O blog de Oliveira do Bairro abriu inscrições aceitando candidaturas às sete maiores maravilhas (leia-se aberrações) do nosso concelho. Em resposta a tão interessante pedido aqui apresentamos a nossa candidata à mais fantástica e esplendorosa maravilha/aberração concelhia:
A CASA DO PADRE DE BUSTOS
A CASA DO PADRE DE BUSTOS
“A casa de Deus? Como?... Se Deus é imenso.
Depois de longas conversas com o Padre Vidal, acabo por concluir que apenas teria de criar um abrigo, onde os homens se juntam para encontrar Deus. Porém, com a dignidade que Deus merece...”
São palavras do Arquitecto Rocha Carneiro (escritas em Agosto/2000 e publicadas no JB), o homem que concebeu e desenhou a igreja de Bustos. Ele sabia que os homens passam e a obra fica. E que na obra o homem se espelha, nela mostra arte, inteligência, reflecte um tempo e uma época. A igreja de Bustos é uma obra tocada por muitos artistas e um deles, Francisco Xavier de Viveiros Costa (X.Costa), escultor açoriano, para além do relevo cerâmico que cobre a parede lateral esquerda do baptistério (“Moisés Salvo da Águas”) ofereceu à igreja o desenho monumental que se encontra na fachada posterior, feito com pedaços de vidro de garrafa, versando o tema ““Deixai vir a mim as criancinhas”.
Tudo foi pensado e concretizado, como escreveu Rocha Carneiro, “com a dignidade que Deus merece.” Tanto por dentro como por fora. No exterior foi até construído um passeio, em calçada portuguesa, rodeando o templo. Passeio que se alargava junto à fachada posterior ajudando assim a enquadrar a parede arqueada, pintada de branco de onde ressaltava a grande imagem desenhada por X Costa. E esta, quando o sol bate nos pedaços de vidro com que foi desenhada, parece ganhar vida e ter luz.
Até aqui tudo faz sentido. Tudo é digno. Mas a partir daqui tudo é grotesto e estúpido. O que se passou chega a ser indigno. De Deus e dos Homens. Foi ontem. É hoje. Será amanhã. Ninguém, ainda menos os católicos, poderão dizer que dali lavam as suas mãos.
O que se passou de tão grave?
O que tão simplesmente aconteceu foi que o senhor prior, estando necessitado de uma casa para sua humana habitação, a construiu no tal passeio que existia junto à fachada traseira da casa de Deus. Violando as mais elementares leis de urbanismo, todos os códigos e regulamentos, cuspindo sobre o trabalho do arquitecto e do escultor, desprezando a obra e a dignidade que Deus merece, edificou a sua casinha, quase paredes meias com o templo. E logo depois para que a junção se desse, e também porque dava jeito um telheiro para arrumar o automóvel em dias de invernia (e nos outros), mandou instalar uma cobertura plástica unindo os pés da patriarcal figura desenhada por X Costa com a porta de entrada do seu humilde lar. Alapou-se a uma das paredes da igreja!
Depois de longas conversas com o Padre Vidal, acabo por concluir que apenas teria de criar um abrigo, onde os homens se juntam para encontrar Deus. Porém, com a dignidade que Deus merece...”
São palavras do Arquitecto Rocha Carneiro (escritas em Agosto/2000 e publicadas no JB), o homem que concebeu e desenhou a igreja de Bustos. Ele sabia que os homens passam e a obra fica. E que na obra o homem se espelha, nela mostra arte, inteligência, reflecte um tempo e uma época. A igreja de Bustos é uma obra tocada por muitos artistas e um deles, Francisco Xavier de Viveiros Costa (X.Costa), escultor açoriano, para além do relevo cerâmico que cobre a parede lateral esquerda do baptistério (“Moisés Salvo da Águas”) ofereceu à igreja o desenho monumental que se encontra na fachada posterior, feito com pedaços de vidro de garrafa, versando o tema ““Deixai vir a mim as criancinhas”.
Tudo foi pensado e concretizado, como escreveu Rocha Carneiro, “com a dignidade que Deus merece.” Tanto por dentro como por fora. No exterior foi até construído um passeio, em calçada portuguesa, rodeando o templo. Passeio que se alargava junto à fachada posterior ajudando assim a enquadrar a parede arqueada, pintada de branco de onde ressaltava a grande imagem desenhada por X Costa. E esta, quando o sol bate nos pedaços de vidro com que foi desenhada, parece ganhar vida e ter luz.
Até aqui tudo faz sentido. Tudo é digno. Mas a partir daqui tudo é grotesto e estúpido. O que se passou chega a ser indigno. De Deus e dos Homens. Foi ontem. É hoje. Será amanhã. Ninguém, ainda menos os católicos, poderão dizer que dali lavam as suas mãos.
O que se passou de tão grave?
O que tão simplesmente aconteceu foi que o senhor prior, estando necessitado de uma casa para sua humana habitação, a construiu no tal passeio que existia junto à fachada traseira da casa de Deus. Violando as mais elementares leis de urbanismo, todos os códigos e regulamentos, cuspindo sobre o trabalho do arquitecto e do escultor, desprezando a obra e a dignidade que Deus merece, edificou a sua casinha, quase paredes meias com o templo. E logo depois para que a junção se desse, e também porque dava jeito um telheiro para arrumar o automóvel em dias de invernia (e nos outros), mandou instalar uma cobertura plástica unindo os pés da patriarcal figura desenhada por X Costa com a porta de entrada do seu humilde lar. Alapou-se a uma das paredes da igreja!
