Juro que não me lembrava que ontem era dia da reunião camarária da última 5ª feira do mês, por isso mesmo aberta ao público.
Juro que só fui lá porque um cliente e amigo me telefonou à pressa e em cima da hora, quase implorando que o representasse numa importante reunião na Câmara (pensava eu que com o correlativo Sr. Vereador), onde estava em jogo a legítima defesa dos seus interesses enquanto condómino. Mais vos juro que o amigo Sr. Vereador do Pelouro das Obras Particulares confunde “condómino” com “condónimo”, pormenor de somenos, não fosse a língua portuguesa tão traiçoeira e a linguagem jurídica domínio de meia dúzia de eleitos.
As juras estão feitas, depois destas duas outras juras muito minhas: 1ª - só um verdadeiro “Ranger” aguenta tanta batalha, emboscada e golpe de mão; 2ª – o fragor da batalha dá-me um gozo do caraças e ele tem de haver outra vida para botar o soninho em dia (a ver se troco as voltas ao raio do stress pós-traumático de guerra).
Mas vamos ao que conta e muito.
O longínquo ponto 3 da 2ª parte da ordem de trabalhos (OT) - o tal que afinal me levou ali – estava agendado para as calendas da reunião. Vá lá e ainda bem que não foi o penúltimo ponto: descobri que havia um aditamento à OT. Tinha, pois, de ser paciente, mas bem longe de imaginar que me ia sair...
...
Juro que só fui lá porque um cliente e amigo me telefonou à pressa e em cima da hora, quase implorando que o representasse numa importante reunião na Câmara (pensava eu que com o correlativo Sr. Vereador), onde estava em jogo a legítima defesa dos seus interesses enquanto condómino. Mais vos juro que o amigo Sr. Vereador do Pelouro das Obras Particulares confunde “condómino” com “condónimo”, pormenor de somenos, não fosse a língua portuguesa tão traiçoeira e a linguagem jurídica domínio de meia dúzia de eleitos.
As juras estão feitas, depois destas duas outras juras muito minhas: 1ª - só um verdadeiro “Ranger” aguenta tanta batalha, emboscada e golpe de mão; 2ª – o fragor da batalha dá-me um gozo do caraças e ele tem de haver outra vida para botar o soninho em dia (a ver se troco as voltas ao raio do stress pós-traumático de guerra).
Mas vamos ao que conta e muito.
O longínquo ponto 3 da 2ª parte da ordem de trabalhos (OT) - o tal que afinal me levou ali – estava agendado para as calendas da reunião. Vá lá e ainda bem que não foi o penúltimo ponto: descobri que havia um aditamento à OT. Tinha, pois, de ser paciente, mas bem longe de imaginar que me ia sair...
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A sorte grande!
Formalmente, a reunião era “Ordinária/Extraordinária”, tipo duplex ou, se preferirem, 2 em 1. Primeiro registo, de que já me apercebera: o actual executivo prima pelo pragmatismo e eficiência organizativa, que o Sr. Presidente não brinca em serviço e é um experimentado gestor vindo do tecido empresarial de fino recorte. Ainda bem, para mal de muitos pecados…
O pano começou a abrir em grande, logo no Ponto 2, dedicado ao “período de antes da ordem do dia/assuntos de interesse concelhio”:
- O Sr. Pres. deu a palavra ao Director do Centro de Saúde (CS) de Oliveira do Bairro, Dr. Fernando Martins. Que me desculpem os outros, mas gosto dele como do grande amigo cedido a Bustos a custo zero, o bem nosso Dr. Manuel Santos Nunes. Já não bastava serem dois excelentes profissionais, cada um deles Director do seu CS; ainda por cima, tinham que pertencer ao reduzido círculo dos verdadeiros servidores desse inalienável direito dos cidadãos à saúde.
Como saberão, já fui colega de vitivinicultura do Dr. Fernando Martins e só vos digo que nem aí o concidadão brinca em serviço. Em linguagem simples e coloquial, explicou aos muitos presentes que vamos ter novos horários no CS do nosso concelho.
A reestruturação do serviço público vai trazer um ganho de 38 horas semanais nas consultas ambulatórias, representando um acréscimo de 150 consultas/semana, a efectuar no local de trabalho de cada médico, o qual ainda realizará 4 horas de consulta programada ao sábado e uma vez por mês.
O CS quer avançar com uma Consulta de Atendimento Complementar ou Consulta Aberta, das 8 às 24H, de 2ª a 6ª feira e das 8 às 20H de sábados, domingos e feriados. Tudo vai dar 36H extraordinárias por semana para os médicos, o que, ainda assim, representa uma redução de 34H semanais em relação ao actual SAP que o Sr. Ministro garante que vai à vida.
Na altura, julgo ter percebido as razões de ciência do polémico Ministro: só a título de horas extraordinárias e serviços de banco, muitos SAP eram um sorvedouro de dinheiros públicos, muitas vezes para atender menos pacientes do que o somatório da equipa médico+enfermeiro+auxiliar+administrativo que estava de turno da noite.
Acrescento eu: a saúde pública não será propriamente uma lucrativa empresa estatal e as ratio de que os economistas e financeiros gostam muito de falar deviam ficar mais vezes no aconchego dos livros e sebentas. A gente logo vê onde isto vai parar e eu já estou como me disse horas depois o Vereador António Mota a propósito doutra coisa: “estou como o S. Tomé; quero ver para crer”.
