31 de agosto de 2006

BUSTUENSES EM CORES POLÍTICAS

(srg, imagem)

Serão os Bustuenses politicamente de direita?

Quem se põe a observar os quadros com os resultados apurados pelas eleições realizadas durante a vigência do actual sistema democrático, poderá encontrara ali indícios de alguma deriva ou mudança e razões para festejar ou para entristecer, conforme se situe à esquerda ou à direita.
No entanto, parece que ainda não foi feito um estudo objectivo da mudança política que os resultados eleitorais testemunham e, mais particularmente, das possíveis motivações que essas mudanças podem ter. E esse estudo objectivo seria bem útil para o esclarecimento (a compreensão) geral.
Sabe-se que o CDS-PP vai conservando na freguesia a predominância, seguido de perto pelo PSD. Um outro partido, o PS, obtém expressão óbvia, enquanto o PCP e o BE contam votos em número pouco significativo. Logo, a tendência eleitoral maioritária que se exprime nas urnas privilegia claramente aqueles dois primeiros partidos que é costume designar como centro-direita.
Será possível tomar este dado como amostra fiável da verdadeira cor política principal dos Bustuenses?
Se tal for admissível, meramente como hipótese (ou petição de princípio), isso não deixará de ser algo surpreendente e contraditório, pelo menos aos olhos de bustuenses nascidos até cerca de 1950. Muitos destes poderão testemunhar que o ambiente ideológico-político que reinou na freguesia digamos entre 1910-1945 era de sinal bem diverso. As pessoas falavam, comunicavam. Afirmava-se claramente o republicanismo e a democracia (contra o poder salazarista, note-se!), pulsava o ideal progressista e praticava-se a entreajuda social efectiva sem o escarrracho do egoísmo. A discussão pontual de temas políticos e religiosos, discussão esta marcada inclusive por um frequente e bem nítido anticlericalismo, era então talvez mais viva e, por outro lado, menos obediente a «cassetes» partidárias ou a slogans da televisão.
Evidentemente, a comunidade bustuense nunca foi estática, mas pode sempre questionar-se o sentido das mudanças ocorridas. E se acaso ocorreu no terreno um real deslize político-ideológico no sentido da direita, veja-se até que ponto isso pode ter resultado de: 1 - uma herança da despolitização da população gerada pelo regime da Ditadura; 2 - a influência reaccionária da imprensa consumida pelos habitantes; 3 - a diluição gradual do anticlericalismo, o reforço do poder da Igreja, a quebra da entreajuda social e o avanço da individualização (logo, do egoísmo «normal»), a implantação crescente da competição e das dificuldades em rede, etc., etc.

Arsénio Mota

30 de agosto de 2006

UDB - ADIADA FESTA DO 'TAPETE MÁGICO'


Afinal ‘os deuses [não] estiveram de acordo com os humanos da câmara municipal e dos novos vizinhos do SubMundo’[1].
Os deuses das ventanias, relâmpagos, trovões, chuvadas e outras intempéries boicotaram animação «dionísica» prevista para meados de Agosto. A zanga foi de tal calibre que danificou o piso do campo que já se encontrava preparado para receber o ‘relvado’ sintético.
Apesar do contratempo, as obras não vão parar e, segundo fonte geralmente bem informada, o novo-velho Campo Dr. Manuel dos Santos Pato estará preparado para receber o S. ROQUE no dia 24 de Setembro.
O mau tempo ocorrido em Agosto espalhou-se por longe. Em conversa sobre o efeitos nefastos provocados pelas trovoadas, um interlocutor, a pensar na prolongada carência da água, replicou, ‘mas ao menos as rochas abrem fendas e as nascentes tornam a deitar água’.
Mal sonharia que, há mesma hora, no Sobreiro, o mau tempo também faria das suas na jóia da coroa do ‘dôtô Fêrnando’, atrasando o relógio da conclusão da obra.

[1] In NB 9.8.06, União Desportiva de Bustos - BOL’OH AR

sérgio micaelo ferreira

29 de agosto de 2006

ORFEÃO DE BUSTOS VOTA

(adaptado da convocatória)

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 1 e 18]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 2 e 19]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 3 e 20]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 4 e 21]

O jogo Fermentelos - Bustos (21ª Jornada) coincide com o Dia de Bustos.

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 5 e 22]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 6 e 23]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 7 e 24]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 8 e 25]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 9 e 26]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 10 e 27]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 11 e 28]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 12 e 29]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 13 e 30]

UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 14 e 31]

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UDB - 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 15 e 32]

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UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 16 e 33

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UDB – 1ª Divisão Distrital (Calendário 2006.2007) [Jornadas 17 e 34

25 de agosto de 2006

FEIRA DE AGOSTO



Em Agosto a Feira de Bustos abriga-se sob a protecção de uma frondosa alameda de plátanos. Espraia-se pela sombra, convidando às compras quando não ao passeio. Por lá andei no dia 22, com a atenção própria de quem visita e quer ver.

Pois, estranhamente, não vi caras conhecidas. Era como se por ali já andasse outra gente, ou que as caras de sempre se tivessem ausentado. Os primos, os tios, os antigos vizinhos, os colegas de escola, os amigos e demais conhecidos, todos pareciam ter partido para banhos, preferindo o sol da Costa Nova e da Vagueira às sombras do Sobreiro.

Desejei-lhes bom proveito enquanto ia saboreando a sombra, espreitando as bancas, suas mercadorias, vendedores e demais clientes. Aquele homem de manga curta e calções até aos joelhos, calçando umas havaianas, só por distração poderia ser tomando pelo típico habitante local. Bastava ouvi-lo falar com a companheira para perceber que quem fala francês assim, tão alto e com tal sotaque, só pode ser um emigrante em tempo de férias.
Mas ao contrário do que acontecia quando muitos tiveram de ir a salto para França, agora as roupas são breves, leves e coloridas. Vestidos cor-de-rosa, verdes, azuis, violetas… Uma festa de cor abraçando as árvores, pendendo como frutos.


Havia alguma clientela de volta dos sapatos, mas pouco interesse despertava a olaria tradicional em barro. Outra agitação despertava a banca das camisolas e bonés das equipas de futebol, com especial destaque para o equipamento da selecção nacional. Os êxitos futebolísticos continuam a empolgar a juventude, pelo que não faltavam bandeiras e camisolas verde-rubras promovendo o culto do nome de Portugal. Nem faltava também um representante do país irmão (mudam-se os séculos e muda a emigração) levantando num alto mastro a bandeira do Brasil e noutro, a igual altura, a de Portugal.

