29 de novembro de 2005
28 de novembro de 2005
FOTO-ÁLBUM: CANTARES POPULARES DE BUSTOS
Regina, do Montouro (voz e percussão), Jucelina, do Sobreiro (voz e percussão), Dany, do Troviscal (viola baixo e voz), André, da Póvoa (flauta e voz), Rafael, de Oiã (viola e voz), Cecília, do Troviscal (voz, percussão e bombo), Elmano, de Bustos (cavaquinho e voz), Aníbal, do Passadouro (acordeão).
ANDRÉ GRANJO – PERCURSOS DO CURRÍCULO
E ainda o de ter apresentado provas públicas de acesso ao grau académico de MESTRE, no melhor Auditório de Coimbra, o seu currículo merece ser divulgado.
27 de novembro de 2005
ROSSIO DA PÓVOA - Regresso às origens?
26 de novembro de 2005
ANDRÉ GRANJO - MAIS MESTRE
André Granjo preserva o brilho da batuta do seu bisavô José Oliveira.
É também o momento de recordar o ‘4 de Fevereiro de 1911’, dia da primeira apresentação da Banda Escolar do Troviscal.
Sérgio Micaelo Ferreira
(O Concerto realizou-se no dia 23 de Novembro aqui
Consultar neste Blogue:
25.11.05 - ANDRÉ GRANJO PRESTA PROVAS, por Milton Costa)
...........
apostila inserida às 14H14:
André Granjo é um dos talhadores da ideia “Escola das Artes da BAIRRADA”, conforme está em texto vindo a lume:
“Abílio Manuel Morgado, secretário de Estado da Administração Educativa, Maria de Lurdes Cró, directora-regional Educação do Centro e o autarca Acílio Gala presidiram, no último sábado, à inauguração oficial da Escola de Artes da Bairrada que entrou em funcionamento, no passado mês de Novembro.Uma obra que ultrapassou os 650 mil euros e que segundo António Dias Cardoso “se deve à iniciativa da União Filarmónica do Troviscal, que pretendeu criar um ensino de música com a qualidade que o seu maestro André Granjo sonhou”. aqui
extraído de ‘Um belo exemplo!’ editado no blogue Bustos – do passado e do presente, maio 19, 2004
25 de novembro de 2005
ANDRÉ GRANJO PRESTA PROVAS
O Maestro André Granjo escolheu diversas partituras de compositores clássicos e contemporâneos tais como Beethoven, Strauss, Tull e Reed. A sala estava quase cheia e as composições musicais foram apresentados com profissionalismo e emoção.
Este concerto fez parte das provas de mestrado do Maestro André Granjo, descendente do saudoso mestre José de Oliveira, que me deixaram orgulhoso por ele ser do Troviscal e por ser continuador da tradição musical da família.
É realmente um prazer ver e ouvir uma banda como a da PSP, dirigida por um jovem que alguns políticos locais diziam que “não prestava”. Parece que presta e o concerto foi disso prova.
Milton Costa
24 de novembro de 2005
AS ANDANÇAS DE UM ESCRITOR BUSTOENSE
“Mas um homem não foi feito para a derrota – disse. –
Um homem pode ser destruído, mas não derrotado».
Ernest Hemingway, O Velho e o Mar
Completam-se este ano as quinquagenárias andanças de um Bustoense pelas encrespadas veredas das palavras. A homenagem-reconhecimento que, no Sábado, lhe foi prestada teve apenas o demérito de ter sido tardia. Bustos, a sua terra natal, apesar de a ela ter dedicado três monografias a contar a sua história – tem ostensivamente ignorado a sua actividade como mostrador de realidades, isto é, como escritor empenhado em espalhar balões de palavras para ajudar a combater a cinzentânia do universo cultural bustoense.
Ora, este animoso lutador pelo intransferível direito à liberdade individual e colectiva, bem merece que os seus concidadãos natais lhe erijam um busto, não de granito, mármore ou vil metal, senão o que é formado pela leitura das palavras que, com afã e ternura, que foi arrancando de si e semeando nos seus livros com estrénua dedicação. É, pois, através da leitura das suas escrivivências (as vivências daquele que vive o que escreve e escreve o que vive) que se presta homenagem a um escritor. Além disso, é a esta singela homenagem – de reconhecimento que Arsénio Mota almeja.
Assim, não deixem que o escritor que soube combater (combater-se) para alcançar os seus sonhos, seja destruído precisamente na terra que o viu nascer. Aliás, a derrota que a vida inflige a todos os seus usuários é mais fácil de suportar através do diálogo do leitor com a obra. Como Santiago – o velho protagonista de O Velho e o Mar de Heminguay – Arsénio Mota não se deixou abater pelas vicissitudes que se oponham à consecução dos seus sonhos.
