22 de dezembro de 2005

SOLSTÍCIO, du BOCAGE & BARRILITO

Ainda está fresca a visita relâmpago do solstício do frio.
Por estas bandas, o Sol esticou a noite o mais que pôde. Nada de estranhar. Felizmente.
A mãe-Terra partiu para a enésima viagem de retorno ao solstício do Verão. Houve festa partilhada entre a luz do Sol e a da Lua.
Enquanto o Sol anda a pôr achas na fogueira lá para as bandas do trópico de Capricórnio, por aqui, Manuel Maria du Bocage – o Elmano Sadino – recusou-se a participar na comemoração dos duzentos anos da sua partida (15.09.1765 – 21.12.1805). Continua a ser um modelo de irreverência, libertinagem. Poeta repentista viveu convicto de ter a liberdade de pensar e de amar.
Poetou para conviver, e como tal, nada melhor para celebrar o poeta do que ser lembrado por distintos confrades d’O Barriltito’.
Sugiro que o distinto du Bocage seja alcandorado à categoria de confrade benemérito de O Barrilito, mas que não traga custos para o distinto Agostinho.
Tal a acontecer (du Bocage ser aceite distinto Benemérito), será provável que aumente exponencialmente o ocasional turismo do grande triângulo estratégico de Bustos ("Praça Vermelha", O Barrilito, SubMundo - a ordem é quase arbitrária).


Novo calendário está a surgir carreado de promessas, alegrias, promessas, festanças, promessas, amores, promessas, desemprego, promessas, doenças, promessas, miséria, promessas, arbitrariedades, promessas, exclusão, promessas, fome, promessas, campo de futebol, promessas, bairro do cabeço, promessas biblioteca, promessas, espaços verdes, …

Haja Boas Festas adornadas com luz na mente, calor no coração e 2006 solidário.

Sérgio Micaelo Ferreira

2 comentários:

  1. Anónimo17:32

    Apendi há muito a não desejar um Bom Natal a muitas pessoas, porque lido com gente que não têm sensibilidade pelo Natal. Desejar Bom Natal a um Chinês (da China ou de Taiwan) passa despercebido. O mesmo diz respeito aos meus amigos Japaneses. Os amigos Muculmanos não gostam e os amigos Israelitas odeiam mesmo que se fale no Natal. No evangelho de S. João fala-se muito dos Judeus; os Judeus levaram Jesus para o cárcere, os Judeus pediram a Pilatos para o condenarem; os Judeus foram culpados da morte de Jesus. Enfim, este Evangelho foi escrito por alguém que não era Judeu ou que odiava a sua própria cultura e antiga religião. Claro que Jesus era Judeu. Era aparentemente descendente de David, foi circuncidado, foi à sinagoga e foi ao Templo em Jerusálem. Os Judeus foram perseguidos durante 2000 anos por serem acusados de "matar" Jesus e por isso compreendo que até os descendentes ateus de pessoas Judaicas, não gostem muito de ouvir falar em Natal. Os Judeus ou Cripto-Judeus Portugueses lembram-se das fogueiras com que a Inquisção os purificava. Os Cristãos desde sempre esqueceram que a morte de Jesus foi necessária (de facto, ordenada) para Jesus poder ser Cristo. Doutra forma morria velho ou de alguma doença e nunca mais se falava nele. Por isso, os Cristãos até deviam agradecer aos Judeus por aquilo que supostamente fizeram a Jesus de Nazaré, porque assim têm o seu Redentor.

    Aprendi há tempos que agora já não de diz Antes de Cristo ou depois de Cristo para datar acontecimentos históricos, mas diz-se sim Antes da Era Comum ou Depois da Era Comum. É necessário não ofender Judeus, Muçulmanos, Budistas ou Indus. E acho bem.
    Acho também bem que o Sérgio fale do Solstício (a ligação com a suposta data do nascimento de Jesus preconizada por Dyonisius Exiguus é óbvia para todos) e do Ano Novo à Romana que não ofende os leitures porventura Judeus, Muçulmanos, Budistas ou Árabes.
    Não concordo em tornar Bocage confrade benemérito do Barrilito. Temos muitos "colegas" (como o meu pai e outros dos seus amigos tratavam as pessoas que bebiam, de vez enquando, um copo a mais)em Bustos e esses devem ser eleitos Colegas Beneméritos.
    Boas Festas para todos (ou quase todos)
    Milton Costa

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  2. Não tenho a cultura do Milton, a quem o Ti Hilário dispensou da catequese, o que lhe fez sobrar tempo para estudar a Judeia e a vizinha Mesopotâmia.
    Pela minha parte, lá fui tendo que ir à odiosa catequese, onde aprendi a ser rebelde e recalcitrante. Ainda hoje continuo a fazer gazeta às aulas de catequese e, nas raras vezes que têm o azar de me apanhar lá, costumo ser do contra. Qualquer dia o grande chefe tira-me o cartão ou então sou eu que me desfilio. Vidas...
    Mas tenho de confessar que me ficou da catequese a apetência pela história de que tanto gostei no 6º ano do Colégio Nacional de Anadia (1965?). Quanto à Jerusalém que os judeus surripiaram aos palestinos, conheci-a melhor através da “Odisseia de Asterix”, edição da Livraria Bertrand, numa altura em que já era pai das minhas filhas e ainda estavam fresquinhas as minhas memórias da merda da guerra colonial.
    Não esqueço os impagáveis Asterix e Obelix depois de saírem de Jerusalém disfarçados de árabes do deserto, com o precioso “óleo de rocha” conseguido à custa dumas tareias nos romanos que então dominavam a cidade.
    Foi o melhor sítio para ficar ainda mais baralhado com as guerras entre sumérios, acadianos, hititas, assírios, medos e caldeus.
    Ah, o Asterix e o Obelix deram-lhes a volta, mesmo que tenham derramado no mar o 1º petróleo da história. Afinal, o óleo de rocha não era preciso na pequena aldeia gaulesa.
    Por causa do mesmo óleo de rocha os americanos decidiram ocupar a Mesopotâmia da 1ª grande civilização que o mundo conheceu.
    Estou a pensar em juntar-me aos heróis da pequena aldeia gaulesa. Juntos, era um ver se t'avias a desancar nos lorpas dos romanos do séc. XXI. Ainda por cima não passam duma imitação imbecil dos romanos da era do Asterix.

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