A grande surpresa aconteceu mais adiante. Foi quando descobri um vendedor de esteiras. Esteiras em Agosto de 2006! Parei diante de tal anacronismo. Conheci então o inesperado artífice, um rapaz de Perrães que usa os tempos livres para fazer e comercializar esteiras e cestos. Logo me lembrei de notícias antigas dando conta que gentes da faixa ribeirinha do Cértima (Silveiro, Gesta, Perrães e Rego) vinham até Bustos nas vésperas da festa do S. Lourenço para fazerem a Feira das Esteiras.
Teria recuado no tempo ou estaria a ser vítima de uma qualquer ilusão? O rapaz de Perrães logo abriu uma esteira para me deixar perante a inegável realidade. E qual arauto da tradição declarou:
- São12 Euros. É bom e barato!
Concordei. Era um baixo preço, recompensando mal o esforço, a técnica e a dedicação do artesão. Enalteci o trabalho, sublinhei o seu simbolismo, o gesto de resistência cultural, mas não fiz a compra. Com a cumplicidade do vendedor fiz outro negócio, troquei a esteira por um retrato.
Ganhei o dia.

Belino Costa

UNIVERSIDADE DE AVEIRO PÕE BARREIROS DE BUSTOS NA CIÊNCIA VIVA/2006


Bustos (Barreirão) está incluído num circuito elaborado pelo Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro incluído no programa «Ciência Viva no Verão 2006».

Do sítio da Universidade de Aveiro,

http://www.ua.pt/uaonline/detalhe.asp?id=6199&tipo=3
respigamos:


"Inscrições abertas

BIOLOGIA, GEOCIÊNCIAS E FÍSICA ORGANIZAM PROGRAMAS DE VERÃO


"Este ano, a UA[1] organiza mais uma edição do programa «Ciência Viva no Verão 2006». Saídas de campo, investigação geológica, passeios, visitas à fauna e flora da região e observações com telescópios são algumas das iniciativas organizadas pelos departamentos de Biologia, Geociências e Física da UA, sob a orientação do Ciência Viva. A actividade é gratuita, está aberta a todos os interessados e as inscrições estão disponíveis

O programa completo da iniciativa já é conhecido "
GEOLOGIA NO VERÃO [NO BARREIRÃO]
Título: Matérias-primas cerâmicas – Barreiros da região de Aveiro

Data: 19 de Agosto e 16 de Setembro – 09h00

Ponto de encontro: Reitoria da UA

Localidade: Aveiro

Itinerário: Aveiro – Bustos / Bustos – Aveiro

Número de participantes: 15

Contacto para Inscrição prévia: 234 370 357

Responsável pela acção: Fernando Joaquim Fernandes Tavares Rocha

Descrição: Visita a diversos barreiros activos e abandonados de onde se extrai e extraiu a matéria-prima para a indústria cerâmica aveirense."

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[1] Universidade de Aveiro

24 de agosto de 2006

POBRES LEITÕES! DESGRAÇADA APALB!



A APALB (Associação de Produtores e Assadores do Leitão da Bairrada) anda por tão maus lençóis que deixou de pagar as suas dívidas aos Bancos e fornecedores. Deixou mesmo de ter dinheiro para alimentar os leitões e, a avaliar pela queixa camarária, deixou também de poder pagar a água.


Segundo o “Jornal de Notícias", “Câmara de Oliveira do Bairro vai processar a Associação de Produtores e Assadores de Leitão da Bairrada (APALB), de Bustos, pelo desvio de 316 metros cúbicos de água da rede, revelou o presidente da autarquia, o social-democrata Mário João Oliveira. O desvio dos 316 mil litros de água foi levado à última reunião da Câmara. Os vereadores foram unânimes em considerar que se devia agir judicialmente contra a APALB.O caso foi detectado no dia 27 de Julho, quando os serviços de telegestão de água registaram um consumo anormal de água. É que a freguesia de Bustos consome cinco litros por segundo e começou a consumir mais quatro.Agora, a APALB terá de pagar 700 euros pelo consumo não registado no contador, além de poder vir a ser condenada em tribunal pelo presumível crime de "danos de instalações e perturbação de serviços", cuja pena é de um a oito anos de prisão.Mas, o presidente da associação, Elísio Albuquerque, já disse ao JN que "não houve desvio nenhum de água, mas, sim, um acto de vandalismo". "Nessa altura estava fora, e já perguntei aos funcionários e todos dizem que se tratou de um acto de vandalismo", assegura.

"Não tínhamos nenhuma necessidade de desviar água, uma vez que temos abastecimento próprio, através de dois poços", afirmou Elísio Albuquerque.Lembre-se que o líder da APALB foi, até há poucos anos, vice-presidente da Câmara de Oliveira do Bairro e chegou a exercer interinamente o cargo de presidente do Município. Incompatilizado com o CDS, cuja estrutura concelhia chegou a liderar, transferiu-se para o PSD e foi candidato (derrotado) à presidência da Câmara, nas penúltimas eleições autárquicas.”

In Jornal de Notícias de 23 de Agosto 2006

14 de agosto de 2006

FÓRUM EM FOTOS



Já estão on-line as fotos do Fórum de Bustos 2006. A reportagem fotográfica é da autoria de Carlos Micaelo e pode ser consultada clicando na secção “Bustos em Fotos” ou aqui.

10 de agosto de 2006

SÃO LOURENÇO - UMA ESPREITADELA


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O Arquitecto Rocha Carneiro defendeu a colocação da imagem de S. Lourenço à entrada da Igreja, do lado direito. ‘Como patrono desta igreja, é o mordomo da casa e sendo assim, é o que recebe as visitas’. Esta tese não venceu.
No entanto, à entrada, uma gravura em madeira para serigrafia da autoria de um sacerdote [Monsenhor António Nunes Pereira, 1967, Coimbra] está colocada na parede do lado direito, junto ao caracol da escada de acesso ao coro. O plano de fundo da gravura tem o esboço da frente da Igreja de Bustos. No plano inferior lê-se o seguinte pensamento "COLOCOU OS SEUS BENS NAS MÃOS DOS POBRES. O SENHOR FEZ DELES UM TESOURO ETERNO, do Dr. João Evangelista de Jesus Simão
(sérgio micaelo ferreira, conversas com o Arquitecto Rocha Carneiro, 2000)


O dia de hoje, dedicado ao diácono São Lourenço, a igreja vai ser muito visitada.
Templo abandonado e maltratado pela incúria dos seus fiéis, reúne algumas peças de vários Artistas: por exemplo, Evaristo Pinto,
Arquitecto Rocha Carneiro,
Engºs Neo Pato e Neftali Sucena,
Mestre Júlio Resende – ainda não recebeu a mais pequena lembrança pelo seu trabalho; X. Costa;
Cândido (?) Figueiredo;
António Ventura (Arganil);
Guilherme Tedim;
A. Nunes Pereira

Segue uma parcela do texto “desfolhando a memória” do Artista Monsenhor António Nunes Pereira, para o eventual visitante poder distrair-se com a vista.

