Hoje, os alunos do IPSB (Instituto de Promoção Social da Bairrada/Colégio Frei Gil) vão impedir o acesso às aulas, como forma de protesto pela medida do Ministério de Educação em cortar 30% nos subsídios de apoio ao ensino particular.
A revolucionária iniciativa decorre da decisão tomada na passada 6ª feira numa assembleia de pais presidida e conduzida pela Associação de Pais do IPSB. Foram centenas os pais presentes. Se saíram de lá suficientemente esclarecidos, já é outra história.
Que importa?
Quem não deseja que os seus filhos estudem no IPSB, a custos idênticos aos do ensino oficial?
Quem não prefere a personalização do ensino, a proximidade, a sensação de que, naquele momento mil vezes repetido ao aproximar apressado das 8H30, a nossa Família se prolonga portas adentro do nosso querido IPSB?
Entretanto, os professores demarcaram-se da iniciativa e optaram pelo diálogo com o governo.
As lutas ganham-se ou perdem-se se as soubermos defender, se estribarmos bem todos os passos dessa luta. Se a soubermos legitimar e defender nos locais próprios.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 533/80, de 21 de Novembro, o Estado propôs-se celebrar contratos de associação com estabelecimentos de ensino particular localizados "em áreas carecidas de escolas públicas", contratos esses que se foram traduzindo na concessão de subsídios e outros benefícios.
Decorridos 30 anos tais carências desapareceram ou são residuais, o que levou o governo a alterar as regras de financiamento por via do DL n.º 138-C/2010, de 28 de Dezembro, regulamentado no dia seguinte pela Portaria n.º 1324-A/2010.
Ficam no ar muitas questões:
- Será adequado e justo o actual financiamento do Estado aos estabelecimentos de ensino particular localizados em áreas onde a oferta pública ainda não foi completada?
- E nas áreas onde a oferta pública está garantida, é de manter o financiamento?
- Cabe ou não ao Estado financiar o ensino em condições de igualdade, seja ele público ou privado?
- Face à redução de alunos no ensino público, deve o Estado emagrecer os seus quadros, preservando-se os do ensino particular, ainda que à custa do financiamento estatal?
Entretanto, na área da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro) o ensino público estará a perder 2.000 alunos/ano.
Já que a revolução está na rua, vale a pena citar Vladimir Ilitch Lenine:
- Que fazer?
- Que fazer?
Oscar Santos
A meu ver não faz sentido que seja o Estado a pagar o ensino Privado. Pois se é privado , os privados que o paguem, que os meus filhos andam na escola pública.
ResponderEliminarTodos querem comer à custa do orçamento e depois acusam o Estado de não parar de crescer. Larguem a teta e deixe-se de tretas.
Uma nota apenas ao comentário anterior! Penso que deverá de deixar de estar no anonimato e identificar-se!
ResponderEliminarDecerto que não passou pelo IPSB ( até secalhar passou, mas já se esqueceu..... a memória é curta). O ensino nesta instituição prima pela qualidade ( formação adequada, um saber estar incrível por parte dos alunos, colaborações com o meio que os envolve, participações desportivas que muito nos orgulham..... não têm piscina!) por isso vamos defende-lo!
Uma pergunta muito simples: quanto foi o corte nas escolas públicas e qual o corte nas escolas privadas ( será um atestado de incompetência ao sector público?)? será uma prova que afinal o estado deveria colocar como exemplo estas escolas?
Um abraço a todos os Pais do IPSB - lutem pois a escola dos Vossos filhos é para ricos e para pobres e olhem que com dois filhos no 2º ciclo não é fácil e ainda depois ter de os deslocar de Bustos para Oiã e Oliveira do Bairro onde a lotação não alberga com todos não será fácil!!!!
Carlos Marques
Totalmente de acordo! Estranho é que sejam os alunos a protestar e não os professores que ao que parece já levaram com um corte de 20% nos ordenados e parece que se segue um corte no subsídio de refeição...
ResponderEliminarSou a favor das manifestações e que a polícia as reprima à bastonada. Desde que acabou o Big Brother que a TV anda sem jeito nenhum. A ver se as coisas animam daqui para a frente.
ResponderEliminarQuanto custa a Administração do IPSB, S.A.? Qual o seu peso no Orçamento da empresa?
ResponderEliminarNão me parece que 30% de redução no financiamento do Estado ponha em causa o funcionamento do IPSB.
É uma oportunidade de optimizar a gestão e cortar na "gordura" que todas estas empresas, ao fim de tantos anos sem restrições, acabam por ganhar.
Noticiou hoje o Público que, de acordo com o ME, o número de turmas com contratos de associação tem diminuído. Contudo, o montante financiado tem aumentado.
ResponderEliminarEm 2005-2006 havia 2333 turmas e o Estado pagou 215.969.390 euros aos colégios; dois anos depois, havia 2268 turmas e o ME dispendeu 230.536.408 euros. No ano lectivo passado foram contabilizadas 2209 turmas mas o montante cresceu para 239.052.239 euros.
Acresta a ministra que, "ao contrário do que se tem tentado divulgar, nos últimos anos, o ME pagou em média aos colégios muito mais do que paga em média às escolas públicas", acrescentando que "nenhum português compreenderia que o Estado continuasse a duplicar despesas".
Algo não bate certo, visto os colégios afirmarem que vêm gastando menos do que gasta o ensino público.
Onde está a verdade?