Mas as novidades para a Saúde Pública concelhia não se ficam por aqui: mantém-se as consultas de desabituação tabágica e Saúde Escolar, com 2 e 3 horas por semana, respectivamente e vão ser criadas consultas de Alcoologia com 4H por semana e consultas de Adolescentes com 2H/semana. Os "colegas" e a malta nova que se cuidem…
Mais: serão criadas condições para passarmos a ter uma equipa inserida no designado Programa Nacional de Saúde do Idoso, que actuará no C. Saúde e no domicílio.
E ainda vamos ter (iremos mesmo?) uma equipa de enfermagem para visitas domiciliárias à puérpera (mamãs nos 120 dias seguintes ao nascimento) e ao recém-nascido, com cuidados continuados e paliativos no domicílio.
Para início do difícil processo, talvez Setembro. Deus o oiça!
O Sr. Presidente da Câmara era o rosto da satisfação e da consciência do dever cumprido, sobretudo quando anunciou (penso que foi ele) que irá mesmo em frente a construção do novo Centro de Saúde.
Faço minhas as palavras do Sr. Vereador da muito querida Palhaça, terra de que, por sinal, gosto muito: ver para crer.
*
A procissão da camarária reunião ainda vai no adro. Juro que não demoro muito e que tenho muito e do bom para vos contar.
Inté, diz o
Formalmente, a reunião era “Ordinária/Extraordinária”, tipo duplex ou, se preferirem, 2 em 1. Primeiro registo, de que já me apercebera: o actual executivo prima pelo pragmatismo e eficiência organizativa, que o Sr. Presidente não brinca em serviço e é um experimentado gestor vindo do tecido empresarial de fino recorte. Ainda bem, para mal de muitos pecados…
O pano começou a abrir em grande, logo no Ponto 2, dedicado ao “período de antes da ordem do dia/assuntos de interesse concelhio”:
- O Sr. Pres. deu a palavra ao Director do Centro de Saúde (CS) de Oliveira do Bairro, Dr. Fernando Martins. Que me desculpem os outros, mas gosto dele como do grande amigo cedido a Bustos a custo zero, o bem nosso Dr. Manuel Santos Nunes. Já não bastava serem dois excelentes profissionais, cada um deles Director do seu CS; ainda por cima, tinham que pertencer ao reduzido círculo dos verdadeiros servidores desse inalienável direito dos cidadãos à saúde.
Como saberão, já fui colega de vitivinicultura do Dr. Fernando Martins e só vos digo que nem aí o concidadão brinca em serviço. Em linguagem simples e coloquial, explicou aos muitos presentes que vamos ter novos horários no CS do nosso concelho.
A reestruturação do serviço público vai trazer um ganho de 38 horas semanais nas consultas ambulatórias, representando um acréscimo de 150 consultas/semana, a efectuar no local de trabalho de cada médico, o qual ainda realizará 4 horas de consulta programada ao sábado e uma vez por mês.
O CS quer avançar com uma Consulta de Atendimento Complementar ou Consulta Aberta, das 8 às 24H, de 2ª a 6ª feira e das 8 às 20H de sábados, domingos e feriados. Tudo vai dar 36H extraordinárias por semana para os médicos, o que, ainda assim, representa uma redução de 34H semanais em relação ao actual SAP que o Sr. Ministro garante que vai à vida.
Na altura, julgo ter percebido as razões de ciência do polémico Ministro: só a título de horas extraordinárias e serviços de banco, muitos SAP eram um sorvedouro de dinheiros públicos, muitas vezes para atender menos pacientes do que o somatório da equipa médico+enfermeiro+auxiliar+administrativo que estava de turno da noite.
Acrescento eu: a saúde pública não será propriamente uma lucrativa empresa estatal e as ratio de que os economistas e financeiros gostam muito de falar deviam ficar mais vezes no aconchego dos livros e sebentas. A gente logo vê onde isto vai parar e eu já estou como me disse horas depois o Vereador António Mota a propósito doutra coisa: “estou como o S. Tomé; quero ver para crer”.
Mas as novidades para a Saúde Pública concelhia não se ficam por aqui: mantém-se as consultas de desabituação tabágica e Saúde Escolar, com 2 e 3 horas por semana, respectivamente e vão ser criadas consultas de Alcoologia com 4H por semana e consultas de Adolescentes com 2H/semana. Os "colegas" e a malta nova que se cuidem…
Mais: serão criadas condições para passarmos a ter uma equipa inserida no designado Programa Nacional de Saúde do Idoso, que actuará no C. Saúde e no domicílio.
E ainda vamos ter (iremos mesmo?) uma equipa de enfermagem para visitas domiciliárias à puérpera (mamãs nos 120 dias seguintes ao nascimento) e ao recém-nascido, com cuidados continuados e paliativos no domicílio.
Para início do difícil processo, talvez Setembro. Deus o oiça!
O Sr. Presidente da Câmara era o rosto da satisfação e da consciência do dever cumprido, sobretudo quando anunciou (penso que foi ele) que irá mesmo em frente a construção do novo Centro de Saúde.
Faço minhas as palavras do Sr. Vereador da muito querida Palhaça, terra de que, por sinal, gosto muito: ver para crer.
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A procissão da camarária reunião ainda vai no adro. Juro que não demoro muito e que tenho muito e do bom para vos contar.
Inté, diz o
oscardebustos
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