciso
__
Actual constituição da Comissão de Festas: juíza - Zaida Silva (Sobreiro); mordomo - Jaime Ferreira Ray ou do Rosendo (Bustos); restantes membros: Acílio Teixeira dos Santos (Azurveira), Alberto Martins (Cabeço de Pegas), Cacilda Gala (Coladas), Gina do Sofia (Picada), José Eduardo dos Santos (Cabeço), Jó Duarte (Bustos), Johnny da Luz dos Santos (Barreira), Maria Leonor Micaelo (Sobreiro), Mário Quintaneiro (Sobreiro), Mário Licínio Mota (Póvoa), Oscar Santos (Bustos) e Virgílio Ferreira (Quinta Nova). 
Colaboradores permanentes: o Joãozito do Jó e a Clarinha Aires Guitas.
*
oscardebustos

7 de setembro de 2008

Fotos do Fórum 2008

Mais vale tarde do que nunca.
No texto publicado no dia 2 de Agosto passado, aparecia um link (ligação) das fotos do Forum 2008, mas ao qual muito boa gente não soube ou não pôde aceder.
Desta vez e a pedido de várias famílias, as fotos podem ser vistas directamente na miniaplicação aqui ao lado esquerdo, em slideshow.
Podem até aceder directamente ao próprio álbum que mantenho na rede; basta clicar (linkar) no meio da miniaplicação e logo serão transportados até ao álbum original; aí, poderão ver as fotos em tamanho maior e até descarregar para os vossos PC's as que interessarem.
Ademais, a senhora (?) fotógrafa a quem encomendámos e pagámos fotos do evento ainda não deu sinais de vida...

6 de setembro de 2008

A noite quente do Piri-Piri

O texto conjunto publicado pelo Oscar na madrugada do dia 2, divagando sobre uma história quase desconhecida da nossa comum Amiga Ti Cremilda, foi o desfecho de umas horas de descontracção e são convívio em cumplicidade distribuída por relatos de momentos que foram desde o hilariante ao cariz sério…
O ponto de interesse e de partida foi sempre a nossa saudosa “Câmara lenta” e daí derivaram histórias e recordações sem fim que…sem grande dificuldade, diga-se…saltitavam ou progrediam para episódios tão diversos como os das nossas próprias personalidades:
* A Sãozita, conhecedora da tal linda história de amor quase em 1ª mão, proporcionando detalhes sobre a história dos apaixonados Cremilde e Manuel Aires;
* A Milita, fruto único dessa Mulher que tanto merece continuar presente no nosso coração, à volta com papeladas e procurando exactidão de datas e lugares;
* O Oscar, bom narrador e vagabundeando pelas mais diversas descrições da sua vida de filho desta terra de Bustos… sempre alegre e em stress contagiante;
* Eu própria, que conheci a Ti Cremilda e com ela privei como se à sua família pertencesse, e que tenho uma costela de Bustuense por afinidade…
Qualquer um de nós, emocionados e entregues ao nosso propósito de a homenagear com profundo sentimento e da melhor forma possível, demos simultaneamente largas à recordação dos nossos velhos tempos, dos amigos, dos nossos amores e desamores, dos nossos percursos, apimentando aqui ou adoçando acolá, com casos e memórias – públicos ou até intimistas – que só uma geração como a nossa consegue cantar, rindo e chorando
É caso para se afirmar que a nossa Amiga Ti Cremilda viajou mas, ao mesmo tempo, permaneceu ali no meio de nós, atiçando (com o seu ar ladino e as suas expressões pícaras) as malandrices e apartes burlescos durante as várias horas (que tão rapidamente se passaram) em que as nossas recordações foram transportadas para algumas palavras sentidas, mas que ainda assim sempre serão insuficientes para laurear uma Mulher como ela.
À Sãozita, à Mila, ao Oscar… foi muito bom estar e colaborar convosco.
Tenho a certeza que a Ti Cremilda estaria na varanda do Além a saborear também estes bons e inesquecíveis momentos.

*
Vanda
- Nota do editor: Vanda Rafeiro é bisneta do fotógrafo António Nunes Rafeiro (1866-1929), que registou uma imagem histórica da loja do Visconde, editada em 20/3/2005 no "Bustos - do passado e do presente" e que pode ser vista AQUI
- Para saber mais sobre a Vanda, clicar na imagem da rosa.

