Sinto um orgulho profundo por esses portugueses que correram o mundo em busca de um futuro melhor. Admiro a coragem, a força, o empenho, e a luta de gerações de emigrantes. Hoje, dia em que um deles, Joaquim da Rocha Brites, completa 89 anos, cheios de força e boa disposição, aproveito para homenagear um brasileiro de Bustos, um português do Brasil.
Esta é a breve história de um rapaz que nasceu no lugar do Cabeço, freguesia de Bustos. Naquele dia, 12 de Janeiro de 1922, Clementina Simões dos Reis deu à luz um menino para alegria e orgulho do pai, João Maria da Rocha Brites. Era quinta-feira, tendo a criança recebido o nome de Joaquim Francisco Pedreiras.
Portugal vivia tempos de grande crise, circunstância que terá ajudado à falência paternal que viu propriedades e bens serem vendidos em hasta pública. Valeram-lhe os avós nesse tempo de amargura e penúria. Primeiro abrigou-se em casa da avó, no Tabuaço depois, por volta de 1934, foi viver com o avô, António da Rocha Brites, no lugar das Cabecinhas, freguesia do Calvão.
O Astúrias num postal da época
Corria o ano de 1936 quando uma carta vinda do Brasil veio mudar a vida do nosso Joaquim, abrindo-lhes as portas de um novo país, um outro futuro. Com 13 anos, os olhos arregalados de espanto, entrou em Lisboa, num barco chamado Astúrias, e onze dias depois aportava a Santos deixando para trás um continente que em breve seria dilacerado por uma guerra insana.
Foi o mudar de vida, o mudar de sorte, o mudar de nome.
A carta de chamada estava assinada pelo tio, Adelino da Rocha Brites, homem de visão, agricultor e empresário que começou por mandar o rapaz fazer os estudos essenciais, primeiro a escola primária depois o curso de contabilidade.
O estudo e o trabalho levam-no a administrar os negócios familiares, dando início a uma carreira de gestor que, entre 1945 e 1960, o levou gerir as actividades da associação de agricultores que, na cidade de Santos, tratava da recolha e exportação das bananas para o mercado internacional.
Veio o casamento com Deolinda Brites, vieram três filhos, Sérgio, Eduardo e Pedro. Abriram-se as grandes avenidas da vida.
Explora as primeiras fazendas, dedica-se à produção e exportação de bananas, faz fortuna.
Já lá vai o tempo de colheitas que ultrapassavam as 50 mil caixas, mas continua ligado à paixão dos bananais. Ligado a muitas paixões, à paixão pela família, pelos amigos, pelas coisas boas e saborosas desta vida. Continua ligado a Portugal e a Bustos, visitando-nos constantemente. Joaquim da Rocha Brites é bem mais do que um exemplo, é uma força da natureza. Quem nas vésperas de cumprir 89 anos se mete numa casca de nós e enfrenta durante horas a dureza do mar, só pelo prazer de uma pescaria, é seguramente um caso de estudo. Um caso de espanto!
Belino Costa
ELE É UM GRANDE TORCEDOR DA AMADA E QUERIDA PORTUGUESA SANTISTA BRIOSA SEMPRE BRIOSA PARABÉNS BRITES
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