Os anos de Coimbra (1939- 45) valeram ao jovem Jorge Nelson Simões Micaelo bem mais do que o curso de medicina. No convívio estudantil ele descobriu a importância do associativismo e o prazer do canto. “Orfeonista e futebolista”, nos dizeres do livro de fim de curso que hoje aproveitamos para aqui recordar:
Jorge Simões Micaelo
Nem é loiro nem moreno,
Desde a pele à côr do pêlo,
Todo ele é caroteno.
É menos magro que gordo,
Nem é baixo, nem é alto;
Canta, assobia e ao falar,
O “R” tem um ressalto.
Tem processos infalíveis
P’ra nos fazer afinar;
Certos ditos, certas graças
Tudo só… p’ra chatear.
No cinema, às matinées
Sempre escolhe as vizinhanças:
Umas lindas outras feias
Umas bravas…outras mansas.
É orfeonista e futebolista
Uma boa peça…
Menina, aqui para nós:
- Interessa?
Ao velho “Almirante” com um abraço oferece
Ramos Lopes
É de Bustos. Da Bairrada
Este doutor;
Mas nada de embusteiro,
Sem favor;
É franco, bom rapaz e com piada,
Falador
Mas desde que o conheço, com artes de matreiro
Nas lides do amor.
…………………
Perguntas de t’aceita, Japonesa?
Faz já o enxoval, prepara as bodas!
Gosta muito de ti, tenho a certeza,
Pois que ele afinal…gosta de todas.
Ao Micaelo do Trafalgar
Oferece o colega e amigo
José Maria Atentista
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