Deste modo, em tempos que a Bairrada, como o diagnosticam as acutilantes palavras de um dos seus amigos[1], “parece deixar-se embrulhar novamente, em espesso manto de silêncio cultural, é proibido esquecer o que Arsénio Mota fez por ela e também pela terra onde nasceu”. (...) Ambas lhe devem muito, resta saber se uma e outra têm feito o que devem para merecer Arsénio Mota. Por isso, não desmereçam o contributo que ele tem desempenhado em prol da cultura bairradina, leiam os seus livros.
mairaduarte@sapo.pt
[1] Carlos Braga, in Arsénio Mota- 50 anos de escrita, p. 61
22 de novembro de 2005
Sara Reis da Silva:
«E se, como muitos preconizam, a literatura de qualidadepreferencialmente vocacionada para os mais novos é aquela que é também lida de modo aprazível pelos adultos (…), julgamos que o brevíssimo olhar que, nesta abordagem, lançámos sobre alguns textos de Arsénio Mota acaba inevitavelmente por testemunhar alguns desses “doces sabores” que provámos na leitura das suas palavras.»
Carlos Braga:
«Quer falemos em jornalismo quer falemos em literatura, temos que lhe agradecer uma escrita limpa, enxuta e sóbria em adjectivos, despida de superficialismos, que faz dele uma espécie de operário das palavras, que as trabalha arduamente até se transformarem em “pequenas maravilhas de dizer expurgado [e] de concisão, que na aparente simplicidade da palavra nua captam os ritmos dominantes da vida”. A escrita de AM é um rio de muitos conhecimentos, cujo caudal engrossa à custa dos afluentes culturais mais variados.»
Serafim Ferreira:
Arsénio Mota – 50 anos de escrita «é acima de tudo o enaltecimento por uma vida dedicada à literatura (…) E isso basta para justificar este livro: uma espécie de “memória descritiva” de um itinerário intelectual tão singular e coerente.»
21 de novembro de 2005
ARSÉNIO NOTA: FINALMENTE
Que vale torturarmo-nos com dramas só nossos,
Que vale nascermos para a distância
Se estamos presos ao sítio
(extraído de “O canto desconforme”, o 1º livro publicado pelo “Arsénio de Bustos”, em 1955)
*
Bustos sentou-se à mesa com um dos seus filhos mais ilustres e representativos.
O pretexto foi mais do que divulgado neste blogue: a apresentação perante a nossa terra do livro comemorativo dos seus 50 anos de escrita.
Nascido na Barreira a 25 de Abril de 1930, Arsénio Mota é o “ausente mais presente” (Altino dixit) de Bustos. Um dos oradores convidados, o palhacense Carlos Braga, exprimiu melhor do que ninguém o momento de festa que partilhámos com esse bairradino e bustuense ilustre; momento que o nosso operário das palavras não esquecerá.
A memória das suas raízes bustuenses e bairradinas tem-no acompanhado nas suas obras.
Bustos deve-lhe a biblioteca fixa da Gulbenkian, das 1ªs a nascer no Portugal rural de então e que foi inaugurada em 18 de Fevereiro de 1961; como lhe deve o seu envolvimento na Comissão de Melhoramentos de 1960. Funda em 1990 a Associação de Jornalistas e Escritores da Bairrada e pela sua mão passamos a conhecer a literatura de Bairrada.
Bem pode dizer-se que a tarde de sábado foi dedicada
“A quantos sonham palavras de esperança
e de cara contraída pelo cansaço
as buscam sem remédio nas lutas quotidianas…”
(citado do livro de poemas de Arsénio de Bustos, “A Voz Reencontrada”
*
Oscar de Bustos
17 de novembro de 2005
ARSÉNIO MOTA EM BUSTOS, SÁBADO - DIA 19
"ESCREVE MAIS, PÁ, SEMPRE!"
[Pires Laranjeira, 5.03.2002] (1)
Um SOS transmitido pelo velho Morse debitava: o Arsénio Mota vem assaltar Bustos STOP Acompanha-o mortífero exército armado com a mais terrível e silenciosa arma de combate: a palavra escrita... STOP
…
O Bustos distraído, pachorrento e desbibliotecado não merece ser invadido por Bárbaros que passam dias e dias a escrever só para confundir a ideia de pessoas com mãos calejadas... se fossem mas é trabalhar …
Bem afastados da confusão, dirigentes de associações da alma de Bustos desmontam a notícia “alarmante” e organizam a sua defesa - um almoço no próximo sábado na A.P.A.L.B
Arsénio Mota completa cinquentanos de escrita publicada em livro. (A primeira intervenção na imprensa data de 1953?) e do seu longo currículo destaco a pendular persistência de escrever e de desvendar o baú da letárgica Bairrada. [Neste momento, os ventos da divulgação cultural são adversos. A segunda edição, revista e aumentada de “Figuras das Letras e Artes na Bairrada”, não dá à luz porque perpassa o desinteresse das câmaras bairradinas em promover a sua publicação].