«Julgo que já nessa altura ali existia a Via-Sacra, em pequenos painéis de madeira esculpida, obra dum grande artista arganilense, António Ventura, mas o Padre Vidal queria, então que lhe fizesse um painel representando o diácono S. Lourenço a distribuir esmolas aos pobres. Lá está, à entrada do templo, o meu trabalho, em xilogravura, executado na sacristia da igreja de S. Bartolomeu, em Coimbra. Na mesma altura e a seu pedido, desenhei uma Virgem do Leite, para ser executada em escultura de madeira, trabalho que foi fielmente executado pelo escultor Guilherme Tedim. Poucos anos depois o Padre Vidal pediu-me o desenho para um sacrário, e ele mesmo deu. a ideia: duas mãos a suportar o sacrário; o mesmo escultor o executou primorosamente.
Faço questão de deixar bem registado o nome deste escultor, cuja goivada vigorosa e exacta não se confunde com o apuradinho de certos imaginários apuradinhos»-


(in, Monsenhor António Nunes Pereira, O Padre António Henriques Vidal, 1-03-2001, Correio de Coimbra)
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Vale a pena uma espreitadela pelas paredes do templo. Não sei se haverá algum folheto a guiar o «turista».
...
E ala, que se faz tarde.
Pois “El Rincón” já pendurou o ramo de louro.
sérgio micaelo ferreira

9 de agosto de 2006

UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - BOL'OH AR

1 – O velho-renovado-campo Dr. Manuel dos Santos Pato vai apresentar-se enroupado com ‘relva’ sintética. Se os deuses estiverem de acordo com a vontade dos humanos da câmara municipal e dos novos vizinhos do SubMundo, segunda-feira, 14, o verde estará à disposição das imagens digitais para serem anunciadas nos jornais.
2 – Parte do propagandeado e anunciado estádio do complexo desportivo da U.D.B. pode vir a acolher a realização de dois jogos - em simultâneo - ­ dos campeonatos da formação da Associação de Futebol de Aveiro. Pelo menos espaço já existe. Ganham os formandos e as suas famílias, por não verem dilatado o intervalo da realização dos encontros.
3 ­- A Direcção do ‘Bustos’ está a tentar obter substantivos apoios no universo dos privados, para custear a instalação do equipamento para a iluminação dos novos «campos de treinos» herdados da antiga gerência camarária. A porta dos doadores parece não estar fechada. Nomes?... Serão sempre os mesmos...
4 – Prossegue a renovação e reestruturação do novo-velho - campo. A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro abriu os cordões à bolsa da boa vontade para ajudar o clube. E não pôs tabuletas a anunciar (coisa estranha em tempo de circo).
5 – Jovem dirigente do ‘Bustos’ firmou um protocolo com o “Beira-Beira”. Ainda não será desta que irei ao Sub Mundo beber uma taça de espumante na companhia da UDB e do OBSC. O O’SKR tem de resolver este imbróglio... No ultraperiférico território de Bustos também há quem pretenda a paz ...
Valha-nos o siervo de Deus, Dr.Gregório Hernandez, excluído da procissão de São Lourenço de Bustos ... em nome da puridade celestial.
sérgio micaelo ferreira

HEITOR DE CARVALHO NA ORIGEM DO FRANGO DE PIRI-PIRI

8 de agosto de 2006

SIMÃO AMANTE DO SAL



Mangas verdes com sal
sabor longínquo, sabor acre
da infância a canivete repartida
no largo semicírculo da amizade
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Rui Knopfli,1972

“Sal botado em cada esquina da casa afugenta o bruxedo”

O dia entrava no lusco-fusco e lá de longe, o som do búzio prenunciava a chegada do sal. Lá em casa era uma azáfama, tinha de estar tudo preparado para não fazer esperar o ti Simão Amante. Mal os bois paravam junto à curva do cemitério, de imediato crescia um juntório semelhante ao da chegada do peixe do mar de Mira. [Nesse tempo, não havia o perigo do trânsito, pois a carreira das 7 da tarde era o último 'carro' a passar.]
Deixemos o ti Simão Amante satisfazer as encomendas, sempre de sorriso franco a descontar medida por medida a tara do ouro de Aveiro.

O sal de cozinha era um produto indispensável nas casas da civilização mediterrânica. Tido como uma bênção dos deuses, dizia-se que espantava o mau olhado e até tinha dons de ajudar a fertilidade. O sal teve grande importância comercial nas exportações portuguesas. E a sua importância monetária está reflectida na origem da palavra «salário».
...
Manuel Augusto dos Santos Simão Amante, filho de Esmerinda Simões (que já alcançou os seus 93 anos) e de Simão Amante, conta que o pai, já casado, pretendia comprar uma junta de bois para se dedicar ao negócio do sal. Para isso, pediu três contos de reis a José Mora, ao tempo industrial de forno de cal, com vasta clientela.
Passado um ano, Simão Amante vai ao escritório do financiador e devolve os três mil reis.
“Oh Senhor José Mora, sabe, este dinheiro é seu. Foi você que mo deu a ganhar”.
Simão Amante fez serviço de carreiro do transporte de lenha para queimar no forno e posteriormente prestava o serviço de transporte da pedra cozida.
O segundo carro de bois foi encomendado a Luiz Cândido Martins, da Palhaça. Mandou-o fazer com maior largura junto ao eixo. “Para levar mais carga”, lembra o Manuel Simão (Amante).
A matéria prima ia buscá-la ao cais no Rio Boco, o sal eratirado de um barco moliceiro medida por medida. «E o tempo que levava a encher os taipais?!»
Simão Amante tinha clientela fidelizada pela Bairrada que não o trocava por dinheiro nenhum. Chegou a fornecer carradas e carradas de dois mil quilos de sal em Aguim, em Mogofores a Francisco Tavares, e em outros locais. O Manuel recorda-se de José Cid, ainda pequeno, a tentar fazer traquinices aos bois e Simão Amante a refrear o ímpeto do «forcado»… é que os animais tinham subido a ladeira da Amoreira da Gândara e o dono zelava pelo descanso dos motores do seu ganha pão.
Simão Amante foi um grande senhor de Bustos e respeitado negociante de sal. Ainda hoje é recordado o toque do seu búzio [ver foto]. O anúncio do sal fazia ouvir-se a «léguas».
Era só para quem tinha peito...

