21 de julho de 2007
ALGUMAS RECORDAÇÕES DO ENG. PATO
O Eng. Pato foi um dos mais ilustres filhos desta terra de Bustos, isto, não se deve ao facto de ser filho de quem era. É certo que o seu Pai, Dr. Santos Pato, era o maior proprietário da Freguesia, mas também não será por esse facto que ele era a pessoa mais estimada e respeitada, mas sim, por tudo quanto fazia para o engrandecimento da terra.
Como advogado que era, embora não exercesse a profissão, estava sempre de braços abertos a ouvir as pessoas e a dar-lhes os conselhos.
O Eng. Pato teve uma educação familiar exemplar, também deve ter herdado de seu Pai a formação política que tinha.
Seu Pai foi um republicano convicto e o Eng., um democrata activo. Dessa actividade política, um dia, é preso pela Pide e passa algum tempo em Caxias como preso político.
É certo que o Eng. Pato era pessoa infalível nas sessões clandestinas do M.D.P. que se realizavam em Aveiro.
Apesar de a sua formação política não estar de harmonia com o sistema vigente, é convidado pelo Sr. Santos Pereira, presidente da Câmara de Oliveira do Bairro para engenheiro da Câmara. Aceitou o lugar e mantinha uma certa intimidade com o presidente, de quem era também muito amigo.
Um dia, na Câmara, o Eng. Pato encontra-se com o Dr. Acácio Azevedo, director do Colégio de Oliveira do Bairro, com quem conversa. O Dr. Acácio estava grandemente preocupado porque lhe faltava um professor de Físico – Química para completar o elenco docente.
Pergunta ao Eng. Pato se não sabia de alguém que pudesse ocupar esse lugar. O Eng. Pato, após ter pensado um pouco diz-lhe ‘conheço o dono da Farmácia de Bustos que talvez possa resolver-lhe o problema. Vamos falar com ele e depois veremos”.
O Eng. Pato e o Dr. Acácio aparecem-me na Farmácia e após as apresentações, o Dr, Acácio convida-me a ocupar esse lugar. A princípio não aceitei, porquanto estava à frente da Farmácia. Contudo, depois de reflectir um pouco e de muita conversa, aceitei, mas nas seguintes condições: o Dr. Acácio teria de procurar um novo professor, porque eu iria colmatar essa falta durante algum tempo, até que ele conseguisse o novo professor.
Que aconteceu?
O tal professor nunca apareceu e eu finalmente fiz todo o percurso como professor.
Confesso que foi um percurso que muito me agradou e do qual tenho boas e agradáveis recordações.
A quem se deve tudo isto? Ao Eng. Pato.
O Neo Pato, como era conhecido, quando estudante em Coimbra, era um apaixonado pelo futebol. Foi um dos fundadores dos Azuis de Bustos, assim como também atleta onde participou em alguns campeonatos.
ENG. PATO PROVOCA MUDANÇA DE SISTEMA
Entre várias intervenções, o Eng. Pato tem duas que são dignas de registo.
A primeira, muito antes do 25 de Abril.
Como é do conhecimento geral, noutro tempo, os Presidentes das Câmaras e das Juntas de Freguesia eram muito contestadas pela Oposição e não só.
O Eng. Pato era um democrata por excelência e muito activo. Apesar de estar na Câmara, participava activamente na vida política para mudar o Sistema. Foi numa dessas eleições para a Junta da Freguesia de Bustos que se consegue fazer com que o presidente da Câmara, Santos Pereira, incluísse na lista da Junta de Bustos duas pessoas indicadas pelo Eng. Pato, pois “eram de inteira confiança e muito respeitadas”. Essas duas pessoas, da Oposição, eram Assis Rei e Manuel Joaquim dos Santos. A lista foi eleita e a partir daqui o Sistema mudou, graças ao Eng. Pato.
A outra intervenção do Eng. Pato é no após 25 de Abril.
É certo que a seguir ao 25 de Abril todo o movimento democrático português entrou em actividade constante e permanente para a formação das Comissões Administrativas, tanto para as Câmaras como para as Juntas de Freguesia.
Nas sessões realizadas na Mamarrosa, o Eng. Pato, um dos activistas mais em acção, ao fim de alguma discussão consegue apresentar uma lista para a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, que foi aprovada por todos.
Essa lista era constituída por Dr. Manuel dos Santos Pato (médico da Mamarrosa), Dr. Fernando Peixinho (Oiã) e Assis Rei (Bustos).
Aqui está o Eng. Pato a pontificar na vida política do Concelho de Oliveira do Bairro.
Assis Francisco Rei, 21.07.2007
Nota – o texto não foi revisto pelo autor (NB,srg)
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