Oxalá, seja rebate falso!
Cidadão da nossa diáspora, Arsénio Mota é o ausente-mais-presente, como o atesta a publicação de livros, dando a conhecer o fruto de longa pesquisa no labirinto da história ou fixar o imaginário dos povos de Bustos. Mesmo que se queira fugir, em qualquer trabalho escrito sobre a nossa «térrinha», torna-se obrigatório a consulta bibliográfica de Arsénio Mota.
A Serafim Ferreira o estratega da organização do tal «exército» “Arsénio Mota – 50 Anos de escrita” as felicitações por ter reunido tantos amigos e homens de artes e letras à volta do escritor natural de Bustos e cidadão da «galáxia de Gutenberg».
16 de novembro de 2005
HOMENAGEM A ARSÉNIO MOTA
Serafim Ferreira, o coordenador do livro “ Arsénio Mota 50 Anos de Escrita,” também irá estar presente na apresentação desta obra que terá lugar na sequência do almoço-homenagem que se realiza no próximo sábado na A.P.A.L.B (Associação de Produtores e Assadores do Leitão da Bairrada), Quinta da Queimada, em Bustos. Também ele não quer deixar de estar presente até porque muito bem entende o simbolismo da ocasião. Como escreve no prefácio do livro o escritor Arsénio Mota vive no Porto,“mas sempre de malas feitas e os olhos postos na sua vila de Bustos, espécie de “ Iasnaia Poliana” a que regressa como se de lá nunca tivesse saído.”
Recorda-se que as inscrições encerram quinta-feira, dia 17.
Porque a homenagem do próximo sábado tem merecido a atenção da comunicação social aqui ficam as ligações para algumas notícias no Moliceiro, Região Bairradina e Jornal da Bairrada, .
14 de novembro de 2005
MEU PAI E A 1ª GRANDE GUERRA (Arsénio Mota)
O Sérgio, ao assinalar aqui o aniversário do Armistício (ver dia 11), citou os nomes dos bustuenses que participaram na Primeira Grande Guerra em África e depois em França. Lá apareceu o nome do meu pai, Manuel Simões Mota (o Mota «Guerrilhas», alcunha herdada do meu avô paterno, com raízes na Azurveira) e isso despertou-me para recordações da infância.
Na verdade, ainda brinquei com algum do espólio militar que meu pai guardava no sótão, onde eu ia descobrir, cobertos de poeira e teias de aranha, objectos curiosos como o capacete metálico (um simples prato com correia e fivela para segurar nos queixos), uma parte qualquer de máscara antigás, tecido espesso com visores salientes como olhos de boi para tapar a cara, talvez uma baioneta e uma cartucheira (a memória vacila nestes dois pormenores) e… uma lata oblonga, fechada mas pesada, a cobrir-se de ferrugem. Um dia pusemos-lhe diante dos olhos, à mesa, aquela lata intrigante. A sorrir com a expressão de quem reencontra algo familiar, o meu pai anunciou-nos que era carne de conserva, de cavalo, ração de combate! Muitas vezes eles, combatentes por terras de França, comeram daquilo sentados no peito de um boche morto…
E estará ainda boa? Garantiu que sim, sem dúvida, e fez a prova abrindo a lata e comendo a carne logo ali. Estávamos entre 1935 e 1937, portanto uns vinte anos após o Armistício. Meu pai regressara da guerra, casara, enviuvara sem filhos e tornara a casar e até tivera tempo de se rodear de quatro rebentos, o último dos quais se espantava vendo um comestível aguentar tanto tempo sem apodrecer… E era carne de cavalo!
A memória enreda-se, entretanto, noutras memórias.
Avassalando o mundo entre 1914-1918, a Primeira Grande Guerra marcou uma viragem na história. Foi a última, lembre-se, de combate em trincheiras (e também a «última» pela garantia dada pelos políticos: a seguir, ó maravilha, o mundo iria ficar em paz!)… Apareciam os primeiros aviões, os primeiros tanques, mas os alemães já recorriam aos gases. Cheguei a conhecer em Bustos um homem que fora gaseado, sobrevivera mas com deficiência (psicomotora, parece). De qualquer modo, o mundo em geral não tornou mais a ser o mesmo.