Um agradecimento de Notícias de Bustos a Manuel Augusto dos Santos Simão Amante, a sua esposa Maria da Conceição de Oliveira Pereira , da Póvoa do Carreiro – Troviscal e ao neto Luís Amante pela disponibilidade em ajudar a reviver um precioso canto de Bustos.

Uma nota: Se a dr.a Clara Aires Guitas tiver tempo e puder dedicar-se ao tema do sal, irá encontrar preciosidades à volta da arca do tesouro «Simão Amante». E pode fazer uma incursão sobre a vida do emigrante em terras dos índios Caraíbas, Aruaques, Cumanagatos achadas por Américo Vespúcio, Alonso de Ojeda, Juan de la Cosa e visitada pelo enigmático Cristóvão Colombo que lhe deu o nome 'pequena Veneza' ou seja Venezuela. É que o Manuel Augusto também foi emigrante na República Boliviana de Venezuela.
sérgio micaelo ferreira

BARREIROS - TUDO COMO DANTES

.com a devida vénia NB edita a capa de jb temático incluído no Jornal da Bairrada, 30.11.2000
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Nota:
Os ‘barreiros’ de Bustos e Palhaça, metidos na raia escondida de Bustos e da Palhaça, parecem estar à espera de receber resíduos. Arsénio Mota lança mais um alerta para este candente assunto. Para além do que já foi editado pelos blogues de Bustos, republica-se, com a devida vénia, parte do caderno temático do Jornal da Bairrada, de 30.11.2000, dedicado a “O futuro (seguro) dos Barreiros”
A economia, ao andar a penar em cativeiro de vacas magras, também afecta a indústria cerâmica, pelo que os proprietários dos barreiros não estarão em condições de participar financeiramente na recuperação da área degrada ao longo de meio século.
O projecto “eco.valor”, publicitado no referido jb temático “O futuro (seguro) dos Barreiros”, não é reproduzido, por estar desactivado.

A avaliar o desejo expresso pelo senhor Presidente da Freguesia de Bustos na sessão da Assembleia de Freguesia de 27.12.2005, “que em tempo de seu mandato, fossem realizados quatro melhoramentos: Campo de Futebol, Piscina, Pavilhão e Centro Médico”, o dossier “barreiros” nem é tido nem achado, pelo que ficará ... tudo como dantes. quartel-general em Abrantes.
sérgio micaelo ferreira

BARREIROS - "O futuro (seguro) dos Barreiros", jb temático,pg.s 2, Jornal da Bairrada, 30,11.2000

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“O futuro (seguro) dos Barreiros”
A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, pela mão do seu vereador do Ambiente, engº. Fernando Silva, desenvolveu um projecto de recuperação dos barreiros, que, se for implementado, urgentemente, poderá afastar definitivamente o fantasma da nova possibilidade, que agora voltou a surgir; do governo voltar a lembrar-se dos Barreiros de Bustos e do Cardal para os aterros de resíduos tóxicos.
Desse projecto faz parte a ECO. VALOR uma iniciativa para a criação de uma estação de transferência de resíduos e rejeitados da indústria cerâmica, que será um sistema integrado de gestão de resíduos/rejeitados, sólidos da indústria cerâmica (cerâmica estrutural, pavimento e revestimento, cerâmica utilitária, e louça sanitária). Mas, para que tudo seja possível, só falta a aprovação da Assembleia Municipal.
(Jornal da Bairrada, 30.11.2000 – caderno jb temático, pg.1)

O futuro (seguro) dos Barreiros – pg 2, jb temático – Jornal da Bairrada, 30.11.2000
Como é do conhecimento público, a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro assinou um Contrato-Protocolo de Recuperação Ambiental dos Barreiros, da Azurveira, em Maio de 1998, com as empresas exploradoras de Argila naquela área, em que estas se comprometeram, entre outras obrigações a pagar o Plano Geral de Ordenamento da Zona de Exploração de Argilas, encomendado pela Câmara à firma HPN, de Braga, pelo valor de 9.040[1] contos.
Esse compromisso foi assumido pelas três empresas, que haviam sido responsáveis pelo estado actuaI desses solos: Só-Argilas, Máquiágueda e Sotelha.
Depois de vários meses de trabalho de campo, que se iniciaram com o levantamento topográfico de toda a área (cerca de 120 ha, em que os barreiros efectivamente têm uma área de 35 ha), foi em Julho de 1999, apresentado o Plano Geral de Ordenamento da zona. Este Plano foi depois apresentado aos industriais, que o aceitaram e foram também sugeridas outras alterações que exigiram colecção de informação sobre terrenos e informação do Ministério da Economia.
O Plano prevê que os barreiros venham a ter a seguinte utilização:
Zona A: A recuperar para armazenamento de água para uso industrial (2,83 ha)
Zona B: A recuperar para activação biológica (16 ha)
Zona C: Unidade de investigação, tratamento e reaproveitamento de resíduos cerâmicos (9 ha)
Zona D: A recuperar para unidade de investigação do fenómeno geológico de formação das argilas e demais fases de exploração, transformação e reutilização (7 ha)
Zona E: A recuperar para aproveitamento agro-florestal (3 ha)
Este plano esteve presente em Reunião do Executivo Camarário em Agosto de 1999, e ficou acordada a "necessidade de um estudo aprofundado sobre a caracterização dos resíduos a armazenar", bem como outras questões relacionadas com o plano. Assim, a Câmara Municipal fez contactos para arranjar parceiros qualificados, tanto da comunidade industrial como da científica, para que tal estudo fosse elaborado.
Ao fim de quase um ano de trabalho com empresas da indústria cerâmica da área, com o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro de Coimbra, a Universidade de Aveiro (Departamento de Ambiente e Departamento de Cerâmica), com a Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica, a SUMA, a ACIB (Associação Comercial e Industrial da Bairrada), o IDAD, ARERIA, Associação Ambientalista do Norte da Bairrada-Chão Verde, Juntas de Freguesia da Palhaça e Bustos, e Ministério da Economia, surgiu o estudo que se procurava para a tal Zona C do Plano de Ordenamento, e surge com o nome de ECO. VALOR.
O Plano Geral de Ordenamento da Zona de Exploração de Argilas é novamente apresentado ao Executivo Camarário no dia 31 de Outubro de 2000, só que, desta vez, já vem com o estudo aprofundado da Zona C (Projecto ECO. VALOR) e vem também com a inclusão do projecto da ACIB, que tem vindo, independentemente, a trabalhar e desenvolver durante o último ano. Este projecto "RESSÓLIDOS" prevê uma unidade de moagem de caco cerâmico para posterior reutilização no processo fabril.
Entretanto, feitas todas as apresentações pelos técnicos, primeiro, o Plano Geral de Ordenamento foi aprovado por unanimidade e o projecto ECO. VALOR foi aprovado por maioria, depois de uma série de detalhadas apresentações por conceituados técnicos e Professores da Universidade de Aveiro, do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro e por um economista.
Assim, o que vai acontecer aos barreiros no dizer do Eng. Fernando Silva, está definido claramente nesse plano que agora irá à Assembleia Municipal, para análise e aprovação. Esse plano, e mais uma vez de acordo com o Protocolo assinado entre a Câmara e as Empresas, é para ser usado, depois de aprovado, e de acordo com a cláusula 4ª do Protocolo "... para preparação da candidatura com vista a um possível apoio financeiro para a execução das recomendações nele contidas e as firmas atrás mencionadas comprometem-se a suportar o montante não co-financiado e ou a suportar o montante global, caso a referida candidatura não seja aprovada, bem como a executar as recomendações nele contidas".
A Câmara reuniu já com as entidades competentes do Ministério da Economia, a quem compete no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, apresentar candidaturas de áreas ambientalmente degradadas como esta, a quem facilitou o Plano Geral de Ordenamento para que seja um dos primeiros a ser considerado.

