4 de janeiro de 2006

2005: O ANO DE DUAS MULHERES

O ano findo assinalou a afirmação política de duas mulheres, Laura Pires e Leontina Novo, o que é obra de vulto neste concelho tradicionalmente dominado pelos homens.
Laura Pires conseguiu conquistar a concelhia do PSD, fazer da festa do casamento uma demonstração de força política, escolher o candidato à presidência do Município e ganhar a eleição. Terminou o ano como vereadora da cultura. Um ano perfeito!
O mais difícil está para acontecer, fazer obra, animar o periclitante ser. Talvez fosse aconselhável (é só uma ideia), que a nova vereadora promovesse uma reflexão sobre a dinâmica cultural do nosso concelho. Seria útil compreender esta nossa existência cultural, cívica, desportiva e recreativa disseminada por vários pólos que não se atraem.... Tudo porque não há uma centralidade forte que os una ou dinamize, o que decorre do facto de Oliveira do Bairro não ser verdadeiramente uma cidade. Não porque lhe faltem prédios, semáforos ou rotundas, mas porque não tem massa crítica.

Leontina Novo começou o ano como vereadora da cultura do elenco camarário presidido por Acílio Gala (CDS). Viu os seus méritos políticos reconhecidos quando os seus pares a escolheram como a candidata do partido para disputar a presidência da autarquia. Os mais cínicos dizem ter-se tratado de artimanha masculina (tresandava a fim de ciclo político), pois o repto era muito difícil e exigente. Leontina não virou a cara, foi à luta de peito aberto, sem recusar qualquer desafio. Foi incansável, perdeu a eleição mas ninguém lhe poder apontar a mínima culpa. Passou pela derrota com igual dignidade, continuou activa e sempre presente (como fez na homenagem a Arsénio Mota), mostrando que o seu empenho político, a sua luta cívica vão muito para lá de uma mera eleição. E que não é desonra estar na oposição.

Laura Pires e Leontina Novo, duas mulheres que marcaram o ano, dois nomes que ficarão associados ao fim do domínio masculino na política regional. Que o seu exemplo frutifique em 2006!

BC

11 comentários:

  1. Este Belino trouxe os corações ao blogue.
    Vamos a elas, que se faz tarde!!
    No entretanto, aqui vos deixo um pouco da minha costela anarquista, :
    "Olha a Maria da Fonte,
    Que é uma mulher como as mais.
    Trás uma espada à cintura,
    Para matar os Cabrais !"
    *
    [extraído do hino da Maria da Fonte]

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  2. Desculpem lá o incómodo, mas já me esquecia de invocar aqui o meu texto, "Líder Concelhia do PSD casa em Família"; saiu aqui no blogue a 17/7 (com uma achega do BC) e deu-me um gozo especial fazê-lo, antes de mais pela costela bustuense e "airista" da agora Sra. Vereadora.
    Pois: o texto foi pela nobre causa dessa dupla costela...
    Mas foi-o também porque a Laura Aires Pires é um valor acrescentado à semi-pasmaceira reinante até há pouco.

    Isto tem mesmo que mudar!
    Nem que o noticiasdebustos suborne a Vereadora da esquerda, a qual, como bem revela a foto, destronou a Vereadora da direita...

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  3. Anónimo15:43

    Bem observado. E na hora da vitória de uma é justo invocar-se o mérito da derrotada. Esta análise ajudou-me a compreender que perder uma eleição pode ser quase tão relevante quanto ganha-la. E concordo que as mulheres fazem falta à politica ( como no resto).
    Parabéns a elas e ao blog.

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  4. Anónimo07:45

    Desde o jornalista aos comentadores, todos vocês tocam muito bem violino e devem ter gostado muitíssimo do repasto da bôda da jovem advogada, para agora virem tecer loias à mesma. Mas por ventura já se terão esquecido do golpe palaciano que a mesma provocou na concelhia com a ajuda do ganda noia? Cuidado com o queijo que comem

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  5. Podemos tocar bem o tal violino, mas cada um de nós se sente livre para discordar da partitura, que cartilha ensaiada é coisa que nunca gostámos desde criancitas.
    Quanto a golpes palacianos, cada um vive com os fantasmos do seu.
    E mais não digo, que até amo os da outra banda (de música?), por muito desafinados que andem dos instrumentos...

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  6. Anónimo17:09

    Antes que se esqueça, e porque o ano ainda agora começou, será melhor ir lembrando o Oscar De Bustos que no "2006: O ANO DE TRÊS MULHERES", deve, para além da Drª Leontina Novo e da Drª Laura Pires, ser feita elogiosa referência à camionista Elizabete Jacinto.
    Como se sabe, é uma participante no Lisboa - Dakar e o seu desempenho nessa prova é digno de grande registo:
    2 de Janeiro (3ª etapa, 1ª em África) - 22ª na etapa, subiu a 53ª na geral (dos camiões, bem entendido)
    3 de Janeiro - 18ª na etapa, subiu a 42ª na geral
    4 de Janeiro - 15ª na etapa, subiu a 39ª na geral
    5 de Janeiro - 18ª na etapa, subiu a 34ª na geral
    Ou seja, não fôra o azar que teve nas etapas portuguesas e estava hoje nos 20 ou mesmo 15 primeiros camiões. O que acho que nem ela própria esperava. Mais, se considerarmos o esforço físico necessário, o esforço mental necessário e a perícia necessária a estas classificações, e se lhe juntarmos que ela guia um camião inferior em potência e preparação à maioria dos demais em prova, eu diria que isto é verdadeiramente extraordinário!

    PS - não achem estranha a inclusão desta personalidade no NOTICIAS DE BUSTOS: é que apesar de ela não ter nada a ver com Bustos, e nem sequer ter nenhuma costela de Bustos, já comentou em off, nas boxes da grande maratona automobilística, que o local onde, até hoje, comeu o melhor leitão, foi num restaurante de Bustos; e isso é mais do que bastante para passar a ser digna de encómios e venerações, não é verdade?

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  7. Quando eu era pequenino queria ser "guiador de camionetas".
    Se tivesse seguido esse desejo seria agora pendura da Elisabete Jacinto, que parece boa companhia.
    O mal deste país é dar pouca importância ao mulherio. A malta é só talibans, a começar pelo Milton.
    Vê-se logo que sou pelas quotas (de pesca) bem distribuidinhas, que o peixe da nossa costa é do melhor que há, sobretudo no "Maré Cheia", em Aveiro.
    Viva a pescadinha de rabo na boca!!

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  8. Anónimo22:20

    Caros Anónimos:

    Ó vozes ocultas falem sem medo, digam, critiquem, ironizem. E façam da vossa vida anónima uma forma de estar.
    Ganda Noia!!!!!

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  9. Vamos à luta, o anónimos, que o que é preciso é animar a malta.
    O blogue de bustos gosta de maré cheia...

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  10. Anónimo03:40

    oscar de bustos... será o mesmo que foi casado com a Ana e a Dorinda e agora está com a Milú... ehehhehehehe

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  11. O mulherio precisa que nos multipliquemos.
    Uma espécie de milagre dos pães, agora que a religião assolou os nossos corações...

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