Passou
em silêncio mais uma vez a efeméride do passamento do P. Vidal, a alma mater da
construção da «sua» igreja. Uma obra que congregou a gesta de Bustos espalhada
por todo mundo em torno de um querer que vinha desde a criação da Paróquia. Os
obstáculos a vencer surgiam como cogumelos em em Novembro. Navegando em tempo
de abstenções em direção ao tempo dos pousios do Corgo – o «rebotalho da
freguesia», para o Eng.º Neftali Sucena – vamos encontrar os povos de Bustos
entrosados na consecução do templo que
faltava à Diocese, Para além de Comissões (in)formais que iam desde o acompanhamento
sistemático da condução da obra, passando pela preparação de refeições quentes para
os trabalhadores pelos grupos de senhoras, pela angariação de Fundos onde se
destaca a correspondência local do Jornal da Bairrada (com a chancela do P.e
Vidal), o recurso da mão de obra dos
alunos da escola do Corgo para movimentarem as milhentas «garrafas» destinadas
ao assentamento da arcada, e para desempenharem outros serviços … não pode continuar
no esquecimento o contributo do Eng.º Santos Pato (Néu, para os bustuenses de
então), líder apaixonado de uma equipa dedicada que ajudou a edificar uma obra
que tem ajudado a engrandecer Bustos. Entre as placas alusivas a «melhorias»
realizadas no condomínio da igreja, não se encontra a mais pequena referência
ao Eng.º Santos Pato (Néu). Talvez por ter ajudado a resolver problemas
intrincados e por feito gratuitamente. o seu trabalho.
Futura Igreja de Bustos - o último arco foi desenhado por José Maria Dias. foto Rosa Vieira. |
Por
mais calendários que passem, o Padre Vidal e o Eng.º Santos Pato estão e
estarão indissociavelmente ligados ao edifício-igreja, mesmo para os que não
admirem a sua arquitetura.
Igreja de Bustos - uma vista à moderna |
“A conceção do espaço do edifício-Igreja é
convergente em todos os sentidos sobre o Altar. A razão desta convergência é
ajudar o Cristão a encontrar mais facilmente o lugar onde Deus é evocado ou
encontrar a sua presença.”
(Arq.
Rocha Carneiro, recolhas)
“E, agora, já que
estamos a falar de colaboradores, não
posso esquecer o sr. Sargento Mário Martins, actualmente em serviço em Angola,
a quem devo o emprego dos fusos cerâmicos, que tão linda fizeram a igreja, e a
Empresa Neo-Cerâmica do Tramagal, que ajudou os trabalhos e cálculos e nos
mandou logo o material e um técnico, embora só agora vá receber o respectivo
pagamento.”…
[A Nova
Igreja de Bustos – uma premente necessidade vai ser uma consoladora realidade]
(excerto
da entrevista dada pelo falecido Padre Vidal, ex-pároco de Bustos, ao Jornal de
Notícias de 29.1.1964)
Conceberam a forma do edifício-igreja de Bustos aqui |
O
desenho técnico do último arco da igreja foi da responsabilidade de José Maria
Dias, colaborador do Gabinete Técnico do Eng. Santos Pato. O engenheiro estava
impedido de completar o trabalho por ter sido preso pela PIDE.
José
Maria Dias também merece ser reconhecido e incluído no grupo de artistas que
ajudaram a conceber a obra.
Igreja de Bustos - foto aérea de Cipriano Nunes. pilotado pelo Álvaro. |
Uma
lembrança para os «operários»: Padre Vidal, Silvério Pedreiras, Mário Pinto e
Mário Nunes (entre outros) que realizaram as obras de canalização da vala que "drenava" as águas do lavadouro - na foto aérea de Cipriano Nunes - que
atravessa o território da igreja. Aqui
Nota: cada
vez mais se sente a falta a divulgação de dados oficiais à volta da construção doedifício-igreja
de Bustos. Há especialistas. Haja disponibilidade com vontade.
sérgio micaelo
ferreira.
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