in "O futuro (seguro) dos Barreiros", jb temático, pg.2, Jornal da Bairrada, 30.11.2000
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[1] 9.040 contos = 45091,33 euros

DOSSIER BARREIROS - "um projecto de vanguarda com acompanhamento técnico ao mais alto nível", Presidente da Junta de Freguesia de Bustos

Manuel da Conceição Pereira (Presidente da J. Freguesia de Bustos)
Um projecto de vanguarda com acompanhamento técnico ao mais alto nível
O projecto ECO.VALOR vem potencializar e dinamizar a recuperação dos barreiros existentes.
É um projecto de vanguarda com acompanhamento técnico ao mais alto nível que vem possibilitar, por um lado, a utilização racional dos buracos situados a norte, com a deposição selectiva de resíduos inertes de materiais cerâmicos para posterior reutilização, e, por outro lado, ajudar a recuperar, duma forma concertada, a envolvente desta zona que, após a exploração das argilas, fica sempre degradada.
Não é um projecto isolado, dado que nesta zona já se previa, dentro do plano de recuperação paisagística, a utilização dos barreiros em causa para fins análogos e que não colidissem com a vontade das populações.
Neste sentido, a aceitação dum projecto integrado desta natureza vai possibilitar à população das freguesias de Bustos e da Palhaça verem rapidamente afastadas todas as possibilidades da utilização deste espaço para outros fins, que poderão ser no futuro altamente nocivos.
O conhecimento que tenho do projecto, o apoio dado ao mesmo pela Universidade de Aveiro, a logística que foi preconizada para o desvio dos veículos pesados do centro de Bustos e os acessos a zona industrial de Bustos e Palhaça, irão trazer de certeza grandes vantagens para esta região.
A Junta de Freguesia conta com a vontade das empresas exploradoras no sentido da anuência ao projecto e cedência para domínio público desta área após a sua recuperação.
A transparência que se deve dar a todo este projecto, terá de ter por imperativo o esclarecimento objectivo a todas as pessoas, sem proveitos político-partidários e que se ponha, acima de tudo, o interesse colectivo e bem estar social.
O Presidente da Junta e a Junta de Freguesia estão ao dispor de toda a população para proporcionar qualquer esclarecimento sobre todo este projecto.
O presidente da Junta que é pelo progresso geral e local, apoia este projecto e processo que será por nós controlado. A sua rápida implantação vai condicionar outros projectos que eventualmente possam estar equacionados para este local, e vem trazer uma melhoria de impacto ambiental a esta zona de escavações a céu aberto, em que todos estão de acordo de ser urgente a sua recuperação.
In OPINIÕES, jb temático "O futuro (seguro) dos Barreiros, pg.s 3, Jornal da Bairrada, 30.11.2000

"Temos que nos unir mais uma vez". jb temático, 30.11.2000

in, jb temático "O futuro (seguro) dos Barreiros", Jornal da Bairrada, 30.11.2000, pg 6
- ENTREVISTA -
Fernando Silva, engenheiro nuclear; esteve desde a primeira hora na linha da frente, quando o governo pretendia trazer a deposição dos resíduos tóxicos para a Azurveira e para o Cardal.
Como no momento correm rumores de que tudo pode estar em aberto relativamente aos barreiros da Azurveira e Cardal nada mais a propósito do que ouvi-lo sobre o problema.

- O fantasma da possibilidade de serem colocados resíduos tóxicos está finalmente posto de parte? Ou será que esta empresa é uma porta aberta para escaparem alguns resíduos?

A possibilidade de virem a ser colocados resíduos tóxicos naquelas crateras está sempre presente até ao momento em que se dê um destino adequado ao local. Este plano de ordenamento não é mais do que a resposta esperada.

Quanto à possibilidade da ECO. VALOR ser uma porta aberta, não acredito nisso, a não ser que nós próprios assim o queiramos.

Isto é, e já o disse, a ECO.VALOR tem de ser gerida por nós e assim será o garante de que aquilo que lá entra não é tóxico, e que é da indústria cerâmica.

Fala-se que o governo irá apresentar mais uma vez e já em Janeiro, a lista dos locais para a deposição de resíduos tóxicos. Tenho também informação, primeira mão, e de mais do que uma fonte que os Barreiros de Bustos e da Palhaça estão nessa lista. Também sabemos como o nosso Ministro do Ambiente tem agido nestas questões de selecção e de localização de aterros. Não me espantaria nada que nos tenhamos que unir mais uma vez para demonstrar ao Ministro a nossa vontade neste assunto. Estamos a ser responsáveis na questão da correcta valorização dos resíduos que introduzimos na nossa zona. O Ministro não nos pode exigir mais do que isso. Daquilo que conheço do Ministro, e foi ele próprio que o disse, que nunca colocaria resíduos tóxicos num local contra a vontade das populações.

Como sabemos que o Ministro não mente, não temos que ter medo destes barreiros serem relacionados, pois a população já demonstrou várias vezes que não os quer.

– A população da freguesia de Bustos e do concelho estão suficientemente elucidadas para esta situação?

