COMBATENTES DE BUSTOS
Portugal entrou na 1ª Grande Guerra em dois tempos. A 14 de Agosto de 1914 decide organizar expedições para defesa de Angola e de Moçambique e em Março de 1917.
I
Em anterior referência à participação de “combatentes da 1ª freguesia de Bustos”[1] situei João Rei (do Cabeço) com tendo combatido em África. Com testemunho de “carte postale” escrito em 8-9-1917, Carlos Micaêlo esclarece que esteve em França, onde foi 1º cabo telegrafista. Devido aos conhecimentos técnicos adquiridos nesta especialidade, por várias vezes, “foi convidado a ir trabalhar para os Correios. O que sempre recusou”(Carlos Micaêlo). O ti João Rei, que assinava João d’Oliveira dos Reis, era pessoa de convicções republicanas. Em tempo de período eleitoral, é assediado para votar na lista situação que acita. Mais tarde, aparece um correligionário da oposição também a tentar conquistá-lo. João Rei, franco como era seu timbre, calmamente responde, ‘não posso votar nesta lista, porque já dei a minha palavra a …’. A Amizade entre estes dois interlocutores manteve-se inalterada.
II
BUSTOS E A MEMÓRIA DA 1ª GRANDE GUERRA
JACINTO DOS LOUROS ACOMPANHOU OS CORPOS DOS SOLDADOS DESCONHECIDOS
Em reunião[2] da Junta de Freguesia de Bustos foi deliberado “A JUNTA fazer-se representar pelo seu Presidente, o cidadão Jacinto Simões dos Louros no cortejo aos dois soldados desconhecidos, que deverá ter lugar no dia dez do corrente, de Leiria à Batalha” [3].
Em 6 de Abril de 1921, os corpos de dois Soldados Desconhecidos, mortos em combate, em África e na Flandres foram depositados no Mosteiro da Batalha aqui
III
OLIVEIRA DO BAIRRO - MONUMENTO AOS SOLDADOS MORTOS
OLIVEIRA DO BAIRRO - MONUMENTO AOS SOLDADOS MORTOS
ALMA POPULAR ABRE SUBSCRIÇÃO PÚBLICA
Da iniciativa do colectivo camarário presidido pelo Dr. Manuel dos Santos Pato aprovada em sessão de 06.06.1925 a iniciativa da construção do monumento de homenagem aos que tombaram na 1ª Grande Guerra.
O jornal Alma Popular abre subscrição pública para custear o obelisco. Este foi construído pelo mestre de estatuária, António Freitas, da Mamarrosa. A inauguração prevista para o 1º de Dezembro, aconteceu em 1 de Janeiro. (a)
Na face do fuste voltada a sul está registada a perenidade dos cidadãos do concelho que, em África ou em França, derramaram o sangue na defesa de Portugal.
A praça envolvente e o obelisco ainda hoje mantêm a dignidade que os antigos lhe conferiram. O jovem Núcleo da Liga dos Combatentes de Oliveira do Bairro, por certo, irá zelar pelo embelezamento de um marco da história concelhia do tempo da 1ª República.
[1] In Hilário Costa, Memórias de um bustoense, 1984, pg.35 Combatentes em França: "Manuel Simões Mota (Guerrilhas); Manuel António Martins (Zé Luís da Póvoa); Manuel António Ferreira (Frade); António de Oliveira Crespo; Álvaro de Oliveira Canão; Manuel Reis Pedreiras. Em África: Manuel Munes Pardal; Albino Nunes Pardal; Diamantino da Silva Tarrafo; António dos Santos Silvestre (Barroco)". Nota - Provavelmente a lista está incompleta.
[3] Nesta sessão, o Dr Pato é reconhecido benemérito da freguesia: “Tendo o Cidadão Ex.mo Doutor Manoel dos Santos Pato, do lugar da Barreira de Bustos, espontânea e generosamente oferecido toda a areia precisa para a obra de ampliação do cemitério, a Junta, reconhecida por tão valioso auxílio, deliberou que na acta se consignasse um voto de agradecimento, considerando tão prestimoso Cidadão como um benemérito da freguesia; e que desta deliberação se desse conhecimento a S. Ex.ª”.
(a) Elementos recolhidos de Armor Pires Mota, Oliveira do Bairro - Alma e Memória, edição da Câmta Municipal de Oliveira do Bairro, 2002.
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Sérgio Micaelo Ferreira
ke lukura
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