4 de setembro de 2008

Os cães são nossos amigos

No próximo domingo o Espaço Inovação vai abrigar mais um evento.
Desta vez e para além dum encontro de caçadores, vamos ter o 1º Concurso Nacional Canino de Beleza.
A Câmara Municipal continua imparável na dinamização do espaço.
À cautela
e antes que a canzoada desembarque, vou fechar a minha Bia a 7 chaves.
*
oscardebustos

UDB faz 60 anos: lembrando os estatutos - II

oscardebustos

2 de setembro de 2008

Ti Cremilda: um grande amor por detrás das tardes do Piri-Piri

Foi ontem a enterrar Cremilda Martins da Silva, exactamente no mesmo dia em que fazia 4 anos que falecera o marido, o Manuel Aires das bicicletas.
Então ainda à frente dos destinos do seu café e restaurante, o Manuel Aires e a Ti Cremilda foram os patronos dos nossos tempos de juventude. Tempos das famosas tardes do Piri-Piri de que falava o saudoso Carlos Luzio e que o Milton Costa soube tão bem interpretar no prefácio do livro de poemas do Carlitos que editámos em 2005 -
Pescador de Sonhos.
É impossível esquecer o carinho que o casal sentia por nós, a bondade com que punham à nossa disposição o assador do restaurante para ali prepararmos as nossas patuscadas.
Mas a Ti Cremilda e o Manuel Aires viveram aquela que terá sido uma das mais lindas histórias de amor que Bustos conheceu.
Em 1938 o Manuel Aires era um jovem de 16 anos, filho duma família mais abastada. Ao contrário, a jovem Cremilda – então apenas com 13 anos - era uma rapariga filha de pais menos afortunados. Contrariando as regras da época, o Manel e a Cremilda apaixonaram-se, o que os obrigou a esconder o amor puro e inocente que os unia.
E como o amor tem pressa e não conhece barreiras nem fronteiras, os jovens enamorados seguiram os usos da época: fugiram de casa dos pais, apanharam o comboio na estação de Oliveira do Bairro e apareceram de surpresa na cidade da Guarda, já então conhecida pelos cinco “efes” - farta, fria, formosa, fiel e forte. Mas porquê a longínqua Guarda? Porque ali vivia um tio materno da Cremilda, de seu nome Vicente Tavares da Silva e porque lhes terá parecido que ali encontrariam boa guarida, ainda por cima tão longe dos mexericos da aldeia.
A história foi até lembrada por Vitorino Reis Pedreiras, a págs. 99 do seu livro Memórias de Outros Tempos: “Dia 29 – Semeando um pinhal. Um rapto[o autor reportava-se ao dia 29 de Dezembro de 1938].
Um pormenor interessante: os apaixonados apresentaram-se em casa do tio Vicente como estando em lua-de-mel. Claro que a tia Idalina era senhora daquela argúcia que só as mães têm e logo tratou de preparar duas camas em quartos bem separados, avisando-os solenemente que não admitiria que dormissem juntos. - Nem pensar!
Ladinos, responderam-lhe: - Não vale a pena, porque já está
O desfecho não poderia ser outro: avisados, logo no dia seguinte os envergonhados pais da Cremilda foram à Guarda buscar o ousado casal de fugitivos.
E como quase sempre acontece nos grandes romances de amor, a Cremilda e o Manuel casaram no ano seguinte e viveram uma felicidade cúmplice durante 65 anos. Amaram-se e respeitaram-se a vida inteira.
…E tiveram uma linda menina, a nossa muito querida Milita do Aires.

Texto conjunto de
sãododomingos,
vandarafeiro
oscardebustos

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- NOTA FINAL: à data dos factos e como rezava solenemente o artigo 392º do Código Penal de 1866, “aquele que, por meio de sedução, estuprar mulher virgem, maior de doze e menor de dezoito anos, terá a pena de prisão maior celular de dois a oito anos, ou, em alternativa, a pena de degredo temporário.”
Como nos contos de fadas, um providencial § único do artigo 400º daquela lei propunha uma saída airosa para o criminoso: "casar com a mulher offendida”. Foi a melhor notícia que aquele apaixonado casalinho poderia ouvir! O que explica terem casado em 1939 não por iniciativa dum qualquer pároco ou das leis do registo civil, mas por força da decisão dum tribunal.