O projecto, primeiro, teria que ir ao executivo para aprovação. Irá, agora, ser iniciado pela câmara, pelas juntas de freguesia, pelo Chão Verde e pela Universidade de Aveiro, que irão perante as populações explicar-lhes aquilo que está a ser proposto.
Está também a ser preparada literatura sobre o assunto.
Devo realçar que não é só a população de Bustos que tem que estar esclarecida, mas todos os cidadãos da Palhaça e todo o concelho.
O projecto só irá para a frente se as populações assim o quiserem.

– Qual foi a posição das Juntas de freguesia?

As juntas de Bustos e da Palhaça participaram nas reuniões da Comissão Instaladora do projecto ECO. VALOR, pois eram membros da Comissão.
Os seus comentários e preocupações estão documentados e foram, sempre que possível, incluídos e tidos como base para alterações no projecto.
Essas juntas, tal como a câmara municipal, sempre fizeram questão de fazer ponto de honra que a gestão da estação tem que ser controlada por nós autarcas e cidadãos locais.
Isso está assegurado no projecto. A questão das vias de acesso alternativas é também ponto de honra.

in“Temos que nos unir mais uma vez”, jb temático, pg 6, Jornal da Bairrada, 30.11.2000

4 de agosto de 2006

RECUPERAÇÃO DOS BARREIROS

As lagoas vistas do céu


Diversas vezes e vozes têm abordado a questão do destino a dar aos barreiros, aquelas crateras «lunares» que ficaram abertas depois da extracção do barro. O destino a dar-lhes aponta, bem entendido, para o tratamento possível dos buracos estanques que as chuvas enchem de água. Mas isso é questão bastante complexa e por isso ninguém avança a apontar um caminho, uma solução.
O único exemplo de um caso semelhante já foi por mim aqui citado. Poderia, julguei eu, servir de paradigma. Vinha da Inglaterra (dos arredores da Grande Londres se bem me lembro), exactamente de um ponto que sofrera também a extracção de argilas a céu aberto e que por fim servia para instalar nas suas crateras uma zona de lazer com três espécies de jardins: tropical (coberto com vidraças), semi-tropical e ao ar livre.
O caso, registado há poucos anos, indicava de facto um caminho, uma solução.
Mas recentemente surgiu outro caso análogo e desta vez em Portugal. No distrito de Braga, concelho de Vila Verde, onde se fizera idêntica extracção a céu aberto para abastecer as cerâmicas próximas, ia proceder-se à conveniente «reparação» das crateras. Como? Com a colaboração da Câmara local e com fundos provenientes da União Europeia, o projecto vai agora transformar aquela zona vandalizada por desenfreada predação (porque não tem em conta o custo do tratamento final) num espaço de lazer. Quer dizer, segue-se ali o modelo da solução praticada pelos ingleses.
Quem reparou em Bustos na notícia que divulgou o caso de Vila Verde? Quem se interessa a valer pelo assunto? Não seria bom acordar a associação Chão Verde para ele? Para o erguer como bandeira de uma luta necessária, longa, indispensável?
Bustuenses, tomem a palavra!

Arsénio Mota

2 de agosto de 2006

ULISSES PARABÉNS CRESPO!

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BAIRRO DO CABEÇO - MEMÓRIA DESCRITIVA DO GABINETE E CARACTERIZAÇÂO DOS TIPOS DE HABITAÇÃO (1997) [6]

JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS
HABITAÇÃO SOCIAL
MEMÓRIA DESCRITIVA

Esta memória descritiva diz respeito ao projecto tipo de habitação a instalar no loteamento de iniciativa da Junta de Freguesia de Bustos.
Assim, e considerando sempre os mesmos vãos nos elementos de estrutura organiza-se o interior:
- com desenvolvimento apenas ao nível do piso térreo
- com aproveitamento do vão de cobertura

A habitação que tem aproveitamento do vão do telhado pode ser faseada desde que seja realizada toda a envolvente de uma só vez.

Habitação tipo A
Ao nível do piso térreo tem acesso de viaturas com passagem para a parte posterior do lote. Conta ainda neste piso com uma sala, cozinha, dois quartos e quarto de banho completo.

Habitação tipo B
Ao nível do piso térreo instala-se aparcamento coberto, sala, cozinha, três quartos e quarto de banho.

Habitação tipo C
Ao nível do piso térreo instala-se aparcamento, cozinha, sala, um quarto e quarto de banho

Em qualquer dest,es tipos é possível fazer aproveitamento do vão do telhado, instalando três quartos e quarto de banho.
Qualquer destes tipos tem também o seu simétrico que se relaciona com a posição dos acessos de viaturas no terreno, como se indica na planta de loteamento.
A estrutura é, como se indica em desenho de pilares, vigas e lajes pré-esforçadas.
As paredes exteriores serão simples em tijolo vazado de.O,20 m, considerando-se o capeamento da estrutura de forma a evitar pontes térmicas, sendo o acabamento exterior em reboco pintado. A cobertura é em laje, com isolamento térmico pelo exterior e telha.
As caixilharias serão em madeira ou alumínio lacado, devendo respeitar-se os vãos definidos. Os acabamentos interiores deverão ser definidos caso a caso pelos futuros utentes.

Os projectos de águas, esgotos, estabilidade, electricidade e telefones serão projectos tipo, a garantir pela Cãmara Municipal.

As peças desenhadas dão conta das soluções propostas.

Porto. Agosto de 1997
a) segue assinatura

BAIRRO DO CABEÇO - PLANTA DE IMPLANTAÇÃO TOPOGRÁFICA E IMPLANTAÇÃO DOS LOTES (2) [5]

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BAIRRO DO CABEÇO - PLANTA DE IMPLANTAÇÃO TOPOGRÁFICA E IMPLANTAÇÃO DOS LOTES (1) [5]

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BAIRRO DO CABEÇO - PROPOSTA DA ÚLTIMA ALTERAÇÃO DOS VALORES PARA AQUISIÇÃO DE LOTES (2001) [4]

1 PROPOSTA
Ponto 1 a)
De acordo com as necessidades de agregados familiares que não têm meios suficientes para aquisição dos lotes do Bairro Económico de acordo com a tabela de preços aprovada a 25 de Setembro de 1998.
Considerando que os projectos tipo das habitações aprovadas para o mesmo plano estão fora do alcance de execução para a maior parte dos que a este projecto vão concorrer.
Entende esta junta de Freguesia após ponderação e deliberação na sua Reunião Ordinária levada a efeito no dia 5 de Junho, propor o seguinte:

Um – Que os lotes de 1 a 9 sejam para habitações de renda económica para as famílias mais necessitadas.