Para «humanizar a guerra» - objectivo aliás impossível! – foi constituída a Sociedade das Nações (depois substituída e reformada como Nações Unidas). As potências vencedoras impuseram outras decisões políticas não menos determinantes, sobretudo no Médio Oriente, onde nunca mais deixaram de se fazer sentir com gravíssimos e crescentes resultados. Neste quadro surge a figura do famoso Lawrence da Arábia, o inglês que mobilizou os árabes e todos, Lawrence incluído, acabaram traídos… E faz-se lembrar o apagamento de países como a Arménia, o que empurrou para o exílio em Paris o milionário Calouste Gulbenkian, mais tarde cativado por Lisboa…
Era, afinal, a expansão mundial do automóvel e a concomitante procura do petróleo que começava a caracterizar o século XX, o século do «ouro negro», motivo contínuo de guerras e poluições várias…
Arsénio Mota
1ª GRANDE GUERRA - MOÇAMBIQUE.MUEDA. MONUMENTO.
13 de novembro de 2005
“JB” DIVULGA INFORMAÇÃO ERRADA
O lapso tem gerado alguma confusão mas já foi corrigido na edição digital do jornal. O mesmo deverá acontecer na próxima edição impressa.
BC
12 de novembro de 2005
U.D.BUSTOS - JORNADA DA SEMANA
Apoia a União Desportiva de Bustos
*
200 jovens/benjamins dão alma ao presente e garantem o futuro
(srg)
11 de novembro de 2005
1ª GUERRA MUNDIAL - 11 DE NOVEMBRO 1918 – DIA DE ARMISTÍCIO
COMBATENTES DE BUSTOS
Portugal entrou na 1ª Grande Guerra em dois tempos. A 14 de Agosto de 1914 decide organizar expedições para defesa de Angola e de Moçambique e em Março de 1917.
I
Em anterior referência à participação de “combatentes da 1ª freguesia de Bustos”[1] situei João Rei (do Cabeço) com tendo combatido em África. Com testemunho de “carte postale” escrito em 8-9-1917, Carlos Micaêlo esclarece que esteve em França, onde foi 1º cabo telegrafista. Devido aos conhecimentos técnicos adquiridos nesta especialidade, por várias vezes, “foi convidado a ir trabalhar para os Correios. O que sempre recusou”(Carlos Micaêlo). O ti João Rei, que assinava João d’Oliveira dos Reis, era pessoa de convicções republicanas. Em tempo de período eleitoral, é assediado para votar na lista situação que acita. Mais tarde, aparece um correligionário da oposição também a tentar conquistá-lo. João Rei, franco como era seu timbre, calmamente responde, ‘não posso votar nesta lista, porque já dei a minha palavra a …’. A Amizade entre estes dois interlocutores manteve-se inalterada.
II
BUSTOS E A MEMÓRIA DA 1ª GRANDE GUERRA
JACINTO DOS LOUROS ACOMPANHOU OS CORPOS DOS SOLDADOS DESCONHECIDOS
Em reunião[2] da Junta de Freguesia de Bustos foi deliberado “A JUNTA fazer-se representar pelo seu Presidente, o cidadão Jacinto Simões dos Louros no cortejo aos dois soldados desconhecidos, que deverá ter lugar no dia dez do corrente, de Leiria à Batalha” [3].
Em 6 de Abril de 1921, os corpos de dois Soldados Desconhecidos, mortos em combate, em África e na Flandres foram depositados no Mosteiro da Batalha aqui
OLIVEIRA DO BAIRRO - MONUMENTO AOS SOLDADOS MORTOS
Da iniciativa do colectivo camarário presidido pelo Dr. Manuel dos Santos Pato aprovada em sessão de 06.06.1925 a iniciativa da construção do monumento de homenagem aos que tombaram na 1ª Grande Guerra.
O jornal Alma Popular abre subscrição pública para custear o obelisco. Este foi construído pelo mestre de estatuária, António Freitas, da Mamarrosa. A inauguração prevista para o 1º de Dezembro, aconteceu em 1 de Janeiro. (a)
Na face do fuste voltada a sul está registada a perenidade dos cidadãos do concelho que, em África ou em França, derramaram o sangue na defesa de Portugal.
A praça envolvente e o obelisco ainda hoje mantêm a dignidade que os antigos lhe conferiram. O jovem Núcleo da Liga dos Combatentes de Oliveira do Bairro, por certo, irá zelar pelo embelezamento de um marco da história concelhia do tempo da 1ª República.
[1] In Hilário Costa, Memórias de um bustoense, 1984, pg.35 Combatentes em França: "Manuel Simões Mota (Guerrilhas); Manuel António Martins (Zé Luís da Póvoa); Manuel António Ferreira (Frade); António de Oliveira Crespo; Álvaro de Oliveira Canão; Manuel Reis Pedreiras. Em África: Manuel Munes Pardal; Albino Nunes Pardal; Diamantino da Silva Tarrafo; António dos Santos Silvestre (Barroco)". Nota - Provavelmente a lista está incompleta.