Também os padres, porque são homens, pecam e tomam como suas coisas que não lhes pertencem. Também os padres erram.
O crime foi feito. Está cometido.
É grave, mas pior ainda é ver que perdura. Escandaloso é que a casa e o seu anexo plastificado continuam a abarracar a igreja de Bustos, a nossa mais imponente obra de arquitectura, ainda hoje. Ainda agora. O pior são os cúmplices que não estranham o atentado, nem se indignam. Nem nada!
Valha-nos Deus!
Corem de vergonha ó gentes de Bustos! Já não há respeito? Já nem por Deus se tem consideração? Já não há vergonha?
É preciso avançar com a demolição daquela ilegalidade, daquela injúria. Cumpra-se o que um dia propôs Sérgio Ferreira : “Arrombar a casa do pároco, ajardinar o espaço e colocar holofotes no chão para iluminar o mural corresponde ao pedido de desculpas adequado.”
Não há outra forma de recuperarmos a nossa credibilidade, o nosso respeito perante os vindouros, ou seremos tomados como gente de baixa estirpe, sem gosto nem valores. E de escassa inteligência. Gente desprezível!
Demolir aquele nojo é essencial. E se o actual pároco, ou o futuro, precisar de um lar pois que o instale no edifício inacabado em frente da igreja. Dessa forma, esse outro atentado arquitectónico que até agora só serviu para instalar um Banco (e não é o Espírito Santo), encontrará, finalmente, uma boa razão de ser. Espaço não falta para um bom apartamento e muito ainda sobrará. Como a obra tem estado parada por dela não haver necessidade, é uma graça termos um tão bom motivo para dar um destino àquela bustuense obra de Santa Engrácia.
O crime foi feito. Está cometido.
É grave, mas pior ainda é ver que perdura. Escandaloso é que a casa e o seu anexo plastificado continuam a abarracar a igreja de Bustos, a nossa mais imponente obra de arquitectura, ainda hoje. Ainda agora. O pior são os cúmplices que não estranham o atentado, nem se indignam. Nem nada!
Valha-nos Deus!
Corem de vergonha ó gentes de Bustos! Já não há respeito? Já nem por Deus se tem consideração? Já não há vergonha?
É preciso avançar com a demolição daquela ilegalidade, daquela injúria. Cumpra-se o que um dia propôs Sérgio Ferreira : “Arrombar a casa do pároco, ajardinar o espaço e colocar holofotes no chão para iluminar o mural corresponde ao pedido de desculpas adequado.”
Não há outra forma de recuperarmos a nossa credibilidade, o nosso respeito perante os vindouros, ou seremos tomados como gente de baixa estirpe, sem gosto nem valores. E de escassa inteligência. Gente desprezível!
Demolir aquele nojo é essencial. E se o actual pároco, ou o futuro, precisar de um lar pois que o instale no edifício inacabado em frente da igreja. Dessa forma, esse outro atentado arquitectónico que até agora só serviu para instalar um Banco (e não é o Espírito Santo), encontrará, finalmente, uma boa razão de ser. Espaço não falta para um bom apartamento e muito ainda sobrará. Como a obra tem estado parada por dela não haver necessidade, é uma graça termos um tão bom motivo para dar um destino àquela bustuense obra de Santa Engrácia.
De uma só vez podemos acabar com um horroroso mamarracho que mancha a nossa vida colectiva, e dar, décadas depois da primeira pedra, utilidade a uma obra que de tanto estar parada já perdeu qualquer sentido.
Haja coragem! Haja homens! Haja fé!
Belino Costa
Haja coragem! Haja homens! Haja fé!
Belino Costa
Falei há tempos com o Padre Arlindo sobre o assunto, que me disse também defender a demolição da residência paroquial e que a sua localização não fazia sentido.
ResponderEliminarO problema estará apenas no necessário pilim (grana, papel) necessário para avançar com a nova residência.
Não sei o que pensa a Comissão Fabriqueira, que julgo ser a entidade competente para avançar com a obra.
Entretanto, as obras do edifício paroquial ali ao lado, propriedade da mesma Comissão, estão paradas há anos, ao que parece porque a arquitecta autora do projecto terá impugnado umas alterações na cobertura do edifício.
A fé é pouca e o silêncio imenso...
ResponderEliminarAté o blogue de Oliveira do Bairro se calou e fechou os olhos...
Exemplar!
A mim parece-me que o blog de oliveira do bairro divulgou. Pior foi que ouvi dizer que a vereadora Laura Pires e o vereador António Mota querem promover uma igreja nova para a Palhaça e até já receberam uma comitiva dessa freguesia para o efeito. Talvez os pseudo membros da Assembleia municipal de Bustos nos possam esclarecer no que realmente interessa e não atirarem-nos areia para os olhos como cordeiros dos partidos que representam e não verdadeiros filhos da terra.
ResponderEliminarA casa do padre deve ser para divulgar o nome de Bustos
ResponderEliminarCom o desprezo que se tem pela igreja, a casa do padre ? deve ser conservada para mostrar a realidade de Bustos no roteiro do "concelho" de Oliveira do Bairro
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