Dois – Que o projecto das habitações em causa sejam adaptados e que a sua construção seja da responsabilidade da Junta de Freguesia, podendo a mesma recorrer a projectos comparticipados.

Três – Que os restantes lotes se mantenham dentro dos parâmetros aprovados.

b)
Que os preços apresentados de acordo com a tabela anexa aprovada em 25 de Setembro sejam actualizados com a mais valia na percentagem de 25%, ficando a tabela com se segue:
Área do lote – 1000$00 m2
Área de implantação da construção – 1250$00 m2

Total do custo da aquisição do lote =
(Custo da Área do lote + custo da Área de implantação da construção)

Bustos, 11 de Junho de 2001.

O Presidente da Junta de Freguesia

a) segue assinatura

BAIRRO DO CABEÇO - COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO (1998) proposta [2]

JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS

PROPOSTA

BAIRRO ECONÓMICO DO CABEÇO DE BUSTOS


De acordo com a votação do Regimento da Junta de Freguesia, propõe-se para a Comissão de Acompanhamento, as seguintes pessoas:

----- P. da Assembleia de Freguesia
(Prf. José Manuel da Cruz Domingues)

----- Deputado – Plácido Vieira Simões Carriço

----- Rev. P.e Manuel Arlindo Tavares Valente

-----Assistente Social
(Isabel Maria Ferreira Lopes Mestre)

----- Tesoureiro da Junta de Freguesia
(Manuel Simões Lúzio Jr)

Bustos, 30 de Junho de 1998

BAIRRO DO CABEÇO - REGULAMENTO DE ACESSO AOS LOTES (1998) [1]

Para os efeitos da alínea a) da Ordem de Trabalhos constante da convocatória da Sessão Ordinária da ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE BUSTOS do dia 30/06/1998, a JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS apresenta a proposta de Regulamento de Acesso aos Lotes do Bairro Social, que segue em anexo.
Bustos 15 de Junho de 1998
A JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS

***

REGULAMENTO DE ACESSO AOS LOTES DO BAIRRO SOCIAL DO ACBECO [1]

Artigo 1°
Competência para as doações

Cabe à Junta de Freguesia de Bustos doar os lotes de terreno do Bairro Social do Cabeço, destinados a construção de habitação própria e permanente dos agregados familiares a quem forem atribuídos.

Artigo 2°
Apresentação das Candidaturas

As candidaturas para aquisição dos lotes poderão ser apresentadas por qualquer membro do agregado familiar interessado, ou pelo seu representante legal e deverão ser dirigidas ao Presidente da Junta de Freguesia de Bustos, em requerimento próprio, que pode ser minutado pelos serviços da Junta de Freguesia.

Artigo 3°
Finalidade dos lotes

A atribuição dos lotes destina-se a satisfazer as necessidades habitacionais dos agregados familiares mais carenciados.

Artigo 4°
Condições Subjectivas de Admissibilidade
1 – Só podem candidatar-se à aquisição dos lotes os agregados familiares cujos membros residam na área da Freguesia de Bustos há, pelo menos, dois anos.
2 – Subsidiariamente, podem ainda candidatar-se os agregados familiares que, embora não residindo na área da Freguesia, algum dos seus membros dela seja natural e todos queiram regressar à Freguesia e aí estabelecer a sua residência estável e permanente.
3 – A Comissão de Acompanhamento poderá alargar as condições referidas nos números anteriores sempre que, esgotadas as candidaturas previstas neste Regulamento, ocorram vagas e exista um comprovado interesse social em proceder a esse alargamento.

Artigo 5º
Condições Objectivas de Admissibilidade

Apenas serão aceites as candidaturas de agregados familiares cujos membros, ou mesmo qualquer deles, não seja proprietário de prédio urbano na área do concelho ou nos concelhos limítrofes, nem de terreno rústico apto para construção urbana ou que, embora possuindo qualquer terreno rústico não apto para construção, o mesmo não reúna condições para ser vendido com vantagens económicas.

Artigo 6°
Atribuição de lotes

Observadas as condições de admissibilidade referidas nos artigos anteriores, os lotes serão atribuídos aos agregados familiares que, prioritariamente:
a) Se encontrem em situação de comprovado risco grave
b) Possuam os rendimentos acumulados que mais se aproximem do salário mínimo nacional.

Artigo 7°
Condições Contratuais

Os contratos de cedência dos lotes ficam sujeitos às seguintes condições resolutivas, que devem constar do respectivo documento de transmissão do direito de propriedade:
a) Obrigação de construir, em condições de habitabilidade, dentro do prazo de três anos após o acto de transmissão.
b) Nos quinze anos seguintes, contados a partir da data de concessão da licença de habitabilidade ou equivalente, os prédios não podem ser vendidos ou, de qualquer forma, alienados ou onerados, salvo nos casos de mútuo com hipoteca e desde que esta seja constituída perante entidade de crédito autorizada.


Artigo 8°
Condições de construção

1- As habitações a construir deverão respeitar o projecto/modelo aprovado pela Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e a sua edificação fica sujeita ás orientações e fiscalização dos serviços camarários competentes.
2- Os destinatários dos lotes são obrigados a submeter-se aos princípios estabelecidos no respectivo processo de construção, princípios esses que deverão ser expressamente aceites, nomeadamente em relação ás condicionantes superiormente estabelecidas.

Artigo 9°
Casos Omissos
As situações não previstas no presente Regulamento serão apreciadas e decididas pela Comissão de Acompanhamento, ou, na sua falta, pela Assembleia de Freguesia de Bustos.

Bustos, 30 de Junho de 1998
OS MEMBROS DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

_________________________________________________________________
Assembleia de Freguesia de Bustos - REGULAMENTO DE ACESSO AO BAIRRO SOCIAL (1998)

BAIRRO DO CABEÇO ESTÁ P'RANÁLISES

[O Bairro Económico tem origem na doação de um terreno no Cabeço à Junta de Freguesia de Bustos pelos seus proprietários Adélio Reis Pedreiras e sua mulher Cacilda de Oliveira Reis, nos idos 22.11.1991. A falta de vontade política da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal ou por qualquer outra não vontade, o dito bairro não avança.

A actual composição da Assembleia de Freguesia vai tentar retirar o Processo «Bairro do Cabeço» da letargia o do estado comatoso, para tal, a Junta de Freguesia de Bustos organizou um dossier para ser apresentado aos membros daquele órgão deliberativo para efeitos de apreciação, análise, discussão e eventual deliberação a tomar em sessão extraordinária.