[3] Nesta sessão, o Dr Pato é reconhecido benemérito da freguesia: “Tendo o Cidadão Ex.mo Doutor Manoel dos Santos Pato, do lugar da Barreira de Bustos, espontânea e generosamente oferecido toda a areia precisa para a obra de ampliação do cemitério, a Junta, reconhecida por tão valioso auxílio, deliberou que na acta se consignasse um voto de agradecimento, considerando tão prestimoso Cidadão como um benemérito da freguesia; e que desta deliberação se desse conhecimento a S. Ex.ª”.
10 de novembro de 2005
AGENDA DE BUSTOS - SÓBUSTOS EM ASSEMBLEIA
Em cumprimento do estatuído, esta Instituição vai reunir os sócios em Assembleia-Geral Ordinária.
Dia - 19 Novembro 2005 (sábado)
Hora - 19H00 (em caso de necessidade processual, já está emitida a 2ª
convocatória)
Local - SOBUSTOS (Sobreiro – Bustos)
Ordem de Trabalhos:
Ponto Um – Apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o Ano 2006.
Ponto Dois – Autorização dos associados para venda de terreno.
Ponto Três – Outros assuntos de interesse.
Convocatória datada de 2 de Novembro de 2005 está assinada pelo Presidente da Assembleia Geral, Elísio Martins.
FIGURAS DAS ARTES E LETRAS NA BAIRRADA, em Livro
De consulta OBRIGATÓRIA.
Sérgio Micaelo Ferreira.
7 de novembro de 2005
DIA 19: HOMENAGEM A ARSÉNIO MOTA
No próximo dia 19, sábado, terá lugar a apresentação do livro que assinala os 50 anos de escrita de Arsénio Mota. Tal acontecerá na sequência de um almoço de “homenagem e confraternização” a realizar-se no restaurante da A.P.A.L.B, na Quinta da Queimada, em Bustos.
Carlos Braga e Sara Reis da Silva são os oradores convidados para dissertarem sobre Arsénio Mota e a sua obra, mas quem desejar falar pode aproveitar o ensejo já que o direito à palavra será extensivo a todos os presentes.
A animação estará a cargo do grupo Cantares de Bustos. Serão eles com a sua juventude e musicalidade os verdadeiros anfitriões do convívio, sendo de sublinhar que, numa significativa demonstração de bairrismo, o fazem gratuitamente.
Para participar (o almoço é democraticamente aberto a todos) basta que cada um se inscreva, pagando depois a respectiva refeição (15 Euros). Pode faze-lo directamente na A.P.A.L.B (telf: 234 754 640 – fax: 234 754 368), inscrevendo-se nas listas já disponíveis na sede da Junta de Freguesia, nos cafés Quim e Barrilito, no A.B.C, na barbearia do Carlos Alves ou através do nosso e-mail bustos@sapo.pt.
As inscrições encerram no dia 17.
TODOS POR UM…
Cinquenta anos depois da edição de “ O Canto Desconforme “Arsénio de Bustos vai sentar-se à mesa com a sua gente. Lá estarão os amigos e admiradores, lá estarão os representantes das associações culturais, desportivas e de beneficência, lá estarão os dirigentes das instituições políticas da nossa terra. Todos por um…lá estaremos.
Será o encontro de Bustos com Arsénio Mota ou, melhor dizendo, o encontro de Bustos consigo próprio. Nós e as nossas instituições!
A comissão promotora da iniciativa é integrada por:
(Por ordem alfabética)
Áurea Martins Simões – Associação Sóbustos;
Belino Costa – Notícias de Bustos;
Fernando Vieira – União Desportiva de Bustos;
João Martins Oliveira – Associação de Beneficência e Cultura;
Manuel da Conceição Pereira – Junta de Freguesia de Bustos;
Mário Belinquete – Associação Orfeão de Bustos;
Mário Reis Pedreiras – Assembleia de Freguesia.
AUTORES LITERÁRIOS LOCAIS - ANTÓNIO DOS SANTOS PATO
António Almeida Ferreira dos Santos Pato, de seu nome completo, é talvez um dos autores literários locais que menos atenção tem obtido. Dever-se-á isso à escassez do seu espólio e à modéstia intrínseca do seu génio. Ainda assim, vale a pena conhecer mais de perto este conterrâneo desaparecido.
António dos Santos Pato nasceu a 16 de Setembro de 1919 e faleceu a 16 de Abril de 1989 com 70 anos de idade. Era filho do dr. Manuel dos Santos Pato, da Barreira, Bustos, e portanto irmão do eng. Manuel dos Santos Pato, o conhecido e estimado eng. Neo. Herdou, por sinal, a casa familiar nos últimos anos habitada pela sua viúva, D. Maria Máxima Calisto.
