Mais uma vez o dia de Todos os Santos foi, também em Bustos, o dia dos Fiéis Defuntos. E mais uma vez o 1º de Novembro foi o dia de todos os vivos se juntarem no cemitério para recordar e chorar os seus mortos. A tarde, pardacenta e nebulosa, participou e correspondeu. A população teve ali uma reunião dir-se-ia plenária. Encheu-se todo o espaço livre de roupas escuras. Não houve necessidade de abrir os guardas-chuvas. Na cerimónia, casou-se o cheiro dos buxos com o dos crisântemos, o verde forte dos renques baixos com a garridice das diversas flores dispostas nas campas, nos jazigos e mausoléus. A procissão e depois a missa campal e alocução do padre Arlindo (com alguma deficiência no sistema sonoro) impuseram o silêncio respeitoso que assumimos perante a visão da morte. Ali entre milhares de velas acesas, pequenas chamas trémulas expostas ao vento, numa mais forte afirmação da vida…
A.M
Registo a sensibilidade da Junta de Freguesia de Bustos ter colocado uma coroa junto ao pedúnculo, onde antigamente eram colocadas as urnas. Nas cerimónias da ‘gloriosa data de 18 de Fevereiro’, a coroa é suspensa da pirâmide situada a sul da capela do Visconde de Bustos. A Junta optou por dar mais visibilidade (?) ao escolher outro local da sua deposição. Em conversa havida com uma descendente dos pioneiros da criação da Junta de Freguesia, já lá vão alguns aniversários, a minha interlocutora sugeriu que no local da pirâmide das homenagens deveria ser erigido um monumento a honrar a memória dos que lutaram e labutaram por Bustos. A actual Junta de Freguesia ao confirmar que o espaço reservado à comemoração do ’18 de Fevereiro’ não tem dignidade para receber uma coroa do 1 de Novembro2005 deu o pontapé de saída, para que a pirâmide seja substituída por uma talha de pedra a condizer.
ResponderEliminarSérgio Micaelo Ferreira