23 de julho de 2007

MULHERES


Só mesmo as mulheres de Bustos poderiam ter organizado o V Fórum de Bustos da forma como o vivemos.
É certo que andava sem dormir e estava ainda dominado por uma letargia que procurei disfarçar. Mas deu para perceber.
A Dina, a Dorinda e a Ditosa foram as principais autoras dum trabalho a todos os títulos notável. Concedo: o Manelzito Cataluna (parece que ainda há dias saiu da escola) deu uma ajuda e o Serginho esteve no seu melhor (excelente, a “Resenha do Processo que Tornou Possível a Construção da Igreja de Bustos”, texto da autoria do Eng.º Naftali Sucena, mas trazido à luz em opúsculo pelo sempre atento nosso Sérgio).
Foram as MULHERES DE BUSTOS - tinham de ser elas - a chegar tão longe e com tanto esmero. Esmero que só Mulher sabe ter.
Não esqueceram, sequer, de nos lembrar através das imagens nas paredes da sala de convívio que estávamos ali por causa da Escola da nossa infância, da Escola que nos forjou para a vida
e para o mundo. Que nos forjou, sobretudo, para os laços de amizade e companheirismo que nem a morte do Carlitos Luzio é capaz de separar.

O que significa que a morte não consegue tudo e que, se calhar, até consegue muito pouco.
Por isso, continuam bem vivos aqueles Bustuenses que marcaram para todo o sempre a nossa Terra e as nossas memórias. Os seus legados são o melhor dos testemunhos e deixo-vos aqui 4 (quatro) exemplos, entre muitos outros:
- O 1º, na pessoa desse grande bustuense que foi Jacinto dos Louros, a quem devemos o que somos como freguesia;
- O 2º, na pessoa do Dr. Manuel dos Santos Pato, a quem devemos o que Bustos é como paróquia, essa espécie de freguesia dos crentes;
- O 3º, na pessoa do Eng.º Néo Pato, pela grande obra que é a demasiado esquecida Igreja de Bustos.
- O 4º, o Carlitos Luzio, porque é a memória da Escola da minha geração e porque nos deixou um outro legado: o de que precisamos de ser e agir como ele, que foi a vida inteira um

Pescador de Sonhos

Resta-me falar doutras duas Mulheres que estiveram no Forum: a minha Mãezinha, que acertou na mouche quando decidiu inventar-me (dizem que o meu Pai ajudou muito à missa, que ele não brincava em serviço). Esta Mulher personifica a mãe de cada um de vós, que eu não sou rapaz para puxar a brasa só para a minha sardinha.

Há outra Mulher, que também esteve connosco no passado sábado. Parece que estava ali de propósito e bem ao vivo para nos lembrar a Escola das nossas infâncias. Digo-o porque foi a primeira Mulher a dar aulas na Escola Primária de Bustos, quando as paredes interiores de adobo ainda nem estavam rebocadas. Terá sido ainda antes da inauguração, datada de 1937, que a pressa em ensinar os filhos de Bustos era grande.
Esta Mulher chama-se Benilde Simões Guerra e terá 86 anos.
Nasceu em Bustos como as suas irmãs e é uma das três filhas ainda vivas do Pai de Bustos, Jacinto dos Louros.
Nem de propósito!
*
Bendito Fórum, que serve para lembrar que Bustos existe e tem gente de valor.
Cabe-nos continuar a obra. Vou mais longe: cabe-nos lutar por uma nova Bustos, de mudança, de intervenção, de crítica atenta, construtiva e profunda. É preciso sair da letargia.
O resto, que será o desenvolvimento sério, equilibrado e sustentado, virá parar às mãos de Bustos como a fruta madura.
*
Inté, diz o
oscardebustos

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