A produção literária que se conhece de António resume-se a 37 composições líricas que remontam, ao que nos consta, a um caderno manuscrito por ele oferecido, em 1942, à sua então namorada (irmã da mulher do dr. António Vicente), com pais em Portomar, Mira. Esse caderno foi (desajeitadamente) passado a limpo e composto em computador em 1995, por um neto do autor, que lhe deu título: «Poemas do Avô». Assim nos chegou às mãos.
São, portanto, versos muito sentimentais e românticos, com evidentes marcas da época e da intenção. Escritos nos anos ’40, parecem postos em álbum de juventude a folhear com melancolia e alguma ponta de emoção. Mas que, apesar de tudo, revelam o pulsar lírico e o gosto pela poesia daquele bustuense.
António dos Santos Pato cegou de uma vista em pequeno. Era de feitio calmo e calado. Estudou aplicadamente no Instituto Industrial do Porto mas desgostou-se com as notas que lhe atribuíam, suspeitando de motivos políticos derivados do seu pai (republicano e figura grada em Bustos, da oposição a Salazar) e desistiu do curso. Um emprego no Banco de Portugal, prometido e sempre adiado, manteve-o à espera até aos 25 anos de idade. Entretanto montou oficina de galvanoplastia em Aveiro, na zona da Nª Sª das Barrocas. O negócio correu-lhe mal, pois muitos clientes «ferravam-lhe o cão». Resolveu emigrar para o Brasil (onde ingressou na Volkswagen) com a mulher e uma filha de dois anos, que por lá morreu. Veio passar férias a Portugal e, devido aos seus conhecimentos em galvanoplastia, a Sachs de Malaposta contratou-o. Manteve-se ali vários anos, mas a sorte parece que nunca lhe sorriu. Reformou-se com 58 anos e morreu doente de cancro.
Nos anos ’40 publicou diversas poesias no jornal «Alma Popular» que o pai dirigia. Terão sido as únicas que deu à imprensa em vida. Compôs a letra da cantiga de apresentação da orquestra Aliança, na qual tocava bateria e cantava por volta de 1946.
As desventuras da sua existência espelham-se no que dele podemos ler postumamente. Canta, «sofrendo sempre», a saudade, o amor e o destino, ou seja, a tristeza e os desenganos que empanam o fulgor dos dias. Transcrevemos em amostra alguns dos seus versos. – Arsénio Mota
*
Sofrendo sempre
Quisera alegre ser uma hora, um dia!
Mas para mim a vida é um tormento
Porque não pode ter nunca alegria
Quem nela só encontra sofrimento!
Desconheço a ventura, a f’licidade,
Que o destino p’ra sempre me roubou!
A vida é p’ra mim uma tempestade,
Que ao nascer contra mim se revoltou!
Bem cedo conheci a desventura,
As lágrimas, as dores, os tormentos…
Logo ao nascer a Vida foi-me escura,
E nela apenas vejo sofrimentos.
É bem cruel e triste o fado humano,
A sorte que o Destino nos fadou!
De que nos serve a Vida, triste engano,
Se vem a morte e tudo nos levou?
Quadras soltas
Diz um ditado que a gente
Vê rostos, corações não:
- E eu quisera, francamente,
Pôr o meu na tua mão.
Eu passo toda a semana
Com o domingo na mente:
Se ao domingo te não vejo,
Seis dias fico doente.
Olha que nuvens tão lindas
Como antigas caravelas,
Quem me dera andar contigo
Numa barquinha daquelas!
Já me fiz velho dez anos
Desde a hora em que te vi:
Já tenho a vista cansada
De tanto olhar para ti.
Os dias à tua beira
São momentos de alegria,
De modo que a vida inteira,
Nos teus braços era um dia.
Nunca te pude dizer
O meu amor à vontade;
Pois, diga quanto disser,
Não digo nem a metade.
Uns olhos como os teus olhos,
Inda não pude encontrar.
Vistos de noite dão Sol,
Vistos ao Sol dão Luar.
Tudo o que ti procede
Me dá celeste prazer
Até gosto do desgosto
Que sinto por te não ver.
AMADEU MOTA 45 ANOS MUSICANDO
O ‘26.01.1959’ marca o registo dos primeiros acordes de saxo de Amadeu Mota no conjunto musical ‘Os Pavões’. “O miúdo tem pinta”, teria sido a premonição de Pinhal Viúvo e de Martinho, os seus primeiros mestres.
“Naquele tempo, acontecesse o que acontecesse”, serviço encomendado, era serviço cumprido… certa vez, ao cair da noite, a caminho de Azenhas de Levira atolamos as bicicletas no lamaçal. O «Viúvo» vinha de motorizada, não nos viu, caiu na lama e rasgou a pele do bombo com o guiador. Mesmo com os fatos sujos, o conjunto actuou, só que as pancadas da percussão tiveram de ser mais fortes para tentar colmatar o efeito do rasgão.
