27 de maio de 2014

GUARDIÃOS ou GUARDIÕES DOS SABORES: contributo para a sua história

Ninguém sabe ao certo onde pára o assento de nascimento dos Guardiões ou Guardiães dos Sabores que recentemente passou a ter a sua página no Facebook
Sem acesso a esse assento, subsistem compreensíveis dúvidas sobre a data de tão feliz evento.
Mau grado tal incerteza ou indiferença, já não subsistem dúvidas é quanto à paternidade dos Guardiãos. 
- Quem é o pai do engrupado jovem? [perguntarão vocês].
- Respondo do alto da minha certeza científica: 
Tudo nasceu da mente desmesuradamente conservacionista do Milton Costa.
- Bem conhecida sempre foi e continua a ser a data do 1º encontro solene dos GUARDIÃOS, essa espécie de baptismo de fogo do maçarico atirado às feras: 11 de dezembro de 2006.

Está tudo lá explicadinho, qual livrinho vermelho do Mao Tsé Tung do tempo da Revolução Cultural Chinesa. É só seguir as instruções e quem o não fizer vai fazer trabalhos forçados, não sem antes também enfiar o barrete de mau aluno dos nossos tempos de escola primária salazarenta.  

Aproveito para dar nota de que, antes do parto feliz e como famosíssimo investigador que é da fauna microbiana dita extremófila, o Milton [se nasceu ou não "Prof. Dr.", deixo em branco, ao vosso respeitável critério] fez um persistente e incansável (1) trabalho de casa, de heurística ou recolha dos meios de prova, o que em muito contribuiu para que o ato da concepção ou coito pude ser consumado, isto é, não interrompido.

Estou a falar do participativo coito (do tipo "todos ao molho e fé em Deus") que teve lugar no dia 26 de novembro do mesmo ano, na adega do muito saudoso pai deste vosso humilde escriba, a Adega do Ti Manuel Joaquim.
Regista-se também, entre outros, o encontro/homenagem ao Manuel Simões Figueiredo (Fabiano), também promovido pelo Milton no dia 11 de Novembro do mesmo ano de 2006 e testemunhado no Barrilito.
Para o Milton, ele mesmo, o ódio visceral que sempre nutriu pela chamada febre do asfalto, sobretudo a de tendência cavaquista/socrática, tinha de ser levado mais longe.
Sob o lema “Lutar, vencer, o asfalto é para derreter”, o Milton deu o 1º passo em frente: avançar para a heurística ou busca das raízes gastronómicas deste rincão da Bairrada. Seguiu-se o 2º passo: a hermenêutica ou interpretação das tradições gastronómicas entretanto recolhidas.
Sempre sob a égide dele e guiado, sempre, mas sempre, pelo incansável guardião Agostinho do Barrilito, aqueles dois pequenos passos resultaram na constituição dum grupo de GUARDIÃOS DOS SABORES que ultrapassa a vintena de membros residentes, se não mais.
Por estranho que possa parecer, nunca consegui contá-los, o que julgo dever-se ao facto de não estarem quietos quando procuro retratá-los no retrato da moldura (estou a citar de cor o Eugénio de Andrade no seu poema à mãe).Duas realidades demográficas valorizam o objeto social: 
1ª- A maioria de nós vive em Bustos e arredores;
2^- Alguns dentre nós têm raízes nas Beiras mais interiores, alforge de sabores divinos.
O divino Mestre mirando os assados da deliciosa vitela dos pastos de Lafões e terras ao redor; - Local de culto: casa do Carlos Leite, da Zélia do Canão, ali na Rua Dr. Gregório Hernandez, na Picada de Bustos; - Data: 12/03/2006.
Deixem-me colocar um ponto de ordem à mesa: os Guardiãos têm mais que fazer do que organizarem-se como associação. A razão é simples e linear:
Como experimentado e sabidolas consultor jurídico dos guardadores-dos-bons-sabores-de-sempre, farto de burocracia até ao tutano, bem como da diarreia legislativa, incompetência e indiferença dos agentes judiciários que assolam um país que o Dr. Marinho Pinto tanto odeia, decretei alto e bom som aos confrades:
- Não há órgãos sociais!:
- Somos todos presidentes, vice-presidentes, tesoureiros, fiscais e vogais! 
- Com uma excepção: 
- O Agostinho d' O Barrilito visto do céu fica celestialmente eleito secretário residente e guardião-mor do sagrado livro de atas, para todo o sempre ámen!!
Palavra do Senhor.


Finalmente e para passarem a (re)conhecer melhor as berças de todos nós, recomendo uma busca mais aprofundada aos que já estão cá dentro deste jornal de parede que tanto se empenha em preservar as nossas RAIZES. 
Aos que ainda estão lá fora, é só bater à porta do conhecido domínio desta casa e entrar, sem cerimónias nem parcimónias. 
Em cima, no canto superior esquerdo desta página, está um convite que vos é destinado: 
Tem forma retangular e está em branco, com o claro propósito de vos convidar a escrever no dito espaço palavras como “guardiãos”, “guardiães”, “leitão”, “chanfana”, “charro de par”, “raiz”, “raízes”, ou até “piripiri”. 
Ao nível da palavra, tudo serve, desde que nos conduza à mesa solene dos bons sabores de antanho e que queremos ressuscitar, como aconteceu ao Cristo Judeu que o Milton conhece melhor que o Papa Francisco, que o rapaz é um alforge de cultura, em especial do cristianismo que ele não segue mas ensina como um Mestre. 
A imaginação é o limite.
E sejam bem servidos.
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(1) Até fora da comunidade científica - nomeadamente no Tabuaço e na Santa Catarina - é sabido que o Prof. Dr. Milton Costa nunca tirou férias.

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