Notícias de Bustos coloca à disposição as peças que o senhor Presidente da Junta de Freguesia de Bustos entendeu ser as suficientes para apreciação do dossier “Bairro Económico” do Cabeço. Será desta vez que haverá conjugação dos astros favorável ao aparecimento do primeiro projecto para construção naquele sítio?
Não está presente o documento #Propostas de valores para aquisição de lotes# indicado na «introdução» do processo apresentado pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Bustos aos membros da Assembleia de Freguesia.

– nota de srg, 2.08.2006]

*
BAIRRO ECONÓMICO

Iniciado pelo Presidente de Junta Sr. Narciso Paiva Cardoso, o qual celebrou contratos de aquisição, permuta e doação de terrenos para este efeito.

Foi elaborado projecto para o mesmo com a colaboração da Câmara Municipal que veio a ser posto de lado.

Continuação do projecto pelo Presidente de Junta Sr. Dr. Albertino Marques que concluiu compromissos de pagamento de aquisição de terrenos e promoveu a elaboração do novo projecto com o Gabinete da Sra. Arquitecta Seixas, tendo a mesma apresentado as peças finais de arquitectura e planta de implantação em 1997.

Continuação do projecto pelo actual Presidente de Junta que elaborou e sujeitou a aprovação da Assembleia de Freguesia as seguintes peças para este projecto cujas fotocópias anexamos par[a] conhecimento dos elementos desta Assembleia.


Trabalhos executados no projecto:
Limpeza e desmatação da área envolvente
Terraplanagem de acordo com as quotas definidas
Implantação do perfil do futuro arruamento

Anexos:
Regulamento de Acesso aos lotes do Bairro Económico do Cabeço [1]
Comissão de acompanhamento [2]
Propostas de valores para aquisição de lotes [3 não está editado]
Proposta da última alteração dos valores para a aquisição de lotes [4]
Planta de implantação topográfica e implantação dos lotes [5]
Memória descritiva do Gabinete e caracterização dos tipos de habitação [6]

O Presidente da Junta de Freguesia de Bustos
a) segue assinatura

HÁ MAIS “BUSTOS”

Porque temos o nome que nos deram? De onde proveio o topónimo que nomeia a nossa terra? São simples curiosidades, é certo, mas interessam-nos e podem chegar a trazer-nos surpresas!
Eu já dei umas quantas voltas em torno de «Bustos», procurando esclarecer a origem possível do topónimo, sem dúvida antiga, mas sem poder atinar, de fonte limpa, em qualquer espécie de conclusão. Creio que nem os mestres mais credenciados poderão ir mais longe. E por aqui teremos de nos ficar.
Adverti então, no que escrevi a propósito, que o nome da nossa terra também é apelido pessoal, e muito antigo, em Espanha. Verifica-se, no entanto, que não aparece em Portugal ninguém com o apelido de «Bustos» (embora haja alguns «Bairrada»), topónimo que por outro lado designa diversas localidades portuguesas inclusive sob a forma derivada de «Bustelo». Então ocorre perguntar: nenhuma pessoa apelidada de «Bustos» terá vindo da Espanha para deixar descendência em Portugal?
Esta interrogação envolve estranheza, pois encontramos aquele apelido a abundar na identificação de pessoas espalhadas pela Espanha, da Galiza até não sei onde, e por toda a América Latina. Dali passou para os Estados Unidos, em especial para a Califórnia (vizinha do México), onde por exemplo existe uma «Bustos Media», cadeia de rádios de expressão castelhana com sede em Sacramento e que recebeu este nome do apelido do respectivo fundador.
No «Fórum de Bustos 2006» causou surpresa a descoberta de uma «Municipalidade de Bustos», assim tal qual, nas Filipinas. A divulgação surgiu na sequência da antevisão, avançada pelo Dr. Jorge Nelson Micaelo, de um dia a nossa Vila passar a Cidade. Foi então proposta uma geminação - futurista! – de Bustos com Bustos filipino…
Evidentemente, a origem do topónimo que nomeia o município filipino (situado na margem da baía de Manila e próximo da capital do mesmo nome) terá por certo a ver com o apelido de alguém, o provável fundador, que o topónimo passou a evocar. Com efeito, parece-me razoável admiti-lo. Espanhóis emigraram para a Holanda e este país teve colónias e influência no Sueste Asiático, nomeadamente na Indonésia…

Arsénio Mota

1 de agosto de 2006

POMPEU SIMÕES AIRES. TOPONÍMIA DE BUSTOS EM FALTA

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Em 9.10.1985 os CTT reconstituíram – com rigor histórico – o chamado ‘correio a cavalo’ no percurso Ponte Pedra – Aveiro. Numa sala do Restaurante ‘Pompeu dos Frangos’, (antiga Mala-Posta) funcionou a estação de correio, tendo sido posto à venda diverso material alusivo à XIV Exposição Filatélica Nacional. A correspondência aí recolhida foi transportada até Aveiro por «carteiro» montado em cavalo, estando equipados a rigor.
As terras de Oliveira do Bairro foram transpostas num ápice galopado até Aveiro.
A televisão recolheu imagens do evento ocorrido no «Pompeu», que devem constar em arquivo da memória da RTP e que poderiam constar em arquivo local ...
O Pompeu, ‘dos Frangos’, apesar da Fama o querer tratar por tu, manteve as raízes do seu chão sempre adubadas pelo convívio natural, franco e baerto, estivesse em que salão estivesse.
A qualidade de vida para o Pompeu não era palavra de discurso de circunstância ou de «banha de cobra». Quando preparou o parque de estacionamento do restaurante teve a preocupação de mandar adornar o espaço com vegetação. [ainda hoje aquela área é um exemplo vivo de qualidade de vida].

A memória das diligências e da mala-posta foi preservada e refrescada com os painéis de azulejo da Fábrica do Outeiro de Águeda (alguns assinados pelo Mestre Breda). E só o Pompeu sabe as voltas que teve de dar para conseguir reproduzir o cenário da época. Em «meia dúzia» de gravuras está a síntese da ligação terrestre entre Lisboa e Porto.
...
E quando Bustos batia à porta do Pompeu a solicitar ajuda?
Estava sempre disponível.
O Pompeu foi um Embaixador de Bustos por excelência e nunca desvirtuou o nome da sua terra.
O Pompeu tem direito e merece ter nome de praça, busto ou rua.
Senhores “manda-chuva” ou seus promitentes, o Pompeu Simões Aires nasceu em Bustos e deu lonjura a Bustos, por bons motivos.
No meu pv, tentar fazer esquecer o Pompeu é a forma mais comezinha de o perseguir. Só que o Pompeu não deixará de continuar a ser uma das prestigiadas Figuras de Bustos.

sérgio micaelo ferreira,
rossio da póvoa