O «dinheirinho vem à baila». Amadeu Mota sorri com os olhos e evoca: “no primeiro mês recebi seis escudos, descontadas as despesas, lembra Amadeu Mota”. Nos cantos da memória recorda a dureza do dia a dia, “entre os 13 e os 17 anos frequentei o Conservatório de Música de Aveiro. Ia de bicicleta com o seu saxo a tiracolo…”. Eram duas estiradas bem duras a puxar pela burra, a da Póvoa do Carreiro até Aveiro e a o do regresso. “Pelo caminho juntava-se um colega da Palhaça e na Quinta do Picado entravam mais quatro … ou cinco”. Às dezoito horas começavam as aulas e chegava a casa à meia-noite, quer fizesse chuva ou luar.
Em ’67, atinge o estádio de mancebo e ingressa na tropa e no ano seguinte o Amadeu Mota, já «profissional da música», cria o seu conjunto, ajudando o Mário Martins (Barroca) – acordeão electrónico; Edmundo Nogueira – saxofone e Cipriano Nunes – baterista entretanto ‘desempregados’ em consequência da extinção do seu grupo, “Eles e Elas” da Mamarrosa.
O Edmundo ainda hoje integra o conjunto AMADEU MOTA.
O Mário era o caixa. A maior fatia das receitas era aplicada na aquisição do equipamento e pouco dinheiro restava, “enfim, trabalhávamos por prazer” (Cipriano Nunes).
O Cipriano, hoje emigrante francês, aos 17 anos dá os primeiros passos de aprendizagem de baterista orientado pelo Fernando dos ‘Faraós’. Pouco tempo depois ingressa nos “Eles e Elas” e quando o grupo se desfaz, compra a bateria que foi pagando com o dinheiro que sobrava da receita dos serviços no “AMADEU MOTA”. A bateria rende-lhe 1.500$00 (?) [2] quando, em 1970, o Cipriano deixa o conjunto por não poder conciliar o horário do emprego – [trabalhava no Stand Justino, Aveiro] – com o da actividade de músico e porque a chamada para o serviço militar estava a aproximar-se.
O novel grupo musical inicialmente ensaiou ali na Rua S. João na vizinhança do Barrilito e mais tarde “na casa do avô do Mário, no Sobreiro”.
O 10.08.1968 regista o início da actividade com dois serviços: o primeiro, à tarde, no salão de Campanas e o outro na Amoreira da Gândara.
Inicialmente, o conjunto fazia-se transportar de táxi do Sr. Miguel, de Vagos – “Mais tarde, o nosso amigo Amadeu comprou uma carrinha Austin …"(Cipriano Nunes).
Ficou na história o êxito alcançado pelo conjunto na sua actuação para as tropas na festa do Quartel de Abrantes. Um dia, o 2º comandante (?) desta unidade, atraído pelo cantar do Amadeu Mota, entra na caserna e pergunta-lhe. “onde aprendeste a cantar?” O artista-cantor-soldado responde prontamente, “tenho um conjunto, meu major!”... “Foi um concerto formidável”, lembra Amadeu Mota. A partir daí o militar Amadeu Mota tinha conquistado um fã e “protector de peso”, era dos poucos que vestia à civil quando saía do quartel e não foi mobilizado para as colónias.
O regresso de Cipriano Nunes aos primórdios so conjunto está expesso no seu depoimento:
[1] - Alusivo à data, vem a lume um CD com a duração de 58 min. e 58 seg. que reúne 16 faixas em AMADEU MOTA 45 anos a cantar. Por certo o clube de fãs deste conjunto vai esgotar a edição.
[2] 7,48 €
6 de novembro de 2005
FERREIRA DA SILVA - A HOMENAGEM QUE TARDA
Com alguma persistência, é reivindicada a mais que justa Homenagem a Ferreira da Silva, só que a “petição” tem batido em ouvidos moucos. E o alvitre tem surgido de vários quadrantes de opinião. É o caso de Maria Nazaré a questionar: “… nem uma simples homenagem lhe foi feita enquanto vivo. Agora que já não se encontra entre nós, porque não atribuir o seu nome a uma rua ou pensar num busto que perpetue a sua memória?” (pg.98).
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O que eu espero, não vem (Miguel Torga)
srg
5 de novembro de 2005
ANTÓNIO VICENTE–TUNO–POETA–MÉDICO–CIDADÃO ILUSTRE
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António Vicente[1], tertuliano e poeta da “Plêiade Bairradina” era amigo do padre Acúrcio Correia da Silva, (foi médico-assistente dos “derradeiros momentos da vida do padre-poeta”), exerceu Medicina em Bustos aproximadamente durante 40 anos. Colaborou em periódicos regionais.
