27 de dezembro de 2005

TODA A VERDADE SOBRE O MENINO JESUS

[…ou de como o Milton conheceu o Menino Jesus]

O Menino Jesus (MJ) mora perto do S. João do Sobreiro e é vizinho do Milton Costa (MC). No tempo em que o MC andava na escola de Bustos o MJ ainda não morava no S. João; mas isso foi antes de Cristo, ou como agora parece que se diz, “Antes da era Comum”. Cheira-me que esta denominação foi instituída pelos amaricanos e o MC até sabe da poda porque andou a estudar para cientista na terra deles.
Aliás e por esta altura do ano, o MC costuma ir comigo ao Portinho podar vergueiros e depois trazemos as vergas em molho para a minha casa agarradas à parte exterior da porta do carro dele. O Milton conhece bem o Portinho, sobretudo na parte que toca à vinha (e não só) do Manuel Joaquim, que vai fazer um ano se sentou à esquerda do Pai do Menino Jesus.
A história do carro justifica-se porque agora os tempos são outros: ambos temos viatura (movida a “óleo de rocha” do Asterix) e eu até tenho um tractor.
É triste, mas já não há carros de bois, que isso foi transporte da era de “Antes do IBEC”, ou seja, de antes da era da Ideia do Bairro Económico do Cabeço. Ouvi dizer que amanhã à noite vai começar a era da Nova Ideia do Bairro Económico. Estas ideias todas fazem-me lembrar os planos quinquenais do tempo do Estaline, enquadrados naquilo que os camaradas chamavam NEP ou Nova Política Económica. Parece que é isso que vai nascer na terra: uma Nova Ideia de Bustos.

Voltando à parábola da verdade sobre o MJ…
Na tarde da consoada, o Palácio e Quinta da Bacalhoa (1) que eu ofereci em livro e vinho ao MC, desfizeram um mito, que era o de todos pensarmos que o MC sabia tudo (2).
Lá saber, sabia.
O que ele não sabia era o que era “ir ao treino”.

Acontece que tivemos de sair à pressa de minha casa, mal acabara de lhe ofertar o fabuloso livro/garrafeira do Palácio e Quinta da Bacalhoa e de receber dele outro livro, este sobre Hugo Pratt e o seu famoso personagem de banda desenhada, o Corto Maltese.
Anda depressa, antes que os “colegas” debandem para a ceia da consoada!
Palavras do Senhor (sim, dele, do MC!).
E lá fomos ao sacro sacrifício do Barrilito, não fosse o Santo Agostinho fechar as portas do céu sem nos dizer patavina ou, pior que isso, sem pedir licença ao Menino Jesus.

E foi aí, ó meus, de pé, junto ao altar que os amaricanos apelidaram de “snack-bar”, que o MC me confessou a sua ignorância: uns dias antes calhou de encontrar o Menino Jesus no centro de Bustos, que lhe perguntou se ele ia ao treino naquele dia.
Ao treino? - questiona MC...
Sim, ao treino, responde-lhe o Menino Jesus...
MC não entendia, estava confuso, aquelas palavras do Senhor não constavam do seu vocabulário e, que se lembrasse, não vinham nos livros científicos que ele tão bem dominava; nem as vislumbrava nos canhenhos de História, Arte ou Literatura; tão pouco as escutou ao longo da sua vida de peregrino e viandante.
Ó Dr. - atalhou gozoso o MJ - que diabo, estou a perguntar-lhe se vai hoje ao Barrilito!!
E foi então que se fez luz no espírito de MC.
Que vergonha! - confessou-me ele no lugar sagrado. E continuou: “Eu que julgava ser sábio e até me interesso tanto pelos assuntos da UDB, afinal não sabia o que era “ir ao treino”!
Moral da História:
No próximo Natal vou oferecer-lhe um curso intensivo de treinador de futebol!
E mais não diz o
oscardebustos
*
- PS (salvo seja), em jeito de aviso aos crentes: o Menino Jesus é Amândio de sua graça. Que se saiba não vai à missa e muito menos à catequese, embora raras vezes falte às homilias do Santo Agostinho. Em verdade vos digo: fica-lhe em caminho…
- PPS: para dissipar dúvidas, é favor lerem o famoso artigo científico do prof. MC, aqui dado à estampa no passado dia 15 sob o título “O Barrilito visto do céu”
*
Notas:
(1) Palácio e Quinta da Bacalhoa: http://www.azeitao.net/quintas/bacalhoa.htm
(2) A modos do Filipe Segundo, que tinha tudo o que queria...menos um fecho éclair, como poetou o António Gedeão, aliás, Rómulo de Carvalho, professor e autor dum manual escolar do meu tempo do liceu, salvo erro de ciências físico-químicas.

2 comentários:

  1. Anónimo17:21

    A história que o Oscar conta é, de facto, verdadeira (apesar de alguma liberdade artística). Fui abordado pelo Sr. Amândia Ferreira que me perguntou se ia nesse dia ao treino. Não percebi o que ele queria dizer até que me explicou que ir ao treino queria dizer ir ao Barrilito num fim de tarde beber um copo.
    É uma história que não ficará na história política de Bustos, onde só aparecem acontecimentos de grande valor da era "pós-colombiana", nem será narrada nos livros dos intelectuais da região, mas é uma história do povo e acrediatem que existem deliciosas histórias do povo de Bustos.
    Milton Costa

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  2. Conheço um microbiliologista de renome mundial que é um bom conversador, mas que gosta de esconder os seus micróbios...
    *
    Ó Belino tira daqui o hispo-amaricano "eduardmartinez9454" e manda-o...para a terra dele!!
    Estou farto de satélites-espiões!
    Que saudades do tempo da minha querida G-3 e da minha faca de mato especial de corrida!!

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