Tinha consultório e residência no Palacete do Visconde. Ainda se recorda a sua praxis de samaritano.
Tem cabimento, mais que justo, a recolha da sua escrita dispersa por jornais, já que a produção inédita acumulada durante anos não será possível detectar, “porque sua viúva, ao que parece, tudo decidiu destruir”[2].
António Vicente também foi perseguido pelo anterior regime. É Arsénio Mota que atesta: " O parentesco, no ambiente do regime de Salazar, não permitiu a sua aprovação em concursos que disputou para lugares do funcionalismo concelhio, apesar das altas classificações obtidas no seu curso e de ser pessoa reconhecidamente honrada."[3].
Quando chegará o momento de libertar António Vicente do escuro e pesado manto do esquecimento? …
Sérgio Micaelo Ferreira
4 de novembro de 2005
JÓ DUARTE ESTÁ DE REGRESSO
UDBUSTOS - CALVÃO [0 - 0]
Justa divisão de pontos [1]
UNIÃO DESPORTIVA DE BUSTOS - FOLHA DA SEMANA
Séniores - II Divisão - Zona Sul - [era 7º] - [LAAC - UDBUSTOS] [1-2] - [é 5º]
Júniores - II Divisão - Série D - [4º] - [ Oiã - UDBUSTOS] [2-4] - [3º]
Juvenis - II Divisão - Série F - [1º] - [...................................] [ - ] - [3º]
Iniciados - I Divisão - Zona Sul - [6º] - [Anadia - UDBUSTOS] [3-0] - [8º]
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Apoia a União Desportiva de Bustos
200 jovens/benjamins dão alma ao presente e garantem o futuro
(srg)
http://www.afaveiro.pt/ , endereço oficial da
Associação de Futebol de Aveiro
ou aqui
2 de novembro de 2005
CEMITÉRIO ENCHEU-SE
Mais uma vez o dia de Todos os Santos foi, também em Bustos, o dia dos Fiéis Defuntos. E mais uma vez o 1º de Novembro foi o dia de todos os vivos se juntarem no cemitério para recordar e chorar os seus mortos. A tarde, pardacenta e nebulosa, participou e correspondeu. A população teve ali uma reunião dir-se-ia plenária. Encheu-se todo o espaço livre de roupas escuras. Não houve necessidade de abrir os guardas-chuvas. Na cerimónia, casou-se o cheiro dos buxos com o dos crisântemos, o verde forte dos renques baixos com a garridice das diversas flores dispostas nas campas, nos jazigos e mausoléus. A procissão e depois a missa campal e alocução do padre Arlindo (com alguma deficiência no sistema sonoro) impuseram o silêncio respeitoso que assumimos perante a visão da morte. Ali entre milhares de velas acesas, pequenas chamas trémulas expostas ao vento, numa mais forte afirmação da vida…
A.M
VIDA ENTRE SEPULTURAS
Uma colecção de 41 fotografias, um olhar sobre vivos e mortos em dia de Fiéis Defuntos, neste Novembro de 2005. Basta clicar aqui ou na secção Bustos em Fotos.
BC
SITE DA CÂMARA: mudança urgente, precisa-se
Metia e mete ainda dó consultar o endereço da nossa Câmara na web (http://www.cm-ob.pt/). Lá para o fim do mandato anterior, por alturas da FIACOBA, ainda se registou alguma mudança, mas os grandes objectivos ficaram sempre por cumprir.
Nada foi disponibilizado na área do apoio ao munícipe: conteúdo das reuniões camarárias ou da assembleia municipal, planos, orçamentos, relatórios de actividades, editais, despachos de interesse para os munícipes, consulta de processos, regulamentos municipais, PDM (consultável no site que indico abaixo), discussão pública de instrumentos de intervenção urbanística, legislação mais relevante (ao menos, “links” para a mesma), formulários ou concursos, nada disto esteve alguma vez ao alcance dos cidadãos.
A estrutura e conteúdo do site mantém-se ainda hoje, com a novidade da indicação duma mensagem do novo Presidente, mas cujo conteúdo está a aguardar melhores dias. O resto são notícias atrasadas, muitas delas já com barbas.
Tem valido o site do gabinete dedicado ao planeamento e informação geográfica, de que falei aqui num trabalho de 23/7/2005; pode ser consultado em http://www.sig.cm-ob.pt/ . E aproveitem para reler esse meu texto de Julho, que esclarece muita coisa.
Esperamos que o novo executivo siga o exemplo de Coimbra, Aveiro, Águeda ou Vagos (apesar de tudo, mais esclarecedor que o nosso). Os bons exemplos (e o maus), pelo país fora, não faltam.
Aguardam-se e desejam-se grandes mudanças.